Conheça os pais da interatividade na TV aberta e nos conversores do sistema analógico
27 de Abril de 2015, 17:29O prof. Guido Lemos da UFPB, junto com o prof. Luiz Fernando Gomes Soares, da PUC-RJ, é um dos pais da interatividade nos aparelhos de TV, nos celulares com recurso on seg e também nas caixas de conversão do sistema analógico pra TV digital. O Ginga, nome dado ao recurso da interatividade, foi desenvolvido em código livre.
Desde 2014, a industria de televisão tem obrigação de colocar o recurso da interatividade em 75% das TVs digitais fabricadas. Mas nem elas nem tampouco as lojas informam isso pra população. Isso significa que a maior parte dos brasileiros que já compraram TV digital não tem ideia se possuem o benefício gratuito.
Quem ainda não comprou TV digital tem a chance de ter a interatividade na caixa de conversão do sistema analógico pra TV digital. Participe da campanha em defesa da interatividade. #InteratividadeSim #InteratividadenasTVsPúblicas #CidadaniaDigitalSim
Veja a entrevista de Guido Lemos:
Você conhece os pais da interatividade na TV digital aberta?1
27 de Abril de 2015, 16:48O recurso da interatividade para a caixa de conversão para o sistema de TV digital, para os aparelhos de TV e para os celulares (através do sistema on seg) foi desenvolvido em código aberto pelos prof. Luiz Fernando Gomes Soares da PUC-RJ em conjunto com o prof. Guido Lemos da UFPB e é considerado o melhor do mundo pela União Internacional de Teçecomunicações (UIT). Mas pouca gente sabe disso e segue pensando televisão como no tempo analógico.
Veja as explicações sobre as possibilidades dialógicas e participativas da TV digital pública e aberta, totalmente gratuita.
Conheça os recursos e o prof. Luiz Fernando Soares.
https://www.youtube.com/watch?v=-PNV8qL2NuM
Organizações entregam carta à Presidenta @Dilmabr sobre o acordo com o Facebook. Leia aqui!
24 de Abril de 2015, 8:15Por Marcelo D'Elia Branco
Foi protocolada no gabinete da Presidência da República carta de organizações e ativistas se manifestando a respeito do possível acordo do governo brasileiro com o Facebook.
Veja o conteúdo na íntegra:
São Paulo, 23 de Abril de 2015
À Exma.
Presidente da República Federativa do Brasil
Sra. Dilma Roussef
Att.: Carta à Presidente Dilma Roussef sobre o acordo com o Facebook
Exma. Sra. Presidente,
As organizações e indivíduos abaixo assinados vêm por meio desta manifestar sua contribuição ao debate com relação ao recente anúncio realizado por Vossa Excelência durante a 7º Cúpula das Américas sobre o estabelecimento de uma parceria com o Facebook para a implementação do projeto "Internet.org" no Brasil.
Embora estejamos de acordo com o diagnóstico de que há um grande déficit na qualidade e na extensão do acesso à Internet fixa e móvel em países em desenvolvimento como o Brasil, consideramos que este projeto que vem sendo promovido pelo Facebook em diversos países da América Latina, África e Ásia, pode colocar em risco o futuro da sociedade da informação, da economia no meio digital e os direitos que os usuários usufruem na rede, como a privacidade, a liberdade de expressão e a neutralidade da rede.
Pelo que pudemos apurar sobre o projeto, acreditamos que ao prometer acesso gratuito e exclusivo a determinados serviços e aplicativos o Facebook está na verdade limitando o acesso à Internet aos demais serviços existentes na rede e oferecendo aos que têm menos recursos econômicos o acesso a apenas uma parte do que constitui a Internet, o que viola os fundamentos e princípios basilares do Marco Civil da Internet (Lei nº 12965), da Declaração Multissetorial do NETMundial e dos Princípios para a Governança e Uso da Internet no Brasil do CGI.br (RES/2009/003/P), conforme elencamos a seguir:
- A lei nº 12965 que institui como fundamento do uso da Internet a liberdade de expressão, o reconhecimento da escala mundial da rede, a pluralidade e a diversidade, a abertura e a colaboração, a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor (art.2º), assim como reconhece os princípios da proteção da privacidade, a preservação e garantia da neutralidade de rede e a garantia da preservação da natureza participativa da rede (art.3º). Lembramos também que a referida lei estabelece como objetivo do uso da Internet o direito de acesso a todos, o acesso à informação, ao conhecimento, à participação na vida cultural e política, a inovação e a adesão a padrões tecnológicos abertos(art.4º);
- O Encontro Multissetorial Global sobre o Futuro da Governança da Internet (NETMundial) reconheceu que a Internet é um recurso global que deve ser gerida pelo interesse público, e identificou um conjunto de princípios comuns e valores, dentre os quais gostaríamos de ressaltar o caráter de espaço unificado e não fragmentado, onde datagramas e informação fluam livremente de ponta a ponta independentemente de seu conteúdo legal, a proteção e promoção da diversidade cultural e linguística, a arquitetura aberta e distribuída, preservando o ambiente fértil e inovador, a promoção de padrões abertos consistentes com os direitos humanos e com o desenvolvimento e a inovação na rede, e a preservação de um ambiente favorável à inovação sustentável e à criatividade, reconhecendo o empreendedorismo e o investimento em infraestrutura como condições para a inovação;
- Os Princípios para a Governança e Uso da Internet do Brasil aprovados pelo CGI.br, o Comitê Multissetorial de Governança da Internet no Brasil, que buscam embasar e orientar ações e decisões com vistas à governança democrática e colaborativa, preservando e estimulando o caráter de criação coletiva da Internet, a universalidade, a diversidade, a inovação, a neutralidade e a padronização e interoperabilidade da rede.
Enfatizamos ainda que essa estratégia do Facebook e de outras grandes empresas, realizada em parceria com as operadoras de telecomunicações, representa uma grave violação da regra da neutralidade quando promove "acesso para todos" sob a máxima "internet grátis". Esta prática que permite que apenas alguns aplicativos e serviços tenham privilégios na rede é conhecida internacionalmente como zero-rating(taxa zero) e, mesmo que possibilite o uso dos serviços mais populares, no longo prazo acaba gerando concentração da infraestrutura e monopólio sobre o tráfego de dados na rede, reduzindo tanto a disponibilidade de conteúdos, aplicativos e serviços na Internet, quanto a liberdade de escolha do usuário. Com isso, cabe perguntarmos como se espera que o Brasil desenvolva o setor de aplicativos, um dos mercados que mais cresce no mundo, se estes terão limitado seu acesso a grande parte da população.
O modelo proposto pelo projeto Internet.org tem também efeitos desastrosos para o desenvolvimento das culturas regionais, comprometendo o direito de acesso à informação ao violar outro princípio fundamental do Marco Civil e da declaração Multissetorial do NETMundial que é a liberdade de expressão. Em geral, plataformas como Facebook controlam por meio dos seus algorítimos e termos de uso os conteúdos e dados que circulam na rede, determinando de maneira centralizada e de acordo com critérios próprios e pouco transparentes os conteúdos mais visualizados pelos usuários. Tal cenário se agrava se lembrarmos que boa parcela da receita das empresas de Internet e operadoras de telefonia são hoje provenientes da venda de aplicações e conteúdos que acabam sendo fornecidos de forma imposta e verticalizada nos pacotes de serviços. A formação de conglomerados econômicos, devido ao processo de convergência dos meios de comunicação, tem feito com que as empresas que prestam serviços de acesso à Internet sejam as mesmas que fornecem conteúdos, gerando ainda mais concentração. Essa limitação do número de serviços e aplicativos disponíveis resulta no desrespeito ao direito de escolha dos consumidores e à livre concorrência, a limitação da diversidade cultural e o cerceamento do livre fluxo de informações na rede.
Não podemos esquecer ainda que a plataforma tecnológica do Facebook tem sido uma das principais portas para a vigilância em massa, colocando em risco outro importante princípio do Marco Civil e da declaração Multissetorial do NETMundial que é a privacidade dos cidadãos. A ausência de uma lei de proteção de dados no país agrava o problema e faz com que hoje os possíveis usuários dos serviços que serão disponibilizados pelo Internet.org fiquem vulneráveis aos interesses comerciais dessa plataforma e às pressões políticas que uma empresa com sede nos Estados Unidos está sujeita.
É por considerar que a universalização do acesso à Internet se dá a partir de políticas coerentes com a sua essencialidade, o que passa pela prestação do serviço de telecomunicações que lhe dá suporte também em regime público e pelo fortalecimento de políticas já existentes, tais como cidades digitais, provedores comunitários integrados a telecentros, pontos de cultura, GESAC, estações digitais e iniciativas de comunicação comunitária, que nos posicionamos veementemente contra o acesso privilegiado ao mercado e aos dados dos brasileiros que o Facebook pretende obter com seu projeto através do Internet.org. Dentre as excelentes alternativas internacionais que poderiam ser aproveitadas, cabe também mencionar o Plan Ceibal no Uruguai, que busca fomentar as redes livres, o GuifiNet, uma parceria entre sociedade, ONGs e governos, OpenWRT, Commotion Wireless, entre outros.
Por último, vale lembrar que o Brasil possui um enorme contingente de organizações e ativistas que vem atuando na promoção da inclusão digital. Ainda que nas políticas de acesso à banda larga o diálogo entre governo e sociedade civil não tenha se estabelecido de maneira satisfatória como ocorreu no Marco Civil, a aprovação da lei e seu processo de regulamentação são exemplares no incentivo à participação social e na existência de um canal efetivo de interlocução entre ambos os setores. A notícia de uma parceria com a empresa Facebook sem qualquer conhecimento prévio pela sociedade civil, no entanto, diverge da postura democrática, transparente e inclusiva que tem sido adotada nas decisões e discussões relacionadas ao Marco Civil da Internet.
Conforme o exposto acima, concluímos que é de extrema importância que se preserve o desenvolvimento da economia digital e que se garantam os direitos estabelecido pela Marco Civil da Internet assim como os princípios estabelecidos no encontro multissetorial Netmundial. Assim, as entidades ora signatárias requerem:
- Que não sejam firmados quaisquer acordos com a empresa Facebook no âmbito da sua iniciativa Internet.org que tenham como objeto o provimento de acesso grátis à Internet; e
- Que quaisquer acordos que venham a ser firmados com a empresa Facebook - ou quaisquer outras empresas - respeitem os direitos positivados pelo Marco Civil, em especial o da neutralidade de rede;
- Buscar a realização de amplo debate com a sociedade civil antes de fechar acordos desse tipo.
Desde já nos colocamos à disposição para um encontro presencial com Vossa Excelência para debatermos melhor o assunto e certos de sua habitual atenção, subscrevemos.
- Associação Software Livre do Brasil - ASL
- Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé
- Co:Laboratório de Desenvolvimento e Participação – COLAB/USP
- Coletivo Digital
- Coletivo Soylocoporti
- Frente Acorda Cultura
- Hacklab Independência
- Instituto Bem Estar Brasil
- Instituto Beta Para Internet e Democracia - IBIDEM
- Instituto de Defesa do Consumidor - Idec
- Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
- PimentaLab – Unifesp
- PROTESTE - Associação de Consumidores
- Recursos Educacionais Abertos Brasil – REA-Br
- Rede Livre
- União Latina de Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura - ULEPICC-Br
União Livre e Institutos Federais de Ensino Técnico
8 de Março de 2015, 18:23De acordo com o descrito no tópico abaixo no Fórum União Livre:
http://uniaolivre.com/forum/viewtopic.php?f=27&t=986
Então,
Temos hoje no Brasil vários Institutos Federais de Ensino Técnico que poderia ganhar muito se pudesse colocar a mão na massa no Kaiana e nos próximos projetos da União Livre. As pessoas podem encontrar nisto uma fonte de construção aberta de várias tecnologias abertas aqui no Brasil, e participar do desenvolvimento de Kaiana seria ótimo para todos, os desenvolvedores, os estudantes e o Brasil.
Encontrar apoio nesses Institutos Federais de Ensino Técnico seria bom para ambos. Mesmo que uma pequena parte dos estudantes se interesse, seria bom para todos os envolvidos. É claro que falta articulações para isto acontecer, e os estudantes podem optar por ajudar outros projetos posteriormente, mas gostaria de saber da União Livre quais são as condições para que interessados possam contribuir.
É claro que muita gente pode entrar tendo que aprender a lidar com as ferramentas de desenvolvimento, então poderia ser uma oportunidade de aprendizado para muitos. Para quem está fazendo os cursos de Técnico em Informática dos IFETs ou fazendo algum PRONATEC, em que tem um foco voltado também para o desenvolvimento chegando a ser um curso que forma tecnólogos da informática, não apenas para a manutenção de computadores, seria excelente participar desse processo aberto de aprendizagem. Além de promover o União Livre e, por conseguinte, o Kaiana.
Tem processos em andamento, para empoderar o cidadão, combater corrupção e promover a indústria nacional. A democratização dos meios de comunicação seria uma ótima forma de garantir a promoção do Kaiana e também de outras consideráveis iniciativas de sistemas operacionais no Brasil. Tudo depende de nossa própria interferência e participação, processos que democratizam o país e melhoram as condições de nossos projetos darem certo, e este país encontrar o caminho do crescimento econômico com soberania tecnológica.
Att.