Leah Rabin: “Netanyahu é um mentiroso corrupto que está destruindo tudo que nossa sociedade tem de bom”
6 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda
Para conhecer outro Israel: o que luta pela paz
Crescem em Israel e na Diáspora Judaica movimentos que defendem direitos e independência palestinos
A este Fórum pela Palestina reagiram, apreensivos com possíveis impactos de protestos e manifestações, setores hegemônicos da comunidade judaica brasileira, manifestando pela mídia críticas aos governos federal, estadual e municipal de Porto Alegre, por apoiarem esse evento que, numa visão cartesiana, aparenta desafinação em relação ao discurso de equidistância dos polos do conflito: Israel e Palestina.
É, pois, oportuno registrar a existência de uma outra visão judaica. É bem antiga, remontando aos valores já expressos no Pentateuco, que trouxe em sua legislação o reconhecimento do outro, dos seus direitos, e da responsabilidade de cada indivíduo com todos os demais, de seu povo ou estrangeiros. “V’ahavta l’reacha kamocha” (amai ao próximo como a ti mesmo) está nos ensinamentos da Torá, conforme o Rabi Akiva, ícone da ética judaica. Não há nada a temer. Rancor contra Israel haverá, podendo por vezes resvalar para chamamentos à destruição do país e para o antissemitismo rasteiro, como derivação de ignorância que existe de forma recíproca também da parte dos que apoiam incondicionalmente Israel.
Todos conhecemos muito pouco de nossas matrizes e histórias, tanto das nossas quanto as dos outros povos. Aos que criticam o FSMPL e os governos que o acolhem, é bom estudarem um pouco. E aqui vão algumas informações úteis para os que estarão no FSMPL, para os que o acompanham com simpatia, e também para os que a ele se opõem precipitadamente.
As comunidades judaicas em todo o mundo enfrentam fissuras na pretensa unidade que lideranças institucionais procuram aparentar, tentando cobrir o sol com a peneira. Em Israel, o debate livre pela imprensa é a maior evidência.
Há um abismo, separando ao menos metade da sociedade israelense (que, segundo as pesquisas, apoiam a solução de Dois Estados) dos seguidores da coalizão de direita que está no governo há três anos. É bom lembrar que, em mandato anterior (1996-1999), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já havia atentado contra os acordos celebrados em Oslo (1993), com o palestino Yasser Arafat, por seus adversários israelenses, Itzhak Rabin e Shimon Peres (atual presidente do país, de oposição). As seguidas procrastinações de Netanyahu, e as provocações feitas por ele, ao ampliar os assentamentos de colonos judeus em territórios palestinos ocupados, fizeram vencer, à época, o prazo de cinco anos fixado em Oslo para um acordo de paz permanente. Surgiu, em consequência, uma insatisfação crescente entre as massas palestinas, que explodiu, já de forma incontrolável, na segunda Intifada, no ano 2000. O primeiro-ministro é um personagem de convicções inabaláveis e perseverante, que não hesita em abusar da memória de tragédias históricas sofridas pelos judeus para justificar uma estratégia míope, baseada tão somente na força militar.
Leah Rabin |
Há um olhar judaico em Israel que busca – e encontra – o parceiro palestino.
Amos Oz e Sari Nusseibeh |
Edward Said e Daniel Baremboim |
Mira Awad e Noa |
Nada mais falso do que a mistificação de que não há parceiros para a paz. Há 130 ONGs em que atuam ombro a ombro israelenses e palestinos na defesa dos direitos violentados pelas políticas dos governos israelenses, desde a detenção de prisioneiros sem culpa formada por tempo indeterminado, até a desobediência civil de mulheres israelenses que regularmente contrabandeiam mulheres palestinas para tomarem banho de mar em Tel Aviv ou Haifa.
Fonte: Opera Mundi
Imagem: Opera Mundi e google
EUA aplicam velhos métodos de subversão contra Bolívia
5 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaNa medida em que se aproximam as eleições gerais na Bolívia, previstas para 2014, os Estados Unidos acirram velhos e frustrados métodos de subversão, muito conhecidos em vários países da América Latina, e que têm sido ensaiados contra Cuba desde os primeiros anos de sua Revolução, na década de 60 do século passado.
Por Patricio Montesinos
Realmente, Wahington demonstrou que carece de iniciativas no seu atuar beligerante contra os processos revolucionários, algo visto facilmente se indagamos um pouco na historia de suas aventuras perversas e ilegais para colapsar governos na América Latina, aos quais considera "adversários".
Entre as principais medidas incluídas nos planos de subversão dos regimes norte-americanos e seus serviços secretos, como a Agência Central de Inteligência (CIA), destacam-se denegrir continuamente os máximos lideres dos processos revolucionários, criar falsas contradições entre seus principais dirigentes, alentar e exacerbar conflitos locais e com nações vizinhas, e fabricar "opositores", financiados pelo Pentágono sem nenhum escrúpulo.
A Bolívia é hoje alvo desse velho e fracassado acionar dos Estados Unidos, que considera Evo Morales um "inimigo" a destruir nesta região, devido ao processo de mudanças que protagoniza em seu país, a favor dos mais necessitados, além de sua posição antiimperialista e integracionista.
Uma campanha da mídia contra Evo Morales vinculada a seu suposto patrimônio pessoal foi intensificada, nas ultimas semanas, com a cumplicidade de "porta-vozes" conservadores, sem prestígio, e de meios de imprensa em poder da desacreditada direita tradicional boliviana.
Paralelamente, do exterior e internamente, se pretende fazer ver, sem fundamento, que existem "profundas divergências" entre o presidente da Bolívia e o vice-presidente Álvaro García Linera, utilizando elementos racistas e de caráter étnico, devido ao fato de o presidente ser indígena, e o vice-presidente, branco.
Inclusive, foi publicado por um meio desconhecido de um pais sul-americano, que Linera esteve envolvido num suposto atentado contra Evo, o que constitui um verdadeiro embuste, criado evidentemente para conseguir o velho preceito do "divide e vencerás".
Vale lembrar que Washington aplicou, e ainda põe em prática, idênticas campanhas contra Cuba para fazer crer que entre o líder da Revolução, Fidel Castro e o atual presidente, Raúl Castro, existem contradições de fundo.
Coisa similar faz contra a ilha caribenha, e atualmente o materializa na Bolívia e em outras nações latino-americanas como a Venezuela, Equador, Nicarágua, fabricando "opositores pacíficos", personagens que não deixam de repetir falácias como papagaios, e criticam sem argumentos qualquer determinação dos executivos progressistas da região, sob instruções de Washington.
As autoridades e o povo bolivianos devem estar preparados para esses ataques de Washington, muito bem coordenados com os setores da direita nacionais, que se intensificarão a partir de agora, por causa das eleições de 2014.
Inclusive também se espera que as campanhas contra Evo incluam rumores sobre seu estado de saúde, como se tem feito em repetidas ocasiões com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e outras tantas, com Fidel Castro.
Os métodos e objetivo final da Casa Branca e seus serviços especiais são muito bem conhecidos, mas não por isso podem ser menosprezados, embora também seja certo que nos últimos anos fracassaram pelos ventos revolucionários e de unidade que sopram com força na América Latina.
Fonte: Vermelho
Imagem: Google
ONU pede a Israel para abrir instalações nucleares e aderir ao TNP
4 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaAssembleia Geral aprovou resolução por 174 votos a favor e 6 contra. Israel se recusa a confirmar a posse de armas nucleares
A Assembleia-geral das Nações Unidas aprovou, por 174 votos a favor, seis contra e seis abstenções, uma resolução que apela a Israel para abrir seu programa nuclear a inspeções da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e a aderir “o mais rápido possível” ao TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear).
A resolução não obriga Israel a cumpri-la, mas reflete a opinião da comunidade internacional e tem peso político.
Israel se recusa a confirmar ou negar a posse de armas nucleares, embora haja consenso internacional de que o país as tenha. Por isso, recusa-se a assinar o TNP, ao lado de outros três países que produzem esses artefatos: Índia, Paquistão e Coreia do Norte. Israel justifica a não assinatura do tratado dizendo que seria necessário um tratado de paz geral no Oriente Médio antes de se estabelecer uma zona livre de armas nucleares.
Os EUA votaram contra a resolução, mas apoiaram dois parágrafos: o apoio à aderência universal do TNP e a convocação aos países que não aderiram ainda ao tratado para “fazê-lo o mais rápido possível”.
Além de ocorrer depois da condenação internacional pela decisão israelense em construir novos assentamentos nos território palestinos, o voto também ocorre após o cancelamento de uma conferência de alto nível cujo objetivo é banir armas nucleares do Oriente Médio. Agendada para meados de dezembro em Helsingue, na Finlândia, ela contaria com a participação das nações árabes e do Irã.
No entanto, no último dia 23, os Estados Unidos afirmaram que ela não iria mais ocorrer, justificando momento de instabilidade da região e a "resistência do Irã" contra a não-proliferação. Já os iranianos e alguns de seus aliados afirmam que a real razão do cancelamento foi a recusa de Israel em comparecer ao evento.
Os principais patrocinadores da conferência eram os Estados Unidos, Rússia e Reino Unido. O ministro britânico do escritório de Relações Exteriores, Alistair Burt, disse que a conferência foi adiada, não cancelada.
Fonte: Opera Mundi
Imagem: Google
Superada crise em Gaza, Irã deve ser novo foco da diplomacia
1 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaAgora que a crise em torno do bombardeio israelense da faixa de Gaza foi desativada com o cessar-fogo mediado por Egito e Estados Unidos, em breve será hora de o mundo voltar-se a outro problema espinhoso do Oriente Médio: o programa nuclear do Irã.
Barack Obama resistiu corretamente à pressão de Israel por ação militar contra o Irã e deu sinais de que existe a possibilidade de conversações bilaterais com Teerã, pela primeira vez desde 1979.
Sua reeleição e o chamado que fez para que o país avance "para além deste tempo de guerra" abriram espaço para uma solução diplomática que restrinja o programa de enriquecimento de urânio no Irã a níveis não suficientes para uso em armas nucleares.
Dois anos atrás, a Turquia e o Brasil mediaram um acordo como esse. Hoje, isso poderia ser feito pela Índia, que tem histórico de relações cordiais com o Irã e de lá importa muito de seu petróleo.
O momento atual é o certo para uma iniciativa diplomática, por três razões.
Primeiro, o cessar-fogo em Gaza e a reeleição de Obama, que tornam improvável um ataque militar, produziram alívio considerável no Irã.
Em segundo lugar, até mesmo os falcões de linha mais dura nos EUA e em Israel já se conscientizaram da utilidade limitada e dos riscos extremamente altos que teria um ataque ao Irã.
Eles argumentam que "a destruição completa do programa nuclear iraniano seria improvável, e o Irã ainda conservaria a capacidade e experiência científica necessárias para reiniciá-lo".
Além disso, um ataque ao Irã, que tem mísseis capazes de atingir Israel, produziria uma conflagração no Oriente Médio. Representaria ainda um presente político enorme à linha dura iraniana e reforçaria o apoio à plataforma ultranacionalista.
De acordo com fontes militares e de inteligência dos EUA e de Israel, o Irã ainda não tomou a decisão de dotar-se ou não de bombas nucleares. Essa indecisão em pouco tempo daria lugar a um consenso pró-nuclear.
Em terceiro lugar, a campanha para as eleições nacionais no Irã, previstas para 2013, em pouco tempo fechará a janela de oportunidade para conversações.
A diplomacia pode ser realizada num "canal reservado" bilateral EUA-Irã e nas negociações agora iminentes entre o Irã e o P5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha).
Agora que diminuiu o esforço para maximizar a "ameaça existencial" a Israel representada pelo Irã (ao mesmo tempo ignorando o fato de Israel, que já atacou outros países, ser o único Estado do Oriente Médio dotado de armas nucleares), o P5+1 pode adotar uma posição razoável nas negociações.
PRAFUL BIDWAI
Post Original: The Guardian
Fonte: Naval Brasil
Saudação Palestina
1 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda
Vídeo indicado pelo amigo Rogério do Blog Conversa Avinagrada
Portugal - Declaração conjunta da Frente Popular de Libertação da Palestina, Partido do Povo Palestino, Frente Democrática de Libertação da Palestina, Almada, XIX Congresso do PCP
O que está em jogo no julgamento de Bradley Manning?
1 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaQuando o julgamento do soldado Bradley Manning, de 23 anos, tiver começado, em 4 de fevereiro de 2013, ele terá passado 983 dias na prisão, sendo nove meses em uma cela solitária, sem ter sido condenado por nenhum crime.
Por Michael Ratner, em Counter Punch
Essa semana, durante audiências anteriores ao julgamento, uma corte militar está analisando evidências de que as condições às quais ele foi submetido constituem tortura. Essas condições incluem o período de nove meses em que ele ficou por 23 horas por dia em um cubículo, onde lhe foi negado o direito de se deitar ou de até se apoiar em uma parede para dormir – isso quando era autorizado a dormir à noite, pois carcereiros o acordavam a cada cinco minutos – e onde foi submetido a revistas íntimas e nudez forçada. Um relatório da ONU sobre tortura já classificou essa situação como tratamento cruel e desumano, e possivelmente tortura.
Por quase três anos, Manning tem enfrentado pressão física e emocional, criadas para forçá-lo a envolver o Wikileaks e seu criador Julian Assange em uma suposta conspiração para espionagem. É também uma mensagem para todos os informantes em potencial: o governo dos EUA não será bondoso.
“[Se] você visse coisas incríveis, coisas horríveis…coisas que pertencessem ao domínio público, e não em um servidor qualquer em uma sala escura de Washington, D.C....o que você faria? É importante que isso seja conhecido…pode mudar as coisas de fato...com sorte discussões, debates e reformas ao redor do mundo…”
Supostamente, essas são frases de Manning*, e falam sobre a mudança que muitos de nós gostaríamos de acreditar: se você entrega ao povo a verdade sobre as atividades ilegais de seus governos, e a liberdade para discuti-las, elas irão questionar esses líderes.
Mas uma coisa é falar sobre transparência, a força vital da democracia, e até fazer campanha por ela – em 2008, o então candidato Obama disse, “delatores de governos fazem parte de uma democracia saudável e devem ser protegidos de represálias” –, porém, outra coisa é colocá-la em prática. Em um nível básico, Manning está sendo punido, sem ter sido condenado, pelo crime de ter tido a coragem de agir na crença de que, sem um público informado, nossa república está seriamente comprometida. Ou, como ele é citado, por querer “que as pessoas vissem a verdade...independente de quem fosse...porque sem informação, o público não consegue tomar decisões embasadas.”
O governo norte-americano quer criar a imagem de que Manning é um traidor que patrocinou e instigou a Al Qaeda ao vazar informações secretas ao domínio público. Mas a verdade é que os documentos foram enviados de forma anônima para o Wikileaks, que os publicou em parceria com o The New York Times, The Guardian e outros veículos em benefício do público em geral, assim como os Papéis do Pentágono (Pentagon Papers) foram publicado há uma geração atrás.
Os e-mails que a Promotoria está usando para tentar provar que Manning era a fonte dos vazamentos também demonstram o lado da história que eles querem esconder, a de um jovem soldado, lutando com o dilema de ser um informante, que sabe que está correndo grande risco ao expor os crimes e abusos patrocinados pelo Estado, testemunhados por ele, os “quase criminosos acordos políticos a portas fechadas...a versão não RP dos eventos e crises do mundo”, conforme ele é citado ao descrevê-los a um confidente, que no fim o traiu.
“Desistirei oficialmente da sociedade que temos caso nada aconteça”. Impossível não refletir sobre o que Manning está pensando agora, depois de tanto tempo submetido a condições de confinamento tão brutais. Ele imaginava que o governo iria puni-lo de forma tão desproporcional e ilegal?
O tratamento abusivo recebido por Manning antes do julgamento é uma clara violação da Quinta, Sexta e Oitava Emendas da Constituição dos Estados Unidos, da Convenção da ONU Contra Torturas e até da lei marcial norte-americana. De fato, o advogado de Manning, David Coombs, argumenta nessas audiências anteriores ao julgamento, essa semana, que frente ao flagrante desrespeito aos direitos mais fundamentais de seu cliente, todas as denúncias deveriam ser revogadas.
O governo alega que essa manobra pretende prevenir Manning de cometer suicídio, apesar de que qualquer observador racional poderia assinalar que essas condições têm mais chances de levar alguém a se matar do que a evitar o suicídio. A explicação mais provável é também a mais óbvia: o governo quer machucar Manning o suficiente para forçá-lo a envolver o Wikileaks e Assange e, posteriormente, transformar isso em um show, com a intenção de desestimular futuros informantes. O que está em jogo é a base da nossa democracia, uma robusta imprensa livre e o destino de um real herói norte-americano.
Observação: Bradley Manning não foi condenado em nenhuma das denúncias, ou admitiu nenhuma das acusações apontadas contra ele. Da mesma maneira, ele não confirmou a autenticidade dos registros de chat apontados como sendo dele.
* Michael Ratner é presidente-emérito do Center for Constitutional Rights, que representa o Wikileaks e Julian Assange, assim como outros jornalistas e organizações de mídia que lidam com os documentos do julgamento de Manning.
Artigo originalmente publicado no CounterPunch.org
Fonte: Vermelho
Imagem: Google
Mais de 5 mil pessoas deram as mãos pela liberdade do estado palestino
1 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaDelegações de 36 países dão as mãos pela liberdade da Palestina |
Rachel Duarte
Um ato internacional em solidariedade à Palestina. Assim os organizadores do Fórum Social Mundial Palestina Livre resumiram o evento promovido em Porto Alegre nos últimos três dias. As conversas entre 300 entidades de 36 países sobre o futuro dos palestinos encerraram neste sábado (1º), e resultaram em um documento de 15 itens. O texto é o original escrito antes da realização do fórum e sintetiza os principais objetivos da comunidade internacional e palestina.
As atividades autogestionárias realizadas pelos movimentos sociais internacionais de forma paralela às principais conferências do Fórum acrescentaram visões e ideias para levar adiante a luta de apoio ao estado palestino. As próximas atividades dos grupos reunidos na capital gaúcha desde o dia 29 de novembro ainda serão sintetizadas em um cronograma. Na assembleia geral de encerramento, foi anunciada uma missão internacional à Palestina para março ou abril de 2013. Foi proposta também a criação de um Comitê Internacional em Solidariedade à Palestina que reúna as organizações participantes do fórum.
Está sendo estudada ainda a criação de um Dia Comum de Ação Global pela liberdade dos palestinos na ocupação israelense. Os dias avaliados são 30 de março, Dia da Terra Palestina e 17 de abril, Dia em Homenagem aos Prisioneiros Palestinos. “Ainda estamos reunindo as ideias que foram dadas aqui. Não tem nada decidido. A única coisa que está acordada e para a qual já estamos desenhando um plano de ação global é a campanha de Boicote, Desinvestimentos e Sanções (BDS) a Israel”, explicou uma das coordenadoras do fórum, Alessandra Ceregatti.
O boicote comercial aos produtos israelenses foi o principal pano de fundo dos movimentos sociais que organizaram o fórum. Na plenária final, todos bradaram em um mesmo sentido e deverão voltar para os seus países com a mesma missão: pressionar os governos e empresas a cortar relações com Israel.
O ex-prisioneiro palestino em Israel e membro do movimento Stop The Wall, Jamal Juma citou um dos principais inimigos dos direitos humanos para o povo palestino como exemplo das barreiras econômicas que precisam ser rompidas para o fim da luta armada de Israel com Palestina. “A companhia britânico-holandesa G4S mantém o colonialismo palestino. Estamos nos tornando um movimento global aqui neste fórum que pode contribuir para termos mais agilidade em pressionar pelo corte de relações dos países com este tipo de companhia”, alertou.Para ele, o Fórum Mundial Palestina Livre contribuirá para aumentar as ações da campanha BDS ao redor do mundo. “Esta rede de solidariedade pode funcionar como no caso da África do Sul. Esta é a hora da Palestina. Precisamos agir e boicotar Israel para acabar com o colonialismo e o apartheid em que vivem os palestinos”, pediu.
Governo brasileiro assume compromisso com entidades para tratar da questão palestina
Presente ao evento, a ministra Maria do Rosário teceu palavras de apoio do governo brasileiro ao povo palestino. A União apoiou a realização do fórum desde o começo, quando a Central Única dos Trabalhadores (CUT) acordou que o Brasil sediaria o Fórum, durante o Fórum Social Mundial de Dakar. Nos próximos dias, a CUT e o governo federal terão reunião para tratar das relações internacionais que o Brasil estabelece com Israel.
O Fórum Social Mundial Palestina Livre aconteceu no Brasil à luz do histórico reconhecimento da Autoridade Palestina como estado não-membro pelas Nações Unidas e do recente ataque de Israel à Faixa de Gaza. Os dois fatos estiveram presentes nas discussões e nortearam as resoluções propostas na assembleia final. “Porto Alegre instalou um fórum pela liberdade palestina com mais de 5 mil participantes e marchou pela autodeterminação deste povo no mesmo dia em que fomos reconhecidos pela ONU. Foram dois passos importantíssimos para pressionar Israel a cessar a luta armada. Eles que decidirão se vão escolher este caminho ou lutar contra o mundo inteiro, pois o mundo inteiro é a favor do direito do estado palestino”, avaliou o representante da Federação Palestina no Brasil, Emir Murad.
Para ele, “a força imperial por armas e massacres não resolverá mais o problema entre israelenses e palestinos. Tem que haver uma mesa de negociação e discussão entre dois estados reconhecidos pela ONU”.
Fonte: Sul 21
Imagens: Michel Cortez / Sul21
Embaixador da Palestina no Brasil critica EUA e elogia atuação brasileira
1 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaIbrahim Mohamed Khalil Alzeben |
Renata Girardi, da Agência Brasil
Durante uma manifestação em favor da Palestina em Porto Alegre (RS), o embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, disse à Agência Brasil que é “uma vitória da verdade e da justiça” a concessão do status de Estado observador na Organização das Nações Unidas (ONU), aprovada há dois dias na Assembleia Geral.
Diante das ameaças de retaliações dos norte-americanos, Alzeben indaga: “O que os Estados Unidos ganham em complicar ainda mais a vida dos palestinos adotando sanções?”. O embaixador elogiou a atuação do Brasil e disse confiar no apoio brasileiro para a criação do Estado independente da Palestina. A seguir, os principais trechos da entrevista do diplomata à Agência Brasil.
Agência Brasil: Na prática o que representa o status de Estado observador na ONU?
Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben: É uma vitória da verdade e da justiça. É o anúncio de uma nova Palestina e de um novo Israel. Estamos satisfeitos com a posição da grande maioria da comunidade internacional [138 votos a favor, nove contra e 41 abstenções], demonstrando que é possível o convívio positivo que defendemos. Ocorreu o que nós sempre acreditamos e defendemos.
ABr: O Brasil foi um dos países que mais fez campanha para os palestinos, o senhor acredita que é possível ampliar a contribuição brasileira?
Alzeben: Agora, com a resolução [sobre a concessão do status de Estado observador], o terreno está preparado e é mais favorável para outras negociações. É uma satisfação para nós ter o Brasil a nosso favor. O Brasil pode participar de maneira mais intensa na comunidade internacional e em favor do direito internacional.
ABr: Com essa decisão na ONU, há ambiente para retomar as articulações em busca de um acordo de paz com os israelenses?
Alzeben: Do nosso lado, estamos preparados para retomar as negociações e em plena disposição para negociar. Queremos voltar para a mesa de negociações e aguardamos isso. O nosso desejo é a existência de dois Estados, o da Palestina e o de Israel, em plena convivência.
ABr: Mas há ameaças, por exemplo, dos norte-americanos de adotarem medidas proibindo o comércio e repasses para a região da Faixa de Gaza. O senhor não teme isso?
Alzeben: O mundo não se limita aos Estados Unidos. O mundo é representado pela comunidade internacional, que nos apoia na sua maioria na ONU e, dessa forma, deve ser feita uma leitura positiva sobre a resolução aprovada. O que os Estados Unidos ganham em complicar ainda mais a vida dos palestinos adotando sanções?
ABr: O senhor calcula que esteja próxima a criação de um Estado independente?
Alzeben: A aprovação da resolução foi um passo fundamental. Nós tentamos isso no passado [há dois anos], sem sucesso, pois lamentavelmente a intransigência venceu. Fazemos um chamado ao governo dos Estados Unidos para que se alie à maioria da comunidade internacional em favor do direito internacional [e pela] criação do Estado independente da Palestina.
Fonte: Agência Brasil
Imagem: Google