Nota da Direção Executiva da CUT
O Banco Central cedeu às pressões dos especuladores e de parte da mídia que defende os interesses dos bancos, seus principais patrocinadores, e aumentou em 0,25 ponto percentual a taxa básica dos juros.
A decisão atendeu aos conservadores e especuladores, únicos que vão ganhar com isso, e contrariou um dos pilares da política econômica do governo que é a geração de emprego e distribuição de renda.
Para um país que enfrenta o desafio de voltar a crescer de maneira robusta, aumentar a taxa de juros significa apostar no não investimento produtivo.
Para o especulador o que interessa é o lucro pessoal e não o desenvolvimento do país, nem que para isso tenham que inventar fenômenos como o tomate assassino.
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Do Portal Terra: “Primeira alta desde 2011″
O Banco Central aumentou nesta quarta-feira a taxa básica de juros (Selic) pela primeira vez desde julho de 2011. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC optou por elevar a taxa em 0,25 ponto percentual, a 7,50% ao ano, sendo que a última vez que a Selic havia sido elevada pelo banco foi em julho de 2011, quando a taxa ficou em 12,50%.
Por seis votos a favor do aumento e dois votos pela manutenção da taxa Selic em 7,25% a.a., ficou definida a alta da taxa básica de juros. Em nota, o BC afirmou que “o Comitê avalia que o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços, entre outros fatores, contribuem para que a inflação mostre resistência e ensejam uma resposta da política monetária. Por outro lado, o Copom pondera que incertezas internas e, principalmente, externas cercam o cenário prospectivo para a inflação e recomendam que a política monetária seja administrada com cautela”.
A maioria dos analistas financeiros esperava pela manutenção dos juros básicos, segundo o boletim Focus, do BC, que ouve o mercado. As previsões de mercado publicadas no boletim Focus mantiveram a previsão para a taxa Selic apesar dos avisos recentes de autoridades econômicas do governo de que poderiam tomar medidas impopulares para conter o avanço da inflação, entre elas o aumento dos juros.
Na sexta-feira, o BC e o Ministério da Fazenda afinaram o discurso e pavimentaram o caminho para que o ciclo de aperto monetário comece ao enfatizarem que o governo não vai deixar a inflação sair do controle. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, defenderam que a escalada de preços não será tolerada, o que, na avaliação mercado, mostrou uma sintonia para que o Copom eleve a Selic.
O mercado aposta que a inflação em 2013 deve ficar em torno de 5,68% – estimativa inferior à da semana passada, quando a previsão foi de 5,7%. A previsão está fora do centro da meta perseguida pelo governo, que é de 4,5%, mas dentro do intervalo de tolerância, que vai de 2,5% a 6,5% ao ano.
Em 2012, o Copom reduziu a Selic em 3,75 pontos percentuais. Em agosto de 2011, quando a Selic estava em 12,5% ao ano, o Copom deu início ao processo de afrouxamento da política monetária para dar força à economia nacional – impactada pelo desempenho frágil do crescimento mundial. O Copom reduz a Selic para estimular a atividade econômica. No sentido oposto, a taxa é elevada quando a autoridade monetária avalia que a economia está muito aquecida, com alta dos preços. Então, o Copom sobe a taxa para incentivar a poupança, desestimular o consumo e segurar a inflação.
A Selic é usada como referência para as taxas cobradas pelos bancos de seus clientes e desde o ano passado o indicador serve também para medir o rendimento da caderneta de poupança. Quando a Selic atinge o patamar de 8,5% ao ano ou menos, o investimento mais usado pelos brasileiros rende o equivalente a 70% da taxa básica de juros, acrescida da Taxa Referencial (TR).
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