Vereador Laércio Benko (PHS) cobra Alckmin: "Contrato da Sabesp com a cidade não está sendo cumprido. O principal objetivo é fornecer água, o que não está ocorrendo"
Por Rodrigo Gomes, da RBA
A Câmara Municipal de São Paulo inicia nesta quarta-feira (20) os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o fornecimento de água pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) para a capital paulista.
Proposta pelo vereador Laércio Benko (PHS), a comissão não vai investigar as causas da falta d’água, mas sim o cumprimento do contrato da companhia com a prefeitura. “Na cidade toda, temos falta: na Vila Madalena, Parque Edu Chaves, no Itaim Paulista, na Brasilândia. Só não existe grave crise hídrica para quem não quer ver”, justificou Benko.
Aprovada em plenário no dia 6, a comissão só poderá iniciar o trabalho nesta quarta-feira devido a uma manobra dos parlamentares do PSDB, que não indicaram o membro do partido. O prazo para indicação se encerrou segunda-feira (18) e o presidente da casa, vereador José Américo (PT), teve de indicar o vereador Mário Covas Neto (PSDB) para a comissão. O partido pode substituí-lo no decorrer dos trabalhos. Os parlamentares do PSDB votaram contra a CPI, que consideram eleitoreira.
Para Benko, o contrato da Sabesp com a cidade não está sendo cumprido. “O principal objetivo é fornecer água, o que não está ocorrendo”, afirmou, no dia em que a instalação da comissão foi aprovada.
A comissão terá, além de Benko e Covas Neto, os vereadores: Reis (PT), José Police Neto (PSD), Milton Leite (DEM), Roberto Trípoli (PV), Paulo Frange (PTB), Nelo Rodolfo (PMDB) e Ari Friedenbach (PROS). Amanhã será realizada a eleição para presidente, vice-presidente e relator da comissão. Os parlamentares também devem elaborar uma agenda de atividades e propor convocações de representantes da Sabesp, do governo municipal, entre outros. A CPI terá 120 dias para concluir os trabalhos.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) resiste a admitir a possibilidade de racionamento. Mesmo com diversos relatos de falta d’água em diversos horários, em regiões diferentes da cidade, o governador garante que não há cortes de água, nem risco disso até março de 2015.
A Assembleia Legislativa não aprovou nenhuma investigação sobre o tema até agora. Só o Ministério Público Federal (MPF) cobra que a medida seja declarada e posta em prática para evitar um colapso do sistema de abastecimento.
Desde o início do ano, o estado de São Paulo vive uma crise abastecimento de água, com reservatórios atingindo níveis cada vez mais baixos, mês a mês. Em maio, o Sistema Cantareira, que atende 8 milhões de pessoas na capital e na região metropolitana, passou a usar água do chamado “volume morto”, uma reserva que só pode ser captada com bombas de sucção na superfície.
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