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O Museu Nacional foi incendiado pelo descaso do poder público

сентября 3, 2018 18:51 , by Nocaute - | No one following this article yet.
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Este incêndio, para além da desgraça em si, se apresenta como o epitáfio do Brasil, é como se o imponderado, diante do incêndio do 5º maior Museu do Mundo, anunciasse para a História o fim de uma das maiores nações do chamado Mundo Novo… resta o Estado, mas, morre a nação.

Começo com trechos da música “Canto das Três Raças” de Mauro Duarte e Paulo Cesar Pinheiro

Ninguém ouviu

Um soluçar de dor

no canto do Brasil

E ecoa noite e dia

É ensurdecedor

Ai, mas que agonia

O canto do trabalhador

Esse canto que devia

Ser um canto de alegria

Soa apenas

Como um soluçar de dor

O Museu Nacional do Rio de Janeiro, um dos guardiães de nossa memória, foi incendiado pelo descaso do Poder Público para com o património cultural e para com a história do Brasil.

Este incêndio, para além da desgraça em si, se apresenta como o epitáfio do Brasil, é como se  o imponderado, diante do incêndio do 5º maior Museu do Mundo, anunciasse para a História o fim de uma das maiores nações do chamado Mundo Novo… resta o Estado, mas, morre a nação.

Pois, nesta mesma semana, o STF, desferiu o mais duro e profundo golpe à consciência de classe trabalhadora, com a aprovação da terceirização irrestrita.

Usando a lógica do historiador Eric Hobsbawm, é o fim do século vinte no Brasil.

Século que celebrou a vitória do trabalhador, da trabalhadora  sobre a exploração desmedida do capital, com a promulgação da CLT, pela resistência à ditadura e, consequente, vitória sobre a mesma, vitória consagrada na Constituição Cidadã de 1988.

Pois, onze seres humanos, brasileiros e brasileiras que juraram proteger a Constituição a destruiram, e, com ela, um século de lutas pelo direito do trabalhador, da trabalhadora.

Voltamos ao século dezenove.

Quando, segundo a matéria da Agência Brasil, de 30/08/2018 “O ministro (Celso Mello) entendeu que os empresários são livres para estabelecer o modo de contratação de seus funcionários.” voltamos ao princípio que vigeu até que o século dezenove acabou, no Brasil, com a promulgação da CLT (Consolidação das Leis doTrabalho) em 01/05/1943.

Essa fala do ministro me remeteu ao grito de Ásafe, no Sl 82: “Até quando julgareis injustamente e tomareis partido pela causa dos ímpios? Fazei justiça ao fraco e ao órfão, procedei retamente para com o aflito e o desamparado. Socorrei o fraco e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios.”

Em primeiro lugar, na terceirização, a empresa fim não contrata funcionários ou funcionárias, contrata empresas que lhes garantem não apenas o preenchimento do posto de trabalho como a substituição, a tempo e à hora, do profissional, da profissional caso haja qualquer embaraço; mais ou menos como quando se aluga um carro… a locadora se responsabiliza por substituir o veículo alugado mediante qualquer problema com o mesmo.

Em segundo lugar, a terceirização do trabalhador, da trabalhadora, sim, porque não é o trabalho que é terceirizado é o trabalhador, a trabalhadora, pois, passa a não ter mais nenhum vínculo com a empresa fim. Além do que, o trabalho deixa de ser uma arte e passa a ser uma mecânica que, na ausência de um robô, seja por custo ou defasagem tecnológica, pode ser executado por qualquer peça humana de reposição.

Em terceiro lugar, a terceirização do trabalhador, da trabalhadora é, entre aspas, a “emancipação profissional” do “Capitão do Mato” que, de resgatador dos escravizados, escravizadas em fuga, passa ser o senhor dos escravizados, das escravizadas e os aluga para a Casa Grande, segundo necessidade ou demanda.

Em quarto lugar, a terceirização do trabalhador , da trabalhadora é, simplesmente, a “mais valia” em dobro.

Não bastasse isso, nesta mesma semana macabra, se vingarem as pesquisas de intenção de votos, o TSE nos entregou à sanha da barbárie, criando a possibilidade do país cair no neonazismo, pois, mais uma vez, contra a constituição, contra a lei da ficha limpa, e contra a ONU, o Tribunal impediu que o cidadão Luis Inácio Lula da Silva, condenado à revelia de provas, fosse candidato à Presidência da República nestas eleições de 2018, ainda que seja a encarnação da esperança do trabalhador, da trabalhadora.

E agora, estaremos condenados ao soluçar de dor?

Não!

Proponho a retomada de um antigo hino composto por um personagem que a história custou a reconhecer…  retomo alguns trechos:

Os grilhões que nos forjava

Da perfídia astuto ardil

Houve mão mais poderosa

Zombou deles o Brasil

Não temais ímpias falanges

Que apresentam face hostil

Vossos peitos, vossos braços

São muralhas do Brasil

Brava gente brasileira!

Longe vá… temor servil

Ou ficar a pátria livre

Ou morrer pelo Brasil

Lula Livre!

Nosso luto vem do verbo lutar!

Mais Nocaute:

https://nocaute.blog.br/2018/09/03/damous-agora-nao-tem-mais-meio-termo-e-civilizacao-versus-barbarie/

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Источник: https://nocaute.blog.br/2018/09/03/o-museu-nacional-foi-incendiado-pelo-descaso-do-poder-publico/

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