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Polaco Doido

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Não é nada não. É só medo de enfrentar o próprio medo

noviembre 5, 2013 21:55 , por Desconocido - 0no comments yet | No one following this article yet.
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Depois dessa prometo a mim mesmo que vou me esforçar ao máximo para não mais trollar o senhor Olavo de Carvalho nas páginas deste pouco lido e deletério espaço virtual.

Apesar do muito que li e ouvi a respeito da suposta inteligência e sagacidade do senhor Olavo de Carvalho, sempre que tentava comprovar estas opiniões, encontrava nos textos dele nada mais que frases repletas do lugar comum, raciocínios rasos, análises superficiais e fortes doses de arrogância, preconceito e muitos extremismos descabidos.

O Sr Olavo nunca me convenceu e até aí tudo bem. Ele que continue com seus chiliques que eu aqui continuo com os meus.

O problema nunca foi o Sr Olavo. O real problema é que sempre tem um espírito-de-porco desprovido de qualquer espécie semancol e que, numa discussão qualquer, começa a vomitar verborragias decoradas em algum artigo publicado pelo pretenso filosofo.

Daí, quem não conhece as estratégias e artimanhas do Sr Olavo, até pode acreditar que se tratam de posicionamentos sérios, firmemente embasados em verdades factuais e que se fazem passar pelo que se poderia chamar de “a nata do pensamento contemporâneo”.

Porém, quem já conhece o métier do pretenso filosofo já no ato consegue captar as armadilhas e identificar que no meio de toda aquela verborragia fantasiada de erudição, na verdade, abriga um festival de falácias, meias verdades e raciocínios rasteiros que se prestam somente a tumultuar todo e qualquer tipo de debate lúcido e coerente.

Então, nem é de se estranhar que eminentes figuras do conservadorismo reacionário brasileiro vejam no Sr Olavo de Carvalho um tipo de mestre e guru das hordas de órfãos intelectuais, todos tomados por uma verdadeira paranóia anti-esquerda e que encontram nele um porto seguro, livre da “ditadura Marxista” que tomou de assalto o Brasil desde 2002, quando Lula foi eleito Presidente.

Deste modo, os debates que deveriam servir para tentar enfrentar os problemas da nação, buscar soluções ou alternativas, acabam-se limitando a um falso embate ideológico entre os da esquerda e os da direita, os conservadores e progressistas. Uma disputa inútil, que não leva a lugar nenhum e funila a todos numa espécie de limbo, num beco sem saída.

Atingimos um grau de alienação tão estratosférico que até mesmo um texto claramente irônico de Antônio Prata publicado na edição de domingo do Jornal Folha de São Paulo, repercutiu reações positivas exacerbadas por parte dos adeptos do pensamento conservador. Até Roger, vocalista da banda Ultraje a Rigor, que se vangloria por possuir um QI muito acima da média, não enxergou a ironia e tuitou: “Caralho. Esse tem culhão.”

Tenho para mim que o Sr Olavo de Carvalho, juntamente com outros colunistas da grande mídia nativa, é o grande responsável por esta alienação que invadiu as mentes do brasileiro médio.

Sinceramente, até estava pensando em agraciá-lo com o título de Pai do Cochinhinsmo  brazuca, por seus relevantes serviços em prol do emburrecimento de seus leitores, alunos e fãs.

Porém hoje, navegando por aí, encontro a seguinte declaração assinada pelo Sr Olavo de Carvalho.

O Sr Olavo afirma que estudou formalmente apenas até o quarto ano do ginásio, o equivalente a oitava série do ensino básico, do primário para aqueles um pouco mais velhos como eu.

Ou seja, formalmente falando, o Sr Olavo de Carvalho não tem estofo para discutir a resolução de uma equação de 2º grau, não conhece formalmente o teorema de Báscara, não tem nenhum embasamento acadêmico para discutir assuntos de história, física, química. Porém, ele os faz com muita freqüência.

O leitor até pode achar que estou exagerando e que o Sr Olavo de Carvalho tem total competência para tratar destes assuntos, pois dedicou seu tempo ao estudo por vias alternativas, é um autodidata.

Particularmente, não tenho absolutamente nada contra o autodidatismo. Eu mesmo sou autodidata em várias coisas que me meto a fazer:

Sou autodidata em música e no violão como instrumento. Toco e componho razoavelmente bem, dediquei muito do meu tempo a este aprendizado, mas com quarenta e poucos anos, nem chego perto de qualquer piazote cheio de espinhas estudante de música em qualquer conservatório por aí.

Sou um escritor autodidata, arrisco minhas obras literárias de ficção ainda não publicadas e tenho um blog (este que você esta lendo agora) que recebe uma invejável quantidade de visitas diárias. (obrigado!)

Não é por isso que vou recomendar a meus leitores que estudem por conta, que se libertem das amarras da vida acadêmica e busquem vias alternativas de aprendizado.

A vida acadêmica é difícil sim, mas apenas ela fornece bagagem suficiente para o auto-aprendizado depois de cumprido, pelo menos, o período de graduação.

O autodidatismo esbarra naquilo que talvez, seja a mais importante atribuição da educação formal, acadêmica. Estudar e aprender aquilo que é chato, desinteressante e desestimulante.

Por exemplo: Na música, nunca tive paciência para estudar escalas, harmonia e construção de acordes. Nas letras, não domino a regência, não sei definir um verbo intransitivo, não sei nem começar uma análise sintática (talvez apenas reconhecer o sujeito e o verbo, mas nada além disso).Reconheço minhas limitações e continuo fazendo o que gosto no modo “empurrando com a barriga.”

Com o Sr Olavo a coisa parece ser muito diferente. Ele não admite suas limitações e para se auto-convencer da razão, precisa desconstruir tudo que ameace seu frágil embasamento teórico.

Talvez isso explique sua fúria nos ataques ao sistema formal de ensino, às instituições de ensino superior, aos ideais progressistas, ao socialismo, à esquerda. Ele não as conhece e as teme e, por não conhecê-las, ataca-as através de sua arma mais potente, criada, montada, calibrada por anos de aprendizado informal. Sua quase que impecável retórica.

O maior problema é que essa quase impecável retórica acaba funcionando como um tiro que explode a culatra. Erroneamente transforma o Sr Olavo num líder, num pensador irrepreensível, coisa que ele não é. Muito pior, transforma seus pupilos, seus fãs e seguidores em pessoas acéfalas, alienados cuja principal missão é nivelar por baixo os debates e destruir qualquer tipo de discussão lúcida que vá de encontro a fé eles que têm no seu líder e em seus ensinamentos.

Mas nem tudo está perdido.

Sr Olavo de Carvalho, nunca é tarde para recomeçar. Basta calçar as sandálias da humildade, assumir suas próprias limitações e, por que não, fazer um exame de equivalência, um extensivo supletivo de segundo grau e, quem sabe,  o ENEM, prestar vestibular e entrar numa universidade pela porta da frente.

Desde que o primeiro homem pisou na terra, o maior medo dele e de seus descendentes sempre foi o medo pelo desconhecido. Já não está na hora de encarar de frente seus medos?

Pensa nisso. A sociedade agradece.

Polaco Doido


Origen: http://www.skora.com.br/?p=5328

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