por Marina Dias, no Terra Magazine

O senador do PSDB Aécio Neves (MG) se reuniu na manhã desta segunda-feira (25), em São Paulo, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e outros dirigentes tucanos na tentativa de, mais uma vez, buscar apoio para sua candidatura à Presidência da República, em 2014, e também à presidência do partido. O PSDB paulista, com muitos caciques ligados ao ex-governador José Serra, ainda resiste aos movimentos de liderança do senador mineiro.

No entanto, Aécio preferiu minimizar a ausência de Serra durante suas agendas na capital paulista e endossar o apoio do ex-governador a uma eventual candidatura para as eleições do próximo ano. “Considero que a presença do governador Serra é muito importante na discussão desse novo modelo para o Brasil, pela sua respeitabilidade, pelo seu capital político… e tenho muita confiança de que ele manterá a coerência de toda a sua vida e estará ao lado do PSDB e do seu candidato [à Presidência da República], que será indicado somente em 2014″, afirmou o senador.

A reunião desta manhã aconteceu no Instituto FHC (iFHC), no centro da capital paulista, e contou com a presença do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, do vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman, do senador Aloysio Nunes (SP) e do vereador Andrea Matarazzo. Estes três últimos são muito próximos de Serra. Já Guerra, assim como FHC, apoia Aécio para 2014 e para a presidência do partido.

Na saída do evento, Aécio afirmou que foram discutidos os problemas de infraestrutura do Brasil, principalmente os ligados a transporte e energia, com a participação de três economistas críticos ao governo Dilma Rousseff. Para ele, o PSDB é um partido que precisa se “reorganizar” e se “profissionalizar”. “O PSDB precisa investir em comunicação, precisa transmitir para as pessoas, para o cidadão comum, o que nos diferencia do governo atual. As pessoas têm que compreender que o PSDB administra melhor, tem mais cuidado com a questão ética e apresenta melhor os resultados do que o PT. E esse é nosso grande desafio”, disse o mineiro.

Presidência do PSDB

Apesar de haver ainda vozes contrárias entre os tucanos, Aécio Neves é o principal nome indicado para suceder Sérgio Guerra na presidência nacional do PSDB. O senador mineiro mostra disposição para assumir o cargo, mas é cauteloso quanto às negociações. “Essa é uma questão que está sendo construída dentro do partido e será feita de forma harmoniosa. Eu, pessoalmente, nunca postulei presidir o PSDB, mas confesso que há um movimento de governadores, de parlamentares que consideram importante eu estar na presidência do partido. Mas só farei isso se for consensual, inclusive com o apoio de São Paulo”, explicou.

O senador ainda comentou as declarações de Serra sobre a possível candidatura à Presidência do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ser boa para o país, mas desconversou sobre o silêncio do ex-governador sobre a sua provável candidatura para 2014. “Política é a arte de administrar o tempo. Eu não sou candidato à Presidência da República, porque nós estamos em 2013 e isso só ocorrerá com a definição do partido em 2014. [...] Respeito muito o governador José Serra e a posição dele é uma manifestação dele, e é absolutamente igual à minha, à do presidente Sérgio Guerra, à do presidente FHC… todos nós achamos que a candidatura de Eduardo Campos é muito bem-vinda”.