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Política

February 25, 2014 16:14 , by Blogoosfero - | No one following this article yet.
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O ditador tem duros olhos azuis

September 7, 2016 0:00, by carlos motta


A redação de um grande jornal - sim, já tivemos isso no Brasil! - é um minimundo, onde se encontram pessoas de todo o tipo - mas todo o tipo, mesmo.


No hoje agonizante Estadão, por exemplo, durante um certo tempo um dos herdeiros da dinastia mesquitiana frequentava a redação, talvez para matar o tédio, talvez para pegar gosto pela profissão - algo que não aconteceu, pois ele se sentia mais à vontade entre cavalos e éguas que fazem a festa dos endinheirados nos jóqueis-clubes da vida.


Um belo dia, se aproximou de alguns empregados e puxou prosa. Contou que tinha ido, em viagem de negócios, ao Chile, e que ficara encantado com o país.


- Comi num restaurante com garfo e faca de prata - disse. Serviço sem igual.


As ruas eram limpíssimas, bem diferentes da imundície de São Paulo, relatou. As pessoas, ordeiras e educadas. Outro mundo.


Mas o que realmente o impressionara na viagem havia acontecido durante a cerimônia principal do evento de que participara. 


Um senhor evento, que contara com a presença, vejam só, do general Augusto Pinochet, na época ainda o manda-chuva do Chile.


- Nunca vi coisa igual. Que homem! Ficou sentado na mesa principal, mais de meia hora ouvindo um discurso, sem mover um músculo. E o seu olhar, então! Impressionante! Duro, fixo num ponto da sala, sem se desviar um instante!


E arrematou, pouco antes de um telefonema o chamar para a sua sala, longe do barulho da redação:


- Vocês sabiam que ele tem olhos azuis?


É isso. 


Quem possui a capacidade de notar que o ditador tem olhos azuis é mesmo especial. (Carlos Motta)



Democracia à moda grega é solução

September 6, 2016 0:02, by Thiago - 0no comments yet

Eu gostaria de dizer que não resolveremos os nossos problemas até que reformulemos a forma com que fazemos a nossa democracia.

Direita e esquerda decorrem de posicionamentos sociais após o surgimento do conceito de democracia representativa e formação dos estados modernos.

Para superar essa dicotomia chula teremos de voltar a fazer democracia à moda grega: cargos sorteados e curtos. Se possível, 4 meses. Mas duração não é uma medida precisa, pode ser um pouco mais duradoura.

Só que não podemos mais tolerar a política como uma profissão que gera status e financia gente irresponsável com discursos demagógicos. É muito melhor para nós como sociedade que os cargos exercidos tenham executores escolhidos mediante sorteio. A cidadania é um direito de todos, política deve voltar a ser uma atividade individual participativa de cada cidadão, que deve interferir nos debates públicos.



Um golpe para destruir um país

September 6, 2016 0:00, by carlos motta


O golpe de 2016 é muito mais sério do que muitos imaginam, com repercussões de incomensurável gravidade, pois, afinal, ele tem como objetivo destruir tudo o que se fez para trazer o Brasil à civilização, depois que ela foi sepultada pelo golpe de 1964.


Os golpistas não querem apenas o poder pelo poder, ou o poder político, ou o poder econômico, ou o poder para assaltar os cofres públicos. 


Eles querem mais  - e vão avançar implacavelmente nessa direção.


Eles querem reduzir a pó o esboço de Estado de bem-estar social que os trabalhistas tentaram erguer desde o primeiro governo Lula.


No Brasil deles não cabe a proteção social, a equidade entre as relações trabalhistas, a atuação do Estado para a correção e controle dos desmandos do "mercado", a regulação da atuações dos diversos setores da economia, impedindo a formação de monopólios e cartéis.


No Brasil sonhado por eles haverá uma clara divisão de classes, que pode ser, sinteticamente, reduzida ao binômio Casa Grande - Senzala.


O Brasil deles comportará um mercado consumidor de 20 milhões a 30 milhões de pessoas, pouco mais de 10% da população - como era antes de 2003.


No Brasil deles os direitos das minorias serão esmagados, a cidadania será reduzida a uma noção abstrata para a quase totalidade dos habitantes, o controle da mídia será ainda mais fortalecido pelo cartel que a domina, as seitas religiosas evangélicas aumentarão seu domínio das mentes dos pobres coitados - e a incipiente democracia que o país viveu nos últimos anos será cada vez mais uma lembrança

 

A articulação da oligarquia para executar o golpe foi um processo lento, caro, e muito bem executado. 


A primeira fase, essa de consolidação da ditadura, está quase concluída.


A segunda fase, de exterminar as principais lideranças políticas e sociais do campo progressista, e até mesmo o seu principal partido, o PT, ainda merece mais empenho.


Não há, pelo menos agora, no horizonte, nada que indique a reversão rápida desse quadro.


E, quando um dia isso ocorrer - se ocorrer -, o trabalho para recuperar todas as ruínas do país será longo, muito longo. (Carlos Motta)



A festa está bonita, mas cadê o Lula e a Dilma?

September 5, 2016 0:00, by carlos motta


Alguns poucos políticos do campo progressista participaram das manifestações contra o governo golpista deste domingo.


Uma pena que isso tenha acontecido, pois justamente neste momento em que os atos de protesto crescem, é que eles ganhariam ainda mais relevância se deles estivessem participando protagonistas da política como o ex-presidente Lula e a própria presidenta Dilma, por exemplo.


A festa antigolpe tem sido bonita.


Mas precisa se ampliar ao máximo, render notícias, arrebanhar mais corações, aumentar sua base de apoio - tudo para deixar os golpistas de plantão encurralados, sem opções a não ser atender ao pedido das multidões ou impor, definitiva e claramente, uma ditadura no país.


E para que isso ocorra é necessário que se faça uma agenda mínima de manifestações, com a presença de senadores, deputados, vereadores, líderes sindicais, estudantis e de associações de classe.


O maior líder político brasileiro, o ex-presidente Lula, tem de ser presença obrigatória nos atos principais, assim como a presidenta Dilma e todos os outros parlamentares da centro-esquerda.


O movimento antigolpe, que deverá crescer cada vez mais, é um ato eminentemente político - e fora do campo político não haverá salvação para o Brasil. 


As ruas, tomadas de jovens, têm dado o recado para os coveiros da democracia. 


A centro-esquerda brasileira, principalmente os partidos políticos que a compõem, não deveriam cometer o mesmo erro de 2013, quando, por temor, desinformação, negligência ou simples comodismo, deixaram as manifestações virarem "contra tudo o que está aí", ou seja, contra nada.


Hoje o alvo é muito definido: os inimigos são bem mais visíveis e, portanto, mais fáceis de combater. (Carlos Motta)



O universo paralelo

August 19, 2016 0:00, by carlos motta

O Brasil é o país do faz de conta.

Vivemos na terra onde a ilusão esconde a realidade, a mentira se impõe como norma e a hipocrisia se apresenta como virtude.

Nada é o que aparenta ser.

Ninguém é racista.

Rejeitamos qualquer forma de discriminação e de preconceito.

Todos amam todos.

O melhor sempre vence.

Praticamos a meritocracia.

O trabalho compensa.

A religião nos torna seres humanos melhores.

Temos leis para tudo.

Obedecemos as leis.

Somos um povo cordial.

Respeitamos o diferente e encorajamos a diversidade.

Temos uma Constituição progressista, inclusiva e cidadã.

A corrupção nunca é nossa, é sempre do outro.

Nossas instituições se acham em pleno funcionamento.

A imprensa é livre e independente.

Os meios de comunicação têm uma forte função educativa.

Os empresários estão comprometidos em exercer a sua função social. 

O futuro só depende de nós. (Carlos Motta)



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