O filho do presidente Jair Bolsonaro, o vereador carioca Carlos Bolsonaro voltou a atacar o vice-presidente, Hamilton Mourão, intensificando a crise entre militares e governo Bolsonaro.
“Se não visse, não acreditaria que aceitou com tais termos”, diz Carlos, sobre um convite para uma palestra do vice-presidente nos EUA em que Mourão é chamado de “voz da razão e moderação” no governo marcado por 100 dias de “paralisia política”.
A imagem do comunicado, compartilhada por Carlos, foi publicada na segunda (22) por um seguidor do vereador, em resposta a outra publicação em que Carlos critica Mourão. “Traduzindo e expondo logo mais! É inacreditável”, escreveu o filho do presidente, em resposta ao seguidor.
Tradução “so que parece ser” convite ao vice presidente para palestra nos EUA e convidados-se não visse não acreditaria que aceitou com tais termos (que pode ser conferido no próprio site da empresa) / já que desta vez não se trata de curtida vamos ver como alguns irão reclamar. pic.twitter.com/saNy6qRYGf
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) 23 de abril de 2019
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, para oficiais generais que buscam apaziguar a mais explosiva crise interna do bolsonarismo no poder, a saída ideal seria o presidente declarar que o filho tem direito à sua opinião, mas que ela não reflete o que pensa o pai. Mas a nota lida pelo porta-voz, Otávio do Rêgo Barros, apenas tratou de dizer que Olavo, elogiado como patriota, talvez atrapalhasse o governo com suas declarações.
A menção a Olavo de Carvalho diz respeito às declarações de Olavo em relação ao vice Mourão e os militares. O astrólogo teria incentivado o deputado Marco Feliciano a pedir o impeachment de Mourão. Depois, o guru de Bolsonaro, publicou um vídeo em que dizia que os militares “entregaram o país aos comunistas” e que as últimas contribuições dos colégios militares foram as obras de Euclides da Cunha.
Em resposta, o vice-presidente Hamilton Mourão, disse que Olavo deveria se limitar à função que ele desempenha bem, que é de astrólogo”.
Em um post no Facebook, Olavo diz que tentar arranhar sua reputação o chamando de astrólogo “é coisa de moleque analfabeto”.
A crítica de Bolsonaro às declarações de Olavo de Carvalho apaziguaram um pouco as relações com os militares do governo. Porém, a resistência de Bolsonaro a enquadrar o filho voltou a agravar a crise no governo nesta terça (23). A recusa do presidente é vista, segundo reportagem da Folha, como um assunto delicado de família pelos militares. Muitos consideram que o presidente tem uma dívida com o filho que remonta à campanha eleitoral municipal do Rio em 2000.
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