Eu já não gostava do projeto para o metro proposto por Richa/Ducci e também não morro de amores por este novo projeto apresentado pelo novo prefeito da vez, Gustavo Fruet. Acho que Curitiba, por seu passado de vanguarda em soluções para o transporte público, mereceria um novo modal, igualmente inovador.

Um sistema com veículos hibridos elétricos, silenciosos, trafegando em vias elevadas exclusivas e cobrindo todas as regiões do município seria completamente viável com toda esta grana disponível. Infelizmente, nossos influentes munícipes curitibanos não admitem nem uma estação tubo ou via para manobra na chique Praça do Japão. Imagine então, vias elevadas por toda a cidade? Seria um prato cheio para críticas de nossos conservadores de plantão que acham muito melhor enfiar os miseráveis usuários do transporte público, em buracos de tatu escondidos debaixo da terra.

Este posicionamento egoísta não se limita apenas aos moradores das regiões mais nobres e chiques da cidade. A cultura individualista invadiu todos os rincões. Hoje, escondido pela proteção de seus pensamentos, o desejo coletivo é um só:

Um transporte coletivo de massas com qualidade, para que eu possa andar sozinho em meu carro com tranqüilidade.

E deste modo, o transito e a mobilidade urbana tendem a ficar cada vez piores.

É evidente que as lamentações deste polaco metido a escrevedor são completamente inócuas e se finalmente o metro curitibano sair do papel, vai ser conforme o novo projeto apresentado pela equipe de Fruet. Paciência.

Ao frigir dos ovos, este anúncio de financiamento para projetos de mobilidade urbanna na cidade de Curitiba, não implica, necessariamente, que estes projetos um dia sejam postos em prática. É tudo simplesmente politicagem barata.

De um lado, Dilma, Gleisi e fruet, mais uma vez anunciando investimento para a mobilidade em Curitiba, mas com olhos nas eleições do próximo ano, buscando votos para a reeleição de Dilma e tentando alavancar a candidatura de Gleisi contra Beto Richa.

De outro, a oposição ao governo federal e os jornalistas e blogueiros a serviço do governador e sua equipe, que se esforçam em encontrar defeitos no novo projeto e em atribuir a paternidade do metro para Ratinho Jr, secretário de Richa.

Estes profissionais da informação a serviço da desinformação esbravejam que o antigo projeto, muito parecido com o atual, custaria menos da metade do atual valor, que teria um número maior de estações e que a liberação dos recursos só foi possível graças a intervenção quase divina de Ratinho Jr. quando este cumpria seu mandato como deputado federal.

Convenientemente, estes profissionais da informação se esquecem de informar que o novo projeto é mais caro, entre outros motivos, porque é cerca de 5 quilômetros mais longo que o projeto anterior. Porque o sistema de escavação não será de superfície como o previsto anteriormente e que traria enormes transtornos para a cidade, e sim, será executado por um “tatuzão”, evitando estes transtornos na superfície. Que a diminuição no número de estações deve-se a falhas no projeto anterior que previa paradas onde a demanda de usuários não justificaria estas paradas. E que a suposta paternidade de Ratinho Jr. no projeto, resume-se a seu oportunismo em protocolar o pedido de financiamento as vésperas de uma eleição na qual seria candidato a prefeito da capital. Além disso, o novo projeto traz uma grande quantidade de melhorias em relação ao projeto anterior da gestão Richa/Ducci.

Infelizmente, a informação ainda funciona como moeda de troca e os “informadores,” que deveriam estar muito mais preocupados com a verdade factual, inclinam suas penas para o lucrativo campo da politicagem sem escrúpulos.

Deste modo, nem é de se estranhar toda esta desinformação e alienação que toma conta da sociedade.  E assim, o bilionário projeto do metro que deveria ser discutido a exaustão entre todos, acaba por tornar-se mais um projeto eleitoreiro, que servirá para engordar os cofres de empreiteiros e operadores do sistema, todos eles felizes e descompromissados financiadores das próximas campanhas eleitorais.

E assim sendo… A  embarcação Brasil continua a seguir seu rumo…

Polaco Doido