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Burgos Cãogrino

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Os líderes do Movimento dos Países Não Alinhados (MNA) : declaração final repudia intervenção na Síria

30 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Os líderes do Movimento dos Países Não Alinhados (MNA) rechaçaram, nesta sexta-feira (31), uma intervenção militar estrangeira na Síria, ao aprovar a Declaração Final da 16ª Cúpula de Teerã, apesar de persistirem enfoques divergentes sobre este assunto.


Fontes da chancelaria do Irã adiantaram que os chefes de Estado e de governo presentes na reunião trienal concederam particular importância para a crise síria, sem deixar de apoiar pronunciamentos sobre outros temas polêmicos.

O vice-chanceler iraniano, Abbas Araqchi, informou aos jornalistas que “o eixo central da Declaração de Teerã e o ponto que todos os membros estão destacando é a falta de necessidade de uma intervenção militar em assuntos internos da Síria”.

A declaração foi submetida a discussões e consultas por parte das delegações dos 118 Estados-membros, sobretudo pela postura hostil das nações árabes do Golfo Pérsico a respeito do governo do presidente sírio Bashar al-Assad.

O Irã, que apoia Assad e propõe uma solução pacífica, indicou que a repulsa a qualquer manobra ingerencista em Damasco é um ponto importante, a partir do qual deve trabalhar-se para deter a violência e fomentar o diálogo.

O texto de 688 parágrafos e documentos anexos também incluíram uma condenação ao bloqueio econômico estadunidense contra Cuba, reivindicação da soberania argentina sobre as Ilhas Malvinas e repúdio ao golpe de Estado constitucional no Paraguai.

Igualmente expressaram apoio para o Equador em sua disputa diplomática com a Grã-Bretanha sobre o asilo outorgado ao criador do WikiLeaks, Julian Assange, e saudaram a Venezuela, que será a sede da próxima reunião do MNA.

O rechaço ao terrorismo e ao duplo padrão que o Ocidente aplica neste tema, a luta contra a pobreza, a segurança alimentícia e o impacto das doenças e fenômenos naturais na economia das nações em desenvolvimento, também figuram no documento.

Além disso, falou sobre a necessidade de reformar o sistema das Nações Unidas, em particular do Conselho de Segurança, a solução pacifica de conflitos e a defesa da paz e o dialogo entre as civilizações, religiões e a diversidade cultural.

A descolonização, o combate ao terrorismo e a promoção da democracia, a cooperação Norte-Sul e Sul-Sul, mereceram referências claras, junto com a causa palestina e outros conflitos que acontecem em países do Oriente Médio, além da Síria.





Fonte: Prensa Latina



Forum Social Mundial Palestina Livre

30 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Fórum Social Mundial Palestina Livre
Novembro de 2012 – Porto Alegre – Brasil

(aprovado pelo Comitê Nacional Palestino para o Fórum Social Mundial)



O povo palestino estende sua gratidão e apreço ao Fórum Social Mundial, e a todos os movimentos sociais envolvidos especialmente no fórum sobre a Palestina, a ser realizado no final deste ano. Agradecemos, particularmente, ao Brasil, seu governo e suas instituições, por acolherem este fórum, considerado, por nós, um marco crucial e extraordinário no processo de amplificação do apoio à luta do nosso povo pelo exercício de seus direitos inalienáveis.

Apesar da passagem de mais de seis décadas desde a Nakba, a sistemática limpeza étnica da maioria do povo palestino em 1948, a questão da Palestina continua a ser um problema global, inspirando pessoas e movimentos sociais ao redor do mundo. A solidariedade com o povo palestino, e seus direitos inalienáveis – em especial, o direito aos refugiados de retorno a seus lares, e o direito de autodeterminação – é, hoje, mais forte que nunca, reforçando a luta do povo palestino, sob a liderança da Organização para a Libertação da Palestina, por liberdade e justiça de acordo com as leis internacionais e os princípios universais dos direitos humanos, ambos pilares do Fórum Social Mundial.
Para o povo palestino poder exercer seu direito inalienável à autodeterminação (inclusive o retorno dos refugiados), é necessário pressionar Israel a cumprir, integralmente, a lei internacional, ou seja:


Findar a ocupação e a colonização de todas as terras árabes ocupadas em 1967, e desmantelar o muro do apartheid.

Findar o regime de apartheid (conforme definição da ONU de crime de apartheid) e reconhecer o direito fundamental de igualdade dos cidadãos palestinos em Israel.


Reconhecer o direito dos refugiados palestinos de retorno aos lares dos quais foram expropriados, como convencionado pela resolução 194 da ONU.


A organização do Fórum Social Mundial Palestina Livre é a expressão da união dos movimentos sociais internacionais na luta contra o imperialismo, o neoliberalismo e a discriminação racial em todas as suas formas por considerar a justa luta pelos direitos dos palestinos uma parte integrante da luta internacional para desenvolver alternativas políticas, sociais e econômicas que aumentem a justiça, a igualdade e a soberania dos povos, baseando-se em justiça socioeconômica, dignidade e democracia.


Configurando-se como espaço de reunião para a sociedade civil internacional, o Fórum Social Mundial Palestina Livre vislumbra:

a. destacar, fortalecer e ampliar o movimento global em defesa dos direitos do povo palestino;

b. desenvolver mecanismos para uma ação global efetiva de apoio à luta do povo palestino para exercer seus direitos de retorno e autodeterminação, e fazer cumprir as leis internacionais;

c. proporcionar um espaço aberto para o diálogo, o debate, o desenvolvimento de estratégias e o planejamento de campanhas eficazes e sustentáveis de solidariedade ao povo palestino.


Após 65 anos da partilha da Palestina, recomendada pelos poderes hegemônicos, e sua cumplicidade com a sistemática limpeza étnica a que são submetidos os palestinos desde 1947, o Brasil sediará, este ano, um novo tipo de fórum global, destinado a reforçar a luta do povo palestino por justiça e por seus direitos, onde os governos têm falhado em sua obrigação de proteger a ambos.

O Fórum Social Mundial Palestina Livre acontece no Brasil à luz das tempestuosas mudanças no mundo árabe, revoluções que se tornaram conhecidas como “Primavera Árabe”, onde há luta popular por justiça social, democracia e liberdade. Nesse contexto, as forças hegemônicas ocidentais, em especial os Estados Unidos, têm se esforçado para abortar ou conter as revoluções populares árabes, objetivando a manutenção de seu domínio sobre esses territórios. Essa intervenção, às vezes tomando forma militar, implica sérios desafios para as revoluções populares na busca da sustentação de sua identidade emancipatória e democrática. Porém, a queda dos regimes ditatoriais, focos de cumplicidade árabe com a agenda EUA-Israel, causou impacto importante, minando a impunidade de Israel e reavivando a centralidade da causa palestina no mundo árabe, promovendo-a globalmente, em decorrência da importância estratégica da região.

À luz dessas mudanças, das posições e resoluções aprovadas pelo Encontro Nacional de Solidariedade com o Povo Palestino, no Brasil, o Comitê Nacional Palestino do FSM apela a todas as organizações, movimentos e redes, para que se somem a este fórum histórico como expressão de solidariedade aos direitos do povo palestino e à nossa luta para desenvolver dispositivos a fim de responsabilizar Israel por seus crimes e violações das leis internacionais. Incitamos também os movimentos sociais, e os FSM ao redor do mundo, a intensificar suas lutas em prol de mudanças políticas reais, por meio de:


1. defesa do direito do povo palestino a resistir à ocupação e ao apartheid, dirigindo-se à obtenção do direito de retorno e do exercício de autodeterminação, inclusive o estabelecimento de um Estado nacional independente e soberano, em conformidade com as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU);

2. fortalecimento e expansão da participação na campanha global, liderada pelos palestinos, de boicote, desinvestimento e sanções (BDS) contra Israel, uma das mais importantes formas de solidariedades com nosso povo e seus direitos. As campanhas BDS englobam boicotes a Israel e empresas internacionais cúmplices das violações israelenses das leis internacionais, e boicotes acadêmicos e culturais de instituições israelenses, parceiras coniventes na ocupação e no apartheid;

3. assegurar estados internacionais, coletiva e individualmente, responsáveis pela proteção dos refugiados palestinos em seus respectivos territórios até que os mesmos possam exercer o direito, sancionado pela ONU, de retorno a seus lares. Obrigar Israel a reconhecer tal direito, indenizando os refugiados, permitindo a aplicação da sanção da ONU, impondo o término da política higienista de limpeza étnica em ambos os lados da Linha Verde;

4. defesa dos direitos do nosso povo na Jerusalém ocupada, combatendo o que foi denominado por um funcionário da ONU de “estratégia de judaização”, manifestada na desapropriação de terras, na expulsão sistemática e compulsória dos palestinos de seus bairros, na violação da liberdade de culto, nos ataques implacáveis ao cristianismo e ao islamismo, na distorção da história e em outros crimes;

5. intensificação da luta para suprimir o cerco israelense – em todas as suas formas – imposto ao nosso povo na Faixa de Gaza ocupada, considerando a solidariedade a Gaza como prioridade. Isso demanda campanhas de solidariedade a nosso povo em Gaza e acusações legais, e formais, contra Israel em tribunais internacionais;

6. manutenção dos direitos inalienáveis do povo palestino em cidades israelenses, com soberania sobre suas terras, apoiando sua luta para exterminar o regime de apartheid israelense, suas leis e regulamentos racistas, reconhecendo os direitos nacionais e cívicos dos palestinos, individuais e coletivos, combatendo a política higienista de Israel, a expropriação de terras, as demolições de casas, especialmente no Naqab (Negev), e a discriminação racial em projetos de educação, saúde e infraestrutura;

7. apoio e fortalecimento da luta pela libertação dos prisioneiros palestinos, vivendo em condições desumanas, em prisões israelenses, por seu envolvimento na luta pela libertação nacional da Palestina. Nesse contexto, enfatiza-se a necessidade de garantir a libertação imediata e incondicional, como questão de prioridade, de doentes, crianças, idosos e mulheres, assim como os presos sob regime de detenção administrativa, e a libertação dos 27 parlamentares sequestrados pelas autoridades da ocupação, em clara violação das leis internacionais;

8. pressão para que os governos cumpram suas obrigações legais, conforme estipulado por decisão da Corte Internacional de Justiça, contra o muro construído, ilegalmente, por Israel em território palestino. Pressionar o governo israelense a desmantelar o muro “da vergonha”, que, terminado, deverá ter aproximadamente 800 km, intensificando a injustiça e potencializando uma nova campanha higienista de limpeza étnica;


9. manutenção do direito do povo palestino à soberania sobre seus recursos naturais (principalmente as terras e a água) e à soberania alimentar, garantindo o retorno para camponeses, operários, pescadores e comunidades beduínas privadas de seus direitos pelo Estado de Israel;

10. fazer do Fórum Social Mundial Palestina Livre uma plataforma para a construção de estratégias BDS contra Israel, objetivando, primordialmente, o boicote aos acordos de livre comércio entre Israel e outros países, ou grupo de países, como União Europeia e Mercosul, considerando-se as violações das leis internacionais perpetradas por Israel em seu regime de opressão contra o povo palestino, constituídas pela ocupação, pela colonização e pelo apartheid. Os TLC, ao permitir a exportação de produtos israelenses provenientes de colônias construídas ilegalmente em territórios árabes e palestinos ocupados, na Faixa de Gaza, na Cisjordânia (inclusa Jerusalém oriental) e nas Colinas de Golã, normalizam, ratificando-o, o regime opressor de Israel;

11. apoio à campanha global de embargo militar contra Israel, desfazendo contratos para compra de armas, equipamentos e serviços militares de todos os tipos, inclusa a compra de veículos, principalmente aviões não tripulados e sistemas de segurança. Essas exportações sustentam a ocupação e o regime de apartheid que Israel impõe ao povo palestino. Além disso, o comércio militar com Israel alimenta a indústria bélica dos EUA, indústria que lucra com a escravidão e a morte de milhões de pessoas em todo o mundo;

12. em concomitância à pressão para forçar Israel a cumprir as leis internacionais, apoiar e promover a cooperação na implantação de projetos de desenvolvimento econômico, social e cultural para os palestinos, fornecendo apoio financeiro e material para melhorar as condições de vida e trabalho, aumentando a firmeza e a vontade do povo palestino de enfrentar as tentativas israelenses de tiranização;

13. reconhecimento e apoio à luta dos judeus antissionistas em toda parte, em especial aqueles que estão ao lado do povo palestino na luta contra a ocupação e o regime de apartheid israelense. Apoiar as forças progressistas e democráticas, políticas e sociais, sujeitas à repressão por sua postura anticolonial e por sua advocacia em prol da defesa dos direitos do povo palestino;

14. apoio à resistência popular palestina contra a ocupação israelense, legitimando-a como forma primordial de luta em benefício do povo palestino;

15. incitamento aos meios de comunição a ter papel ativo na exposição das políticas colonialistas e racistas do Estado de Israel, lançando campanhas de informação pública.



A aplicação dos princípios políticos, legais e éticos acima referidos contribuirá para acabar com a impunidade de Israel e reforçará sua responsabilização por todos os crimes cometidos contra o povo palestino. Esse apoio fornecerá ao povo palestino possibilidades concretas, eficazes e sustentáveis para alcançar todos seus direitos internacionalmente reconhecidos, em especial os direitos de retorno, autodeterminação, independência e soberania nacional.





Fonte: www.wsfpalestine.net/pt-br



Tribunal israelense declara morte da ativista Rachel Corrie "um acidente"

30 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Há nove anos, a estadunidense foi esmagada por uma escavadeira que demolia casas palestinas em Gaza; segundo o juiz, a jovem poderia ter se salvado afastando-se da zona de perigo “como qualquer pessoa razoável faria” 

O tribunal israelita de Haifa decretou nesta terça-feira (28) que a morte da ativista estadunidense e pró-Palestina Rachel Corrie, esmagada por uma escavadeira militar em 2003 na Faixa de Gaza, foi um “acidente lamentável”.

Segundo o juiz, a morte de Corrie não se deveu a negligência do Estado, nem do exército, não sendo estes responsáveis por nenhuns danos causados, uma vez que os fatos ocorreram no âmbito de “ações de tempos de guerra”. A ativista poderia ter se salvado afastando-se da zona de perigo “como qualquer pessoa razoável faria”, justificou o juiz Oded Gershon, ao apresentar a sua deliberação.

Com esta decisão, fica arquivado o processo civil que fora interposto pelos pais da ativista, os quais acusavam o exército israelense de ter assassinado Corrie – ilegalmente, intencionalmente ou mesmo por grave negligência – e as autoridades israelenses de não terem levado a cabo uma investigação confiável. O juiz determinou não haver direito a nenhuma compensação pela morte e determinou que os pais da ativista, Cindy e Craig Corrie, oriundos de Olympia, no estado de Washington, paguem os custos do processo.

“Estamos obviamente profundamente tristes e perturbados com o que ouvimos do juiz Gershon. Achamos que a morte de Rachel podia ter sido evitada”, afirmou a mãe da ativista já após a leitura da sentença. “Sabíamos claro, e desde o início, que um processo civil seria uma batalha muito difícil, pois Israel tem um sistema bem lubrificado para proteger os seus militares”, criticou ainda.
Rachel Corrie foi morta no dia 16 de Março de 2003, aos 23 anos de idade, na cidade de Rafah, na região sul da Faixa de Gaza, quando integrava um grupo de oito ativistas do International Solidarity Movement (ISM), os quais se colocaram como escudos humanos para tentar deter o exército israelense de demolir casas de palestinos ao redor daquela cidade.

Naquela altura, a demolição de casas palestinas na região por parte das autoridades israelenses era bastante comum, numa fase de uma grande intensidade de violência no conflito israel-palestino, em que se registravam ataques de homens-bomba suicidas palestinos com enorme frequência.

Uma investigação feita pelo exército israelense à morte de Rachel Corrie concluíra não haver responsabilidades a ser atribuída aos militares, sustentando que a área em que os fatos ocorreram estava sendo usada por rebeldes e que os ativistas não deveriam estar numa zona militar.

Este inquérito concluiu ainda que a ativista estadunidense não foi vista pelos soldados que avançavam com os buldozeres, tendo morrido devido à queda dos destroços da casa sobre ela – muito embora fotografias tiradas na ocasião, a mostrem envergando um colete de segurança, cor de laranja, e empunhando um megafone, parada no topo de um monte de terra em frente de um buldôzer militar que se aproximava para derrubar a casa de uma família palestina.
Testemunhas entre os ativistas e palestinos afirmaram em tribunal que o protesto feito no dia em que a ativista foi morta durou mais de duas horas e que todos envolvidos na manifestação estavam claramente bem à vista do condutor do buldôzer. Para estes, Corrie foi deliberadamente esmagada.

Em uma coletiva de imprensa depois da decisão judicial, os pais da ativista afirmaram que vão recorrer à justiça. “Eu posso dizer, sem dúvida nenhuma, que minha irmã foi vista pelo motorista da escavadeira enquanto ele se aproximava dela”, disse Sarah Corrie, irmã de Rachel. “Eu espero que algum dia este militar tenha a coragem de sentar à minha frente e me contar o que ele viu e o que ele sente”, completou ela.
Israel no banco dos réus

A três meses do início do Fórum Social Mundial Palestina Livre, encontro mundial histórico que será realizado entre 28 de novembro e 1 de dezembro de 2012 em Porto Alegre, e que vem sendo construído por dezenas de organizações da sociedade civil brasileira, palestina e internacional, o veredicto só reforça a urgência de protestos internacionais.


Apesar dos tribunais israelenses demonstrarem repetidamente que colocam a impunidade do Estado de Israel e seu exército acima do respeito aos direitos humanos e das leis internacionais, os pais da ativista, Cindy e Craig Corrie, haviam iniciado em 2005 um longo processo criminal contra o ministro da Defesa israelense, à época, e contra o Estado de Israel. Quinze audiências e dezenas de testemunhas ajudaram a manter viva a memória de Rachel e o valor da solidariedade com o povo palestino.

Compartilhando essa visão, o FSM Palestina livre será um espaço para quebrar a impunidade, promover o respeito do direito internacional e reforçar a solidariedade global.


Limpeza étnica

A ação que matou Rachel Corrie, ativista do ISM (International Solidarity Movement), foi noticiada um dia depois, pelo jornal israelense Haaretz, como “rotineira”. Infelizmente, são rotineiros o assédio militar, a tortura e os assassinatos cometidos pelo exército israelense contra o povo palestino. Milhares de casas continuam a ser demolidas arbitrariamente nos territórios ocupados, como parte da estratégia do Estado israelense de dar sequência a um plano deliberado de expulsão de palestinos, iniciado, segundo historiadores palestinos
e israelenses ainda antes de sua criação, em 15 de maio de 1948. Naquele ano, em seis meses, foram destruídas 530 aldeias e cidades palestinas e expulsos de suas casas e terras 800 mil habitantes nativos.






As políticas de expulsão dos palestinos de suas próprias casas, nunca mais pararam. Neste mês de agosto Israel anunciou a destruição de 12 comunidades palestinas e a expulsão de seus mais de 1.500 moradores. Desde o início de 2012 mais de 2 mil pessoas foram afetadas pelo deslocamento forçado, imposto por Israel. Esses crimes objetivam tornar impossível o estabelecimento de um Estado Palestino livre e soberano.

 Rachel Corrie não é uma vítima isolada nem mesmo entre ativistas. Outros já foram assassinados e feridos por prestar solidariedade à luta palestina. Embora não tenha conseguido impedir que mais uma casa palestina se somasse à triste estatística das demolições, Rachel, com seu gesto heróico, fez com que o número de ativistas internacionais aumentasse, e com que crescesse a solidariedade à Palestina. A luta de sua família por justiça tem alertado o mundo para a situação dos palestinos, engrossando as fileiras daqueles que exigem o fim da política de ocupação, apartheid e limpeza étnica.


Além de sua batalha nos tribunais israelenses, os pais de Rachel Corrie lutam para que governos e empresas rompam contratos com a Caterpillar, marca do buldôzer que assassinou sua filha. Recentemente obtiveram uma vitória por meio do movimento BDS – que reivindica boicote, desinvestimento e sanções a Israel enquanto a ocupação, o apartheid e a limpeza étnica da Palestina se mantiverem –, quando a Caterpillar perdeu os investimentos da poderosa TIAA-CREF, fundo de investimentos estadunidense.


Fórum Social Mundial Palestina Livre

O Fórum Social Mundial Palestina Livre (FSMPL), programado entre 28 de novembro e 1 de dezembro de 2012, será uma demonstração mundial de solidariedade ao povo palestino, com muitas atividades autogestionadas, com palestrantes e personalidades internacionais que virão falar dos caminhos para pôr fim à ocupação das terras palestinas.

O FSMPL contará com grandes conferências distribuídas em cinco eixos centrais:

1. autodeterminação e direito de retorno;

2. direitos humanos e direito internacional;

3. movimentos sociais e formas de resistência;

4. por um mundo sem muros e sem racismo;

5. BDS e estratégias de luta.

Também estão programados espetáculos artísticos e mostras culturais. Em 29 de novembro, está prevista uma grande manifestação para celebrar o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino.


Mais informações sobre o caso Rachel Corrie press@rachelcorriefoundation.org Telefones: +972-52-952-2143 e +972-54-280-7572 (falar com Stacy Sullivan) Website: http://rachelcorriefoundation.org/trial

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Mais informações sobre o FSM Palestina Livre

prensa@wsfpalestine.net
Website: www.wsfpalestine.net



Fonte: Brasil de Fato
Vídeo: Youtube (colocado poe este blog)



Ban Ki-moon destaca peso dos Países Não Alinhados na ONU

30 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, reconheceu nesta quinta-feira (30) o peso do Movimento dos Países Não Alinhados (MNA) dentro da organização mundial para manter a paz e a segurança global.



Ao falar para os representantes de mais de 110 países que participam da continuação da Cúpula dos Países Não Alinhados, em Teerã, Ban apelou para a solidariedade dos Estados membros deste grupo para solucionar seus temas e respeitar a liberdade do discurso e do pensamento. 

O diplomático de nacionalidade sul-coreana pediu para os líderes dos Não Alinhados não poupar esforços para servir suas nações e apontou que as organizações sob o resguardo da ONU devem submeter-se para uma reestruturação para alcançar as metas coletivas.

“Devemos nos lembrar de nossos povos e promover a cooperação, no lugar do confronto. Avançar no diálogo entre civilização e religiões”, aconselhou Ban, ao elogiar a segunda agrupação de nações do mundo, depois da ONU.

Igualmente, pronunciou-se porque o trabalho dos Não Alinhados ajude a fortalecer a ONU de dentro e para contribuir para a reforma do Conselho de Segurança, uma demanda unânime de todos os estadistas e delegados presentes em Teerã.

Acrescentou que a ONU junto com o MNA está comprometida a fomentar a cooperação entre os Estados e tratar de superar os desafios para manter a paz e o desenvolvimento.

Por outra parte, reconheceu a cooperação “construtiva e útil” do Irã, país anfitrião da 16ª Cúpula, com as distintas dependências da ONU, em particular o Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA), sobre seu programa nuclear.

Remarcou que a maior organização de esfera considera a energia nuclear um direito de todos os países, e pediu para a República Islâmica continuar com as medidas de fomento da confiança numa tentativa de conquistar seus direitos a essa energia com fins pacíficos.

No discurso de abertura do encontro, o líder supremo da Revolução Islâmica Iraniana, afirmou que para este país é “um grande pecado, imperdoável” o uso de armas nucleares e químicas e defendeu o lema de um Oriente Médio livre de armas atômicas.

Esclareceu, contudo, que ele não significa que o Teerã ignore seu direito a energia nuclear pacífico e a produção de combustível atômico, que considerou uma prerrogativa de todas as nações, de acordo com as normas internacionais.




Fonte: Prensa Latina, Vermelho
Imagem: AFP



O Video que Israel não quer que você veja

30 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


Retirado do blog do bourdoukan


O vídeo que Israel não quer que você veja

E a mídia esconde


Não ha muito o que escrever.

As imagens falam por si só.

São imagens fortes e não recomendadas para as pessoas sensíveis.

Mas quem assistir vai entender o significado da crueldade levada ao extremo.

Uma família inteira de palestinos é sacrificada.

Soldados israelenses fortemente armados, invadiram a casa à noite e não pouparam ninguém.

Assassinaram as crianças.

Assassinaram a mãe e

Assassinaram os avós.

Quando todos repousavam.

Dormiam o sono dos justos.

Os depoimentos do pai são de estarrecer qualquer alma piedosa.

Como é possível que seres humanos tenham praticado tamanha monstruosidade?

Reluto em crer.

Assassinar crianças diante dos pais e os pais diante dos avós?

Pobre humanidade

Pobres palestinos

Pobres de nós...










Irã: "Tecnologia nuclear para todos, armas atômicas para ninguém”

29 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quinta-feira (30) que ainda estão vivas as causas que originaram o Movimento dos Países Não Alinhados e fez um apelo para que acabe a colonização e o unilateralismo.

Ao pronunciar o discurso de abertura da 16ª Cúpula de chefes de Estado e de governo dos Países Não Alinhados, que se realiza nesta quinta e sexta-feira em Teerã, o guia espiritual da Revolução Islâmica defendeu a necessidade de acabar definitivamente com a colonização.



A independência política, econômica, social e cultural, a promoção da solidariedade entre os países membros e o fim do unilateralismo são imperativos do mundo, indicou Khamenei perante o plenário de chefes de Estado e de governo.

Na opinião do líder islâmico, "o mundo se encaminha para uma nova ordem internacional e o movimento dos Países Não Alinhados poderia e deveria desempenhar um papel novo nesse contexto", por isso demandou um "esforço global para superar as realidades".

Khamenei assinalou que a solidariedade entre os Estados-membros constitui uma das necessidades imperiosas da era atual para propiciar essa nova ordem. "Ainda estão vivas as causas da criação do Movimento dos Países Não Alinhados depois de seis décadas", asseverou.

A esse respeito, ele defendeu a participação conjunta e a igualdade de direitos de todos os Estados na arena internacional, e opinou que "essa mudança paulatina no poder permite aos Não Alinhados assumir um papel eficaz e digno no cenário mundial".

De igual modo, fez um apelo a preparar o terreno para uma "direção justa e verdadeiramente participativa no mundo", tomando em conta que, "apesar da diversidade de visões e tendências, temos podido conservar a solidariedade e os laços no interesse comum".

Khamenei insistiu em reclamar uma nova ordem "justa e humanitária", e afirmou que o mundo "não pode ser dirigido por umas quantas ditaduras ocidentais, países bandidos e hegemonistas".

Nesse sentido, qualificou de "ilógica, injusta e completamente antidemocrática" a estrutura do Conselho de Segurança da ONU, o qual definiu como "uma clara ditadura".

O líder iraniano denunciou que os Estados Unidos e seus aliados ocidentais têm abusado desse “mecanismo errôneo" para impor ao mundo seus "desejos ilegítimos encobertos por conceitos nobres, como direitos humanos, desarmamento, democracia e luta antiterrorista".

Falam de democracia, mas a substituem com intervenção militar em outros países, falam de luta contra o terrorismo, e transformam em alvo de suas bombas pessoas indefesas em cidades e povoados, contrastou.

"Não se pode continuar com esta situação penosa. Todos estamos cansados desta geometria equivocada do mundo", enfatizou, para prosseguir seu discurso com outros temas de impacto nacional, regional e internacional.

O líder iraniano condenou os esforços dos Estados Unidos e "uns poucos países aliados" do Ocidente para impedir que outros países alcancem sua independência em matéria energética nuclear.

Khamenei realçou que o desmantelamento das armas de destruição em massa é uma prioridade urgente do planeta.

Ao reprovar a atitude hipócrita dos países possuidores de arsenais atômicos que se recusam ao desarmamento, recordou que a segurança mundial é hoje "um fenômeno conjunto e não discriminatório".

"A arma nuclear não pode garantir nem a segurança nem a fortaleza do poder político de nenhum Estado, pelo contrário, é uma ameaça para os dois conceitos", sentenciou o guia espiritual e autoridade máxima da República Islâmica.

Ele ressaltou que o Irã considera "um grande e imperdoável pecado" o uso de armas nucleares e químicas, e defendeu o lema de um Oriente Médio livre de armas atômicas, tema com o qual continua comprometido.


Contudo, esclareceu que isso não significa que Teerã ignore seu direito à energia nuclear pacífica e à produção de combustível atômico, o qual considerou um direito de todos os países, de acordo com as normas internacionais.

"Qualquer um deve ter o direito a usar esta energia segura para vários propósitos vitais para seu país, e não deve depender de outros para pôr em prática esse direito", indicou ao retomar seu protesto contra o pretendido monopólio do Ocidente.

O dirigente criticou que as antigas potências coloniais equiparam Israel com armas nucleares e o converteram na maior ameaça à segurança no Oriente Médio Oriente, enquanto "sabem muito bem que estão mentindo sobre as intenções nucleares do Irã".

O líder da Revolução Islâmica insistiu em que Teerã tem propósitos humanitários e pacíficos, concretamente energéticos e médicos, com seu programa atômico, e seu lema tem sido "tecnologia nuclear para todos, armas atômicas para ninguém", uma "postura que, confio, será promovida pelo Movimento dos Países Não Alinhados", disse.

Segundo Khamenei, "o maior sarcasmo de nosso tempo é que os Estados Unidos, que têm o maior e mais letal arsenal nuclear e de outras armas de destruição em massa, e é o único que está comprometido a usá-las, deseja levantar a bandeira da oposição à proliferação nuclear".

Ademais um pequeno grupo de países ocidentais dotados desse tipo de armamento e envolvidos em ações ilegais (pela posse das armas) "tenta manter monopolizada, com toda a sua força, a capacidade de produzir combustível atômico no mundo".




Fonte: Vermelho

Imagem: Google (colocadas por este blog)



Cuba, Índia e ONU elogiam Cúpula dos Não Alinhados em Teerã

28 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda






José Ramon Machado Ventura
O primeiro vice-presidente de Cuba, José Ramon Machado Ventura, destacou nesta quarta-feira (29) a importância da Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados que tem lugar em Teerã para abordar problemas complicados da atual conjuntura mundial.


Momentos depois de chegar a Teerã para participar na reunião de chefes de Estado e de governo que se inicia na quinta-feira (30), Machado assegurou que o encontro joga um papel significativo na complicada situação do Oriente Médio, pois abordará temas de alto impacto regional.

O vice-mandatário cubano disse à agência noticiosa oficial iraniana Irna que tem esperança em que os delegados à Cúpula de Teerã sejam capazes de adotar medidas efetivas e dar passos que ajudem a resolver crises regionais, das quais a mais complexa no momento é a da Síria.

Perguntado sobre a presidência iraniana do Movimento dos Países Não Alinhados nos próximos três anos, Machado sublinhou a capacidade do país persa para desempenhar uma ação vital no estabelecimento da unidade e da convergência entre os Estados membros.

Igualmente, se mostrou confiante em que Teerã possa assumir uma liderança capaz de reduzir tensões regionais.

Machado é a mais alta autoridade de Cuba presente em Teerã para participar no segmento de chefes de Estado e de governo, na quinta e sexta-feira, que deverá aprovar documentos preparados por especialistas e chanceleres desde o último domingo (26).


Bruno Rodriguez

Na terça-feira , o chanceler cubano, Bruno Rodriguez, tinha declarado que o Irã assume uma grande tarefa com a realização de uma conferência de tal magnitude e descreveu a Cúpula como um fato de grande prestígio mundial.


Ban Ki-moon



Ban Ki-moon
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, já se encontra em Teerã para participar do Cúpula. Ele foi recebido por autoridades da chancelaria iraniana no internacional de Mehrabad e expressou sua vontade de conversar com representantes do governo persa sobre temas regionais e internacionais de grande importância.


Nabil El-Arabi

Fontes diplomáticas adiantaram a possibilidade de um encontro entre o chefe da ONU e o secretário-general da Liga Árabe, o egípcio Nabil El-Arabi, para abordar o conflito na Síria e examinar uma proposta pacificadora de Teerã.



O porta-voz de Ban, Martin Nesirky, declarou na terça-feira em Nova York que o secretário-geral teria conversações com o líder supremo da Revolução Islâmica iraniana, aiatolá Alí Khamenei, o presidente Mahmoud Ahmadinejad e um grupo de deputados.

Meios locais de imprensa reproduziram artigos de jornais estadunidenses que consideraram a presença de Ban em Teerã como uma prova do fracasso da política de Washington pelo isolamento da República Islâmica, à qual sancionou economicamente por seu programa nuclear.

Um comunicado do gabinete do secretário-geral da ONU indicou que este valoriza a Cúpula dos Não Alinhados como "uma oportunidade de trabalhar com os chefes de Estado e de governo participantes, incluído o país anfitrião, na solução de temas que centralizam a agenda global".

Índia



Manmohan Singh

Por sua vez, o premiê indiano, Manmohan Singh, que também se encontra em Teerã para participar da Cúpula, disse que o Movimento dos Países Não Alinhados representa
“a voz da razão e da sensatez”.




A 16ª Cúpula do Movimento de Países Não Alinhados será inaugurada na quinta-feira (30) pelo líder supremo da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, e o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.












Fonte: Redação do Vermelho com agência noticiosa cubana Prensa Latina

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O que você realmente sabe sobre o Pussy Riot?

27 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Após condenação do grupo punk, imprensa internacional assumiu tom de defesa superficial e oportunista, assim como as redes sociais foram inundadas por mensagens de protesto.

Erica Prado, especial para o Gazeta Russa


Foi com espanto e desconfiança que assisti à notícia da condenação das ativistas do Pussy Riot ser transmitida pela BBC de Londres. Espanto diante da desproporcionalidade da pena e desconfiança em relação ao comentário veiculado na sequência, fruto não da análise de um especialista, mas do desarticulado balbuciar da cantora e celebridade local Kate Nash. Nos dias seguintes manifestações semelhantes inundariam redes sociais e imprensa e dariam o tom à defesa do Pussy Riot: superficial, oportunista ou retardatária.

Neta bastarda das blagues situacionistas dos anos 50 e 60, a pegadinha punk do Pussy Riot nada tem de novidade. Segundo o Situacionismo Internacional, a batalha contra a alienação deveria ser travada na mesma arena onde ela é criada, a do espetáculo. Para provar tal teoria, alguns membros do grupo, em 1950, invadiram a missa de Páscoa da igreja de Notre Dame, em Paris, e, diante de câmeras de TV que transmitiam a celebração em rede nacional, declamaram um antissermão sobre a morte de Deus.

Seus provocativos métodos viveriam para além do movimento, influenciando punks, cultural jammers e artistas de rua das décadas seguintes. Mas menos que a capacidade real de transformar a realidade, a principal herança do “artivismo” talvez tenha sido a qualidade das obras produzidas por gente feito Kalle Lasn, Anomie Belle, John Lydon, Jello Biafra e Mark LeVine, entre outros.

Caso tivessem sido capazes de criar algo à altura de seus predecessores, as integrantes do Pussy Riot teriam vencido meu ceticismo. Arte e protesto feitos com competência têm o fenomenal poder de, a um só tempo, atrair atenção e dispersar quaisquer alusões a possíveis golpes publicitários. Em vez disso, o Pussy Riot deu ao mundo canções medíocres e um ato público esnobe e egoísta, desses que não hesitam em pisotear a sensibilidade alheia em nome de se fazerem visíveis.

Paradoxalmente, seria fácil excusar-me de questionar a sinceridade do coletivo. Tenho algumas possíveis razões para identificar-me com suas integrantes: sou mulher, branca, classe média, politicamente de esquerda e culturalmente predisposta a admirar os subgêneros mais incendiários do rock.

No entanto, na identificação imediatista esconde-se o maior inimigo do pensamento livre: a ausência de autocrítica. Criticar os setores do sistema que nos repelem e prestar solidariedade aos que nos espelham dispensa o exercício da crítica. Desafio mesmo é fazer o oposto, mirando, em primeiro lugar, nossas próprias idiossincrasias e zonas de conforto. Ou, em outras palavras, “familiarizando o estranho e estranhando o familiar”, processo, segundo Geertz, essencial ao verdadeiro autoconhecimento.

Em um cenário que privilegia opinião acima de conhecimento e glorifica alianças baseadas em subculturas, a tentativa de levantar questões acerca do Pussy Riot frequentemente encalha no preguiçoso desdém com que sociedade e indivíduos defendem suas convicções, especialmente as mais frágeis.

Aos que, sem piscar, repetem “Free Pussy Riot” mundo afora, sugiro perguntar: que tal defenderem a liberdade de expressão em geral em vez da de um grupo em particular? Os princípios que necessitam defesa na Rússia ganham força ou se esvaziam na manisfestação deste coletivo punk? E se esses princípios fossem defendidos por um grupo menos fotogênico, sem as mesmas guitarras ou as mesmas genitálias, eles ainda teriam seu respeito?



A quem conseguir se libertar do fundamentalismo etnocultural e, no lugar do apoio acrítico oferecer questionamento construtivo, talvez incomode o fato de que, na imprensa ocidental, Maria Aliokhina, Ekaterina Samutsevitch e Nadejda Tolokonnikova são uma trindade na qual não há individualidade ou passado e da qual, portanto, não se cobra caráter e coerência. 

Curiosamente, uma rápida pesquisa sobre Tolokonnikova no Google é o suficiente para projetar sombra nesses territórios. Casada com Piotr Verzilov, ambos foram expulsos do Voiná, supostamente após delação de alguns de seus membros para a polícia russa. Ainda segundo integrantes do grupo, o casal teria roubado computadores dos membros encarcerados e continuado a se apresentar como Voiná até 2011, quando a fraude foi exposta.

Apelidado pela agência de notícias RIA Nóvosti de “a face barbada do Pussy Riot”, Verzilov talvez tenha percebido as vantagens de permanecer temporariamente nos bastidores de uma cena na qual diversidade é contraproducente. Na era em que cromossomos estreitam mais laços que valores é mais fácil gerar empatia se cor, gênero, orientação sexual e gosto musical forem limitados.

Se os passos do Pussy Riot foram, de fato, calculados, há que se admirar a estratégia do rapaz. Bastou que ao gás de um protesto inane fosse adicionada a fagulha de um regime intolerante e – voilá! - antes que se conseguisse soletrar O-S-I-P-O-V-A, crédulos e espertalhões, Bjorks e Madonnas, já haviam se juntado no culto ao pussyriotismo.

Enquanto isso, os membros do verdadeiro Voiná continuam ameaçados, foragidos, semidesconhecidos pelo mundo ocidental. A heterogeneidade do grupo dificulta rótulos: eles são homens e mulheres, velhos e jovens, heterossexuais e gays. Seus membros talvez nem partilhem as mesmas opiniões sobre o Pussy Riot, embora, conhecendo seus integrantes, não é descabido especular que eles defendam o direito do grupo à manifestação livre do ônus da repressão estatal.

Caso sejam capazes dessa lucidez, os integrantes do Voiná terão colocado em prática o aspecto mais desafiador da liberdade de expressão: aquele que reconhece o direito de existência até do que nos incomoda. Do mesmo jeito, o princípio que reconhece o direito de se criticar o regime Pútin precisa permitir críticas ao Pussy Riot. Sem pontos de interrogação nossas convicções não passam de pequenos totalitarismos, não importa que sejam acompanhados de um riff de guitarra ou embalados em balaclavas coloridas.



Fonte: Vermelho

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Porque a Síria não cairá?

27 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Ghaleb Kandil: Porque a Síria não cairá?


Os desenvolvimentos recentes na Síria revelaram uma série de sinais importantes, os quais terão repercussões decisivas no curso da guerra global conduzida pelos Estados Unidos para destruir este país.

Ao contrário das informações e impressões dos estrategas americanos e seus aliados europeus, assim como dos seus cúmplices árabes – tal como transmitido por centenas de meios empenhados na batalha – os esquadrões da morte, mercenários e grupos Takfiri introduzidos na Síria a partir de todas as partes do mundo sofreram uma derrota esmagadora ao nível das batalhas.

No entanto, os responsáveis turcos e seus aliados qataris e sauditas prometeram – como já haviam feito no ano passado durante o mesmo período – que o mês do Ramadã testemunhará a queda do regime resistente na Síria. Estas ilusões entraram novamente em colapso no campo de batalha onde os bandos armados sofreram baixas de milhares de mortos, feridos e detidos.

Na verdade, o ataque abrangente lançado pelos extremistas contra Damasco acabou – mesmo com o reconhecimento da mídia ocidental – com perdas maciças. Portanto, a força que incluía mercenários locais e jihadistas de todas as partes do mundo foi aniquilada completamente pelo exército sírio que está a perseguir os remanescentes nos arredores da capital. Em consequência, foram confiscadas toneladas de armas e a pesada infraestrutura dos grupos armados foi desmantelada e destruída, o que exigirá meses para reconstruir se os grupos armados alguma vez forem capazes de fazê-lo.

O resultado da batalha de Alepo, por outro lado, já pode ser antecipado pois os extremistas estão a cair aos milhares face ao progresso metódico do exército que foi capaz de cortar completamente as linhas de abastecimento dos mercenários que vinham dos campos de treino dirigidos pela CIA na Turquia. Consequentemente, os bandos armados já não podem mais receber reforços sem terem de pagar um pesado preço. Pois os seus comboios 4×4, que estão esquipados com artilharia pesada e lhes foram oferecidos pelos seus patrocinadores regionais, estão a mover-se sob o fogo dos helicópteros e aviões do exército e a caírem nas emboscadas montadas pela forças de elite que infiltraram linhas inimigas.

Segundo peritos, um terço dos grupos extremistas são compostos por jihadistas que vieram do Magrebe árabe, da Líbia, do Golfo, Afeganistão, Paquistão e Chechênia. Neste nível, o chefe de nacionalidade francesa da European Union Intelligence, Patrice Bergamini, reconheceu numa entrevista ao diário libanês Al-Akhabar, na sexta-feira 17 de agosto, o papel importante desempenhado pelos jihadistas no conflito sírio, enfatizando que o público ocidental agora estava consciente da ameaça que representavam. É claro que a limpeza pelo Exército sírio da cidade de Alepo e sua zona rural é agora uma mera questão de tempo.

A derrota esmagadora sofrida pelos bandos armados por toda a Síria revela que o Exército Árabe Sírio, que foi construído sobre sólidas bases ideológicas, retirou rapidamente as lições da guerra e desenvolveu estratégias de contra-guerrilha urbana e rural, as quais lhe permitiram atingir os extremistas apesar dos maciços meios militares, materiais, financeiros e de media que lhes foram generosamente oferecidos pela coligação de dúzias de países, sem esquecer as sanções adotadas contra o povo e o estado sírio fora do contexto das Nações Unidas.

A fim de entender os desenvolvimentos da situação, é importante também analisar o estado de espírito do povo sírio. Sem apoio popular real – o que naturalmente é ignorado pela mídia ocidental – o presidente Bashar al-Assad e seu exército não teriam sido capazes de resistir e deter este ataque. Este apoio popular deve-se a três fatores.

- Em primeiro lugar, a maioria dos sírios está consciente do fato de que o seu país é alvejado por uma trama que pretende subjugar a Síria e incluí-la no campo imperialista ocidental e consequentemente removê-la de todas as equações regionais, pois sabe que durante estas últimas quatro décadas a Síria esteve no cerne dos equilíbrios de poder que nada podia ser feito no Médio Oriente sem o seu conhecimento e participação. Estes amplos segmentos populares são apegados à autonomia política do seu país e estão desejosos de defendê-la, o que explicaria porque milhares de jovens estão voluntariamente a aderir às fileiras do Exército. 

Por outro lado, os peritos acreditam que vinte por cento da população – aqueles que em algum momento simpatizaram com a oposição – descobriram a cara real dos extremistas que multiplicam as suas selvajarias nas regiões sob o seu controle (violações, execuções, massacres, pilhagens, …). À luz desta transformação que afeta o estado de espírito popular, especialmente nas áreas rurais onde o povo está farto, o estado sírio estabeleceu meios de comunicação discretos que permitem à população informar o exército acerca da presença de terroristas, o que explicaria como e porque durante estas últimas semanas as unidades especiais e a sua força aérea foram capazes de executar com êxito ataques bem concebidos contra as bases dos bandos armados.

Paralelamente a todos os desenvolvimentos no terreno, os aliados regionais e internacionais de Damasco estão a mostrar contenção e a desenvolver iniciativas políticas e diplomáticas a fim de evitar deixar a arena aberta diante dos ocidentais. A este nível, o êxito da reunião em Teerã entre trinta países, incluindo China, Índia, Rússia, nove países árabes e estados da América da Latina e África do Sul, transmite este novo equilíbrio de poder. A formação deste grupo constituiu uma forte mensagem aos ocidentais e põe seriamente em perigo o seu projeto de estabelecer – fora do contexto das Nações Unidas – uma zona de interdição de voo na parte Norte da Síria. Os últimos meses de 2012 serão decisivos ao nível da emergência de novos equilíbrios regionais e internacionais e na formulação de uma nova imagem a partir de Damasco, graças à vitória do estado nacional sírio na guerra global contra ele conduzida.

Desenvolvimentos rápidos

Até as eleições presidenciais americanas, as quais serão no princípio de novembro, os desenvolvimentos sírios internos, regionais e internacionais tornar-se-ão mais rápidos do que antes. Obviamente, a intervenção militar estrangeira, quer de dentro ou de fora do Conselho de Segurança, está fora de cogitação, se bem que as sanções tenham atingido os seus níveis mais altos enquanto o Capítulo VII está a ser impedido pelo direito de veto. A seguir às eleições presidenciais americanas, veremos a materialização das linhas políticas principais que afetarão a máquina militar utilizada do outro lado da fronteira e de dentro do território sírio.
 Portanto, nessa altura deveria haver ou um reconhecimento da impossibilidade de introduzir mudança ao nível da geografia e do papel da Síria o que deveria induzir preparações para negociações sérias e para soluções políticas – que são rejeitadas pelos americanos, os quais recusam-se a responder ao convite enviado pela Rússia para encontrarem-se – ou sustentar a aliança guerreira e a mobilização do estado de hostilidade a partir de todas as direcções, isto é, desde a conferência de Meca até a visita do ministro dos Estrangeiros francês a estados vizinhos da Síria para reunir tantas cartas de pressão quanto possível. 

Não haverá zonas tampão (buffer zones) nem embargos aéreos, antes esforços para isolar completamente certas regiões fronteiriças do controle do estado a fim de testar as oportunidades para estabelecer mini-estados, semelhantes àqueles estabelecidos por Saad Haddad e Antoine Lahd sob tutela israelense no Sul do Líbano. A este nível, a aposta está na zona rural de Alepo na qual todos aqueles que vendem a sua honra entre os dissidentes serão introduzidos a seguir aos preparativos em Doha, Riyadh e Aman para dar legitimidade formal ao projecto de divisão.

 Por outro lado, Lakhdar Brahimi foi nomeado enviado e mediador para a solução política e a missão de observadores foi finalizada a fim de preparar a arena para todas as possibilidades. Brahimi portanto passará tempo em excursões antes de ser adotada uma decisão, enquanto a Síria fortalece-se com o seu exército e o povo, preparando – a começar por Alepo e sua zona rural – o rumo da mudança futura. 


Ghaleb Kandil, em Resistir.info


Fonte: NavalBrasil



França: uso de armas químicas na Síria causaria intervenção

27 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



O presidente francês, François Hollande: "Conheço a dificuldade da tarefa, meço os riscos, mas o que está em jogo vai mais além da Síria"

Paris – O uso de armas químicas pelo regime sírio seria uma "causa legítima de intervenção direta" da comunidade internacional, declarou o presidente francês, François Hollande.

"Digo isso com a importância que corresponde: nos mantemos muito vigilantes com nossos aliados para prevenir o uso de armas químicas pelo regime (sírio), que seria para a comunidade internacional uma causa legítima da intervenção direta", disse o chefe do Estado, durante a abertura em Paris de uma conferência anual que reúne cerca de 200 embaixadores franceses.

"Conheço a dificuldade da tarefa, meço os riscos, mas o que está em jogo vai mais além da Síria. Afeta toda a segurança do Oriente Médio, em particular a independência e a estabilidade do Líbano", acrescentou o chefe do Estado francês.

Na semana passada, o presidente americano, Barack Obama, alertou o regime de Bashar al-Assad que, ao recorrer a armas químicas, o governo sírio cruzará uma "linha vermelha", e ameaçou intervir militarmente caso isso aconteça.


Nota da Redação:

Semelhante ameaça Obama fez há dias passado, como a mensagem de guerra não pegou, agora é Hollande quem a faz. Espera-se que não sejam partes de uma preparação de uma outra farsa, para justificar um ataque à Síria.


Fonte: NavalBrasil