Roberto Marinho não morreu. Sobrevive como inspiração aos que comandam o Jornalismo global e usam a Justiça para esmagar quem diverge
por Marco Aurelio Mello, blogueiro e jornalista
Parece até que eu estava adivinhando.
Mal encerrei as atividades no blog na semana passada, e acabo de receber, na última terça-feira, mais uma ação judicial de Ali Kamel pedindo nova indenização.
Curiosamente, a ação vem logo após um momento de consagração profissional. No fim do ano passado recebi um dos mais importantes prêmios de jornalismo do país, o Prêmio Petrobras. Escolhemos um assunto árido, pouco retratado na grande imprensa: os refugiados. Não tenho culpa de ter escolhido ser jornalista, enquanto Ali preferiu trilhar a carreira de chefe.
Cada um tem o talento que Deus deu.
No entanto, fico chateado, porque em março faz sete anos que sai da TV Globo e até hoje tenho que responder por insinuações caluniosas que não fazem parte da minha personalidade, nem do meu caráter. Aliás, todos que já trabalharam diretamente comigo podem atestar o quanto priorizo a relação, em detrimento muitas vezes de exigências descabidas impostas por chefes.
Na verdade, o que parece, ao me processar de novo, é que Ali quer me sufocar financeiramente. Na primeira ação que moveu contra mim, cuja sentença em primeira instância foi dada em março do ano passado, fui condenado a pagar R$ 15 mil reais de indenização. Apesar de ter gente cantando vitória antes da hora, recorremos e é fato que esta ação só pode ser considerada ganha depois que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro apreciar a apelação. E mais: enquanto houver recurso, recorreremos.
Na nova ação (processo número 0285512-08.2013.8.19.0001, da 47ª Vara Cível do Rio de Janeiro), ele agora se diz atingido por um desabafo que escrevi em julho do ano passado (http://maureliomello.blogspot.com.br/2013/07/um-desabafo.html). Dentre outras peripécias, ele afirma que nos seis anos que fui subordinado a ele nunca critiquei o jornalismo da Globo. Mentira. Todas as críticas que fiz, e não foram poucas, fiz internamente. Diz, também, que o acusei, basicamente, de ser um mau profissional, por ter desqualificado o modo de fazer jornalismo da emissora. Reafirmo e provarei isto na ação judicial.
Só há um problema: desta vez, não tenho como me defender. Vivo do meu salário da TV Record e, ao contrário do que Ali insinua na ação, não misturo as coisas. Por isso, não acho justo pedir a eles que me defendam.
Por isso, a única coisa que me resta fazer é um apelo aos frequentadores do blog e aos seguidores do Facebook e do Twitter. Quem sabe se contribuindo com uma quantia qualquer, mesmo que sejam poucos reais, não consigo juntar o bastante pagar as despesas. Como você bem sabe, Ali, movimentar os martelos dos tribunais custa caro, muito caro. Só para me defender de você na primeira ação já gastei o equivalente a um automóvel zero quilômetro. E o “taxímetro” continua correndo.
Espero que, desta vez, já que é mais do mesmo, não tenha custos tão altos.
Para os que quiserem me ajudar, aí vão os dados:
MARCO AURELIO C DE MELLO
BRADESCO
agência: 1363-3
conta corrente 0120558-7
Faço uma última observação. Os valores apurados serão gastos exclusivamente com as custas dos processos em curso, todos os dados serão apresentados e, se necessário, auditados. Também faço questão de recolher todos os impostos devidos, sem sonegação, porque acredito que só assim construiremos um país melhor, mais justo e menos desigual.
Prefiro ser respeitado, a ser temido e espero que você encontre paz no seu coração, Ali Kamel.
Honestamente, me esqueça, porque ao contrário do que alude, não perco meu precioso tempo procurando atacá-lo obsessivamente, como quer fazer crer a seus subalternos, amigos, parentes e, agora, à Justiça.
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