Chegar até a Comuna, ou seja, à propriedade social da terra que não é nem de pessoas físicas nem de uma pessoa jurídica, o que não é nem proibido, nem é admitido pelas autoridades do Estado, será um longo processo. E desde o seu primeiro dia este processo será apoiado sobre duas colunas, duas instituições: uma MUTUALIDADE ou associação mutual de poupança e investimento com finalidade específica, proprietária dos recursos comuns; e uma COOPERATIVA gestora da posse e dos recursos econômicos desta propriedade comum. Cada uma delas terá a sua MOEDA SOCIAL.
A moeda social da mutualidade será o grama do ouro, sempre na sua equivalência em reais e na cotação da BOVESPA. Muitos torcem o nariz para o ouro, como se ele fosse expressão do capitalismo ou o seu valor fosse manipulado pelas grandes corporações. Não é. Ele guarda o seu valor relativo frente ao conjunto das demais mercadorias desde antes do capitalismo. E graças a sua pulverização em mãos de centenas de milhões de indianos e muçulmanos e outras particularidades do seu universalmente equalizado mercado (um só valor em todas as praças), como, por exemplo, o aumento da sua produção apesar de não se acharem novas jazidas (extraído segundo novas técnicas), NÃO EXISTE AGENTE ECONÔMICO CAPAZ DE MANIPULAR O SEU VALOR.
Quem não gosta de falar em dinheiro, quem confunde capital com capitalismo, é gente que tem problemas psicológicos com o dinheiro. Estes jamais conseguem formar uma poupança ou patrimônio (mesmo assim terão lugar na nossa cooperativa, só não na mutualidade). Apesar de muit@s restarem nesta condição nossa tarefa de SUPERAÇÃO DO CAPITALISMO através do RESGATE DA PROPRIEDADE DA TERRA, libertando assim os recursos naturais do mercado imobiliário com a constituição da propriedade social ou coletiva sobre uma COMUNA, exige o respeito aos capitais alheios, daqueles que vierem a contribuir com recursos materiais a este projeto. Portanto, o grama de ouro é a MOEDA SOCIAL por excelência para este projeto oferecer salvaguarda ao capital, visando a superação do capitalismo, uma vez que o subverte ao permitir o empréstimo SEM JUROS.
Já a MOEDA SOCIAL DA COOPERATIVA servirá para as transações entre os cooperados e entre estes e a cooperativa, liberando assim reais para renderem juros no sistema bancário. Como nossa cooperativa não será grande, penso que a sua moeda pode ser como o ECO da Cooperativa Integral Catalã, anotada numa cartela ou caderneta pessoal. Mediante alguma contraprestação, de serviço ou pagamento em reais, a cooperativa emite a moeda que é anotada na caderneta da pessoa. E de lá ela transfere e adquire moeda social a partir do visto e anotação na caderneta de quem paga e quem recebe. Esta moeda nasce da cooperativa e morre ao retornar para cooperativa, A COOPERATIVA NÃO PAGA REAIS PELA SUA MOEDA SOCIAL, apenas recebe reais por sua moeda social. O câmbio flutuante é sempre melhor que o fixo, logo pensei que nossa moeda cooperativa deveria ser a expressão do VALOR DA HORA DE TRABALHO DO COOPERADO remunerada todos os meses pela cooperativa, mas, para fins contábeis apurada em balancete trimestral (fixada trimestralmente).
A cooperativa subtrai do seu faturamento os seus custos e separa as reservas dos seus fundos obrigatórios e optativos (de eventuais perdas, para educação e saúde dos cooperados, para a devolução do mútuo e para equalização das retiradas dos cooperados), e as SOBRAS LÍQUIDAS precisam ser PARTILHADAS entre os cooperados na proporção de horas de trabalho prestadas por cada um. Quanto maior a produtividade maior o valor da moeda social, se baixar a produtividade desvaloriza a moeda.
Esta moeda social é a solução para o mutuante (pessoa que põe dinheiro na mutualidade) que, nesta condição, quer usufruir de um lote de posse privativo dentro da comuna gerida pela cooperativa, mas não quer ou não pode trabalhar como cooperado. Nossa cooperativa integral, que objetiva o resgate da propriedade privada sobre uma determinada terra, exige que todo cooperado efetivamente preste serviço à cooperativa, gerando assim MAIS VALIA coletiva que servirá para este resgate. Nossa cooperativa integral é assim diversa da Cooperativa Integral Catalã e da OSCIP Aliança Luz, que podem admitir toda gente trabalhando nelas ou não. A moeda social é uma solução porque o mutuante não cooperado, que não trabalha para cooperativa, nem ninguém de sua família, não prestam, digamos, as 150 horas mensais de labor cooperativo remunerado (art. 25 da Lei 5.764/71), pode ele optar por pagar para a cooperativa uma indenização de, digamos, 30 moedas sociais, 30 horas de trabalho que são remuneradas aos cooperados independente da pessoa ou função. Horas ou moedas estas que ele adquire prestando serviços aos demais cooperados detentores desta moeda ou as compra com reais diretamente na cooperativa que as emite.
AS MOEDAS SOCIAIS DE UMA COMUNA RESTAURADA
18 de Junho de 2014, 5:24 - 5 comentários | No one following this article yet.
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