Por Flávio de Carvalho Serpa, no Nota de Rodapé
Todo mundo se lembra da icônica imagem de um estudante chinês se manifestando por liberdade democrática plantado em frente a um tanque de guerra na praça da paz celestial, em Beijing, na China.
Outra imagem igualmente dramática, e com final cruelmente trágico, não teve a mesma divulgação na grande imprensa. Trata-se da jovem americana Rachel Corrie que, aos 23 anos, foi para a Palestina protestar contra a demolição de habitações de moradores que estavam sendo expulsos de suas casas numa operação militar do exército israelense, em 2003.
O motorista militar do trator pesado, ao contrário do condutor do tanque na praça da paz celestial, não parou. Soterrou Rachel, deu ré e avançou novamente. As imagens da tragédia podem ser vista no Youtube.
A diplomacia americana pressionou Israel para uma investigação rigorosa envolvendo a cidadã norte-americana. O resultado saiu ontem, 27. As autoridades israelenses decidiram que o militar que dirigia o bulldozer não teve culpa, nem comportamento negligente, segundo artigo no jornal inglês The Guardian.
O grupo Jewish Voice, formado por judeus democratas que se opõem à política de repressão armada ao povo palestino, lamentou a decisão hoje. Esse grupo está pressionando, nos EUA, para que os investidores americanos se livrem das ações da empresa Caterpillar, a fabricante dos tratores pesados que são usados militarmente na política israelense de demolição de casas e até vilarejos inteiros.
O embaixador americano em Israel, Dan Shapiro, disse à família de Corrie que a investigação “não foi satisfatória, rigorosa, acreditável nem transparente como deveria ser”.
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