Apesar de prometer não fazer indicações políticas, Jair Bolsonaro já está loteando o governo. A bancada ruralista, que declarou apoio ao candidato, está selecionando nomes para apresentar ao ex-militar para ocupar o Ministério da Agricultura.

Segundo informações do jornal O Globo, a bancada também defende a ideia de Bolsonaro de incorporar o Ministério do Meio Ambiente à pasta de Agricultura. Além disso, o grupo apoia a transferência de responsabilidade da Funai na demarcação de terras para o Congresso Nacional.

Um dos cotados para assumir a pasta, Luiz Antonio Nabhan Garcia, presidente da UDR (União Democrática Ruralista), diz querer acabar com o que chama de “misturança ideológica” na questão ambiental.

“Criou-se uma fantasia, uma lenda, onde, no Brasil, o cara que degrada o meio ambiente é o produtor rural. É exatamente o contrário. Esse produtor rural é o maior conservador do meio ambiente”, disse em entrevista à Folha.

Nabhan diz que há espaço para desmatar legalmente a Amazônia, defende a saída brasileira do Acordo de Paris e fala no fim da “indústria da multa” pelos fiscais do Ibama. Para ele, há “muita fantasia, muita lenda” sobre o aquecimento global.

O ruralista, dono de propriedades em Mato Grosso (soja, milho e algodão) e Mato Grosso do Sul (eucalipto e pecuária), afirma que não há nenhum espaço para diálogo com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), considerado por ele um grupo “subversivo” e “fora da lei”. Segundo ele, Bolsonaro “quer a ajuda do Congresso para transformar invasor de terra em terrorista”.

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