(Jefe Camarada é militante e comunicador)
Ontem fui para a Praça Santos Andrade acompanhar a manifestação em Curitiba para ver com meus próprios olhos o acontecimento e tirar minha próprias conclusões.
A praça já estava isolada desde as 13:30 para garantir o espaço aos manifestantes.
A PM já estava em peso por lá, mas sem cachorro, cavalaria, batalhão de choque ou qualquer coisa que pudesse parecer agressiva aos manifestantes (se estavam por la, estavam bem escondidinhos), sem falar na simpatia exibida pela corporação ao movimento, refletida no sorriso dos soldados, coisa que quem vai para manifestações populares e sociais sabe que não é comum.
A praça era vigiada por um drone e um helicóptero.
Havia muitos policias, inclusive, superando inicialmente o número de manifestantes no local.
Na praça, tinha ao menos quatro caminhões de som, sendo que um deles incluía bandas fazendo show para os manifestantes. Tudo para deixar o clima bem descontraído. Fiquei pensando de onde vinha tanta grana para bancar todo aquele aparato, mas percebi que ninguém se importava sobre histórico do dinheiro, e sim, que aquele aparato todo reforçava o golpe.
Nunca presenciei tanta gente reunida pregando ódio e fascismo e tanto analfabeto político junto. Não chegaram a cinco mil manifestantes, mas faziam questão de ressaltar que com aquele tanto de gente na rua, a Dilma não tinha mais como governar e teria de renunciar para evitar um golpe.
Pais com os filhos nos ombros gritando palavrões, xingando, pregando ódio e expondo as camisetas fora Dilma e fora PT (que estavam sendo distribuídas, diga-se de passagem).
Não se viam negros por lá. O negro que eu encontrei ontem na praça estava vendendo agua. Se haviam outros, eu não os vi.
Muita gente bonita, cheirosa, com roupas elegantes e camisas oficiais da seleção brasileira.
Carros caros e bacanas lotaram as vagas próximas a praça.
Plaquinhas com mensagens absurdas de ódio e fascismo escancaradas pela praça.
O ato não era contra a corrupção, pois não havia sequer uma bandeira com coerência política e social. Não havia faixa alguma falando efetivamente sobre corrupção. O que vi por lá foi um show de ódio contra o partido dos trabalhadores, contra a Dilma e contra o Lula. Só isto!!!
Antes, o herói desta classe era o Joaquim Barbosa que foi desmoralizado e desqualificado por toda a comunidade jurídica.
Agora o herói da vez é o juiz Sérgio Moro. Falavam nele como um moralizador santificado e como a última esperança para o país.
Pediam intervenção militar, o fim do governo, o impeachment, para os petistas irem para Cuba, pregavam separatismo, pregavam o golpe, pediam o “fim do comunismo” no Brasil e diziam que aqui não será a Venezuela, entre outras asneiras regurgitadas no local.
Mas ninguém gritava contra atos corruptos ou contra corruptos de qualquer outro partido apontados pelo ministério público ou pela PF, somente contra os petistas no governo. Nem pareciam paranaenses desgovernados pelo Carlos Alberto Richa (vulgo “não trabalho aqui, só vim inaugurar”).
Diziam que vermelho não faz parte da nossa bandeira e por este motivo, a cor deveria ser combatida?! Hã?!?!?! Como assim, não usar mais vermelho?!?!?! Pois é!!! A histeria chegou a este ponto, de pregar proibição e combate a uma cor.
Enfim, o maior mico social e a maior concentração de ignorantes políticos por metro quadrado que já presenciei em minha vida. Lamentável!!!
O ato fracassado, diga-se de passagem, não foi contra a corrupção.
Este ato fascista e golpista foi a favor da manutenção do poder da elite, contra o PT e contra o projeto que mudou a vida de milhares de brasileiros.
GOLPISTAS, NÃO PASSARÃO!!!