A greve é um direito assegurado por lei a todos os trabalhadores brasileiros. E compete aos trabalhadores decidir quando exercê-lo e quais interesses defender.

É, está lá: lei nº 7.783 de 28 de junho de 1989.

Na prática, a gente sabe que quem decide os interesses a defender nem sempre são os trabalhadores, algumas vezes são os sindicatos muito mais preocupados com os lucros de seus patrões, do que, com a qualidade de trabalho e vida de seus filiados.

Como quando das greves no transporte público. A cidade pára, o cidadão se ferra e, por fim, os motoristas e cobradores não conquistam quase nada, mas o preço da tarifa inevitavelmente aumenta, para a alegria dos donos das empresas de transporte.

Não parece ser o caso da greve de hoje com os funcionários da Copel.

Desde que Carlos Alberto Richa assumiu o comando do estado do Paraná em janeiro de 2011, todo estado estagnou, ficou meio catatônico. Parece que a única preocupação do governo são os contratos de gestão, as terceirizações e as misses.

Com a Copel não é diferente.

Oficialmente, de janeiro de 2011 para cá, não houve nenhum reajuste na tarifa da energia elétrica que, segundo o Gustavão, orelha seca do blog, ainda é de R$ 0,48 o Kwh. Porém, dando uma analisada no histórico de consumo, o custo do Kwh aqui de casa passou de RS 0,489 em março de 2011 para R$ 0,57, um aumento de quase de 19% e o consumo no período teve pouquíssima variação.

Também existem indícios de que a direção da Copel tem “exportado” energia aos empresários amigos a um custo muito inferior ao praticado pelo mercado. Segundo o Dep. Tadeu Veneri, estes indícios apontam para um prejuízo a empresa que podem atingir incríveis R$ 2 milhões.

Apesar disso, a Empresa paranaense de energia vem batendo recordes de arrecadação. Infelizmente estes recordes de arrecadação não se convertem em lucros para a empresa, nem em investimentos ou coisas do tipo.

Acontece que algum expertalhão da diretoria resolveu, sem mais nem menos, aumentar os repasses aos acionistas da companhia. Este repasse que era de 25% até 2010, saltou para 35% em 2011. Com isso, os investidores da bolsa de Nova Yorke, ficaram muito felizes com os R$ 421,1 milhões recebidos pela especulação em 2011.

Mas não para por aí. Em apenas dois anos os salários dos diretores da Copel, em princípio cargos de comissão do estado, receberam um reajuste de 60%, o custo da folha da diretoria passou dos R$ 686 mil em 2010 para generosos R$ 1,1 milhão em 2012.

Em contra partida, os funcionários da Copel, aquelas pessoas que fazem a empresa funcionar e não deixam faltar luz na sua casa, não recebem nenhum aumento salarial desde que o governador assumiu o estado. Os Copelianos estão pedindo um reajuste de apenas 8,5% nos seus salários, um aumento real de apenas 2%. O governador já bateu o pé e diz que não vai dar mais que 5,5% de reajuste.

A justificativa do governador é que a Presidência da República já mandou baixar as tarifas de energia em 4% e se ele conceder esse aumento de 8,5% a Copel vai quebrar.

Mas esse governador acha mesmo que o povo é palhaço?

Para dar 35% para os acionistas internacionais, tem grana.

Para dar reajuste de 60% para os diretores comissionados, tem grana!

Mas para dar uma mixaria de 2% real para os trabalhadores ele não tem? Ora, o governador só pode estas de sacanagem com os paranaenses!

Daí é lógico que os baba-ovos de plantão do tentam melar a greve, ameaçar com demissões e represálias.

Até os Pê-Emes invadiram o piquete dos grevistas, tomaram megafones, microfones e caixas de som só para evitar a manifestação pacífica.

Mais uma vez, reiterando o post de ontem, a PM é a mão armada do governo do estado. Não foi o soldado da PM que tomou o material dos grevistas, foi o governador do estado, o comandante máximo destes PMs!

E segue o barco…

Richa não atende os servidores do estado, Richa sucateia a educação, Richa desmoraliza e joga o povo contra a Polícia Militar, Richa não atende os atingidos pelas enchentes no litoral a quase um ano…

De governo Richa até agora nada.

Quando vai entrar em ação o tal “Xoque de Jestão”?

Polaco Doido