O legislativo federal, com base no projeto de lei do dep. federal João Campos (PSDB-GO) pretende rasgar e queimar todos os livros de medicina e psicologia do mundo moderno ocidental.

Parece piada, mas o deputado de Jesus pretende classificar o homossexualismo como uma doença, com CID, instituição de procedimentos padrão para tratamento e tudo mais.

Um absurdo.

No último 28 de junho, coincidentemente dia do orgulho gay, foi realizada a audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, para discutir justamente este projeto de lei do deputado goiano que pretende taxar como doentes todos aqueles que tenham uma orientação sexual diferente daquela aprovada pelas sagradas escrituras.

A audiência proporcionou o enfrentamento direto entre a bancada evangélica do congresso e a frente LGBT, que defendia o respeito à decisão da comunidade científica sobre o assunto.

Do lado dos evangélicos, ninguém menos que minha vizinha, a psicóloga-cristã Marisa Lobo defendendo a idéia de que o homossexualismo, além de ser pecado tem cura.

A psicóloga cristã proferiu baboseiras do tipo:

“Se a homossexualidade é ou não uma doença, não existe nenhum consenso sobre este tema na comunidade científica internacional.”

A que ponto chegamos? Aonde este tipo de intolerância vai nos levar?

A tal audiência pública acabou virando a maior zona, mas é bem provável que o projeto de lei seja votado e aprovado em breve.

Bom, eu aqui Polaco e Doido, não entendo patavinas de psicologia, por outro lado, entendo um pouco de ciência. Minha formação intelectual foi forjada com base no método científico, que grosseiramente, é o jeitão formal de se fazer ciência. Baseado na elaboração de uma hipótese, na observação das evidências, nos testes controlados para, por fim, criar uma teoria. Uma teoria que mais cedo ou mais tarde, poderá ser refutada por qualquer outra pessoa, sem prejuízo a nenhuma das partes envolvidas.

Agora vem cá. De onde esta pseudo psicóloga tirou a informação de que não existe consenso sobre a homossexualidade não ser uma doença?

Sei lá, mas a mulher deve ter estudado psicologia lendo livros de filósofos iluministas. Só pode.

Os iluministas tentavam justificar suas idéias baseados em malabarismos filosóficos (olha o polaco se metendo no que não deve)

Entre os iluministas existia um carinha chamado Immanuel Kant. Kant era uma carola de carteirinha que para justificar suas idéias, utilizava de mastrubações mentais pra lá de contestáveis.

Entre outras, Kant afirmava que o conhecimento humano é baseado na existência de conhecimentos puros, que não carecem de verificação empírica. Para ele, aquela voz que vive na cabeça de cada um, que pode ser definida como alma ou espírito, por si só e amparada por uma “razão” inexplicável, poderia responder a qualquer um dos questionamentos humanos.

Tá, beleza, o Polaco também não entende patavinas de filosofia, mas tenta acompanhar meu raciocino.

Segundo Kant, uma voz na sua cabeça é um sinal da inspiração divina e nada impede que esta inspiração ou voz na sua cabeça, por meio de outros malabarismos racionais, justifique a existência de gnomos, fadas, unicórnios, um bule que orbita Júpiter ou deuses, demônios e até de que o homossexualismo, não é nada mais que uma doença.

Acha que estou exagerando?

Então de uma olhada nas reações da suposta psicóloga durante um debate sobre a discriminação da maconha no ano passado.

Pelo vídeo dá pra entender porque a tal audiência pública sobre a doença “bichice” acabou em barraco. A moça não quer nem saber dos argumentos contrários, para ela a verdade é uma só e nada, nem ninguém no universo vai fazê-la mudar de opinião.

Triste!

E é por causa de políticos da bancada evangélica, juízes, delegados e p”i”sicólogos cristãos, que ao invés de ater-se em fatos e evidências, preferem ouvir as vozes que gritam em suas cabeças que corremos o sério risco de termos muito em breve a instauração da ditadura evangélica brasileira. O estado teocrático da bíblia e do Brasil.

Alguém aí puxa a cordinha que eu quero descer!

Polaco Doido