Não podemos dizer que a morte de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope, miliciano acusado de várias mortes no Rio, e ligado ao senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, não tenha sido noticiada. Ganhou, inclusive, uma longa matéria no Jornal Nacional na noite de segunda-feira (10), com uma linha do tempo mostrando sua ligação com o senador, que o homenageou duas vezes, uma delas com o miliciano na prisão.
Isso, além dos empregos que foram dados a parentes seus na Câmara Legislativa carioca, quando era Deputado Estadual. Na grande imprensa, a notícia apareceu nas primeiras páginas da Folha e do Globo. O Estadão, talvez por uma decisão da direção, resolveu ignorar, esconder dos seus leitores a ação da polícia da Bahia, em parceria com a do Rio, que matou a tiros o miliciano num sítio no interior baiano.
A história do assassinato está muito mal contada. Adriano estava foragido há um ano e temia por sua morte, como queima de arquivo. Dito e feito. Sem testemunhas, a morte dele vai ganhar apenas a versão da polícia, a de que ele reagiu com a chegada dos PMs. Adriano estava sozinho no sítio e o dono da casa, o vereador do PSL, Gilsinho de Dedé, estava longe dali e disse que não sabia que o ex-capitão do Bope estava na sua residência. Tudo muito estranho.
Adriano, além de ser acusado de estar implicado em várias mortes, inclusive da vereadora do PSOL, Marielle Franco, é acusado também de participar das “rachadinhas”, aquele esquema que empregava amigos e parte do salário iam para o gabinete de Flávio Bolsonaro.
A Polícia diz que vai investigar a morte, mas o local do crime está abandonado desde que Adriano foi morto. Ninguém se preocupou em preservar a cena, isolando o local. Que investigação vai ser essa?
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