A luta das mulheres por direitos
Historicamente, a mulher ficou subordinada ao poder masculino, tendo basicamente a função de procriação, de manutenção do lar e de educação dos filhos, numa época em que o valor era a força física. Com o passar do tempo, porém, foram sendo criados e produzidos instrumentos que dispensaram a necessidade da força física, mas ainda assim a mulher içou numa posição de inferioridade, sempre destinada a ser um apêndice do homem, jamais seu semelhante.
Esta compreensão acorrentou culturalmente a mulher, moldando-lhe sua existência conforme estas possibilidades apresentadas.
Durante anos o direito de cursar o ensino superior foi negado às mulheres, a busca pelo direito à educação é uma bandeira que passou a ter força só no século 19. A entrada das mulheres na universidade aconteceu primeiramente nos EUA, em 1837, com a criação de universidades exclusivas para as mulheres. Na Europa o processo foi mais demorado e começou pelas universidades menores. No Brasil, Rita Lobato Velho Lopes foi a primeira mulher a receber um diploma superior e a segunda da América Latina. Ela formou-se na Faculdade de Medicina da Bahia em 1887
No século XX, depois das grandes guerras mundiais, dos avanços científicos e tecnológicos, surge irrevogavelmente a possibilidade de outro espaço para a mulher. Por volta da década de 40, o feminismo dá seus primeiros passos, e com isso começa a pensar na possibilidade de um futuro diferente daquele que lhe reservaram culturalmente e historicamente. As mulheres já vinham em um processo, lento e gradual de conquistas sociais, econômicas e jurídicas, mas é a partir de então que se intensificam as discussões e lutas pela superação da situação das mulheres e pelo seu espaço na sociedade especialmente quanto o direito ao voto.
A primeira experiência eleitoral viria a acontecer em 24 de fevereiro de 1932, ainda assim, apenas para as casadas (com a autorização dos maridos), viúvas e solteiras com renda própria. As restrições acabaram em 1934, quando as mulheres conquistaram finalmente o direito de voto, ainda que facultativo (apesar de ser obrigatório para os homens). Em 1946, com o fim do Estado Novo, o volto feminino foi garantido na Constituição aprovada.
(Trechos retirados do artigo: https://espaco-vital.jusbrasil.com.br/noticias/1944790/a-mulher-e-a-evolucao-dos-seus-direitos)
O Dia Internacional das Mulheres
Ainda no século 19, no contexto da Revolução Industrial, o número de mulheres empregadas aumentou significativamente, iniciando um período de longas jornadas de trabalho nas fábricas, mas com os salários significativamente mais baixos em comparação aos homens. Foi a partir desse momento que o feminismo se fortificou como um aliado do movimento operário e em busca de melhorias trabalhistas.
Em 8 de março de 1917, operárias russas foram às ruas em protesto contra o czar Nicolau 2º, a entrada do país na 1ª Guerra Mundial, contra a fome e os baixos salários. (Mais informações em: http://blogoosfero.cc/news/politica/8-de-marco-o-dia-da-mulher-nasceu-vermelho)
Foi também em Nova York que dois episódios importantes para a conquista dos direitos das mulheres aconteceram: as greves de 1857 e 1911. A primeira aconteceu em 8 de março e está ligada à luta das operárias têxteis, que paralisaram suas atividades durante uma semana e foram duramente reprimidas pela polícia. Em 1911, uma nova greve em 25 de março terminou com a morte de 146 pessoas (mais de 100 mulheres) em um incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company. Tais acontecimentos acima ajudaram a instituir o março como mês da mulher e o dia 8 como o Dia Internacional da Mulher, mesmo sem relatos e documentos que comprovem o ocorrido em 1857.
A entrada das mulheres no mercado de trabalho e sua atuação no meio sindical
Com as fortes mudanças de pensamento ocorridas no século XX a participação feminina no mercado de trabalho aumentou, e aumentou também o número de reivindicações específicas nas campanhas salariais sindicais como os de proteção a maternidade e paternidade (auxílio creche, licenças e outros benefícios), igualdade de oportunidades e salários, contra o assédio moral e sexual.
O meio sindical se modifica na medida em que novos atores se inserem no mercado de trabalho e passam a participar da construção de propostas para o mundo do trabalho. Portanto, a luta da mulher por espaços nos sindicatos é a sua própria batalha por afirmação na sociedade.
Tornar os espaços de trabalho mais atraentes e justos, vencer os preconceitos e consquistar o espaço merecido, são tarefas que passam pela soberania e protagonismo das mulheres. Todos temos capacidade de fazer qualquer coisa e, na medida que as mulheres passarem a se colocar de forma diferente, os espaços de trabalho também passarão a tratá-las de forma diferente.
A democracia é o lugar onde todos têm espaço e voz. A OLT e os sindicatos são por natureza os espaços para reflexão, pensamento, organização, luta e solidariedade dos trabalhadores.
Neste Dia Internacional das Mulheres, gostaria de destinar essa mensagem à todas as mulheres que ainda não se engajaram no meio sindical, e reforçar a importância da participação "delas" na ação de reflexão sobre suas condições de trabalho bem como na construção de propostas que visem transformar o mundo em que vivemos.
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