Com o fim da trégua de 72 horas entre Israel e o Hamas, a Faixa de Gaza voltou a ser alvo nesta sexta-feira (08/08) de bombardeios por parte do Exército israelense, que ataca novamente a região após acusar milícias palestinas de lançarem dezenas de foguetes em seu território.
Segundo fontes ligadas ao setor da saúde, um menor morreu na Faixa de Gaza, e outros nove palestinos ficaram feridos, em um dos bombardeios israelenses na região, enquanto dois israelenses ficaram feridos após a queda de um foguete. O cessar-fogo terminou às 8h (horário local, 2h de Brasília) depois que porta-vozes do Hamas disseram na noite passada que as milícias não aceitavam uma prorrogação.
Minutos após terminar o cessar-fogo, a Jihad Islâmica e os Comitês Populares de Resistência dispararam uma dezena de foguetes contra cidades em Israel, que por enquanto chamou seus negociadores do Cairo com o argumento de que “não negocia sob fogo”.
A criança palestina morreu em um ataque a uma mesquita no campo de refugiados de Jabalya, disse Ashraf al Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde em Gaza. Fontes de segurança informaram que a Força Aérea israelense realizou hoje seis ataques em todos os setores da Faixa.
Segundo as mesmas fontes, Israel também atacou no norte da Faixa a partir de navios de guerra, assim como com sua artilharia. As vítimas em Gaza desta manhã se somam às que a operação israelense Margem Protetora tinha causado até a entrada em vigor na terça-feira da trégua de 72 horas pedida pelo Egito para negociar com as partes um cessar-fogo permanente. No total, 1.888 palestinos morreram e cerca de 10.000 ficaram feridos desde o dia 8 de julho.
Sem negociação
A delegação israelense que se encontrava no Cairo, a capital do Egito, para as negociações de um cessar-fogo com as milícias palestinas na Faixa de Gaza retornou a Jerusalém nesta sexta-feira para consultas, informaram fontes governamentais citadas pela imprensa local.
A delegação, que desta vez permaneceu no Egito por cerca de nove horas, chegou a Israel pouco antes do término do cessar-fogo de 72 horas. Fontes governamentais que pediram anonimato disseram ao jornal Yedioth Ahronoth que Israel “não negocia sob fogo”.
A delegação tinha comparecido ao Cairo para acompanhar os contatos com o Egito, que atua como mediador frente ao Hamas, organização que Israel não reconhece e que considera por lei como um “grupo terrorista”. Durante os últimos três dias, os representantes do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, fizeram várias viagens entre os dois países enquanto as partes negociavam.
Medidas de emergência
A divisão de Defesa Civil das Forças de Defesa de Israel (IDF, sigla em inglês) instaurou novamente nesta sexta-feira as medidas de emergência em um raio de 40 quilômetros ao redor da Faixa de Gaza, reabriu os refúgios e proibiu a concentração de pessoas em um raio de 80 quilômetros. A medida afeta mais de um milhão de pessoas de Gaza até a cidade de Rishon Lezion, ao sul de Tel Aviv.
No sul de Israel, os prefeitos de quase todas as localidades emitiram ordens para que sejam evitadas as concentrações de pessoas e pediram que seus moradores permaneçam próximos dos refúgios. A Jihad Islâmica e os Comitês Populares de Resistência se responsabilizaram pelo lançamento dos foguetes depois do fim do cessar-fogo.
O Hamas se distanciou dos disparos de hoje e, sem confirmar uma prorrogação da trégua que terminou esta manhã, disse que as negociações continuam no Cairo, a capital do Egito, para um cessar-fogo permanente.
Deslocamento palestino
Em Gaza, milhares de civis começaram a deixar suas casas nas regiões norte e leste do território palestino por temerem ataques palestinos. Homens, mulheres e crianças estão abandonando suas residências nos bairros do leste da Cidade de Gaza, onde aconteceram os enfrentamentos mais violentos durante o mês de julho.
Durante várias semanas a aviação israelense submeteu esses bairros a intensos bombardeios, alegando que eram os lugares de onde foi lançada a maior parte dos foguetes. Seus moradores tinham retornado ao que restou de suas casas durante a trégua de 72 horas estipulada pelas partes.
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo