O AliExpress, a plataforma internacional de vendas do gigante chinês de comércio online Alibaba Group, firmou uma parceria com a Magazine Luiza (Magalu). O acordo permite que os produtos de ambas as empresas sejam comercializados nas respectivas plataformas.
Conforme acordado, a Magalu vai vender produtos da série “choice” do AliExpress, incluindo produtos de moda, infantis, eletrônicos, móveis, produtos, etc. Enquanto isso, eletrodomésticos e outros bens de consumo duráveis da Magalu também serão vendidos no site do AliExpress. Segundo Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, a parceria visa acelerar a “estratégia de diversificação de categorias e de aumento da frequência de compra, além de impulsionar nosso marketplace”.
De acordo com Citibank, o lançamento do serviço “choice” do AliExpress na Magalu ajudará a expandir a penetração da plataforma chinesa e enriquecer as categorias de produtos. Além disso, ao fazer parcerias com empresas locais, o AliExpress pode mitigar possíveis riscos futuros caso o Brasil imponha novas restrições regulatórias sobre a operação de plataformas de comércio estrangeiras.
Histórico de crescimento
Devido à Covid-19, as venda nas lojas físicas do Brasil registraram uma queda nos últimos anos, enquanto as de comércio online aumentaram de forma notável, o que atraiu a atenção de empresas internacionais. Shein, Temu, TikTok Shop o AliExpress, conhecidas como “os quatro dragões do comércio transfronteiriço da China”, vêm explorando o mercado latino-americano.
Conforme Sun Yanfeng, vice-diretor e pesquisador do Centro de Estudos Latino-Americanos do Instituto Chinês de Relações Internacionais Contemporâneas, as vantagens competitivas das plataformas chinesas residem no preço baixo e adaptação das práticas ao ambiente local. “Os consumidores têm acesso a categorias diversificadas de produtos nas plataformas chinesas por um preço baixo.”
No primeiro trimestre deste ano, o comércio online transfronteiriço da China registrou um aumento de 9,6% em termos anuais para 577 bilhões de yuans (R$ 430 bilhões), segundo dados divulgados pelo Ministério do Comércio.
Superando desafios
Em relação à logística, a Alibaba está planejando construir bases de armazenamento no Brasil, com objetivo de reduzir os custos do transporte transfronteiriço. A Cainiao Network e a Jingdong Logistics, duas grandes operadoras de logística da China, já abriram voos fretados entre os dois países.
O pagamento digital é outro fator vital para o comércio eletrônico transfronteiriço. A EBANX, provedora brasileira de soluções de pagamento, começou a fornecer tais soluções para o AliExpress em 2013, incluindo pagamentos com cartão, carteira eletrônica e sistemas de pagamento instantâneo. Após 11 anos de desenvolvimento, a empresa já atendeu cerca de 100 empresas chinesas de vários setores, fornecendo métodos personalizados para ajudar as chinesas a expandir seus negócios nos mercados emergentes.
“O principal obstáculo é o procedimento de liberação alfandegária excessivamente complicado no Brasil, causado por tecnologias e políticas burocráticas”, disse Sun, acrescentando que certas empresas da China e do Brasil estão estudando a atualização do software da seção alfandegária do Brasil.
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