[Bem Legal] As voltas que o mundo dá.

Surrupiei do AstroPT

Rezemos para que o próximo prefeito não seja tão displicente com a cultura e os artistas locais

A imagem de cidade modelo, bem planejada, bem cuidada de Curitiba começou a ruir durante os anos da gestão Cássio Taniguchi (1997-2005). Durante a gestão do ex-prefeito foram criadas as OSs como o ICI e outras tantas, os contratos de terceirização dos radares e outros tantos, os contratos de locação de veículos e outros tantos e mais outras tantas negociatas obscuras que transferiram as responsabilidades do poder municipal para a iniciativa privada, com custos elevados e lucros astronômicos para as empresas beneficiadas.

Com a cultura não foi diferente. A Fundação Cultural de Curitiba foi criada em 1973, desde 2004 vem tendo suas atribuições substituídas pelo ICAC (instituto Curitiba de Arte e Cultura) uma Organização Social (OS) que presta serviços ao município e, em contra partida, não tem nenhuma obrigação de prestar contas a população sobre o que fez e quanto gastou para realizar este serviço.

Nos últimos anos o ICAC vem assumindo o controle de vários espaços e programas da cultura da cidade em quanto isso, a Fundação Cultural de Curitiba vai sendo sucateada, abandonada e seus quadro de servidores, cada vez mais reduzido, vai sendo transferido para outros setores do serviço municipal.

Se o leitor ainda não sabe. Uma OS repassa os serviços sociais de uma entidade pública para uma empresa privada, sem que para isso sejam necessários concursos públicos, nem mesmo, licitações no rigor da lei. Ou seja: A OS repassa os serviços públicos, pagos com dinheiro público, para quem preferir pagando o quanto quiser sem se submeter aos rigores da lei. E não, não é uma privatização é farra com dinheiro público mesmo!

Agora, com a nova configuração do poder municipal, estas OSs e suas empresas privadas parceiras correm o sério risco de perder suas tetas ou ter que se contentar com um ubre menos cheio do dinheiro público. O resultado não poderia ser diferente.

Faltando pouco mais de 60 dias para a realização da 31ª Oficina de Música de Curitiba, o Picolé de Chuchu ainda não liberou a grana, ainda não foi apresentada uma agenda, ainda não foram abertas as inscrições, nem os professores importados foram definidos, ou seja, da 31ª Oficina de Música ainda nada!

Depois de 30 edições da oficina em 2013 o evento corre o sério risco de não ser realizado, graças a sanha entreguista de Taniguchi, Richa e Ducci.

Mas também, o que mais se pode esperar da cultura de uma cidade, quando o ápice dos eventos culturais do ano são marcados pela presença de ícones do gabarito Ale Leprevô, Cauby, Angêla Maria e na periferia somos presenteados com DJs de uma rádio local tocando enlatados importados em suas potentes picapes movidas a MP3 pirateado.

O próximo prefeito nem precisa aplicar 1% do orçamento em cultura. Se ao menos aplicar corretamente 0,1% do orçamento para possibilitar aos artistas locais a oportunidade de criar e apresentar sua arte já está de bom tamanho e isso não custa nem 1/10 do que custa uma virada cultural recheada de medalhões inexpressivos do eixo Rio-São Paulo.

~ooo~

Se ainda tiver estômago recomendo a leitura:

http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=1317129&tit=Um-novo-poeta-pop-de-Curitiba-e-aclamado-na-Boca-Maldita

http://www.jagostinho.com.br/?p=59742

Polaco Doido