Por Izaías Almada, colunista do Escrevinhador
Embora direitistas e esquerdistas inconformados preguem o fim e a desmoralização do Partido dos Trabalhadores, a cada eleição bienal no país, estas avaliações caem por terra. Das duas, uma: ou esses “analistas” perderam o pé da realidade ou apenas expressam os seus desejos, sua subjetividade transformada em preconceitos, invejas e ódios de classe. Repito: gente à esquerda e à direita, sem falar nos que vivem eternamente em cima do muro…
A cidade mais conservadora e reacionária do país parece estar acordando para uma realidade que lhe enfiaram goela abaixo, a de que sua classe média acadêmica, neoliberal, consumista e aculturada, era a mais competente para governar a cidade, o Estado e o país. De tanto acreditar nesse conto da carochinha, os paulistas e os paulistanos em particular criaram um monstro: José Serra.
No próximo domingo, os paulistanos, em condições históricas e políticas excepcionais, terão a oportunidade de dar um basta a um Brasil que resiste em mudar e iniciar uma arrancada para, não só retomar a capital do estado de mãos incompetentes, mas também iniciar a caminhada para atingir o coração da besta em 2014, fazendo uma assepsia no Palácio dos Bandeirantes, cuja incompetência de seus ocupantes nos últimos vinte anos, não fez outra coisa senão governar contra o povo paulista. E na contra mão de um Brasil mais independente, soberano e menos miserável.
Quem sabe faz a hora e não espera acontecer. Deixemos as pesquisas eleitorais de lado, manipuladas ou não, as análises subjetivas ou não e façamos uma semana de empenho em favor da candidatura de Fernando Haddad, pois São Paulo e o Brasil estão cansados da empulhação de um partido e de uma oposição que ainda teimam em acreditar em um neoliberalismo capenga, de uma imprensa que tomou o partido do atraso e de um judiciário que emporcalha a própria justiça de classe que o domina.
Todo cuidado é pouco. Militantes e não militantes do PT, dos partidos aliados, simpatizantes, mesmo os que não querem dar o braço a torcer, todos aqueles, enfim, que querem continuar a ver o Brasil diminuir suas mazelas, devem sair às ruas numa campanha de alegria e de civilidade, fazendo São Paulo recuperar a esperança de um futuro menos selvagem, egoísta e violento.
Uma semana emblemática que pode virar uma página do obscurantismo em São Paulo e no Brasil. Fernando Haddad é o cara!
Izaías Almada é escritor, dramaturgo e roteirista cinematográfico, É autor, entre outros, dos livros “Teatro de Arena, uma estética de resistência”, da Boitempo Editorial e “Venezuela, povo e Forças Armadas”, Editora Caros Amigos.
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