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Saúde

22 de Fevereiro de 2017, 9:45 , por Blogoosfero - | No one following this article yet.

Monsanto condenada. Cadê o pop da Globo?

14 de Agosto de 2018, 8:11, por Desconhecido

Por Altamiro Borges

Na sexta-feira (10), um tribunal de San Francisco, nos EUA, condenou a venenosa multinacional Monsanto a pagar US$ 289 milhões ao jardineiro californiano Dewayne Johnson, vítima de um câncer em fase terminal. O júri considerou que a empresa, que impera no agronegócio, agiu com “malícia” ao não alertar que o glifosato contido em seu herbicida Roundup era cancerígeno. Ao final do julgamento, o trabalhador festejou: “Estou contente de poder ajudar em uma causa que vai além de mim. Espero que esta decisão dê ao assunto a atenção que necessita". Já a Monsanto, que goza de muita influência no Judiciário, anunciou que irá recorrer para “defender vigorosamente este produto com 40 anos de história e que continua sendo vital, efetivo e seguro para os agricultores”.

Esta é a primeira vez que a ianque Monsanto, recentemente comprada pela alemã Bayer, foi levada ao banco de réus em função dos potenciais efeitos cancerígenos dos seus produtos. Para o advogado Brent Wisner, que defendeu Dewayne Johnson, a decisão representa uma “esmagadora evidência” de que o glifosato é perigoso e será a “ponta de lança’ de outras ações contra a empresa. Robert Kennedy Jr., advogado e filho do finado senador democrata, também avalia que “o veredicto desencadeará uma enxurrada de novos casos. O júri enviou uma mensagem à Monsanto para que mude a forma como faz negócios”. Já para Zen Honeycutt, fundadora de uma ONG ambientalista, “o veredicto é uma vitória para toda a humanidade, para toda a vida na Terra. A maioria das nossas doenças e perda da qualidade do solo, água e vida silvestre está relacionada a estes produtos químicos tóxicos”.

Em meados de 2015, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), já havia classificado o glifosato como “provavelmente cancerígeno aos seres humanos”. A poderosa Monsanto, porém, nunca levou a sério as críticas e sempre negou qualquer relação entre o produto e a doença. Somente nos EUA, a empresa – que obteve em 2017 um lucro líquido de mais de 2 bilhões de dólares – já enfrenta mais de 5 mil processos similares. No Brasil, os produtos da Monsanto dominam a agricultura. A sentença do júri de San Francisco, porém, não teve maior realce na mídia nativa, que abocanha milhões em publicidade da multinacional. A TV Globo, que insiste em dizer que “o agro é pop”, evitou tratar do assunto venenoso.



O Agro é Tóxico: Ações da Bayer recuam após ligação estabelecida entre pesticida e casos de câncer

13 de Agosto de 2018, 16:07, por Correio do Brasil

Depois do veredito em favor de um zelador escolar da Califórnia com câncer terminal, a Monsanto enfrenta mais de 5 mil ações semelhantes nos EUA, alegando que não avisou sobre os riscos de câncer de herbicidas à base de glifosato, incluindo sua marca Roundup.

 

Por Redação, com Reuters – de Berlim

 

As ações da Bayer chegaram a despencar 14% nesta segunda-feira, perdendo cerca de US$ 14 bilhões em valor de mercado, depois que a recém-adquirida Monsanto foi condenada a pagar US$ 289 milhões por danos na primeira de possivelmente milhares de ações judiciais nos Estados Unidos sobre supostas ligações entre um herbicida e o câncer.

O pesticida Roundup, da Bayer, é usado no Brasil, em larga escalaO pesticida Roundup, da Bayer, é usado no Brasil, em larga escala

Depois do veredito em favor de um zelador escolar da Califórnia com câncer terminal, a Monsanto enfrenta mais de 5 mil ações semelhantes nos EUA, alegando que não avisou sobre os riscos de câncer de herbicidas à base de glifosato, incluindo sua marca Roundup.

Pesticida

A Monsanto, comprada pela Bayer este ano por US$ 63 bilhões, disse que vai apelar da decisão do júri na Califórnia, no mais recente episódio de um longo debate sobre alegações de que a exposição ao Roundup pode causar câncer.

O caso do requerente Dewayne Johnson, apresentado em 2016, foi acelerado para julgamento devido à gravidade do seu linfoma não-Hodgkin; um câncer do sistema linfático que ele alega ter sido causado por Roundup e Ranger Pro, outro herbicida glifosato da Monsanto.

“O veredito do júri está em desacordo com o peso da evidência científica, décadas de experiência no mundo real e as conclusões de reguladores em todo o mundo que confirmam que o glifosato é seguro e não causa linfoma não-Hodgkin”, afirmou a Bayer em comunicado.

Ações bilionárias

Tendo fechado a aquisição da Monsanto, a Bayer está apenas aguardando a aprovação de algumas vendas finais de ativos por questões concorrenciais para incorporar a Monsanto em sua própria organização. A Bayer não negociou nenhum pagamento com os acionistas da Monsanto por litígios relacionados ao Roundup.

As ações da Bayer fecharam em queda de 10,3%, a 83,73 euros. Analistas do Barclays disseram que Bayer está com “dor de cabeça litigiosa”.

— Embora o recurso seja certo e possa, de fato, resultar em uma multa menor ou mesmo na reversão total da decisão, um grande número de casos semelhantes pendentes provavelmente se multiplicará — afirmou Alistair Campbell, analista da Berenberg, disse que resolver o problema pode custar à Bayer cerca de US$ 5 bilhões, citando uma estimativa aproximada baseada em acordos passados sobre o analgésico Vioxx da Merck & Co, de US$ 4,9 bilhões, e do medicamento para colesterol Baycol da Bayer, no valor de US$ 4,2 bilhões.

A controvérsia também pode afetar as receitas futuras.

Duro golpe

Culturas geneticamente modificadas (GM) que resistem ao glifosato são uma fonte principal de dinheiro para a Monsanto, gerada principalmente nas Américas do Norte e do Sul, onde a tecnologia é amplamente difundida, apesar dos protestos dos ambientalistas.

As preocupações com a saúde podem obscurecer ainda mais as perspectivas para a categoria de produtos após o surgimento de ervas daninhas que se tornaram resistentes ao herbicida.

— Acreditamos que o risco de retirada é extremamente baixo, mas, se materializado, seria um grande golpe para o valor da transação pago pela empresa — concluiu Campbell, da Berenberg.



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