Educar é preciso. Mas como?
11 de Julho de 2016, 0:00O Brasil Novo vai acabar com a farra do petróleo é nosso.
Sabe aquela história de que uma montanha de dinheiro da exploração da camada de pré-sal seria destinado para a educação e para a saúde públicas?
Bem, esqueça.
A grana vai mesmo alimentar os cofres das petroleiras internacionais - e os bolsos de políticos e parlamentares brasileiros, é claro, porque ninguém é de ferro.
Mas vamos supor que nossos congressistas sejam acometidos por algum tipo de vírus que lhes devolva a vergonha na cara e eles mantenham a lei do petróleo do jeito que está.
Isso seria suficiente para, daqui a não sei quantas gerações, com massivos investimentos em educação, transformar a sociedade brasileira, formada majoritariamente por pessoas que creem que o mundo foi formado a partir do estalar de dedos de uma divindade, que acreditam com fervor absoluto no que dizem os apresentadores do Jornal Nacional, que balançam a cabeça em sinal de aprovação a cada "bandido bom é bandido morto" que ouvem dos Datenas da vida, em um ambiente no qual predomine o senso crítico, a lógica, o conhecimento histórico, a sensatez, enfim?
Não creio.
O processo educativo é complexo.
Começa em casa, passa pela escola, continua no dia a dia, na massa informativa que a gente recebe quando liga a televisão, acessa a internet, lê os jornais, vai à igreja - vive a vida.
Uma coisa depende da outra, o mecanismo que move a sociedade é interdependente.
De toda maneira, algo precisa ser feito com a máxima urgência, para que o Brasil, país que tem uma das populações mais ignorantes do planeta, seja, ao menos, habitável. (Carlos Motta)
Enfrentamento ao Extermínio da Juventude
9 de Julho de 2016, 11:51Pauta:
1) Leitura da ata da reunião anterior;
2) Informes;
3) Enfrentamento ao Extermínio da Juventude;
4) Relato Comissão Eleitoral;
O brasileiro, esse crédulo
4 de Julho de 2016, 0:00A ignorância do brasileiro médio faz com que ele seja, antes de tudo, um crédulo.
Ele acredita em qualquer lorota que ouve - basta que ela seja repetida intensamente para virar verdade.
A internet é campo fértil para disseminar boatos, notícias falsas, e até mesmo para interpretar a história como se ela fosse uma obra de ficção.
Há inúmeros sites criados justamente com essa finalidade de espalhar mentiras.
São peças da guerra ideológica promovida pela direita, que não tolera a democracia, para exterminar da vida política seus adversários, no caso, inimigos, ou seja, os partidos de esquerda, movimentos sociais, sindicatos, organizações populares e de classe.
Muitos são sofisticados, que devem ser mantidos por equipes numerosas e bem pagas.
E outros canhestros, toscos, que dificilmente seriam considerados verazes não fosse a natural idiotia do brasileiro médio.
As mensagens, correntes e "notícias" que correm na rede beiram a insanidade.
Uma delas, para louvar a ditadura militar, diz que seus generais presidentes, de tão honestos que eram, morreram pobres, alguns deles necessitando até ajuda dos amigos para terem um funeral digno.
E existe quem acredita numa bobagem dessas!
Mas, enfim, o brasileiro médio leva a sério o que fala o pastor semianalfabeto que pede dinheiro para comprar uma estação de TV...
Tirar esse indivíduo da ignorância é quase impossível.
Seriam necessários investimentos bilionários em educação, junto com o uso dos meios de comunicação de acordo com os princípios constitucionais:
Art. 221 - A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
E como a gente sabe que isso nunca vai existir neste Brasil Novo governado por um bando de saqueadores e entreguistas, resta quase nada a fazer - para os que têm fé, rezar, talvez, à espera de um milagre; para os outros, a justa e muda indignação. (Carlos Motta)
E a segurança pública....
28 de Janeiro de 2016, 15:54 - sem comentários aindaAcabei de ler a 9° Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2015 (Aqui) publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Alguns dados são muito interessantes para pensarmos o nosso país. Além é claro de olharmos com mais cuidado o tema especial da Segurança Pública, é possível também nos aproximarmos de fatos para compreender também outras áreas. Vejamos alguns dados:
398 policiais foram mortos em 2014. Um por dia.
3009 vítimas foram mortas por policiais em 2014. Um aumento de 37.2% em relação a 2013.
A polícia do estado governado por Geraldo Alckmin matou em 2014 de acordo com os números oficiais exatamente 965 vítimas. Seguido pelo Rio de Janeiro que matou 584. É preciso lembrar que aqui são os números oficiais, o que nos aponta, que o número deve ser bem maior.
É preciso também notar que os policiais morrem mais fora de serviço, isso é, quando não estão trabalhando como policiais, do que em serviço. A literatura que informa o tema levante três hipóteses para explicar a questão:
- os baixos salários obrigam os policiais a terem “bicos” colocando-os nesses outros empregos mais expostos diante do menor efetivo de policiais no “bico”,
- outra hipótese é que os dados indicariam um crescente aumento da violência no Brasil e com isso os policiais também estariam mais suscetível a violência e acabariam mortos por cumprir “sua missão” e,
- por fim, a hipótese de que “alguns policiais se envolveriam com criminosos e teriam suas mortes encomendada devido a desavenças com o crime”.
Bastante interesse o tema. Aqui os apresento apenas para suscitar o debate.
Agora vejamos quando as vítimas da polícia.
Quando analisamos a taxa de pessoas mortas pela polícia para cada 100.000 habitantes observamos que o Rio de Janeiro é o campeão no ano de 2014 com 3,5 pessoas mortas pela polícia a cada 100.000 habitantes. O Rio de Janeiro também é o estado com maior número de políciais mortos. Foram 98 em 2014. Parece me à primeira vista que a violência contra a polícia tem relação com sua violência contra os não policiais, ou civis, ou mesmo a sociedade.
Agora vamos olhar os presídios de nosso país. A população carcerária é composta de 607.373 pessoas.
Vejamos abaixo a tabela sobre o crescimento ao longo dos últimos 12 anos. O que a figura nos ajuda a perceber melhor.
Vejam agora como estão presos, isto é, qual a situação jurídica de suas prisões.
O mais interessante a observar no gráfico abaixo é que os presos “provisórios” são os que não foram condenados e permanecem presos.
Vejamos em números absolutos:
Sistema |
Custodia |
Provisório |
Total |
579.423 |
27.950 |
222.190 |
579.423 |
Por fim alguns apontamentos para a reflexão.
Porque estaria aumentando tanto a população de presos? Estararia aumentanto a violência? Estaria aumentando a eficiencia da polícia? Estaríamos num rumo de judicialização e aprisionamento desmedido?
Porque são tantos os presos provisórios? Porque tantos presos não julgados? Seria a lentidão do judiciário ou um modo de se fazer justiça em nosso pais?
Acho que são algumas perguntas mínimas sobre as quais devemos nos debruçar.