Veronica Allende Serra, filha do senador José Serra, recebeu uma procuração para gerenciar os recursos de conta no exterior. O dinheiro pode ter sido usado em campanha do pai ao Governo do Estado de São Paulo.
O governo da Suíça enviou ao Supremo Tribunal Federal documentos que reforçam as suspeitas de caixa-dois na campanha de 2006 de José Serra (PSDB) ao governo do estado de São Paulo.
De acordo com a reportagem do Jornal Hoje, exibida nesta quarta-feira (15), a Procuradoria Geral da República (PGR) anexou ao processo novos documentos que reforçam as revelações feitas pela Odebrecht e apontam o caminho percorrido pelo dinheiro que supostamente teria chegado ao senador.
Na delação homologada pelo STF em janeiro de 2017, Pedro Novis – ex-executivo da Odebrecht – falou sobre repasses feitos a Serra em sua campanha ao governo do estado de São Paulo.
“Em 2006 e 2007 foram doados 4,5 milhões de reais, em valores históricos, e correspondiam a 1 milhão e 600 mil euros, arredondados, para a campanha de José Serra ao governo do estado. Em 2006 era a própria campanha e em 2007 uma nova solicitação que ele fez para quitar dívidas da campanha. Os pagamentos foram realizados entre junho e dezembro de 2006 e entre julho e outubro de 2007, por meio de depósitos em contas correntes bancárias no exterior.”
Nos documentos entregues pela Odebrecht, registros de transferências bancárias podem ser vistos entre a KLIENFELD SERVICES LTD. – offshore utilizada pela empresa para pagamentos no exterior – e a CIRCLE TECHNICAL COMPANY INC. no valor de 46.971,17 euros.
Mais uma vez, a CIRCLE TECHNICAL COMPANY INC. aparece nos documentos anexados ontem pela PGR ao inquérito.
Um registro de transferência no valor de 250 mil Euros realizado pela CIRCLE TECHNICAL COMPANY INC. consta no extrato da conta pertencente a uma offshore do Panamá chamada DORMOUNT INTERNATIONAL INC.
Quando a conta pertencente a DORMOUNT foi criada, Veronica Allende Serra, filha do senador José Serra, recebeu uma procuração para gerenciar os recursos desta conta. Entre os documentos vinculados à conta e enviados ao Brasil pela Suíça, consta o passaporte de Veronica Serra.
O inquérito contra o senador corre no STF mas deverá seguir para a Justiça Federal de São Paulo. A PGR já se manifestou a favor do encaminhamento. A justificativa utilizada é que o caso não se relaciona com o mandato de senador, as doações ilegais teriam sido feitas quando Serra deixou a prefeitura de São Paulo para concorrer ao governo do Estado.
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