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Editorial do New York Times critica Bolsonaro: “A triste escolha do Brasil”.

22 de Outubro de 2018, 12:26 , por Nocaute - | No one following this article yet.
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Jair Bolsonaro, o candidato de extrema-direita descrito como “um Donald Trump brasileiro”, é favorito nas eleições presidenciais.

Jair Bolsonaro é um brasileiro de direita com opiniões repulsivas. Ele disse que preferiria um filho morto a um homossexual; que uma colega no Congresso era feia demais para ser estuprada; que os afro-brasileiros são preguiçosos e gordos; que aquecimento global é apenas uma “fábula”. Ele é nostálgico dos generais e torturadores que governaram o Brasil por 20 anos. No próximo domingo, na segunda turno da eleição, o Sr. Bolsonaro provavelmente será eleito presidente do Brasil.

Por trás dessa perspectiva apavorante há uma história que se tornou assustadoramente comum entre as democracias do mundo. O Brasil está saindo da pior recessão da história do país; uma ampla investigação chamada Operação Lava Jato revelou corrupção no governo; um ex-presidente popular, Luiz Inácio Lula da Silva, está preso por corrupção; sua sucessora, Dilma Rousseff, sofreu um impeachment; seu sucessor, Michel Temer, está sob investigação; o crime violento é desenfreado. Os brasileiros estão desesperados por mudanças.

Nesse cenário, as opiniões toscas de Bolsonaro são interpretadas como franqueza, sua carreira obscura como congressista como a promessa de um forasteiro que limpará o sistema, e sua promessa de mão de ferro como esperança de uma queda na média recorde de 175 homicídios por dia no ano passado. Cristão evangélico, ele prega uma mistura de conservadorismo social e liberalismo econômico, embora admita apenas uma compreensão superficial de economia.

Soa familiar? Ele é o mais recente caso de uma longa lista de populistas que surfaram uma onda de descontentamento, frustração e desespero até chegar ao mais alto cargo em cada um de seus países. Não por acaso, ele é frequentemente descrito como um Donald Trump brasileiro.

Se ele chegar ao palácio presidencial, um dos perdedores será o meio ambiente e, especificamente, a floresta tropical da Amazônia, também conhecida como os pulmões da Terra, por seu papel na absorção de dióxido de carbono. Bolsonaro prometeu desfazer muitas das proteções da floresta para oferecer mais terras para o poderoso agronegócio brasileiro. Ele levantou a possibilidade de se retirar do acordo climático de Paris, de desmantelar o Ministério do Meio Ambiente e impedir a criação de reservas indígenas – tudo isso em um país até recentemente elogiado por sua liderança na proteção do meio ambiente.

Não é apenas a mensagem de “boi, Bíblia e bala” que fortalece o Sr. Bolsonaro. O popular Sr. da Silva continuou sendo um forte candidato apesar de ter sido preso, até que o Tribunal Superior Eleitoral decidiu, em agosto, que ele estava inelegível para concorrer. Como substituto, o Partido dos Trabalhadores (PT), de tendência esquerdista, voltou-se para Fernando Haddad, professor, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo. Embora Haddad tenha sobrevivido ao primeiro turno, ele não conseguiu superar a associação do seu partido com a corrupção e a má administração, o que alimentou o espírito de algo como “qualquer um menos o PT”. As pesquisas mostram que ele está muito atrás de Bolsonaro no segundo turno.

A escolha é dos brasileiros. Mas é um dia triste para a democracia quando a desordem e o desapontamento levam os eleitores à distração e abrem as portas para populistas ofensivos, brutos e truculentos.

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Fonte: https://nocaute.blog.br/2018/10/22/editorial-do-new-york-times-critica-bolsonaro-a-triste-escolha-do-brasil/

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