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Sobre meninas e charutos - assim nasceu O Charuto

6 de Outubro de 2015, 8:14 , por Tânia Mandarino - | No one following this article yet.
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A propósito desta nova abordagem privada, feita hoje numa rede social, relembro a história que deu origem ao blog, cujo símbolo é um belo desenho da artista plástica Désirée Oberst, também originado de tais fatos:

Sobre meninas e charutos

Tudo começou na festa de encontro dos Amig@s 35 anos. Uma festa linda, na qual de repente ouvi alguém dizer “trouxeram charutos, mas só para os meninos”.

Isto de “só para os meninos” me acendeu uma luzinha endiabrada, confesso! Como assim, “só para os meninos” se o charuto é cubano?

Jorge Modesto amigo libertário e cavalheiro não se fez de rogado: recebeu o seu charuto de menino e me colocou aquela belezura nas mãos, cheiroso que só, embrulhado em papel seda com um selo dourado lacrando-o, que me dizia sedutoramente: “abra-me e desvenda-me, senão eu te devoro!”.

Imediatamente nos juntamos, as meninas, ao redor do charuto, como se fosse uma entidade atávica; era um só, para todas e nós soubemos, ah como soubemos, dividi-lo!

Depois de cuidadosamente aceso, até com alguns meninos nós o dividimos!

E aquilo pareceu bom, saboroso, perfumado, agradável aos sentidos, relaxante...

Lá em casa, e quem me conhece sabe disso, a gente conta a história do alemão que pegou a mulher na cama com outro e depois que ela apareceu na frente dele, ele falou, por cima do jornal que lia: “muito moderrrrninha o senhorrra non? Daqui a pouco te pego fumando!”

A gente até costuma brincar um com o outro: “daqui a pouco te pego fumando um cubano heim!”

Pois é. Aconteceu. De repente fiquei muito moderninha.

Mas isto só se coroou depois ter ouvido de um senhor, que “o charuto ofusca a beleza da mulher” “retira-lhe a feminilidade”, que ele preferia “um batom vermelho” e que, “com todo o respeito, o charuto não caiu bem para as nobres comunistas”...

Fiquei então me lembrando de tudo o que a gente já ouviu dos meninos sobre as meninas... E ai o charuto virou mote. Mais que isso: o charuto virou bandeira!

Na realidade, meninos, por mais que a gente ame e precise de vocês, seus comentários machistas sobre nós ou sobre qualquer outra mulher, estão completamente dispensados.

Nosso coração dói, quando vocês se referem a uma mulher de forma vulgar, como se ela fosse inferior porque “deu” pra não sei quem, não sei onde, ou porque mostrou as pernas por baixo da saia curta pra vocês.

Não! A gente não gosta de ouvir referências pejorativas a outra mulher, seja ela quem for. Isto pra nós ofusca a masculinidade e diminuiu a virilidade de vocês.

Na verdade os torna feios. Muito feios!

Guardem para vocês suas histórias de conquistas ou seus comentários que rebaixam outras mulheres; não, nós não nos sentimos superiores quando ouvimos!

Muito menos estamos preocupadas se um charuto vai nos ofuscar a beleza ou diminuir a feminilidade, até porque, temos direito também ao prazer da baforada de um habano, por que não?

Então, a minha baforada de hoje vai em homenagem à feminilidade e à beleza de TODAS as mulheres do mundo. TODAS, sem exceção!

E vai, em desagravo, pelos meninos que estão se equivocando quanto ao que, de fato, É o SER feminino.

Enquanto respeitarmos umas às outras, nada jamais nos diminuirá como Mulheres.

E, a propósito, um charuto cubano é um prazer extraordinário! Vocês deveriam experimentar!

(por Tânia Mandarino - em 03 de março de 2014)