
Até quinta-feira passada, os grandes veículos de comunicação da mídia privada, cobriam com imenso desdém os protestos e manifestações a respeito dos aumentos abusivos nas tarifas do transporte coletivo em várias cidades do país.
Porta-vozes da elite oligáquica brazuca do naipe de Arnaldo Jabor, Datena, Reinaldo Azevedo e similares não poupavam críticas aos manifestantes, taxando-os de baderneiros, arruaceiros e vândalos.
Mas bastou que os repórteres dos veículos do PIG também sofressem as consequências da truculência da PM paulista nas manifestações da última quinta feira, para que os mais proeminentes porta-vozes das elites mudassem radicalmente seus discursos, agora apoiando incondicionalmente as manifestações populares.
A velha máxima: Se não pode vencê-los, junte-se a eles.
Agora a grande mídia aderiu de vez a onda de protestos pela redução das tarifas e, com todo poder de influência que possui, tenta mudar o foco dos protestos, transformando os problemas do transporte público em coisa menor e induzindo os manifestantes a protestar contra a Copa, a corrupção os mensaleiros, numa reedição com apoio popular do movimento “Cansei!”
Na última sexta-feira, participei da manifestação de apoio aos protestos em outras grandes cidades do país e o que mais me chamou a atenção foi a não adesão dos manifestantes curitibanos à causa do transporte público e a abertura das caixas pretas da URBS. O grito de guerra repetido com mais frequência era:
“Da Copa, da Copa/ da copa eu abro mão/ queremos mais dinheiro pra saúde educação.”
Posso estar enganado, mas tenho a clara impressão de que, pelo menos em Curitiba, o movimento está tomando um rumo diferente da luta por um transporte público de qualidade a um preço justo e transformado-se em protesto generalizado, contra tudo e contra todos.
Só para ilustar:
Será que aqueles manifestantes (faísca atrasada) que agora não querem a Copa do Mundo no Brasil, sabem disso?
Orçamento da União:
R$ 79.331 bilhões para a Saúde só em 2013
R$ 38.093 bilhões para a Educação só em 2013
R$ 26.621 bilhões para a Copa desde a escolha do Brasil como sede até a realização do evento em 2014. Média, portanto, de R$ 4 bilhões por ano.
Desses R$ 26 bi da Copa, a maior rubrica, R$ 8,6 bilhões é destinado a projeto de mobilidade urbana. Outros R$ 6,8 bi são para melhorar os aeroportos das cidades-sedes. Há ainda investimentos em segurança, portos, telecomunicações e turismo. Investimentos que o Brasil precisa e que ficarão como benefício para a população mesmo depois da Copa.
“Apenas” R$ 7 bilhões destinados à construção e reformas de estádios – menos de 10% o orçamento da Saúde em um único ano.
A copa do mundo no Brasil, a meu ver é muito positiva. Fora os investimentos em estádios, os outros em infraestrutura são muito positivos. São melhorias na mobilidade urbana que só foram possíveis graças a realização deste evento.
E nas próximas?
Os manifestantes vão gritar pela Família, com Deus e pelo Direito à Propriedade?
Vão pedir a cabeça dos mensaleiros?
Até onde esta onda de protestos pode nos levar?
Atualizado as 15:07
Se até o ex-CQC, politicamente incorreto, Rafinha Bastos, aderiu, pode saber que o movimento tomou outros rumos, foi pras cucuias, virou movimento de RAEÇA!
Polaco Doido









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