62. A eleição de Reinaldo Azambuja significou não somente a chegada do PSDB ao governo do estado, mas de um legítimo representante das oligarquias agrárias, apontado como o governador mais rico do Brasil. Foi eleito na esteira de uma campanha que explorou o antipetismo, reunindo ampla frente política no segundo turno.
63. A elevada expectativa positiva inicial com o novo governo se desfez em menos de um ano. Pesquisas mostram que a sua aprovação caiu quase que pela metade. Sem conseguir dar um perfil à sua gestão, Reinaldo Azambuja aposta em ações de marketing como a Caravana da Saúde, que está longe de ser uma política estruturante para a área.
64. Sua política fiscal, que aumenta tributos penalizando os menos favorecidos, os servidores públicos e muitos empresários locais, acarreta amplo descontentamento, pois em sua campanha indicou que faria exatamente o contrário.
65. As promessas de fim do ICMS garantido para micros e pequenas empresas e de valorização dos servidores públicos não foram até agora sido cumpridas. Medidas como a cobrança de taxa de vistoria veicular e a mudança da isenção do IPVA para carros com mais de 15 anos de uso para com mais de 20 anos a indignaram os sul-mato-grossenses.
66. Já a diminuição do ICMS do Diesel, que retira cerca de 10 milhões dos cofres públicos, só beneficia os grandes agentes econômicos do estado, em detrimento da maioria da população, carente de recursos públicos.
67. A contratação, a peso de ouro, de uma empresa para reformular o Estatuto dos Profissionais da Educação Básica do estado causou sobressalto entre os trabalhadores da educação pública, confirmando a inclinação neoliberal do atual governo.
68. O quadro político fragmentado também dificulta a coesão mais sólida de uma base de apoio na Assembleia Legislativa, o que tende a se agravar com a proximidades das eleições municipais de 2016.
69. Apesar dos acenos administrativos ao governo federal, bem como a postura política mais branda que a de setores do PSDB em relação ao mesmo, similar à do governador tucano paulista, Geraldo Alckmin, o governador frequentemente atribui suas dificuldades ao governo da presidenta Dilma e ao PT; e, em menor medida, ao antecessor. O PSDB local tem sido ativo na organização das manifestações golpistas em MS.
70. O PCdoB-MS está certo de que o governo de Reinaldo Azambuja não tem compromisso com o projeto de desenvolvimento que os comunistas defendem para o estado, mas tão somente com a fração da elite local que representa. Por isso estará na luta contra medidas que atinjam os trabalhadores e os segmentos sociais mais vulneráveis.
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