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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

“Pobre estudar medicina é afronta para a elite”, diz médico formado em Cuba

31 de Julho de 2013, 18:54, por Desconhecido - 0sem comentários ainda





Por José Coutinho Júnior

Da Página do MST

A elitização do ensino de medicina no Brasil é um obstáculo para jovens de baixa renda entrarem nas universidade e se formarem. Já os problemas nas provas de revalidação do diploma dificultam o exercício da profissão em território nacional pelos brasileiros que conseguiram se formar no exterior.


“Quem estuda medicina no nosso país são os filhos das elites, em sua maioria. É uma afronta para a elite um negro, um pobre, um trabalhador rual, filho de Sem Terra estudar medicina na faculdade, principalmente pelo status conferidos por essa profissão”, afirma Augusto César, médico brasileiro formado em Cuba e militante do MST.

Estudo do Ministério da Educação (MEC) aponta que 88% dos matriculados em universidades públicas de medicina estudaram em escolas particulares no ensino fundamental e médio. Os programas do governo de acesso à universidade, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), ampliaram o acesso, mas ainda não conseguiram universalizar e democratizar a educação.

“A maioria das pessoas que entram na universidade pública para cursar medicina tem dinheiro para fazer um bom cursinho ou estudou o tempo todo numa escola particular. Claro que há exceções, mas o ensino de medicina do nosso país é altamente elitizado”, acredita Augusto.

“A maior parte das pessoas que tem acesso às escolas de medicina são de classe média e classe média-alta. Um pobre numa universidade particular não consegue se sustentar pelo alto preço das mensalidades. Sem contar que hoje temos mais universidades privadas do que públicas na área da saúde, dificultando ainda mais o acesso”, diz a médica formada em Cuba Andreia Campigotto, que também é militante do MST.

Revalidação

A necessidade dos médicos brasileiros formados no exterior e estrangeiros passarem por uma prova para verificar se estão capacitados a exercer a profissão é um tema frequentemente pautado pela comunidade médica brasileira.

Independentemente do curso, todos os estudantes brasileiros que realizam um curso fora do país precisam passar por uma revalidação do diploma. No entanto, há falhas nesse processo no caso da medicina.

Um dos principais problemas é que não existe um padrão para o conteúdo dessas provas. Cada universidade federal pode abrir sua prova de reconhecimento de títulos no exterior. Com isso, o conteúdo não é uniforme.

Além disso, o custo dessas avaliações é alto. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) cobra uma taxa de inscrição de R$1.172,20. Outras universidades pelo país têm preços similares.

Preconceito

“As provas são injustas, porque têm um nível de médicos especialistas, e não de 'generalistas', que é o que somos após nos graduar. Isso causa uma desaprovação considerável dos estudantes que vem de fora”, acredita Andréia.

“O que a categoria médica não divulga é que 50% dos estudantes da USP reprovaram na prova feita pelo Conselho de Medicina de São Paulo. Foi uma prova para médico generalista, muito mais fácil que a de revalidação”, revela.

Para Andréia, há um “grande preconceito” por parte dos profissionais brasileiros em relação aos médicos formados em outros países, o que cria um entrave para a revalidação dos diplomas.

“Seria justo se os profissionais que se formam no Brasil fizessem as mesmas provas que nós, para ver se realmente se comprova uma suposta má formação de nossa parte, bem como discursa a categoria médica brasileira”, observa.

Os dois médicos defendem a realização de uma avaliação dos conhecimentos dos profissionais graduados no exterior, mas destacam que as provas atuais não cumprem esse papel, porque não são aplicados testes adequados para auferir o conhecimento.

“As provas teóricas e práticas atuais não levam em conta as complexidades. Seria muito melhor colocar esse médico para trabalhar sob um tutor e, a partir daí, se instaurar uma avaliação rigorosa e permanente. Mas isso não tem sido pensado”, pontua Augusto.

Formação

A concepção de medicina ensinada nas universidades impede também que os estudantes vejam a luta pela saúde além do tratamento de doenças.

“Nas universidades de medicina, só se vê doença. Não se fala em saúde. Como você pode lutar pela saúde se só vê doenças? Também é saúde lutar pelo direito à cidade e por um sistema público de saúde de qualidade”, destaca Augusto.

De acordo com o militante, a concepção de saúde deve ultrapassar uma formação técnica. “O médico deve exercer a medicina a favor da construção de um país mais saudável, sem esperar que as pessoas ou uma comunidade adoeça para depois intervir sobre ela, pois é o modo de vida que vivemos que gera as doenças do país”, defende.

Andreia quer se tornar professora de medicina para colaborar para a mudança da forma de ensinar das universidades. Ela se classificou na primeira fase do concurso para lecionar na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Segundo ela, o campo da educação deve ser ocupado por aqueles que querem democratizar a educação. “Precisamos formar profissionais com um novo perfil, realmente voltados para atender o povo, para se fixar nos locais de difícil acesso, não só nos grandes centros como hoje. É um campo interessante de atuação”.



* Essa matéria faz parte de uma série de reportagens com dois médicos que analisam as diferenças entre os cursos e a concepção de medicina em Cuba e no Brasil. No próximo texto, que será divulgado na sexta-feira na Página do MST, Andreia e Augusto opinam sobre a vinda dos médicos estrangeiros para o Brasil e analisam os problemas no sistema de saúde brasileiro, como a falta de estrutura nos hospitais.



Fonte: MST



A Classe Média no Brasil

30 de Julho de 2013, 19:14, por Desconhecido - 0sem comentários ainda








A CIA e o controle do clima

30 de Julho de 2013, 18:49, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Imaginem se a CIA pudesse decidir sobre o termostato global. A geoengenharia é tão arriscada, tanto por seus efeitos climáticos quanto por seu potencial uso hostil contra outros países, que a única coisa sensata a se fazer é proibir internacionalmente seu uso.



Por Silvia Ribeiro*


A CIA estadunidense está financiando um estudo de geoengenharia (manipulação climática) que durará 21 meses, com um custo inicial de 630 mil dólares. O estudo está sendo realizado pela Academia Nacional de Ciências, com participação da NASA e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (cf. Revista Mother Jones, 17/7/2013).



O interesse da CIA pelo clima não é novo; porém, essa participação é significativa devido às implicações bélicas da possibilidade de manipular e à pressão exercida pelos proponentes da geoengenharia nesse país, para avançar em experimentação dessas técnicas, apesar de existir uma moratória nas Nações Unidas contra sua aplicação.

O projeto analisará diferentes propostas de geoengenharia, como manejo da radiação solar e remoção de dióxido de carbono da atmosfera; também estudarão os efeitos da semeadura de nuvens e outras formas de manipular o tempo atmosférico para provocar chuva, secas e controlar furacões. Segundo informação oficial, farão uma avaliação técnica dos impactos dessas tecnologias do ponto de vista ambiental, econômico e de segurança nacional.

Esses últimos, são os aspectos que preocupam a CIA, que, em documentos anteriores,qualificou a mudança climática e o controle do clima como fatores de importância geopolítica estratégica e de segurança nacional. Apesar disso, os republicanos votaram pelo desaparecimento do departamento de mudança climática da CIA, o que, segundo a Agência, motivou-a a financiar essa iniciativa. As razões poderiam ir além, já que o controle do clima é um projeto militar de longa data nesse país, que realizou experimentos desde a guerra do Vietnã, provocando chuva durante meses seguidos, para prejudicar os cultivos e caminhos dos vietnamitas. Nesse sentido, em 1996, a Força Aérea Estadunidense publicou um documento intitulado Weather as a Force Multiplier: Owning the Weather in 2025 (O tempo como multiplicador da Força: possuindo o tempo em 2025), cujo título reflete claramente suas intenções.



Esses interesses convergem com os de um grupo pequeno, porém, influente, de climatologistas e outros cientistas de países do Norte, que alegam que a geoengenharia é necessária porque não se pode reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa (como se seus países não fossem os que têm que tomar as principais medidas para isso!). Ou, como declarou David Keith, um conhecido promotor da geoengenharia, porque é um plano barato e fácil. (MIT Technology Review, 8/2/2013).

Sim, barato e fácil para os que causaram a mudança climática com seu alto consumo de recursos e industrialização baseada no petróleo, porque em vez de reduzir realmente suas emissões, poderiam continuar aquecendo o planeta e, além disso, fazer um negócio substancioso com novas tecnologias que manipulem o clima de todos, para baixar ou subir a temperatura, segundo convenha aos interesses econômicos e bélicos dos que a controlem.


Sob o termo manejo da radiação solar, a meta é diminuir a quantidade de raios solares que chegam à terra. Por exemplo, através de construir enormes nuvens vulcânicas artificiais, injetando-lhes partículas de enxofre. Outras propostas incluem branquear as nuvens, colocar trilhões de espelhos no espaço para refletir a luz do sol ou, a mais recente, do próprio David Keith, dispersar ácido sulfúrico usando aviões na linha equatorial para que se misture com as nuvens. Quanto à remoção de dióxido de carbono, incluem-se outras técnicas, como máquinas ou árvores artificiais que absorvam carbono da atmosfera (que, certamente, não sabem onde depositarão, para que lá permaneça para sempre). A mais conhecida é a fertilização oceânica: verter nanopartículas de ferro ou de ureia no mar para provocar florescimentos de plâncton, que absorvam dióxido de carbono e o levem para o fundo do mar.



As técnicas de geoengenharia são somente teóricas, salvo alguma, como a fertilização oceânica, da qual já são conhecidos experimentos legais e ilegais, que mostraram que, além de não servir para seu propósito –o carbono não permanece no fundo do mar- os impactos podem ser enormes, com quebra da cadeia alimentar marinha, anoxia (falta de oxigênio) nas camadas marinhas, criar algas tóxicas etc.

A geoengenharia, para ter impacto no clima global, teria que ser aplicada em megaescala, rompendo um ecossistema global pouco conhecido, altamente dinâmico e em interação com toda a vida do planeta. Não existe, portanto, uma etapa experimental. O que se faça em pequena escala não mostrará a ação sobre o clima global, apesar de que poderia ter impactos negativos graves na zonas ou na região. E, caso seja em grande escala, não é experimental; é irreversível.

Por exemplo, as nuvens vulcânicas artificiais não podem ser retiradas até que as partículas caiam na terra, o que é tóxico. Essa técnica aumentaria ainda mais o buraco na camada de ozônio e a acidificação dos mares, dois problemas globais muito graves. Se realmente conseguissem diminuir a quantidade de luz solar que chega ao Norte, produziriam seca extrema na África e interrupção das moções na Ásia, colocando em perigo as fontes de alimento de 2 bilhões de pessoas.


Imaginem se a CIA pudesse decidir sobre o termostato global. A geoengenharia é tão arriscada, tanto por seus efeitos climáticos quanto por seu potencial uso hostil contra outros países, que a única coisa sensata a se fazer é proibir internacionalmente seu uso.





*Silvia Ribeiro é pesquisadora do grupo ETC.




Fonte: Brasil de Fato
Tradução: Adital
Imagens: Google




A CIA e o controle do clima

30 de Julho de 2013, 18:49, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Imaginem se a CIA pudesse decidir sobre o termostato global. A geoengenharia é tão arriscada, tanto por seus efeitos climáticos quanto por seu potencial uso hostil contra outros países, que a única coisa sensata a se fazer é proibir internacionalmente seu uso.



Por Silvia Ribeiro*


A CIA estadunidense está financiando um estudo de geoengenharia (manipulação climática) que durará 21 meses, com um custo inicial de 630 mil dólares. O estudo está sendo realizado pela Academia Nacional de Ciências, com participação da NASA e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (cf. Revista Mother Jones, 17/7/2013).



O interesse da CIA pelo clima não é novo; porém, essa participação é significativa devido às implicações bélicas da possibilidade de manipular e à pressão exercida pelos proponentes da geoengenharia nesse país, para avançar em experimentação dessas técnicas, apesar de existir uma moratória nas Nações Unidas contra sua aplicação.

O projeto analisará diferentes propostas de geoengenharia, como manejo da radiação solar e remoção de dióxido de carbono da atmosfera; também estudarão os efeitos da semeadura de nuvens e outras formas de manipular o tempo atmosférico para provocar chuva, secas e controlar furacões. Segundo informação oficial, farão uma avaliação técnica dos impactos dessas tecnologias do ponto de vista ambiental, econômico e de segurança nacional.

Esses últimos, são os aspectos que preocupam a CIA, que, em documentos anteriores,qualificou a mudança climática e o controle do clima como fatores de importância geopolítica estratégica e de segurança nacional. Apesar disso, os republicanos votaram pelo desaparecimento do departamento de mudança climática da CIA, o que, segundo a Agência, motivou-a a financiar essa iniciativa. As razões poderiam ir além, já que o controle do clima é um projeto militar de longa data nesse país, que realizou experimentos desde a guerra do Vietnã, provocando chuva durante meses seguidos, para prejudicar os cultivos e caminhos dos vietnamitas. Nesse sentido, em 1996, a Força Aérea Estadunidense publicou um documento intitulado Weather as a Force Multiplier: Owning the Weather in 2025 (O tempo como multiplicador da Força: possuindo o tempo em 2025), cujo título reflete claramente suas intenções.



Esses interesses convergem com os de um grupo pequeno, porém, influente, de climatologistas e outros cientistas de países do Norte, que alegam que a geoengenharia é necessária porque não se pode reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa (como se seus países não fossem os que têm que tomar as principais medidas para isso!). Ou, como declarou David Keith, um conhecido promotor da geoengenharia, porque é um plano barato e fácil. (MIT Technology Review, 8/2/2013).

Sim, barato e fácil para os que causaram a mudança climática com seu alto consumo de recursos e industrialização baseada no petróleo, porque em vez de reduzir realmente suas emissões, poderiam continuar aquecendo o planeta e, além disso, fazer um negócio substancioso com novas tecnologias que manipulem o clima de todos, para baixar ou subir a temperatura, segundo convenha aos interesses econômicos e bélicos dos que a controlem.


Sob o termo manejo da radiação solar, a meta é diminuir a quantidade de raios solares que chegam à terra. Por exemplo, através de construir enormes nuvens vulcânicas artificiais, injetando-lhes partículas de enxofre. Outras propostas incluem branquear as nuvens, colocar trilhões de espelhos no espaço para refletir a luz do sol ou, a mais recente, do próprio David Keith, dispersar ácido sulfúrico usando aviões na linha equatorial para que se misture com as nuvens. Quanto à remoção de dióxido de carbono, incluem-se outras técnicas, como máquinas ou árvores artificiais que absorvam carbono da atmosfera (que, certamente, não sabem onde depositarão, para que lá permaneça para sempre). A mais conhecida é a fertilização oceânica: verter nanopartículas de ferro ou de ureia no mar para provocar florescimentos de plâncton, que absorvam dióxido de carbono e o levem para o fundo do mar.



As técnicas de geoengenharia são somente teóricas, salvo alguma, como a fertilização oceânica, da qual já são conhecidos experimentos legais e ilegais, que mostraram que, além de não servir para seu propósito –o carbono não permanece no fundo do mar- os impactos podem ser enormes, com quebra da cadeia alimentar marinha, anoxia (falta de oxigênio) nas camadas marinhas, criar algas tóxicas etc.

A geoengenharia, para ter impacto no clima global, teria que ser aplicada em megaescala, rompendo um ecossistema global pouco conhecido, altamente dinâmico e em interação com toda a vida do planeta. Não existe, portanto, uma etapa experimental. O que se faça em pequena escala não mostrará a ação sobre o clima global, apesar de que poderia ter impactos negativos graves na zonas ou na região. E, caso seja em grande escala, não é experimental; é irreversível.

Por exemplo, as nuvens vulcânicas artificiais não podem ser retiradas até que as partículas caiam na terra, o que é tóxico. Essa técnica aumentaria ainda mais o buraco na camada de ozônio e a acidificação dos mares, dois problemas globais muito graves. Se realmente conseguissem diminuir a quantidade de luz solar que chega ao Norte, produziriam seca extrema na África e interrupção das moções na Ásia, colocando em perigo as fontes de alimento de 2 bilhões de pessoas.


Imaginem se a CIA pudesse decidir sobre o termostato global. A geoengenharia é tão arriscada, tanto por seus efeitos climáticos quanto por seu potencial uso hostil contra outros países, que a única coisa sensata a se fazer é proibir internacionalmente seu uso.





*Silvia Ribeiro é pesquisadora do grupo ETC.




Fonte: Brasil de Fato
Tradução: Adital
Imagens: Google




Lucrando com a guerra: O comércio de armas israelense

29 de Julho de 2013, 11:45, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


Tanques das "Forças de Defesa de Israel" reúnem-se perto da Faixa de Gaza, em preparação a uma possível invasão terrestre. O governo israelense autorizou a convocatória a 75.000 reservistas na Operação Chumbo Fundido.

Um “laboratório” é um lugar onde cientistas conduzem experimentos sob condições monitoradas (um espaço onde fenômenos de larga escala, como furacões, são miniaturizados e objetos minúsculos, como micróbios, são expandidos para observar-se os processos complexos e aprender-se como controlá-los.


Por Eilat Maoz*

Um laboratório é onde o mundo é dividido em fenômenos previsíveis e objetos observáveis. Onde o conhecimento é criado e depois disseminado, tornando o mundo mais compreensível e melhor organizado, através das lentes do conhecimento que acumulamos sobre ele.





O novo filme de Yotam Feldman, “The Lab,” (O Laboratório) apresenta-nos aos homens que transformaram os Territórios Palestinos Ocupados no maior e mais avançado laboratório de testes para armamentos: comerciantes de armas e seus produtores, especialistas em defesa e líderes industriais.




Apesar do impulso para a comparação deste com outros documentários israelenses que têm exibido recentemente a vida secreta das pessoas que gerem a ocupação (como “The Law in These Parts”, ou “A Lei Por Aqui”, e “The Gatekeepers”, ou “Os Guardiões”), “O Laboratório” é, acima de tudo, um filme sobre conhecimento. Conhecimento securitário criado na zona flexibilizada entre duas dimensões separadas por uma linha muito embaçada: o mercado e o Exército.


Naomi Klein
No primeiro plote, “O Laboratório” segue a afirmação de Naomi Klein de que a principal razão da prosperidade econômica de Israel em tempos de instabilidade política e crise global está não em um capital humano fenomenal, que permita ao país escapar facilmente das repercussões econômicas negativas, mas sim da continuação dos conflitos regionais.

No seu “Doutrina do Choque” (“The Shock Doctrine”), ela mostra que a maior parte do crescimento econômico de Israel pode ser atribuída à imensa indústria da Defesa, que se tornou a principal indústria de exportação de Israel, especialmente após o 11 de Setembro (em 2012, Israel ficou em 6º lugar entre os maiores exportadores de armas do mundo).



Naomi também afirma que a Cisjordânia e a Faixa de Gaza não são apenas as maiores prisões a céu aberto do mundo, mas também os maiores laboratórios do planeta, onde “os palestinos não são mais apenas alvos”, mas também ratos de laboratório.


Yotam Feldman
Para Feldman, recentes campanhas militares, como a Operação Chumbo Fundido (“Operation Cast Lead”, entre 2008 e 2009), ilustram a natureza transformada da guerra: de um distúrbio temporário envolvendo danos à vida e à propriedade, a um estado das coisas fixo e rentável. Assim, o filme soma-se a outras vozes que buscam avaliar os lucros derivados da ocupação, e não os supostos custos à sociedade israelense. 

O real poder do filme é revelado, entretanto, não quando exibe eventos restritos e “apenas para convidados”, para confrontar os beneficiários [da indústria militar], mas nas fantásticas entrevistas conduzidas com eles. Elas revelam que todo o comerciante de armamentos tem uma visão de mundo que é rapidamente desdobrada diante da câmera. Belicistas, parece, não operam mais nas sombras. Se as armas são vendidas no mercado aberto, deveriam ser tratadas como qualquer outra “commodity”, e já que é escondido não pode ser vendido, o véu do segredo precisa ser rapidamente removido do mercado securitário, transformando a ocupação de um segredo vergonhoso bem conhecido em um ponto de vendas.


Histórias de sucesso cativantes dos comandantes israelenses que mobilizam suas experiências de combate com “a mão na massa” para vender mais armas reforça a impressão de que a ocupação fornece oportunidades econômicas rentáveis. Ao mesmo tempo, as histórias sugerem que a relação imediata entre o setor militar e a economia em Israel é maior do que a soma total de todas as relações pessoais entre os profissionais militares e os homens de negócio, ou alguns comandantes em campo com uma sabedoria comercial. 

Em conferências internacionais onde modelos israelenses apresentam orgulhosamente as armas a homens ansiosos, parece que o Ministério de Defesa opera como o agente-chefe das exportações de Israel. É aí que a fronteira entre o “econômico” e o “político” se desfaz, e onde a frase “força econômica” revela-se mais do que apenas uma retórica: é um plano de trabalho.

Um plano fundado da suposição de que a segurança é um produto que o país fornece aos seus cidadãos direitos, e que uma economia forte é a base para a força militar. Aqui o papel do Estado em expandir da indústria da Defesa é inato, já que ela apoia o “crescimento”, e as exportações da Defesa (mesmo quando completamente privadas) são vistas como uma história de sucesso nacional. Para pegar emprestado da terminologia cinematográfica, a indústria da Defesa israelense é um caso evidente de “co-produção”.

Importante é ressaltar que esta produção tem uma terceira parte: a academia israelense. Um dos aspectos mais intrigantes do filme é o fato de que ele interliga histórias sobre inventores de armas e comerciantes de armas com as de cientistas e intelectuais.



Shimon Naveh
O filósofo militar Shimon Naveh nos leva a uma base de treinamento deserta, modelada a partir de uma cidade palestina. Com uma camiseta na “Nike”, calças camufladas do Exército e óculos redondos, ele caminha através de uma cidade fantasma, explicando como a filosofia francesa o ajudou a elaborar uma doutrina militar adequável à guerra pós-moderna: desconstrução, mas em espaços urbanos.


Colocando isso de forma mais direta, a doutrina é baseada em furar buracos nas paredes das casas e mover-se como rizomas em ruas pavimentadas. Naveh pode, então, levar o crédito pela destruição causada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) enquanto reocupava cidades da Cisjordânia durante a Operação Escudo de Defesa (“Operation Defensive Shield”, de 2002).



Operation Defensive Shield


Yitzhak Ben Ysrael
No prédio de Ciências Sociais da Universidade de Tel-Aviv, encontramos o professor Yitzhak Ben Israel, ocupado construindo modelos matemáticos para prever a taxa de sucesso de “assassinatos seletivos” e prisões. Seus modelos o permitem predizer, usando uma simples fórmula de substituição, o número de pessoas que precisam ser mortas para causar o colapso de uma organização inteira, ou um sistema político. 

A pesquisa de Ben Israel é apenas um exemplo da próspera indústria do conhecimento securitário na academia israelense, que até os poucos acadêmicos israelenses que se opõem à ocupação tendem a ignorar.

Os híbridos de Feldman (ciborgues da ciência, tecnologia e Exército) expõem dramaticamente as repercussões abrangentes da migração do conhecimento desde o laboratório israelense até o resto do mundo. Por exemplo, as tecnologias anti-rebeliões israelenses vendidas à polícia brasileira para combater os traficantes de drogas foram moldadas às favelas do Rio a partir da forma dos campos de refugiados palestinos; Cabul (Afeganistão) é remanescente de Bagdá (Iraque), que à sua vez se parece com Jenin (Cisjordânia).

Esta semelhança é mais do que o produto do imaginário orientalista ou do ódio dos empobrecidos e negros (apesar de que estes são fatores importantes): são formas de conhecimento, produtos da indústria tecnológica, que tornam estes espaços tão preocupantemente similares.



*Eilat Maoz é uma estudante do doutorado em Antropologia, da Universidade de Chicago, que foca o seu trabalho na economia política da guerra.





Fonte: Vermelho
Tradução: Moara Crivelente, da redação do Vermelho
Imagens: Vermelho, Google



Os Guardiões das Sementes Crioulas

26 de Julho de 2013, 14:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda





Conheça os saberes das sementes crioulas e o trabalho valioso de seus guardiões


O município de Ibarama, localizado na região central do Rio Grande do Sul, sediará nos dias 8 e 9 de agosto, o 2º Seminário da Agrobiodiversidade Crioula. Desde 1998, Ibarama destaca-se pela produção de milho crioulo no Estado. Em 2008, agricultores da região, comprometidos com essa cultura, criaram a Associação dos Guardiões das Sementes Crioulas de Ibarama, com o objetivo de manter vivo os saberes tradicionais locais que passam de geração a geração, buscar conhecimentos sobre práticas agroecológicas e desenvolver o cultivo de milho crioulo, diminuindo a dependência da agricultura em relação aos atuais pacotes tecnológicos das grandes empresas transnacionais do setor.


Ao todo, quatro eventos ocorrerão nestes dois dias (no Ginásio Esportivo João Lazzari) : o 12º Dia da Troca de Sementes Crioulas de Ibarama, o 2º Seminário da Agrobiodiversidade Crioula, a 2ª Feira da Economia Popular Solidária do território centro Serra e o 2º Semionário Regionalo de Guardiões Mirins de Sementes Crioulas. Todos esses eventos compartilham os seguintes objetivos: troca de experiências e sementes, exposição e comercialização de produtos oriundos de empreendimentos solidários e a discussão da importância do reconhecimento da identificação geográfica para o milho crioulo de Ibarama e seus derivados, assim como para o desenvolvimento regional sustentável.




Estimulados por técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) e trabalhando com apoio de professores e técnicos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) , um grupo de agricultores familiares está envolvido com procedimentos de resgate, conservação e multiplicação de cultivares crioulas, em especial do milho. Desde 2009, uma equipe da UFSM vem trabalhando junto com os agricultores para consolidar essa experiência e disseminá-la para outros municípios.


Os eventos são promovidos em conjunto pela Associação dos Guardiões de Sementes Crioulas de Ibarama, Emater, UFSM, Prefeitura de Ibarama, Colegiado do Território Centro Serra e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Clima Temperado.

Patrimônio genético em risco

A professora Lia Rejane Reinger, do Departamento de Fitotecnia da UFSM, destaca que as sementes crioulas constituem um imenso repositório genético não somente para as comunidades que as conservam, mas para toda a humanidade. Sua importância, enfatiza, “vai além dos cenários locais e regionais, uma vez que seus genes podem ser importantes para garantir a sobrevivência dos cultivos agrícolas, esgotados, muitas vezes, em seu germoplasma pelos programas convencionais de melhoramento genético”.

A conservação da agrobiodiversidade crioula, adverte Lia Reinger, sofre hoje uma série de ameaças: “inexistência de uma infraestrutura eficiente de conservação, que a proteja de eventuais perdas por intempéries de natureza climática ou ações antropogênicas; carência de estudos técnico-científicos que possibilitem o seu resgate, conservação e uso sustentável e, também, pelo risco de que a reputação do germoplasma crioulo conservado em Ibarama e seus derivados, em especial a farinha, sejam indevidamente apropriados por outrem, dada a inexistência de registro de uma marca coletiva ou do reconhecimento de identificação geográfica, estratégias que podem proteger e, simultaneamente valorizar esses produtos locais”.

Biodiversidade em queda no planeta

Segundo o Centro de Monitoramento para a Conservação Mundial, órgão ligado às Nações Unidas, a perda de biodiversidade no planeta já assumiu proporções alarmantes. Os governos não conseguiram cumprir sua promessa de chegar a 2010 com uma redução significativa da perda de diversidade biológica. Os países signatários do Convênio sobre a Diversidade Biológica acordaram em 2002 que deveriam obter uma significativa redução no ritmo da perda de biodiversidade para 2010, Ano Internacional da Diversidade Biológica.


A realidade, porém, é que a biodiversidade declinou nas últimas quatro décadas. Essa redução atinge diferentes grupos animais, como mamíferos, aves e insetos; bosques e manguezais; e arrecifes de coral. A Mata Atlântica brasileira que, no passado, foi o segundo bosque mais extenso da América do Sul, tem hoje conservada cerca de 10% de sua área, numa área fragmentada em parcelas diminutas.

O Pampa gaúcho também sofre com essa destruição. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, somente entre 2008-2009, o Bioma Pampa perdeu 331 quilômetros quadrados com a supressão de vegetação nativa, o que equivale a uma taxa de 0,18%, um pequeno decréscimo em relação à taxa do período 2002-2008, que foi de 1,2%.

De um total de 177.767 km², o Pampa teve quase 54% de sua área original suprimida ao longo de sua ocupação histórica. Entre 2002 e 2008, foram perdidos 2.183 km², que equivale a 1,2% do bioma , ou 0,2% de taxa média anual de desmatamento. Alegrete, na fronteira do estado do Rio Grande do Sul, foi o município que mais desmatou neste período em números absolutos, sendo 51,93 km² equivalentes a 0,67% da área do município. A lavoura do arroz, a pecuária e a expansão do reflorestamento de vegetação nativa por plantações das espécies eucalipto e pinus são as atividades que pressionam o desmatamento no Pampa, afirma o MMA


No caso das sementes, o avanço de culturas transgênicas coloca em risco, ao mesmo tempo, patrimônio genético, saberes e sabores tradicionais e a possibilidade de um tipo de agricultura não mergulhado em agrotóxicos e práticas que transformam os campos em grandes monoculturas, sem vida, sem cultura e sem história.




Fonte: Sul 21

Imagens: Sul 21, Google



Morre León Ferrari artista plástico argentino opositor à Igreja

26 de Julho de 2013, 10:50, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


A Civilização Ocidental e Cristã


León Ferrari criou obras que provocaram críticas do então cardeal Jorge Bergoglio.



León Ferrari
O artista plástico argentino León Ferrari, cuja obra de crítica à Igreja irritou o papa Francisco, quando Jorge Mario Bergoglio ainda era cardeal, morreu nesta quinta-feira em Buenos Aires, aos 92 anos. León Ferrari precisou se exilar no Brasil por ser perseguido pela ditadura argentina (1976-1983), que sequestrou seu filho Ariel, um dos milhares de desaparecidos durante o período.

Tão provocador e polêmico quanto reconhecido por seu talento nas artes, Ferrari foi o fundador do clube antirreligioso dos ímpios, heréges, apóstatas, blasfemos, ateus, pagãos, agnósticos e infiéis (Cihabaipai).



Uma exposição que apresentava uma retrospectiva da obra de Ferrari, em 2004, no Centro Cultural Recoleta (CCC), o mais importante da capital da Argentina, provocou uma forte reação de setores católicos e uma carta pastoral em que o atual papa se posicionou contra o teor das obras. “Hoje me dirijo a vocês bastante magoado pela blasfêmia promovida no CCC nesta exposição de artes plásticas, evento realizado por um Centro Cultural que é financiado com dinheiro de cristãos e pessoas de boa vontade, através dos seus impostos”, escreveu o então cardeal de Buenos Aires.



Uma das obras mais famosas de Ferrari é “A Civilização Ocidental e Cristã” (1965), uma escultura que mostra Cristo crucificado na parte inferior de um bombardeiro dos EUA, durante a Guerra do Vietnã. Outra obra provocadora é uma instalação dentro de uma gaiola com fezes de pombos com uma reprodução do famoso afresco “Juízo Final”, de Michelangelo, na Capela Sistina, no Vaticano.



Na inauguração da exposição, um grupo de ativistas ultra-católicos entrou no centro cultural gritando “Viva Cristo Rei!” e danificou algumas das obras, o que gerou como resposta um comício em apoio ao artista e um processo judicial. Mas a mostra foi encerrada após novas ameaças.




Dentre os inúmeros prêmios que conquistou na carreira, destaca-se o “Leão de Ouro” de melhor artista na Bienal de Arte de Veneza. “Ferrari levou a fronteiras inimagináveis o relacionamento político entre a arte e a sociedade”, afirmou nesta quinta-feira o secretário de Cultura argentino Jorge Coscia.



A partir de uma ideia de León Ferrari, em 25 de março de 2012, ao se completarem 35 anos do sequestro, assassinato e desaparecimento de Rodolfo Walsh, o Espacio Memoria y Derechos Humanos inaugurou a instalação Carta Abierta a la Junta Militar.  A obra, que foi montada no Bosque de Eucaliptos, em frente ao casino dos oficiais da antiga ESMA, é composta por quatorze paineis de vidro com a transcrição completa da Carta Abierta de Walsh.






Fonte: Correio do Povo, Google, Wikipédia
Imagens: Google




Oposição brasileira à Alca mudou agenda da América do Sul

22 de Julho de 2013, 15:56, por Desconhecido - 0sem comentários ainda





Para Celso Amorim, oposição brasileira à Alca mudou agenda da América do Sul


Da Rede Brasil Atual



Celso Amorim definiu os novos ares da
chancelaria brasileira como o início 
de umapolíticaexterna “altiva e ativa”
| Foto: Renato Araújo/ABr
“Em minha experiência de 50 anos em relações exteriores, posso dizer que derrubar um projeto prioritário dos Estados Unidos não é uma coisa fácil”, disse o embaixador Celso Amorim, ao falar dos esforços empenhados pelo Itamaraty junto aos países da região para barrar o avanço da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), enterrada em 2005 durante a Cúpula das Américas, na Argentina. Hoje ministro da Defesa, Amorim liderou a chancelaria brasileira por oito anos, durante os dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva. “A Alca já estava morta quando os presidentes se posicionaram fortemente contra a iniciativa, em Mar del Plata. Mudamos a agenda da América do Sul.”

A Alca foi um dos principais exemplos elencados por Amorim para demonstrar a mudança de rumos da diplomacia brasileira a partir da eleição de Lula, em 2003, e de sua posse como ministro de Relações Exteriores. “O grande significado da vitória de Lula era a consciência do povo de que era possível mudar seu próprio destino, a ideia de que, sim, era possível mudar o Brasil”, lembrou, durante discurso na terça-feira (16) na Conferência Nacional “2003-2013: Uma Nova Política Externa”, promovida em São Bernardo do Campo (SP) pela Universidade Federal do ABC e pelo Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais, que reúne entidades sociais, políticas e sindicais interessadas no tema. “Para isso, era preciso também mudar de atitude na política externa.”

Em poucas palavras, Amorim definiu os novos ares da chancelaria brasileira como o início de uma política externa “altiva e ativa”. Esta definiu-se basicamente, explica, pela adoção de um protagonismo internacional até então inédito no Itamaraty. E que muitas vezes acabou colocando o país em rota de colisão com os interesses dos Estados Unidos, como no caso da Alca, principal projeto de Washington para a América Latina no final do século 20 e início do 21. “A oposição e os meios de comunicação diziam que o Brasil e o Mercosul ficariam isolados se não fechassem o acordo”, lembra. “Mas como é que isso seria possível se a Alca queria mesmo era obter concessões do Brasil e do Mercosul? Os negociadores norte-americanos sabiam disso e fizeram de tudo para chegar a um entendimento conosco.”



Celso Amorim afirma que os Estados Unidos começaram a falar sobre a Alca quando era ministro de Relações Exteriores do presidente Itamar Franco, entre 1993 e 1995. O chanceler já via o projeto com desconfiança desde então, mas explica que, na época, não havia condições geopolíticas para opor-se logo de cara à iniciativa. “Se tivéssemos feito isso, o Mercosul possivelmente teria acabado”, conta. “Com Carlos Menem na Presidência e Domingo Cavallo como ministro da Economia, a Argentina era favorável ao tratado de livre comércio com Washington. Então insistimos em retomar a negociação dali a dez anos, alegando que precisávamos de tempo. Tempo é importante em diplomacia: quando você não pode enfrentar determinadas situações, você tenta ganhar tempo para que as coisas possam mudar.”

E o quadro realmente mudou. Amorim reconhece que, em meados dos anos 1990, não havia qualquer indício de que Lula poderia ser eleito em 2003. Mas, com o petista no Planalto, além de presidentes de esquerda em vias de eleição ou já no poder na América do Sul, houve condições para mudar o patamar de negociação. “O que estava colocado para nós era muito negativo para o Brasil. Os assuntos que nos interessavam estavam sempre em segundo plano, como o fim dos subsídios agrícolas e as medidas antidumping. Por outro lado, questões ligadas aos interesses dos Estados Unidos iam assumindo prioridade: serviços, investimentos, propriedade intelectual, que para nós eram muito prejudiciais”, lembra. “A própria negociação da Alca nos desfavorecia.”

O ex-chanceler conta que, para frear as pretensões dos Estados Unidos, o Itamaraty foi buscar apoio dos países da região, principalmente do Mercosul. Com Menem fora do governo argentino, que em 2003 era liderado pelo neoliberalismo mais moderado de Eduardo Duhalde, Amorim afirma que foi paulatinamente costurando acordos de atuação conjunta entre os vizinhos para se contrapor às pressões de Washington. E se apressou para revelar a disposição do Brasil em não assinar o acordo da Alca, como estava colocado até então, já na primeira reunião com empresários argentinos de que participou como ministro. “A Argentina tinha algumas reclamações em relação ao Brasil no Mercosul, algumas legítimas, e por isso a essência da nossa posição era a seguinte: seríamos flexíveis dentro do Mercosul, mas queríamos atuar conjuntamente, unidos, em relação à Alca.”

Amorim afirma que a mesma proposta foi feita a empresários e autoridades uruguaias e paraguaias logo em seguida. O resultado foi que, na reunião seguinte do Mercosul, o Brasil aceitou “na prática” o conceito de assimetria regional – uma velha bandeira dos governos de Paraguai e Uruguai dentro do bloco por terem uma economia menos pujante que as economias brasileira e argentina. “Sacrificamos alguns interesses imediatos nossos, mas em benefício de um interesse muito maior, que era uma posição comum na Alca”, reconheceu. “Progressivamente, os países do Mercosul foram assumindo posição mais próxima à nossa, até que pudemos chegar a Miami, na reunião que finalizaria as negociações da Alca, com um projeto de acordo razoável.”

Isso não significa que o ministro tenha se arrependido por não tê-lo assinado. “De qualquer maneira, havia um elemento hegemônico na Alca que iria predominar”, afirma, em referência aos Estados Unidos. “Mas transformamos a Alca num acordo menos torto.” Aqui radica a razão pela qual, segundo Amorim, o projeto já estava morto quando foi repelido em uníssono por vários presidentes sul-americanos na Cúpula de Mar del Plata. “Na medida em que conseguimos desentortá-lo, o acordo deixou de ser interessante para uma grande parte dos Estados Unidos. E, num processo que ainda durou mais um ano e meio ou dois, a Alca acabou sendo abandonada.”





Fonte: Sul21
Imagens: Sul21, Google



Médicos brasileiros são suspeitos de sabotarem as inscrições do Programa Mais Médicos

17 de Julho de 2013, 21:55, por Desconhecido - 0sem comentários ainda






Número de inscrições no Mais Médicos supera total de vagas

Alta procura fez ministro da Saúde pedir investigação da Polícia Federal

Até esta quarta-feira, o número de inscritos no programa Mais Médicos do governo federal, que pretende levar profissionais para cidades do interior do País, já tinha superado o número de vagas oferecidas, que é de 10,4 mil, chegando a 11,7 mil candidatos. O número acima do esperado pelo Ministério da Saúde levou o ministro Alexandre Padilha a determinar que a Ouvidoria do órgão telefone a todos os candidatos que já têm algum outro tipo de vínculo empregatício para checar a veracidade do interesse pelo programa.

Segundo Padilha, a suspeita surgiu há uma semana, quando o ministério começou a receber denúncias de que médicos estariam se organizando pelas redes sociais para fazer inscrições mesmo sem interesse e depois desistirem do posto, apenas para perturbar o processo. O ministro pediu que a Polícia Federal acompanhe a movimentação.

A PF, no entanto, afirma que o pedido – que precisa ser feito do Ministério da Saúde para o Ministério da Justiça – ainda não chegou, mas como vários consultas foram feitas, os policiais estariam monitorando as inscrições. "Desde segunda, o Ministério da Saúde, através da sua Ouvidoria, está ligando para médicos que se pré-inscreveram e que já têm outros vínculos, como residência médica, para perguntar se realmente querem participar do programa", explicou Padilha. "Estamos estimulando os médicos brasileiros a participar do programa, mas não queremos ninguém que esteja fazendo qualquer tipo de sabotagem para atrasar um programa tão sério que visa oferecer médicos para a população brasileira."

Pelo Mais Médicos, o ministério pretende pagar salários de R$ 10 mil. E colocá-los em cidades que hoje têm vagas sobrando e não conseguem contratar ninguém. As prioridades são cidades do interior – hoje 700 municípios não possuem nenhum médico – e as periferias das grandes cidades, onde há infraestrutura mas não há profissionais.

Brasileiros têm prioridade

A prioridade é para profissionais brasileiros interessados no programa, mas o governo prevê a contratação de estrangeiros para suprir as vagas não preenchidas por médicos nacionais, sem a necessidade de validação do diploma. Os estrangeiros fariam um curso simplificado de adaptação para que pudessem trabalhar apenas nos locais indicados pelo governo brasileiro.

O programa enfrenta enorme resistência da classe médica, contrária especialmente à contratação de estrangeiros. Apesar do Brasil ter apenas 1,8 médicos para cada mil habitantes - e a maioria concentrados nas regiões sul e sudeste - alega que o problema da saúde no País é infraestrutura e não falta de profissionais especializados.

A estratégia dos médicos seria atrasar a "importação". O Conselho Federal de Medicina (CFM), por meio da assessoria, afirmou desconhecer qualquer movimentação contra o Mais Médicos. Afirmou ainda que não partiu do CFM nenhum comando para que inscrições fossem feitas em massa para posterior descredenciamento.




Fonte: Correio do Povo
Imagens: Google



Monsanto: o "Gigante" acordou??? Onde???

17 de Julho de 2013, 12:44, por Desconhecido - 0sem comentários ainda





Esse brócolis tem dono! É da Monsanto!


Há quem acredite que os principais problemas da humanidade estejam concentrados no setor público, cuja “ineficiência e lentidão” seriam entraves para o desenvolvimento e o progresso das sociedades. A corrupção seria outra marca desse setor, conforme o bombardeio midiático diário que acompanha nosso dia a dia. Enquanto isso, o grande capital “produtivo e empreendedor” segue estendendo seus braços por todas dimensões da vida em busca de novas mercadorias e fontes de lucro. Uma das últimas conquistas desses desbravadores é o brócolis. Isso mesmo, o brócolis, que agora tem dono, a saber, a gigante transnacional Monsanto.

O Escritório Europeu de Patentes, sediado em Munique, concedeu agora em junho uma patente sobre o cultivo convencional de brócolis para a Seminis, uma empresa de propriedade da Monsanto. A patente EP 1597965 contempla o “brócolis derivado do melhoramento convencional” e abrange “as plantas, as sementes e a cabeça de brócolis cortada”. Além disso, abrange uma “pluralidade de plantas de brócolis”.

Segundo um documento de trabalho publicado pela Organização Mundial de Agricultura e Alimentação (FAO), a indústria da transgenia e das sementes está planejando explorar as patentes sobre o cultivo convencional. Conforme a FAO, as vendas globais de plantas patenteadas, derivadas da reprodução convencional, devem aumenta de cerca de 700 milhões de dólares para 3 bilhões de dólares.

Considerando essa nova “conquista da Monsanto”, cabe lembrar aqui e ampliar a divulgação da carta entregue dia 25 de maio deste ano (dia em que ocorreu a Marcha Mundial contra a Monsanto) por um conjunto de entidades ambientalistas do Rio Grande do Sul ao governo do Estado.

Marcha Mundial contra a Monsanto: carta ao governador

Neste sábado, 25 de maio, milhões de cidadãos ao redor do planeta protestam na Marcha Mundial Contra a Monsanto, respondendo unificada e ativamente aos problemas sociais, econômicos e de saúde relacionados ao consumo e ao cultivo de alimentos transgênicos. Seguido ao protesto, o movimento no Rio Grande do Sul traz duas propostas de desenvolvimento sustentável para o estado: o investimento estatal maciço em Bancos de Sementes Crioulas e a retirada imediata das sementes transgênicas do Programa Troca-Troca de Sementes da EMATER.

Por estes motivos encaminhamos hoje o presente documento, fruto de organização democrática e popular, ao Governador do RS, Tarso Genro, por intermédio do chefe do Gabinete do Governador, Ricardo Zamora; da coordenadora de educação ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Gislaine Pacheco; e do responsável pelo Plano de Sustentabilidade do Estado, Francisco Milanez.

A Monsanto é uma empresa de agricultura e biotecnologia que lucra vendendo organismos geneticamente modificados (OGM) e agrotóxicos e cobrando royalties sobre o uso de seus produtos patenteados. Entre as principais sementes produzidas e comercializadas ao redor do mundo estão milho, soja, trigo e algodão – commodities indispensáveis para a produção de alimentos em larga escala. Além da participação no agronegócio em latifúndios, a companhia também é fornecedora de insumos para a pecuária (respondendo pela criação do hormônio de crescimento bovino recombinante) e para a fabricação de comida industrializada (inventando o adoçante artificial sacarina e posteriormente comprando a criadora do aditivo alimentar aspartame).

Posto que fornece subsídios para a produção do que hoje se tornou a base alimentar do planeta,a implantação de campos de sementes transgênicas concentra para a Monsanto os benefícios da produção agrícola ao redor do mundo. Hoje, a transnacional está atrelada a 90% da produção de transgênicos no planeta e líder no mercado de sementes. Esse patamar foi adquirido com a práticas ilegais (ou legais em países com legislações frágeis) e política monopolista no fornecimento de alimentos em todo o mundo, conforme detalhado a seguir.

As sementes a que hoje temos acesso são fruto da biodiversidade de frutas, verduras, legumes e grãos criados espontaneamente pelo desenvolvimento milenar e natural dos organismos vivos. Retirando genes de outros organismos animais ou vegetais e implantando-os em sementes alimentícias, a Monsanto registra a patente deste novo gênero alimentício. Com a ajuda da monocultura, os campos substituíram espécies alimentícias locais pela lista de produtos aceitos pela indústria alimentícia internacional – e a frondosa variedade da qual goza o território brasileiro sucumbe pouco a pouco.

Os agricultores de todo o mundo que adquirem sementes transgênicas assinam um contrato em que se comprometem a repassar para a companhia uma porcentagem do lucro de sua lavoura. O comprometimento está justificado pelo controle exclusivo sobre as sementes feito pela Monsanto, que produz e adquire as patentes das sementes geneticamente modificadas. Há suspeitas de que o suicídio de centenas de agricultores na Índia esteja relacionado à impossibilidade de saírem do endividamento com a companhia, causado pelos altos custos das sementes e dos insumos químicos necessários à plantação.

Recentemente, a empresa foi processada por centenas de produtores rurais brasileiros que requisitaram a nulidade da cobrança de porcentagem no lucro sobre a plantação de OGM. No entanto, o término do pagamento de royalties não é o único problema em questão. Pois, independente do repasse financeiro, a Monsanto se beneficia contínua e crescentemente das produções agrícolas locais por dois motivos: a dependência do campo e o enfraquecimento do solo.

Para resguardar sua fatia de mercado, a Monsanto tem adquirido recentemente bancos de sementes nativas numa estratégia preventiva frente às constantes investidas populares contrárias à cobrança de royalties pela empresa.Um movimento mundial organiza ativistas para pressionarem os representantes do governo a adicionarem dispositivos às constituições federais, visando preencher “buracos na legislação” que permitem a essas grandes empresas patentearem as variedades de plantas e os métodos tradicionais de produção de alimentos. Proteção legislativa é o método democrático para garantir a segurança da saúde de consumidores e produtores e da economia da produção agrícola local.

A Monsanto iniciou estudos de sementes terminator (não-germináveis), isto é, que não podem se reproduzir espontaneamente – o que deixaria o produtor rural dependente da encomenda de uma nova leva de sementes a cada nova safra. Segundo Carta Aberta do CEO da Monsanto Robert B. Shapiro, a companhia não pretende e nunca comercializou sementes estéreis. Mas o depoimento de agricultores de todo o país aos movimentos sociais e a contínua encomenda de novas remessas de sementes denuncia que alguma parte desta tecnologia pode ter chegado aos campos brasileiros.

Ainda há que se dizer que a transgenia ameaças as espécies nativas. Algumas espécies de plantas têm cruzamento polinizado, o que significa que o pólen fértil de OGMs pode fecundar outras plantas distantes, transformando plantações próximas também em áreas transgênicas.

Adicionalmente, os agricultores que utilizam suas sementes e se negam a repassar parte de seus lucros, além de serem criminalizados pelos prejuízos financeiros causados à transnacional, contaminam a terra com o cultivo. Isso porque o cultivo de transgênicos está ligado ao uso intensivo de agrotóxicos. O uso de agrotóxicos – que está incluído no “pacote” da plantação de OGM – altera os ciclos naturais do solo e impacta negativamente na retroalimentação mantida pela própria produção de matéria orgânica, responsável pela fertilidade do solo. Mesmo assim, o Brasil é o campeão mundial na importação e no uso de agrotóxicos para o cultivo de alimentos. 85% da soja produzida no país é geneticamente modificada. Hoje, a soja transgênica está presente em 17 estados do Brasil, e a maior produção está no Mato Grosso do Sul, no Paraná e no Rio Grande do Sul.

São dezenas as pesquisas que indicam que consumo de OGM causa doenças. Essa combinação, segundo pesquisas científicas,provoca, em longo prazo (por isso dificilmente mapeáveis), infecções, tumores, câncer, infertilidade, destruição do sistema imunológico, resistência a antibióticos e mutação da flora intestinal.

A informação é pouca divulgada devido à intensa produção de testes patrocinados pela própria Monsanto e à imposição de barreiras a estudos que revelem os impactos dos transgênicos. As pesquisas, em geral, são de curta duração, não registrado impactos negativos nos organismos e influenciando os critérios de biossegurança dos países importadores de sementes OGM. Faltam pesquisas independentes que acompanhem os efeitos a longo prazo dos transgênicos nos organismos vivos. Os poucos estudos que conseguem ser publicados desvencilhando-se da opressão contínua da companhia de biotecnologia sobre os laboratórios de pesquisa ganham pouca visibilidade pela falta de discussão pública sobre o assunto.

Em setembro de 2012, uma pesquisa do francês Gilles-Eric Séralini foi publicada na revista científica Food and Chemical Toxicology, Este foi o estudo mais prolongado até o momento sobre os efeitos da ingestão de milho transgênico da Monsanto NK603, com e sem glifosato (um dos herbicidas mais utilizados no mundo). Os ratos de laboratório alimentados com OGM indicaram propensão radicalmente maior a mortalidade, infertilidade, desenvolvimento de tumores mamários e problemas hipofisários e renais em comparação aos outros animais. O estudo foi fortemente combatido pela companhia com forte resposta à imprensa acerca da falta de credibilidade na equipe de Séralini. Pouco tempo depois, foi admitido no comitê editorial da revista para um cargo recém criado Richard E. Goodman, que trabalhou para a empresa entre 1997 e 2004.

A empresa ainda trabalha contra a rotulagem de alimentos transgênicos. O direito de informação aos consumidores na exigência de discriminação na embalagem de produtos contendo OGM, segundo texto publicado no site da Monsanto no Brasil, “pode prejudicar a confiança dos consumidores” e adicionar um grande ônus às agências regulatórias. Uma série de estudos já revela que o problema da fome está relacionado à má distribuição de alimentos ao redor do mundo – uma consequência da especulação sobre terras e do paradigma econômico sobrepor-se ao bem-estar da população de países com menos condições financeiras. A maior prova de que a biotecnologia não diminuiu o problema, pelo contrário, só dificultou ainda mais o acesso às condições nutritivas mínimas é de que o número de famintos no mundo aumentou. Segundo a FAO, hoje mais de 1 bilhão de pessoas não têm garantido o mínimo de carboidratos necessários à boa nutrição diariamente. Desses, 65% estavam em na Índia, China, República Democrática do Congo, Bangladesh, Indonésia, Paquistão e Etiópia – países localizados em regiões produtoras de grandes estoques de alimentos transgênicos, destinados, principalmente para a engorda de rebanhos bovinos.

O uso de alimentos transgênicos atende um modelo agrícola da monocultura levando, por consequência, ao desmatamento e à contaminação das águas por agrotóxicos. Os latifúndios produtores de um único gênero alimentício têm o solo empobrecimento por desvincularem-no de outras espécies companheiras que poderiam suprir suas necessidades nutritivas. A intensificação da mecanização no campo (forte argumento do agronegócio de grande escala) tem sido uma das principais responsáveis pela fuga da mão-de-obra do campo no país.

Ao redor do mundo, Alemanha, França, Hungria, Rússia, República Tcheca e outros países já se posicionaram contrários à Monsanto e à exploração econômica dos campos por parte de outras multinacionais da biotecnologia. O movimento campesino no Haiti recusou a doação de sementes da Monsanto, depois do terremoto que abalou o país.Frente à forte oposição ativista em países da Europa, a estratégica da companhia norte-americana foi transferir o investimento em países, frágeis financeira e legislativamente, deficitários em qualificação técnica no campo e com abundância de água e de terra para desenvolvimento de latifúndios, tais como China, Índia e os latino-americanos Argentina e Brasil.

Enquanto o estado permanece calado, deixando de promover educação ambiental, melhoria da vida no campo e formação agroecológica, as grandes companhias de biotecnologia investem pesados recursos em meios de comunicação brasileiros, que são demandados para produzirem conteúdo publicitário e favorável ao uso de sementes transgênicas. Os argumentos da Monsanto são de que as sementes de OGM são mais duradouras e independentes de insumos – o que faria da transgenia uma opção sustentável – e que o lucro da propriedade rural é intensificado e o problema da fome diminuído pelo aumento da produção. Como já visto, os argumentos são falsos: os campos ficam dependentes; os seres humanos e animais, contaminados pela ingestão de alimentos geneticamente modificados; a riqueza e biodiversidade, comprometida; e os produtores rurais, reféns da empresa que fornece sementes.

Lutando contra a Monsanto, estamos lutando pela nossa comida. Ao lado dessa, outras empresas compartilham a estratégia antes descrita: Cargill, Syngenta, Bayer e suas filiais no Brasil e no mundo. Muitos agricultores, consumidores e políticos já são contra a lógica econômica dessas organizações. Uma mudança política pode reverter o quadro e colocar novamente a soberania alimentar e a garantia de um meio ambiente sadio, direitos inalienáveis dos cidadãos, acima dos interesses econômicos de uma empresa de fins privados.

PROPOSTAS

Como sabido, a inclusão de sementes no programa Troca-Troca da EMATER foi uma medida proposta pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG-RS) e aprovada pelo conselho do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (FEAPER). Conforme alertado anteriormente, variados problemas estão relacionados à introdução dos transgênicos nos campos. Os movimentos sociais aqui presentes requerem um posicionamento do estado que possa emitir nova sugestão e retirar as sementes dos campos da agricultura familiar – e, possivelmente, da agricultura de todo o estado.

Para alimentar a população de maneira independente, manter a produção agrícola diversificada e a mão-de-obra no campo,a reposta é investir na soberania alimentar.Nesse sentido, pedimos que o estado adote em seu Plano Estatal de Sustentabilidade o investimento em Bancos de Sementes Crioulas, que valorizem e protejam a biodiversidade local e as alternativas naturais de alimentação.

Neste sábado nos concentramos contra a Monsanto, contra o desnecessário investimento em biotecnologia frente à riqueza nutritiva e econômica natural que nossas sementes crioulas já nos oferecem. No entanto, o desejo e a implantação da transição agroecológica radical acontece todos os dias. Na confiança de um posicionamento firme e pioneiro de nosso governo e no aguardo de respostas imediatas às duas pautas previamente apresentadas, assinam este documento.




Fonte: Sul 21

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