A Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo não cansou de falar disso, mesmo quando a maioria parecia resignada e rendida à fatalidade histórica.
O IIEP ( Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas) coordenado pelo incansável Sebastião Neto participou das Comissões da Verdade e liderou o Projeto Investigações Operárias, por meio do qual procurou os envolvidos, torturados e perseguidos na VW e em outras empresas que colaboraram com a Ditadura Civil-Militar brasileira no período de 1964-1985.
Neto teve a decência política de superar as divergências que haviam com Lúcio Bellentani e resgatou a história deste ex-operário na VW, preso e torturado por sua militância sindical e política. Lúcio Bellentani é protagonista do documentário produzido pela Das Erste.
Por um lado fico feliz ao ver que o que falávamos sobre a ditadura civil-militar e a colaboração das empresas com ela era a mais pura verdade. Por outro, sinto-me triste porque a questão só merece atenção quando noticiada por meios de comunicação estrangeiros. Mais uma vez, o viaralatismo brasileiro fala alto. Se o estrangeiro diz, é verdade. Se o brasileiro diz exatamente a mesma coisa, não passa de louco com mania de perseguição, adepto da teoria da conspiração.
Parabéns a todos os companheiros e companheiras que mesmo diante de todas as adversidades não se deixaram vencer pelo desânimo e descrédito e seguem em frente nesta árdua luta que é reestabelecer a verdade, doa a quem doer.
O Brasil precisa de mais pessoas como vocês.