Excelentíssimo Sr. Dr. Juiz de Direito do Plantão Judiciário da noite do dia 24 de abril de 2015, Eduardo Lourenço Bana.
É realmente uma inestimável lástima que eu não tenha encontrado V. Ex.cia para me dar aquela liminar de busca e apreensão de criança, que busquei outro dia, junto ao plantão judiciário, para aquele caso da avó que roubou e fugiu com o neto para lugar desconhecido; o juiz de plantão, que não era V. Ex.cia, preferiu mandar que eu esperasse passar os feriados de carnaval e repetisse o pleito junto a uma das varas de família, sem a prioridade que o caso merecia.
Sinto, também, imensamente, que V. Ex.cia não fosse o juiz de plantão por ocasião das outras oito noites que já passei em claro no saguão do Palácio da Justiça, esperando coisas como, por exemplo, a soltura de um inocente, acusado indevidamente por receptação de um televisor às vésperas do natal, ou o pedido aflito de um pai, cuja mãe de seu filho adolescente praticava alienação parental, o impedindo de frequentar a escola.
Me lembro bem que só queria uma liminar com uma ordem judicial ordenando que aquela mãe voltasse a mandar o filho pra escola, mas nunca a recebi em sede de plantão judiciário. Sempre tive que esperar que os feriados ou as longas noites passassem para tentar de novo e, só então, obter êxito junto ao ritmo de tramitação nada célere da distribuição para uma vara normal, por vezes quando o direito já perecera, por conta de nenhum juiz plantonista deixar de pilaticizar as questões (aquele filho, por exemplo, perdeu um ano de escola!).
Beto Richa teve mais sorte com o juízo de plantão, para azar do Povo paranaense.
Que afortunado, o Beto Richa, que encontrou V. Ex.cia no plantão judiciário da noite do dia 24 de abril de 2015!
Espero respeitosamente encontrar V. Ex.cia no plantão, nas próximas vezes em que eu precisar de uma liminar a noite.
N. termos.
peço deferimento (desde já)
Em Curitiba, capital do Estado de Exceção/PR, 27 de abril de 2015.
Tânia Mandarino
Advogada parananense
OAB/PR 47811