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"Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar.

 Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo.

Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos."

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Burgos Cãogrino

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Rio+20: Salvem as Florestas Temperadas

20 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

 

 

Por Stephen Kanitz *

Mais uma vez no Rio+20 iremos ouvir o brado da devastação da Amazônia, e ninguém vai sair protestando contra o desmatamento quase total das Florestas Temperadas. 

Por que ninguém exige o reflorestamento do Mid-West Americano e da Europa? 

Por que os brasileiros gastam 95% do seu tempo contra o desmantamento da Amazônia e nada protestam contra o desmatamento das Florestas Temperadas? 

Em 2003, escrevi o artigo abaixo: Salvem as Florestas Temperadas, e a repercussão foi quase nula. 

Não fui convidado para nenhuma das 54 Conferências sobre Ecologia realizadas no Brasil de lá para cá, ninguém achou este tema importante suficiente para se discutir. 

Eis o artigo de 2003, que infelizmente continua válido.  

No filme A Bruxa de Blair, sucesso de bilheteria do cinema alternativo americano, há uma cena que fez meu sangue de ecologista amador brasileiro e defensor do crescimento sustentável literalmente borbulhar.

Os três estudantes do longa estão totalmente perdidos numa floresta da Nova Inglaterra e a garota começa a entrar em pânico achando que nunca mais sairia daquela selva. 

Seu colega então diz algo parecido com: 

"Não seja idiota, nós destruímos todas as nossas florestas temperadas.

É só andarmos mais meia hora em linha reta que logo sairemos daqui".

Ecologistas do mundo todo vivem fazendo protestos para preservar a floresta tropical brasileira, mas raramente param para refletir sobre essa corajosa crítica contida nesse filme, que fez tanto sucesso.

Se alguém se perder na Floresta Amazônica, poderá ter de andar por noventa dias até achar uma saída, tal o nível de preservação de nossa Amazônia, comparada com as demais florestas.

Então, não seria correto também discutir a reconstituição das florestas temperadas, há muito tempo dizimadas? 

Na Europa e nos Estados Unidos, boa parte das florestas foram destruídas. 



O "Crescente Fértil" descrito na Bíblia é hoje o Iraque da "Desert Storm".



Em contrapartida, 86% da Floresta Amazônica continua intacta.







No famoso Museu Smithsonian de Washington, vi um painel que orgulhosamente mostrava um pioneiro derrubando uma árvore para criar uma área arável e poder "suprir nossos antepassados com a comida necessária". Texto deles. 

Destruíram tantas florestas temperadas para plantar comida que hoje eles têm muito mais agricultores do que o necessário, a maioria economicamente inviável. 

Com a produtividade atual da agricultura, bastaria cultivar as planícies naturais que todos os países já possuem.

A destruição das florestas temperadas é uma das razões dos maciços subsídios que a Europa e os Estados Unidos dão à agricultura, razão de nossos protestos junto à OMC.

Quando negociadores do governo brasileiro reclamam desses subsídios, a resposta é que eles são necessários para manter a população no campo. 

Caso contrário, os países teriam enormes espaços e terras vazias, com todo mundo vivendo nas cidades.

O erro dessa lógica política está na frase "espaços e terras vazias", uma vez que essas terras não eram "vazias" antes de as florestas temperadas serem dizimadas. 

Há muito deveríamos ter colocado na agenda mundial a necessidade da reconstituição das florestas temperadas ao lado da preservação da Floresta Amazônica - o que exigiria dos países desenvolvidos a lenta substituição dos agricultores subsidiados por guardas e bombeiros florestais em constante vigilância. 

Pelo menos os agricultores passariam a ser úteis, em vez de receber subsídios para nada plantarem. 

Os espaços não ficariam vazios, como temem os políticos desses países. Voltariam ao equilíbrio original.

Isso teria importantes consequências econômicas para o Terceiro Mundo. 

Acabaria com os enormes subsídios agrícolas e equilibraria a balança comercial de muito país em desenvolvimento.

Bjorn Lomborg, autor do The Skeptical Environmentalist, escreve na página 117 uma frase de muita coragem política:

"Que base nós (Primeiro Mundo) temos para nos indignarmos com o desmatamento das florestas tropicais, considerando o nosso desmatamento na Europa e Estados Unidos? 

É uma hipocrisia aceitar que nós nos beneficiamos imensamente da destruição de enormes áreas de nossas próprias florestas mas não vamos permitir que países em desenvolvimento se beneficiem como nós o fizemos.

Se não quisermos que eles usem seus recursos naturais do jeito que nós usamos os nossos, devemos compensá-los de acordo". 

Obviamente, ele foi massacrado, e por muitos brasileiros. 

Da próxima vez que um amigo, um jornalista ou um diplomata estrangeiro lhe indagar sobre o que estamos fazendo com nossa Floresta Amazônica, antes de responder, pergunte-lhe o que ele está fazendo para reconstituir 85% de suas florestas temperadas.


*Stephen Kanitz é administrador por Harvard

Veja o artigo na íntegra no link da fonte

Imagem: Burgos (Cãogrino)



Pepe Mujica: solução ambiental passa pela reavaliação econômica

20 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda




Para o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, a solução do problema ambiental passa pela reavaliação do sistema econômico em que vivemos. “Toda esta tarde falou-se de desenvolvimento sustentável e de tirar grandes massas da pobreza. O que vai por nossas cabeças? O modelo de desenvolvimento de consumo das sociedades ricas. O que aconteceria a este planeta se os hindus tivessem a mesma proporção de carros que os alemães? O mundo tem hoje os elementos materiais para possibilitar que 7 ou 8 bilhões de habitantes tenham o mesmo potencial de consumo e de desperdício que as sociedades ocidentais ostentam?”

O presidente uruguaio concluiu dizendo que é preciso mudar a lógica do desenvolvimento, que hoje é governado pelo mercado. “Estamos governando a globalização ou será que é a globalização que nos governa? O problema é o mercado, o hiperconsumo. Não se trata de propor voltar ao homem das cavernas e ter um monumento ao atraso. Não podemos ser governados pelo mercado. Temos é que governar o mercado”, ressaltou Mujica.







Fonte: Vermelho
Imagem: Google


 



Dez fatos chocantes sobre os Estados Unidos

19 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



1 - Maior população prisional do mundo.

 
 Elevando-se desde os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controle social: à medida que o negócio das prisões privadas alastra-se como uma gangrena, uma nova categoria de milionários consolida seu poder político. Os donos destas carcerárias são também, na prática, donos de escravos, que trabalham nas fábricas do interior das prisões por salários inferiores a 50 cents por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios hoje sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como roubar chicletes. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres, mas, sobretudo, os negros, que representando apenas 13% da população norte-americana, compõem 40% da população prisional do país.

2 - 22% das crianças americanas vive abaixo do limiar da pobreza.


 
 Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças norte-americanas vivam sem “segurança alimentar”, ou seja, em famílias sem capacidade econômica para satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não vão à universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.

3 - Entre 1890 e 2012, os EUA invadiram ou bombardearam 149 países.



O número de países nos quais os EUA intervieram militarmente é maior do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelo país só no século XX. Por trás desta lista, escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de Estado e patrocínio de ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, recipiente do Nobel da Paz, os EUA conduzem neste momente mais de 70 operações militares secretas em vários países do mundo. O mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, superando de longe George W. Bush.

4 - Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade.
 


Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos por cada empresa, é prática corrente que as mulheres norte-americanas não tenham direito a nenhum dia pago antes ou depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença maternidade. Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia.
 
5 - 125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de plano de saúde.


 
 Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de norte-americanos não têm), então há boas razões para temes ainda mais a ambulância e os cuidados de saúde que o governo presta. Viagens de ambulância custam em média o equivalente a 1300 reais e a estadia num hospital público mais de 500 reais por noite. Para a maioria das operações cirúrgicas (que chegam à casa das dezenas de milhar), é bom que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e, como o nome indica, terá a oportunidade de se endividar e também a oportunidade de ficar em casa, torcendo para não morrer.

6 - Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Só entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo norte-americano.



Esqueçam a história do Dia de Ação de Graças com índios e colonos partilhando placidamente o mesmo peru em torno da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições atuais à imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmos imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA iniciaram um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito em idioma que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do mundo oficializar esterilizações forçadas como parte de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e, mais tarde, contra negros e índios.

7 - Todos os imigrantes são obrigados a jurar não ser comunistas para poder viver nos EUA.


 
 Além de ter que jurar não ser um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do Partido Comunista, se tem simpatias anarquista ou se defende intelectualmente alguma organização considerada terrorista. Se responder que sim a qualquer destas perguntas, será automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de fraco carácter moral”.

8 - O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 mil dólares.



O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente, todos os estudantes têm dívidas astronômicas, que, acrescidas de juros, levarão, em média, 15 anos para pagar. Durante esse período, os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos e assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel prazer, sem o consentimento ou sequer o conhecimento do devedor. Num dia, deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juros e, no dia seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes norte-americanos cresceu à marca dos 1,5 trilhões de dólares, elevando-se assustadores 500%.

9 - Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada dez norte-americanos, há nove armas de fogo.



Não é de se espantar que os EUA levem o primeiro lugar na lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a comparação com outras partes do mundo: no restante do planeta, há uma arma para cada dez pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada dez. Nos EUA podemos encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as armas, algo em torno de 275 milhões. Esta estatística tende a se elevar, já que os norte-americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.

10 - Há mais norte-americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em Darwin.



 A maioria dos norte-americanos são céticos. Pelo menos no que toca à teoria da evolução, já que apenas 40% dos norte-americanos acreditam nela. Já a existência de Satanás e do inferno soa perfeitamente plausível a mais de 60% dos norte-americanos. Esta radicalidade religiosa explica as “conversas diárias” do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-pré-candidato republicano Rick Santorum, que acusou acadêmicos norte-americanos de serem controlados por Satã.



Fonte: Diário Liberdade, Blog Pé com Pé 
Imagem: Google




Direto da Palestina com Sandra Guimarães

18 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda




 É óbvio que... Antoine De Saint Exupery  estava certo quando disse:

"A verdadeira solidariedade começa onde não se espera nada em troca."





Direto da Palestina com Sandra Guimarães

do site Óbvio & Atual

Entrevista em 31/01/2011 


O que motiva uma pessoa à abrir mão de sua faculdade de Linguistica em Paris e se dedicar ao trabalho voluntario na Palestina, região situada no Oriente Médio, numa tensa zona de conflito, a não menos de 8473 mil quilometros de distancia do Brasil, alvo de inúmeros ataques terroristas e com suas fronteiras controladas por Israel.?
    Com uma população de aproximadamente 4 milhões de pessoas, não é díficil de imaginar que a Palestina sofre com sérios problemas sociais, econômicos e políticos.
   Acredite ou não. Esse lugar conquistou Sandra Guimarães, que atualmente luta para melhorar a qualidade de vida das pessoas que involuntariamente são vitimas desses conflito.
   A entrevista que você vai ler a seguir é um exemplo puro de solidariedade. Conheça agora a Sandra Guimarães,  uma brasileira nascida em Natal (RN) que vive no exterior desde 2002 e teve sua vida completamente transformada.

@obvioeatual: Diga-nos cinco coisas que precisamos saber sobre você. 
Sandra Guimarães: Tento deixar meus princípios e valores morais guiarem as escolhas que faço, dia após dia. Por isso (1) sou vegana, (2) não bebo álcool, (3) uso meu tempo e minha energia para tentar transformar o mundo em um lugar mais justo, (4) escolhi um trabalho que me desse a oportunidade de ajudar as pessoas e os animais, além de preservar o meio ambiente, e (5) me esforço para “ser a mudança que desejo ver no mundo”, como Gandhi nos aconselhou.

 @obvioeatual : De estudante de linguistica em Paris, para ativista na Palestina. Quando, como e por que você decidiu seguir esse caminho?
Sandra Guimarães: Me formei em julho de 2007. Eu adorava, e ainda adoro, linguística, mas a idéia de ser professora nunca me encantou. Acabei abandonando o mestrado dois meses depois de ter começado para seguir minha verdadeira vocação: culinária vegana. Foi nesse momento que a Palestina entrou na minha vida. Cresci ouvindo falar no assunto mas nunca entendi exatamente o que acontecia nessa parte do mundo. Um dia comprei uma revista de antropologia dedicada à Palestina e tudo, desde a origem do conflito até a vida na Palestina nos dias de hoje, estava explicado de maneira clara, com muitas fotos e mapas. Quando terminei de ler a reportagem entrei em um estado de choque que durou meses. Em dezembro de 2007 decidi visitar a Palestina. Passei três semanas passeando e fazendo trabalhos voluntários. As coisas que vi aqui me marcaram tanto que percebi que seria impossível voltar para casa e continuar com a minha vida de antes. Foi então tomei a decisão mais inusitada da minha vida : me mudei para a Palestina e comecei a trabalhar como voluntária nos campos de refugiados.

@obvioeatual : Que tipo de atividade você realiza na Palestina?
Sandra Guimarães: Organizo oficinas sobre higiene buco dental para crianças nos campos de refugiados de Belém e, quando posso, levo-as ao dentista¹. Dou palestras nos centros culturais dos campos sobre saúde e nutrição, com foco na prevenção (e tratamento) do diabetes, hipertensão e obesidade. Coordeno um projeto que ajuda mães de crianças deficientes a ter uma fonte de renda e melhorar as condições de vida dessas crianças, também nos campos de refugiados². Quando vou ao Brasil procuro informar as pessoas sobre a verdadeira face da ocupação israelense na Palestina através de palestras e debates.  Paralelo a isso tudo, dou aulas de culinária vegetal, ensino Francês e mantenho um blog de cozinha vegana.

Eu (na frente, de mãos dadas com duas crianças) e um grupo de crianças do campo de refugiados de Aida. Essas crianças participaram de uma das minhas oficinas de higiene buco dental e, com ajuda financeira de alguns amigos, pude levar todas ao dentista. Na foto estamos voltando de um passeio que organizei para elas.
Oficina de pintura para crianças deficientes. Essas oficinas são realizadas para os filhos das mulheres que participam do projeto que ajuda mães de crianças deficientes a ter uma fonte alternativa de renda.

@obvioeatual : Sobre o seu trabalho na Palestina, quais são os seus objetivos?
Sandra Guimarães: Eu vim morar na Palestina por dois motivos. Primeiro para mostrar solidariedade a esse povo tão sofrido. Segundo para testemunhar a realidade nesse país e contar ao maior número possível de pessoas o que está acontecendo aqui. Sei que sozinha não posso acabar com as injustiças das quais o povo palestino é vítima há mais de 60 anos, mas estou fazendo o que posso para ajudá-los. É aquela velha história do beija-flor tentando apagar sozinho o fogo na floresta: estou fazendo a minha parte. Não acabei com a ocupação, mas acredito que meu trabalho nos campos melhorou a vida de muita gente e graças às palestras que dei no Brasil várias pessoas ficaram sabendo da verdade sobre o conflito. Sei que minha contribuição é modesta, mas fazer pouco é melhor que não fazer nada.

@obvioeatual : Quais são suas maiores dificuldades?
Sandra Guimarães: A primeira coisa que me vem à mente quando penso nas dificuldades é conseguir visto para ficar aqui. Israel controla a entrada e saída de todas as pessoas (palestinos ou estrangeiros) na Palestina e viver e trabalhar aqui às vezes é uma missão impossível. A segunda maior dificuldade é a falta de apoio financeiro. Faz três anos que trabalho como voluntária e boa parte dos projetos que fiz nos campos foram financiados com meu próprio dinheiro e doações da alguns amigos próximos. Hoje sou obrigada a trabalhar menos nos campos e mais fora deles (dando aulas de culinária e francês) para poder pagar as contas. Mas talvez o pior de tudo seja esse sentimento de impotência e frustação que me acompanha permanentemente. É doloroso ver injustiças diariamente, como roubo de terras, destruição de casas, prisão de inocentes (às vezes crianças), assassinatos à sangue frio sem que nunca os assassinos sejam punidos, e não poder fazer nada. Pior ainda: ler um jornal no Brasil (ou na Europa) e descobrir que, por causa do poderoso lobby sionista, essas vítimas são descritas como os culpados da história. Isso é o mais difícil para mim. 

Essa foto foi tirada por Anne Paq (annepaq.com) , durante uma outra manifestação pacifica. Os soldados israelenses lançaram tantas bombas de gás lacrimogêneo nos manifestantes e esse senhor palestino quase morre sufocado. Cheirar álcool ajuda um pouco a respirar no meio de uma nuvem de gás e como a ambulância demorou para chegar aonde estávamos (os soldados israelenses estavam atirando nas pessoas), tive que prestar os primeiros socorros a esse pobre idoso, no campo, atrás de um muro de pedras.
Outra foto feita por Anne Paq (annepaq.com)  durante uma manifestação pacífica contra a ocupação militar, na cidade palestina de Bil'in. (Você me achou na foto? Estou de óculos escuros.) As manifestações, ou todo tipo de protesto, aqui são violentamente reprimidas pelo exército israelense. Palestinos e estrangeiros caminham em cidades palestinas, armados somente de coragem, para protestar contra o roubo de suas terras pelo governo israelense. Os manifestantes são recebidos com granadas de som, bombas de gás lacrimogêneo e tiros. Centenas de pessoas foram feridas e muitas perderam a vida nessas passeatas, sem contar todos os palestinos presos por terem cometido o crime de protestar contra as injustiças das quais são vítimas. As pessoas estão cobrindo a boca e nariz para se proteger do gás lacrimogeneo, que é tão forte que pode matar (sufocamento).

Para saber mais sobre Sandra Guimarães e sobre a Palestina, confira alguns artigos que ela já publicou na web ou então mande um email para a Sandra (noticiasdapalestina@gmail.com) para receber newsletters com informações de lá.





O muro do apartheid na Palestina ocupada pelos sionistas de Israel e o Relato de uma Brasileira voluntária nos Campos de Refugiados da Palestina

18 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


Por Jacob David Blinder

O apartheid foi um dos regimes de discriminação mais cruéis de que se tem notícia no mundo. Ele vigorou na África do Sul de 1948 até 1990 e durante todo esse tempo esteve ligado à política do país. A antiga Constituição sul-africana incluía artigos onde era clara a discriminação racial entre os cidadãos, mesmo os negros sendo maioria na população.

O apartheid atingia a habitação, o emprego, a educação e os serviços públicos, pois os negros não podiam ser proprietários de terras, não tinham direito de participação na política e eram obrigados a viver em zonas residenciais separadas das dos brancos.. Mais recentemente surge um apartheid tão discriminatório quanto foi o existente na África do Sul – é o famigerado apartheid realizado pelos sionistas de Israel.

A Construção por parte de Israel do denominado Muro do Apartheid na Palestina ocupada (que está planejado para possuir 700 km de extensão) constitui uma grave violação dos Direitos Humanos e do Direito Internacional . O muro está construído dentro de um contexto de ocupação ilegal que Israel pratica na Cisjordânia e em Gaza desde 1967 e seu trajeto incorpora assentamentos sionistas ilegais e simultaneamente divide aldeias e pequenas cidades palestinas provocando um gigantesco apartheid na região, separando pais de filhos, alunos de escolas e pessoas que necessitam o apoio de médicos e hospitais.

Tudo isso acontece porque Israel não cumpre os acordos internacionais celebrados sob auspicio da ONU já que é protegido abertamente e vergonhosamente por Estados Unidos e alguns países da Europa Ocidental gerando assim a impunidade, a opressão e a colonização dos palestinos.

Quando é que terminará a criminosa limpeza étnica pratica pelos sionistas de Israel? Quando terminará as demolições/expropriações ilegais praticadas na Palestina ocupada? Até quando Israel afrontará a humanidade construindo humilhantes muros de Apartheid?

O vídeo abaixo mostra como está implantado o vergonhoso muro do Apartheid na Palestina ocupada por Israel.





Fonte: IrãNews

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 Coloco aqui partes de um post do Blog Papa Capim

12/03/2012 


Por Sandra Guimarães



 Meu trabalho no campo de refugiados


... quebrei uma promessa que fiz a mim mesma: manter o Papacapim apolítico e não misturar ocupação militar e comida pra evitar indigestão. Mas quem eu estava tentando enganar? Comer é um ato político. A maneira como me alimento e as receitas desse blog são motivada por razões políticas (e éticas). Faz quatro anos que sou ativista pelos direitos humanos e animais em tempo integral e política ocupa a minha mente na maior parte do meu tempo acordada (dormindo também). O conteúdo desse blog é fortemente influenciado pelas minhas opiniões e princípios, logo o Papacapim é fundamentalmente político. Por isso decidi mostrar hoje uma parte da minha vida que até então ficou de fora do blog. 
Escola da ONU dentro do campo de Aida e o muro de separação (construído por Israel) ao fundo.

Comecei a trabalhar nos campos de refugiados assim que cheguei na Palestina. Pra quem não sabe, esses campos foram criados pela ONU pra acolher os palestinos que tinham sido expulsos de suas terras durante a criação do estado de Israel, entre 1946 e 1948. São refugiados em seu próprio país, ou melhor, no que restou do seu país. Simplificando muito, é como se a população do Norte e Nordeste do Brasil tivesse sido expulsa por colonizadores e fosse obrigada hoje a se refugiar na outra metade do Brasil, pois suas terras viraram outro país e eles já não são mais benvindos por lá.
Campo de refugiados de Aida, em Belém.

No início os campos eram imensas aglomerações de barracas, sem luz nem água encanada. Todos, inclusive a ONU, achavam que aquela situação era provisória e que os palestinos voltariam pras suas cidades e vilarejos de origem em pouco tempo, afinal não era possível expulsar 700 mil pessoas de suas terras e ficar por isso mesmo. As barracas se transformaram em casas de alvenaria e 64 anos depois eles estão no mesmo lugar, esperando que a resolução 194 da ONU, que garante o direito dos refugiados ao retorno, seja executada. Hoje eles são 5 milhões (fonte relatório da ONU, 2010), o maior grupo de refugiados do mundo, e vivem em campos espalhados pela Cisjordânia e Faixa de Gaza (os territórios palestinos) e pelos países árabes vizinhos. Embora alguns refugiados tenham conseguido se instalar em cidades, a grande maioria ainda vive nos campos. (Mais informações sobre os refugiados palestinos no site da UNRWA – Agência da ONU de ajuda aos refugiados palestinos).
No campo os habitantes pintaram os vilarejos de onde vieram, exatamente como eles eram no dia em que foram expulsos, mais de 60 anos atrás. A população de Aida vem de cidades que ficavam nos arredores de Jerusalem e Hebron, alguns a poucos quilômetros do campo. Embora tão próximos, eles nunca puderam voltar lá.

Aqui em Belém tem três campos, Deheisha, Aida e Aza. Embora eu já tenha feito projetos em outros campos, hoje só trabalho em Aida, onde morei durante a maior parte do meu primeiro ano aqui.  A população desse campo é de 5 mil habitantes, espremidos em uma área de 710m² (sim, menos de 1km²). 60% da população tem menos de 15 anos e a taxa de desemprego é de quase 70%. A vida nos campos é extremamente difícil e o meu projeto tentar melhorar um pouco a situação econômica de algumas famílias, criando uma fonte de renda alternativa. Noor (que significa “luz” em Árabe) é um projeto independente criado por e para mulheres refugiadas que tem um filho deficiente. Por que somente mulheres que tem filhos deficientes? Porque depois de conversar com o diretor do campo, um bom amigo meu, ele explicou como a vida dessas mulheres era difícil, mais ainda do que as outras. Como o projeto é independente, todos trabalham de maneira voluntária (sem remuneração) e organizo aulas de culinária palestina pra patrocinar nossas atividades. Também organizo hospedagem no campo, na casa das famílias, pra estrangeiros que queiram fazer uma imersão total na cultura palestina e aprender Árabe.
O muro de separação construído por Israel, aqui bem longe da linha verde (a fronteira reconhecida pela comunidade internacional). O campo de oliveiras do outro lado do muro pertence à uma igreja de Belém, mas foi anexado ao território israelense e os habitantes de Aida, que costumavam fazer piqueniques e jogar bola entre as árvores, ficaram sem nenhum espaço verde.
O muro foi construído a poucos metros das casas. A construção começou em 2002 e continua até hoje. Quando terminado, o muro terá 760 km, o dobro da linha verde.

Criei esse projeto dois anos atrás com a ajuda de uma voluntária belga. Já faz um ano que ela voltou pra Bélgica, mais ainda nos ajuda muito e graças a ela quatro crianças do projeto vão à escola. No campo tem duas escolas da ONU, uma pra meninos e outra pra meninas, mas eles não aceitam crianças deficientes (por não terem capacidade de atender às suas necessidades). Em Belém e Beit Jala (a cidade colada à Belém) tem escolas pra crianças deficientes, mas são particulares e as famílias do projeto não têm condições de pagar a mensalidade (equivalente a 150 reais). Graças à minha amiga, um pequeno grupo de belgas (conhecidos dela) patrocina a educação dessas quatro crianças...  (Veja o post completo aqui)




Fonte: Blog Papa Capim



Ahmadinejad visita Bolívia, Brasil e Venezuela

18 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda





O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, iniciou na noite de segunda (18) uma viagem rumo à América Latina, na qual visita Bolívia, Brasil e Venezuela. Em La Paz, o líder se reuniria com o colega boliviano, Evo Morales. Em seguida, embarca nesta terça (19) para o Rio de Janeiro, onde participa da Rio+20. Ele solicitou uma audiência com presidenta Dilma Rousseff, mas o encontro não está confirmado. Por fim, se reunirá com o venezuelano, Hugo Chávez.

"Em primeiro lugar viajamos para Bolívia, país com o qual atualmente temos uma relação amistosa e que está crescendo rapidamente", disse o presidente iraniano antes de iniciar sua viagem, segundo a agência Isna.

Ahmadinejad destacou que sua visita à Bolívia responde à que Morales fez ao Irã em 2010, quando os países chegaram a "acordos muito valiosos", a fim de revisar a situação da cooperação bilateral e definir as estratégias de desenvolvimento de suas relações.

Na conversa com Morales, seria definida a parceria para a construção de quatro fábricas de produtos lácteos, além de um hospital e da diversificação no setor agrícola.

Ahmadinejad convidaria Morales para participar da Cúpula dos Países Não Alinhados, que ocorrerá em agosto em Teerã, capital iraniana. O movimento dos países não alinhados reúne mais de 100 países em desenvolvimento que pretendem construir um caminho próprio e independente em relação às nações desenvolvidas.

Após deixar a Bolívia, Ahmadinejad deverá participar ainda nesta terça da Rio+20, na qual, disse, será criada uma nova organização mundial para coordenar e organizar as relações comerciais e ambientais entre os países. "Segundo os estudos e as análises feitas, estão tentando que esta organização seja unilateral em detrimento dos povos e a favor do sistema capitalista", denunciou.

Ahmadinejad explicou que seu país estará representado na Rio+20 por uma delegação de 20 destacados especialistas, liderados pelo chefe da organização iraniana de proteção do meio ambiente.

"Acreditamos que o progresso deve basear-se no respeito à humanidade, à dignidade e aos valores divinos e humanos e durante nossa participação nesta conferência tentaremos que não se aprove nenhuma decisão em detrimento das nações e a favor do sistema capitalista", comentou o líder iraniano.

O presidente pediu uma audiência com Dilma Rousseff para tratar de uma agenda bilateral, mas o encontro ainda não foi confirmado pela Presidência da República do Brasil.

Ahmadinejad acrescentou que para concluir a viagem seguirá para Venezuela, onde se reunirá com Hugo Chávez, com o qual revisará "a estratégia para promover e desenvolver as relações e a colaboração".

"Teerã e Caracas atualmente têm uma relação amistosa, profunda e de irmandade", assegurou. Em janeiro, Ahmadinejad fez sua primeira viagem pela América Latina na qual, em cinco dias, visitou Venezuela, Nicarágua, Cuba e Equador, também a fim de fortalecer as relações bilaterais e desenvolver a cooperação política e econômica.



Fonte: Vermelho
Imagem: Google



Poderá Venezuela assumir a liderança no mercado petrolífero?

17 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


Foto: EPA
A Venezuela se tornou líder mundial quanto às reservas de petróleo, tendo suplantado a Arábia Saudita, constata a Resenha Anual de Estatísticas do Mercado Energético Mundial, publicada pela petrolífera BP. Que ressonância terá este fato no panorama global do setor do petróleo? Até que ponto poderá afetar as posições ocupadas até hoje pelos maiores produtores, incluindo a Rússia?

A questão-chave no mercado de hidrocarbonetos reside nos lucros obtidos pelas companhias do setor e não na quantidade de reservas desta matéria-prima. A Venezuela é capaz de aumentar a extração mas não de forma radical, consideram peritos. O clima de investimentos não permite que o país demonstre resultados melhores e, por conseguinte, não pode exercer uma influência séria à escala global. A Arábia Saudita, que ficou atrás da Venezuela, tem vindo a incrementar as capacidades produtivas, ao contrário do país dirigido por Hugo Chavez. Mais do que isso, a Venezuela não dispõe de um programa de larga escala que preveja o aumento de produção de petróleo, afirma o perito russo Denis Borissov.

"O interesse manifestado em relação à Venezuela, apesar de elevado, continua a ser contido pela instabilidade geopolítica regional. Por isso, não se pode esperar, em breve, mudanças essenciais na produção desta matéria-prima. A longo prazo, se deve levar em linha de conta que uma parte considerável das reservas de petróleo venezuelano tem sido obtida, nos últimos cinco anos, à custa do petróleo pesado e mais complicado em termos geológicos, extraído na zona do rio
Orenoco. Por isso, nos próximos anos não haverá alterações radicais nessa área, o que quer dizer que a Rússia e a Arábia Saudita manterão as posições de liderança."

Enquanto isso, os peritos supõem que a correlação de forças no mercado de petróleo possa sofrer mudanças em caso do retorno do Iraque, ou seja, se este último voltar a entrar no mercado petrolífero. Claro que então muita coisa dependerá da situação política no país. Mesmo assim, os atores-chave, entre os quais a Rússia, não devem ter motivos de receio, diz o analista russo em matéria, Grigori Brig.

"As avaliações efetuadas pela BP indicam que, em princípio, a Rússia não possui as maiores reservas de petróleo. Isto se deve à existência de grandes reservas não prospetadas. 
Por exemplo, 700 mil milhões de barris do equivalente petrolífero se localizam na plataforma do Ártico, no Extremo Oriente e no sul da Rússia. A prospeção naquelas regiões se encontra em fase embrionária, havendo, sem dúvida, enormes potencialidades para aumentar a extração e aproveitar ao máximo as reservas existentes."

Entrementes, as reservas globais de petróleo registraram, no ano passado, um aumento de 1,9%, sendo a liderança mantida pelo Oriente Médio (48%), o que equivale a 795 bilhões de barris.

No que concerne à questão fundamental, que preocupa todos sem olhar para as posições ocupadas hoje em dia pela Venezuela, Rússia ou Arábia Saudita, - haverá ou não uma brusca quebra dos preços de petróleo – os peritos apontam ser pouco provável tal hipótese. Nesta fase, os preços se situam abaixo do patamar admissível para os membros da OPEP, constituindo 100 dólares por barril.




Fonte: Defesa Net



Cacique de cocar, terno e iPhone comercializa carbono

16 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Se o “esforço” da ONU e do IPCC é tão bom para a humanidade porquê os Estados Unidos e a China não assinaram o Protocolo de Kyoto para a redução das emissões dos gases de efeito estufa?
Para que serve os créditos de carbono, se os países do primeiro mundo vão continuar poluindo em detrimento dos países emergentes? E estes sem poderem competir, ficarão verdes e pobres?
E não podemos esquecer da outra fraude que é a compra de créditos de carbono em dólar (papel pintado), isto é, entregamos o nosso desenvolvimento a troco de nada.
E as ONGs ambientalistas vão fazendo seu barulho na mídia comum, e vão muito bem obrigado, já que defendem a causa dos seus patrocinadores, as grandes  empresas poluidoras.
Menos mal que a Advocacia Geral da União a tempo deu parecer contrário quanto à legalidade dos tais contratos de venda de créditos de carbono entre empresas estrangeiras e os “inocentes índios”.
E agora vem o melhor, não é só os créditos de carbono que servem de cortina de fumaça, mas o que mais interessa são as riquezas minerais  que está no subsolo das “terras dos índios” e não podemos esquecer que essas terras “ainda”  fazem parte do Brasil. 


(Burgos Cãogrino)

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Cacique de cocar, terno e iPhone comercializa carbono

Almir está em dia com as novas mídias e viaja o Brasil e o mundo dando visibilidade à causa indígena e à necessidade de preservar a floresta em pé. (Foto: Divulgação Metareilá/Povo Paiter-Surui)

Fabíola Ortiz
28 de Maio de 2012 

 
Almir Suruí é cacique do povo Suruí, que habita a terra indígena Sete de Setembro, de 248 mil hectares, uma região fronteiriça ao norte do município de Cacoal, no estado de Rondônia, que vai até o município de Aripuanã, em Mato Grosso. Ele anda com o corpo pintado de tinta de jenipapo, colares de sementes nativas e, quando fala em público, usa sempre o seu cocar de penas de arara e de pássaros de sua região. Esta é a imagem do figurino já conhecido de um indígena da Amazônia que cultua suas tradições. Mas quando vai à cidade, usa calça social e paletó, trajes que não escondem suas pinturas nem o impedem de revelar suas raízes. 

Nos seus compromissos urbanos, Almir carrega o laptop e o iPhone, ferramentas indispensáveis para estar conectado no século 21. O cacique está sempre online e antenado às discussões de desenvolvimento econômico, social e ambiental. Bem informado e munido da melhor tecnologia, ele viaja o Brasil e o mundo para dar visibilidade à causa indígena e à necessidade de preservar a floresta em pé. Seu grande trunfo é um projeto de créditos de carbono que pode gerar milhões de dólares para os Suruí.

Região fronteiriça ao norte do município de Cacoal, no estado de Rondônia, até o município de Aripuanã, em Mato Grosso. A reserva de 248 mil hectares é banhada pela bacia do rio Branco, afluente do rio Roosevelt e que se forma a partir da junção dos rios Sete de Setembro e Fortuninha. Os surui falam a língua do grupo Tupi e da família linguística Mondé. O primeiro contato com o homem branco foi em 1968.

A ideia é reinvestir os lucros da comercialização de créditos em projetos e práticas sustentáveis de conservação da floresta amazônica. Almir explica: “Nós pensamos na coletividade e como fazer isso acontecer. Em 2000, criamos um plano de 50 anos para o nosso povo e as práticas sustentáveis estão dentro do plano”, contou a ((o))eco durante um evento no Rio de Janeiro, promovido pela revista inglesa The Economist.

Os Suruí falam uma língua do grupo Tupi e da família linguística Mondé. O primeiro contato com o homem branco foi em 1968. O nome Suruí foi dado a esses indígenas por antropólogos, mas eles se autodenominam Paiter que significa ‘gente de verdade, nós mesmos’. Nas cerca de quatro décadas em que saíram do isolamento, os Paiter-Suruí viram sua população cair drasticamente de 5 mil para cerca de mil pessoas. Também mudaram de hábitos. O arco e a flecha, armas que garantem o sustento e o alimento do povo, estão abrindo espaço para celulares e gadgets eletrônicos.

As novas ferramentas lhes permitem ousadia na preservação da floresta onde moram. Em 2011, liderados por Almir, firmaram uma parceria inédita com o Google em que os índios tiram fotos e revelam ao mundo, através da internet, a devastação de suas terras. Parte do território Suruí já pode ser acessado em 3D no Google Earth. Eles criaram na rede um mapa cultural com a história e a tradição do povo, além de um mapa geográfico montado com a ajuda aparelhos de GPS.

Esses movimentos os antagonizaram aos madeireiros ilegais. Na luta contra o corte de madeira, Almir e outros membros da tribo recebem ameaças de morte desde 2003. Na semana que passou, elas se intensificaram e motivaram a “Carta do povo Paiter Suruí às autoridades públicas e à sociedade brasileira”, já apoiada por mais de 30 ONGs que atuam na defesa ao meio ambiente. Há uma semana, Almir Suruí contava com a proteção da Polícia Militar do estado de Rondônia, mas desde então essa segurança cessou.

Mapa do Google da tribo Suruí


Surui  encontra businessmen

No último dia 10 de maio, o cacique Almir foi um dos destaques do seminário “Brazil Innovation: A revolution for the 21st century” (Brasil Inovação: Uma revolução para o século 21), promovido pela The Economist, que reuniu executivos de diferentes setores empresariais para discutir novos modelos de negócios, inovação e empreendedorismo. O custo do evento de um dia foi salgado: mil reais.

O que faz um índio oriundo de terras na fronteira com a Bolívia ser convidado para falar a uma plateia selecionada de 250 executivos na capital fluminense? Em 2011, Almir Suruí foi escolhido como 53º homem entre os 100 homens mais criativos do mundo dos negócios pelo ranking da revista americana ‘Fast Company’.  Não foi o smartphone nem o terno que chamaram atenção, mas a sua visão inovadora de manter a floresta em pé através de projetos sustentáveis.

Almir já recebeu outras distinções de peso. Em 2008, foi premiado pela Sociedade Internacional de Direitos Humanos, que conta com 30 mil membros, em 26 países. Em 2000, essa mesma honraria foi concedida ao Dalai Lama.  Ele também é reconhecido internacionalmente por as denúncias à Organização dos Estados Americanos (OEA) de exploração ilegal de madeira nas suas terras indígenas e por defender os direitos e a integridade dos índios que vivem isolados, além de lutar contra a construção das hidrelétricas do rio Madeira. Em setembro de 2011, Almir Suruí discursou para chefes de Estado e de Governo dos 193 países-membros das Nações Unidas na sede da organização, em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU.

Aposta na venda de créditos de carbono

Índios suruis usam computadores e câmeras para registrar a realidade de seu povo e as práticas sustentáveis que realizam em suas aldeias. (Foto: Divulgação Metareilá/Povo Paiter-Surui)
Desde 2005, os Suruís replantaram 140 mil mudas de 17 espécies diferentes. Por ano, entre 25 a 30 mil árvores são reflorestadas. A iniciativa faz parte do projeto Carbono Suruí,  que utiliza formas de compensação de carbono como o desmatamento evitado e conservação por estoques de carbono. O projeto é enquadrado como REDD+ (Redução de Emissões do Desmatamento e Degradação Florestal), além de sequestro de carbono a partir de ações de reflorestamento.

O principal parceiro na empreitada é o FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade). Um de seus coordenadores, Ângelo Augusto dos Santos, conta que trabalha em parceria com os Suruís para criar mecanismos financeiros e ferramentas que garantam renda aos cerca de 1.300 índios, espalhados em 25 aldeias. “Todos os anos, os Suruís têm uma ‘safra’ de carbono não desmatado que é oferecido ao mercado. Nos próximos 30 anos, a quantidade de carbono que deixarão de gerar por evitar o desmatamento será de 8 milhões de toneladas”. Considerando-se um preço conservador de 5 dólares para a tonelada de carbono, a estimativa é de que os índios arrecadarão pelo menos 40 milhões de dólares. O projeto Carbono Suruí está previsto para durar três décadas e conservar uma área de 12 mil hectares. “Há maneiras de comercializar esses créditos de carbono”, destacou Ângelo, como por exemplo, oferecê-los a empresas que querem neutralizar suas emissões “Isso é uma grande inovação”, enfatizou.

Único projeto de REDD validado no Brasil

O cacique Almir também é conselheiro da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). Ele defende o REDD como uma alternativa econômica para viabilizar a conservação da floresta e da biodiversidade, assim como ser uma fonte de recursos para os habitantes da terra. Criado há três anos, o Carbono Suruí foi validado pelo Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e pela Rainforest Alliance e, assim, se tornou o primeiro a cumprir um processo de validação independente para garantir o cumprimento de normas internacionais referentes aos cálculos de redução de emissões de acordo com os sistemas VCS (Verified Carbon Standard) e CCBA (Clima, Comunidade e Biodiversidade).

Suruís são reconhecidos internacionalmente por criar mecanismos financeiros de REDD e vender créditos de carbono. (Foto: Divulgação Metareilá/Povo Paiter-Surui)
Os recursos obtidos pela comercialização dos créditos de carbono serão revertidos para o Fundo de Gestão Paiter-Suruí, oficializado há cerca de duas semanas, que ajudará a desenvolver atividades que já são fonte de renda do grupo, como a produção de castanha e café. Por ano, são 10 mil toneladas de castanha e mais de 4 mil toneladas de café orgânico. “Nós ajudamos a criar ferramentas financeiras para que o dinheiro chegue a estas comunidades. O Fundo Paiter-Suruí vai arrecadar recursos de doações de bancos multilaterais ou empresas e do dinheiro da venda de carbono”, explicou Ângelo Santos.

O Fundo está na fase de captação de recursos. A meta é captar nos próximos três anos o mínimo de 6 milhões de dólares. “Queremos desenvolver em cima da necessidade do povo da região e começar a valorizar produtos florestais. Política econômica verde é ter um planejamento de uso sustentável”, afirmou Almir. Em um prazo de 6 anos, este fundo será completamente gerido pelos Suruís, que já estão recebendo qualificação para tocarem a vida financeira por si próprios.

Povo Suruí é reconhecido internacionalmente por criar mecanismos financeiros de REDD e vender créditos de carbono.
Índios Suruís se utilizam das novas tecnologias


Em 2011, o povo firmou uma parceria inédita com o Google em que os índios tiram fotos e revelam ao mundo através da internet
Índios Suruís fazem oficina com a representante da Google para realizar um mapeamento em 3D de suas terras.
Almir Suruí: Eleito pela revista americana "Fast Company" como um dos líderes mais criativos do mundo dos negócios, o índio receita a tecnologia para preservar as tradições

Trechos da entrevista de Almir Suruí dada a revista Época em 16/02/2012
 
ÉPOCA – O que seu povo está fazendo para explorar a floresta de forma responsável?
 Suruí – Quando preservamos a floresta em nossas terras indígenas, geramos créditos. Isso porque evitar o desmatamento reduz a emissão de carbono na atmosfera, a principal causa das mudanças climáticas. Faz parte do plano Carbono Suruí, a primeira iniciativa brasileira de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) feita por índios. Estamos em processo de verificação pelo Imaflora, empresa de auditoria e certificação ambiental. Em breve, teremos a oportunidade de oferecer aos nossos clientes o produto do que conservamos hoje. Já evitamos jogar na atmosfera 360.000 toneladas de carbono entre 2009 e 2011. Também estamos trabalhando com reflorestamento. E num plano de negócios para vender produtos florestais, como castanha-do-brasil e copaíba. Tudo isso faz parte do nosso plano de 50 anos.

ÉPOCA – Vocês já ganharam dinheiro com esses créditos?
 Suruí – Ainda não. Queremos certificar primeiro para dar uma garantia isenta ao comprador. Estamos trabalhando baseados nas políticas públicas. Como nosso projeto é um dos primeiros do mundo, precisamos trabalhar com cautela para mostrar que é possível desenvolver respeitando a floresta.

ÉPOCA – O mercado de carbono não avançou nos últimos anos por causa da crise econômica e pela falta de um acordo que obrigue os países a reduzir suas emissões. Vocês estão desanimados?
 Suruí – Sim, às vezes ficamos frustrados. Mas ainda temos esperança. Até porque existem várias empresas procurando os suruís para comprar o projeto de carbono. Não posso dizer o nome das companhias, mas são cinco interessados entre empresas e governos. O que falta, no nosso entender, é incentivo político. Os países que vão para as negociações do acordo do clima estão lá defendendo interesses próprios. Eles não querem construir políticas públicas de responsabilidade, para melhorar o meio ambiente e a vida das pessoas.

ÉPOCA – É a segunda vez que o senhor ficou entre os 100 mais criativos da Fast Company, ao lado de nomes como o empresário Eike Batista. Por quê?
 Suruí – Sou péssimo para falar de mim mesmo. Só sei que não cheguei aqui sozinho, mas com o apoio da minha família, do meu povo. A gente ficou feliz em ter chegado entre os 100. Até porque nunca aconteceu na história do Brasil de um indígena conseguir uma homenagem assim. A revista Fast Company, acima de tudo, tem um pensamento econômico tradicional. No passado, ela nunca reconheceria esse tipo de ação. E isso é um avanço. Mais uma responsabilidade para a gente.

ÉPOCA – O que o senhor diria ao Eike Batista se o encontrasse?
 Suruí – Tenho muito orgulho de empresários que conseguem se tornar milionários. Eu só o cumprimentaria. Somos iguais como seres humanos. Não acho que ele seja superior a mim, nem eu a ele. Temos nossos potenciais diferentes. Eu me refiro do mesmo jeito a qualquer pessoa, com respeito. Independentemente de ser um milionário, empresário ou presidente da República. Mas, pensando bem, eu o chamaria para apoiar o desenvolvimento do meu Estado, Rondônia.
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Em janeiro de 2012

Visita da Sra. Adriana Hayes (USAID Washington) aos Suruí

No dia 24 de janeiro de 2012, a Sra. Adriana Hayes (Oficial de Programa da USAID Washington), na companhia da Sra. Magaly Pagotto (USAID Brasil), visitaram em Cacoal-RO a Coordenação Regional da FUNAI, chefiada pelo indígena Urariwé Suruí, a sede da Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí, no Distrito de Riozinho, e a aldeia Lapetanha, na TI Sete de Setembro.

O grupo se dirigiu para a sede da Metareilá no Riozinho, onde as oficiais da USAID foram apresentadas a toda a equipe técnica da associação e ouviram do Labiway Esaga Almir Suruí um breve relato sobre a história dos Surui, da associação Metareilá e dos projetos desenvolvidos pelo povo Suruí e suas associações, com especial destaque para o projeto Pamine (de reflorestamento), para as experiências do etnozoneamento e do plano de gestão, e para o projeto Carbono Suruí (de pagamento por serviços ambientais). Almir explicou o contexto dos Suruí e do seu território, o vínculo dos projetos tocados pelos Suruí com as políticas públicas e ao final presenteou a Sra. Adriana Hayes com um colar tradicional Suruí.

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Como começou a farsa do aquecimento global antropogênico:

Veja o texto retirado da página da ONU

A ONU está na vanguarda do esforço para salvar nosso planeta. Em 1992, a “Cúpula da Terra” criou a Conferência Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) como um primeiro passo no combate ao problema. Em 1998, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) criaram o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para fornecer uma fonte objetiva de informação científica (Leia aqui). E o Protocolo de Kyoto da Convenção de 1997, que estabeleceu metas de redução de emissões para países industrializados, já ajudou a estabilizar e, em alguns casos, reduzir as emissões em vários países.

A ONU tem assumido a liderança no enfrentamento às mudanças climáticas. Em 2007, o Prêmio Nobel da Paz foi atribuído conjuntamente ao ex-Vice-Presidente dos Estados Unidos, Al Gore, e ao IPCC (estão sendo processados por 30.000 cientistas)“por seus esforços para construir e divulgar maior conhecimento sobre as mudanças climáticas causadas pelo homem e lançar as bases para as medidas que são necessárias para neutralizar tais mudanças.”

O Protocolo de Kyoto estabelece normas para determinados países industrializados. Essas metas expiram em 2012. Entretanto, as emissões de gases de efeito estufa em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento vem aumentando rapidamente.

O Acordo de Copenhague foi acordado pelos Chefes de Estado, Chefes de Governo, Ministros e outros chefes de delegação na Conferência de Mudança Climática da ONU em Copenhague em dezembro de 2009.

No século XIX, começou a surgir a consciência de que o dióxido de carbono acumulado na atmosfera da Terra poderia criar um “efeito estufa” e aumentar a temperatura do planeta. Um processo perceptível nessa direção já tinha começado – um efeito colateral da era industrial era a produção de dióxido de carbono e outros “gases de efeito estufa”.

Em meados do século XX, tornou-se evidente que a ação humana influenciou um aumento significativo na produção desses gases e o processo de “aquecimento global” estava se acelerando. Hoje, quase todos os cientistas concordam que devemos parar e inverter este processo agora – ou enfrentar uma devastadora onda de catástrofes naturais que vai mudar a vida na Terra como a conhecemos.

Conferência sobre Mudança Climática em Cancun leva a acordos

Em dezembro de 2010, negociações sobre as mudanças climáticas em Cancúnforam concluídas com um celebrado pacote de decisões para ajudar o avanço dos países no sentido de um futuro com baixas emissões. Apelidadas de “Acordos de Cancún”, as decisões incluem formalizar compromissos de redução e assegurar maior responsabilização, bem como tomar medidas concretas para proteger as florestas do mundo.

O Acordo de Copenhague foi firmado pelos Chefes de Estado, Chefes de Governo, Ministros e outros chefes de delegação na Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU em Copenhague, em dezembro de 2009.
 
Muitas das provas já parecem claras para os leigos também. A maior parte dos anos mais quentes já registrados ocorreram nas últimas duas décadas. Na Europa, a onda de calor do verão de 2003 resultou em mais de 30 mil mortes. Na Índia, as temperaturas chegaram a 48,1 graus Celsius.

Quase dois anos depois, a ferocidade do furacão Katrina nos Estados Unidos foi atribuída, em grande parte, à elevada temperatura das águas no Golfo do México. E, em relação a terrenos em mutação, 160 quilômetros quadrados de território se separaram da Costa Antártica em 2008 – suas ligações à Antártida literalmente derreteram.

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Césare Battisti. Um terrorista?

16 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



“Boicotar minha imagem de escritor é uma maneira de me impedir de voltar à vida normal. É quase querer me empurrar a cometer o que eles venderam para o público: ‘esse cara é criminoso então vamos encorajar ele a cometer uma besteira’. Mas isso não vai acontecer”. Césare Battisti

Por Vanessa Silva

Em uma sexta-feira chuvosa, na zona sul de São Paulo, encontrei o ativista italiano Césare Battisti para realizarmos a entrevista agendada por e-mail alguns dias antes. O local escolhido foi uma lanchonete árabe: 10 da manhã. Mais ou menos pontualmente ele passou em frente ao local, mas não entrou. Engoli rapidamente os últimos pedaços da esfiha e esperei. Ele volta. Para. Olha para dentro por entre as mesas e sai novamente. Apresso-me a pagar o que consumi e saio. Avisto-o parado, na esquina, com ar perdido.

Não tive outra opção senão abordá-lo e me apresentar: “Césare, olá! Sou a Vanessa”. “Oi. Oi! Vamos lá!” Como que para justificar-se pela estranha reação, esclarece: “é que não fui eu que marquei, foi um amigo. Eu não conheço a região aqui”. Após trocarmos duas vezes de lugar, eu é que fiquei deslocada: também não conhecia a região. Por fim, achamos um restaurante apropriado e iniciamos a conversa.

“Não posso falar sobre política, nem sobre o meu processo na Itália. Isso já me rendeu muita complicação”, justificou-se. Feita a ressalva, iniciamos a entrevista.

O escritor

Battisti é escritor. Tem 20 obras publicadas, entre livros e histórias incluídas em coletâneas. A maior parte delas foi escrita em italiano, mas apenas quatro conseguiram circular em seu país natal. A maior receptividade aos seus escritos é observada na França, onde viveu 14 anos. Todos os seus livros foram traduzidos para o francês. Seus últimos três trabalhos foram publicados em português pela editora Martins Fontes: “Minha Fuga sem Fim”, “Ser Bambu” e o recém lançado “Ao pé do Muro”.

No prefácio de seu último livro, o professor titular da Unicamp e membro de Anistia Internacional, Carlos Alberto Lungarzo, esclarece que “a obra de Battisti é, também, uma luta contra o fetichismo. A nação é toda a Humanidade, e nenhuma pátria, mesmo ‘socialista’, pode substituí-la. Não existem anjos nem demônios, heróis nem bandidos, vítimas sagradas ou caçadores abençoados.

A repercussão do lançamento do seu livro no Brasil, no entanto, desagradou o italiano: “de repente, era como se tivessem concordado, ninguém [dos grandes jornais] apareceu. A gente sabia [que isso aconteceria] e por isso estamos fazendo um trabalho por canais alternativos, por uma imprensa mais militante e com apresentações em todos os Estados”.

Dois dias antes do lançamento, realizado na USP no dia 26 de abril, o jornal Folha de S. Paulo informou que o próprio autor havia cancelado o evento na Livraria da Vila. “Não é por acaso que é a Folha que faz isso. É um jornal cooptado pela Itália que me persegue há cinco anos, mentindo de maneira descarada, fazendo intoxicação, criando notícias falsas, como por exemplo, essa dizendo que a apresentação foi anulada em uma livraria onde nunca foi anunciada”.

Ainda assim o lançamento foi um sucesso: “estava cheio de gente, foi muito bom. [Tinha] estudantes, funcionários da USP, acadêmicos”.

“Ao Pé do Muro” foi lançado primeiramente na França, no dia 5 de março e “a Itália fez de tudo para boicotar este lançamento, de maneira histérica, querendo queimar livros”, conta Battisti.

O que ganha com o direito autoral a partir da venda dos livros no Brasil não é suficiente para que ele se mantenha, mas a divulgação de seus escritos tem outro objetivo: “não é através das vendas no Brasil que vou poder pagar meu aluguel. Mas é muito importante dar a conhecer a verdadeira cara de Césare Battisti. Que ele não é esse monstro que a mídia inventou, vendeu. Então é muito importante fazer esta turnê para combater esta imagem. Não é tanto pelas vendas do livro”.

E ressalta ainda que, “através disso [dos livros] eu vou poder desenvolver minhas ideias, minha maneira de pensar. [Lutar por] justiça e liberdade, pela igualdade e educação para todo mundo”.

Ativismo e militância na Itália

“Os anos 1970 foram um período de luta armada em quase todo o mundo. (...) Teve [luta armada] no Chile, Brasil, França, Itália, na Espanha, nos Estados Unidos com os Panteras Negras. Depois de 1968, se organizaram grupos no mundo inteiro, [até na] China”. Mas a Itália quer negar que existiu uma guerra, o que é “um absurdo porque nós temos [no país] dezenas de milhares de pessoas denunciadas, milhares presas. Ainda temos presos políticos na Itália. Hoje, 30, 40 anos depois ainda estão presos. Então, negar isso é um absurdo”.

De família comunista, Battisti entrou na militância ainda criança e aos 17 anos saiu de casa para participar de um grupo de jovens que vivia em uma “comunidade” de militantes não armados.

Ele classifica como o maior erro da sua vida ter entrado para o Proletários Armados Comunistas (PAC): “neste período, todo mundo achava que a via era a das armas. Claro que hoje eu acho que foi um erro, que tentar uma revolução armada em um país como a Itália é um absurdo. Acho que caímos em uma armadilha”.

Ele explica que a Itália tinha um forte movimento cultural “talvez o mais forte em quantidade e qualidade da Europa inteira depois da 2ª Guerra Mundial”. Então, para destruir esse movimento, os jovens foram “atraídos” para as armas, para o “enfrentamento direto com a polícia e com a repressão do Estado e claro que não tínhamos a menor possibilidade de ganhar deles. Foi uma armadilha”.

Tratava-se de uma “democracia de fachada. Na verdade, tínhamos a máfia no poder. Então acho que um jovem com 20 anos podia facilmente cair em uma armadilha dessas e recorrer à via das armas, ainda que eu ache que foi um erro político e estratégico”.

Proletários armados e a morte dos quatro

Battisti garante que não tem nenhum envolvimento nas mortes que foi acusado de ter cometido. Os fundamentos iniciais do Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) era de não matar. Mas a organização teve uma reviravolta quando, em junho de 1978, um grupo dentro dos PAC matou o guarda penitenciário Antonio Santoro. Neste momento, ele se decidiu definitivamente por sair, assim como boa parte dos fundadores da organização, conta.

“Esse homicídio foi executado quando eu ainda fazia parte dos PAC. Os outros três foram realizados quando eu já tinha saído. Isso não quer dizer que eu não fazia parte da luta armada, só que tinha saído desse agrupamento. Eu continuava em armas, mas em células de bairro, não nos PAC”.

“Eu assumo a responsabilidade política por esses anos todos coletivamente. Isso é história e a história não se julga nos tribunais”. Ele conta ainda que ninguém nunca o interrogou na Itália sobre esses crimes “nem um policial, nem um juiz, sobre esses assassinatos. Nada. Isso aconteceu depois. Depois da minha fuga da cadeia. Que foi uma fuga cinematográfica que a Itália não suportou uma coisa dessas. Então foi pura vingança”.

“Se queremos falar de vias jurídicas, de tribunais, então tem que respeitar também as leis. Eles não têm prova nenhuma de que eu participei disso. Nenhuma prova técnica. Pelo contrário. Têm provas de que eu não participei. As armas que foram usadas para matar essas pessoas foram encontradas com outras pessoas, que confessaram os crimes. É um absurdo! Tudo foi montado e fabricado de uma maneira imunda.

Por que então a perseguição?

O italiano de fala mansa não tem exatamente a imagem do que pensamos ser um terrorista. Tem semblante sereno, a barba feita, cabelo bem cortado. As lutas, perseguições, fugas e prisões, no entanto, deixaram sinais em seu semblante. Aos 57 anos, são visíveis as marcas da idade.

Mas, se é inocente como afirma, por que essa perseguição tão pessoal?, questiono. Battisti rebate prontamente elevando o até então tom calmo de sua fala: “essa é uma pergunta que eu faço aos jornalistas que me acusam publicamente. Por que eles mesmos não vão buscar a resposta para essas perguntas? (...) A grande imprensa que tem tantos recursos, deveria falar de ética profissional, colocar esta questão eles mesmos”.

Ele esclarece que o interesse por sua pessoa aflorou em 2002 quando passa a ter acesso à imprensa e a questionar o governo italiano. “Infelizmente eu virei uma personalidade pública, que tinha acesso à grande mídia e comecei a denunciar o que acontecia, o que tinha acontecido e ainda estava acontecendo na Itália. Por exemplo, eu queria saber onde estão os presos políticos, o que está acontecendo com eles. Essa foi a razão pela qual eu tive que fugir da França depois de 14 anos de asilo e vim para o Brasil. Se eu ficasse calado, se fosse qualquer um, que não tinha esse acesso à grande mídia para falar, denunciar essas coisas, estaria tudo bem, tranquilamente”.

Durante o tempo em que fui escritor, “que não vendia nada, ninguém se interessava por mim. Ninguém se ocupava de Césare Battisti. Eu estava a algumas centenas de quilômetros da Itália, estava em Paris. Por que nunca se ocuparam de mim? Por que começa isso em 2002? Porque é quando eu tenho acesso à grande mídia e começo a falar”.

Quando questionado sobre o porquê deste exato momento, ele esclarece: “porque teve um governo de direita na Itália, governo de direita na França... e eu fui vendido. Eu fui vendido em troca de um contrato. Isso saiu na imprensa. (...) A maior preocupação não era de que se estava vendendo a justiça, fazendo mercado com a Justiça”, mas se era conveniente para a Itália essa troca: “por que nós temos que aceitar o contrato com a França se podemos fazer nós mesmos? A preocupação do jornal [Corriere della Sera] não era que se estava vendendo a Justiça. Era a conveniência econômica, denuncia.

Battisti e o povo

“É mentira quando se fala que o povo italiano quer a minha cabeça. O povo italiano nem liga pra isso. Quem quer minha cabeça é a grande mídia e os políticos que estão no governo. O povo (...) tem outros problemas. A Itália está de joelhos, está em falência. (...) Sempre a máfia esteve no governo depois da guerra, mas nesses 16 anos eles tomaram todos os poderes. Desde a mídia, até o executivo. (...) Imagina então se o povo está preocupado comigo quando estão sendo fechadas milhares de empresas na Itália?”

No Brasil, em sua opinião, acontece a mesma coisa. “O povo não está contra mim nada. O povo brasileiro tem essa sabedoria [de saber] que a imprensa é poder e o povo brasileiro desconfia do poder, então nem liga. Eu nunca tive problema de relacionamento com as pessoas na rua”.

A receptividade é tamanha que “eu não consigo sequer pagar um café no lugar onde moro. Às vezes tenho até que passar longe porque sempre tenho que tomar uma cerveja, coisa e tal. (...) São muito receptivos. (...) Nunca tive problema de hostilidade. Tenho adversários políticos, claro. Sou honrado por ter adversários políticos, se [uma pessoa] não tem adversários políticos é porque não tem opinião.


Pior momento


Depois de 14 anos “deixar a França, minhas filhas, foi muito duro, muito difícil”, diz ao referir-se ao momento em que teve que fugir da França após o presidente Jacques Chirac ter concedido a extradição de Battisti à Itália em 2004. Neste momento, o italiano já era um escritor conhecido e a atitude de Chirac provocou reação da opinião pública francesa. Com a ajuda, supostamente, do serviço secreto francês, o ativista foge para o Brasil.

Ele conta, no entanto, que o pior momento desde que deixou a Itália foi o tempo decorrido entre a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro 2010, de não conceder sua extradição e a decisão final do Supremo Tribunal Federal (STF), em junho de 2011, que decidiu por sua libertação imediata:

“Quando o presidente Lula assinou a não extradição e eu fiquei um ano mais [preso] porque tinha uma vontade forte da direita daqui, (...) neste momento eu pensei que não tinha jeito. Se nem o presidente da República consegue fazer respeitar a Constituição, quem vai fazer respeitar? Então neste momento foi muito difícil para mim. (...) Quando se está sozinho em uma cela, tem momentos de desespero forte. Acho que este foi o momento mais duro, neste ano entre a assinatura de Lula e a última audiência do STF em que deliberaram a minha liberdade”.

“Ao Pé do Muro”

Battisti diz ter conhecido o Brasil por meio do relato dos presos com os quais conviveu durante o tempo em que esteve preso na carceragem federal de Brasília.

“Sem pieguice, o texto mostra a simpatia do autor pela humanidade daquelas pessoas empurradas a um mundo infernal onde, apesar de tudo, tentam manter sua dignidade. (...) Eles tratam o gringo com afeto, mas se apavoram com seus hábitos esquisitos: não gosta de baralho, novela ou futebol, usa caneta e óculos, e lê algo que não é a Bíblia. (...) Battisti se afina com a ingenuidade dos populares: eles não entendem como esse ‘gringo’ de olhar brincalhão e sorriso permanente, possa ser o Bin Laden italiano, o superterrorista difamado ad nausem (...). Seus colegas, que se consideram simples ‘bandidos’, não compreendem como um sujeito tão perigoso, que inspira tortuosas vinganças em tiras de três países, pode ser custodiado por apenas um policial”, escreve Lungarzo no prefácio do livro “Ao Pé do Muro”.

Battisti conta que o tema recorrente de sua “escrita é a identidade e as circunstâncias”, porque segundo ele, “ao contrário do que querem que a gente acredite, não é o homem que cria as circunstâncias, mas as circunstâncias que criam o homem. Você coloca a mesma pessoa em um bairro rico e em uma favela, essa pessoa não terá o mesmo destino. Não vai agir da mesma maneira. Então essas pessoas que estão presas são julgadas por alguns instantes da vida delas. Ninguém sabe de onde vêm o que são. Essas pessoas têm sentimentos, emoções, pensamentos e sonhos como qualquer um. Mas ninguém se pergunta isso aí. O tribunal não tem nem tempo, nem estrutura e tampouco se importa de saber quem são essas pessoas. E elas são seres humanos como qualquer um”.

No Brasil, Battisti foi colocado em contato com presos comuns e tratado como tal, não como preso político. Sobre a experiência, ele pontua que já ficou na “cadeia na Itália também, então eu sei o que quer dizer isso aí. Então eu não tive nenhuma dificuldade de lidar com esses presos. (...) Essas pessoas quando te falam, te falam de uma maneira... porque não têm nada mais a perder. E na cadeia, o cinismo, essa estrutura de defesa que precisamos na rua, lá não existe. Porque você está submetido a uma pressão tal que isso tudo aí não tem o menor sentido. Essa proteção que precisamos na rua não tem sentido nenhum, é outro tipo de proteção que se precisa lá. Então quando fala com alguém, fala de verdade. É por isso que eu aprendi a conhecer o Brasil sob a palavra dos presos.

Ele ainda ressalta que “a Europa deveria estar olhando muito mais para a alma da América Latina. A América Latina ainda tem um povo com alma, que não tem nada a ver com essa coisa de primeiro ou terceiro mundo! É outra coisa. Vai em outra direção. Tem outra maneira de pensar, de enxergar a vida. Então foi isso que aprendi nas prisões brasileiras e nas ruas estou constatando que é isso mesmo”.

Novos fronts

Sobre o espírito libertário do nosso tempo, Battisti considera que “tem gerações novas que estão surgindo, que estão lutando, querem lutar e enxergam as coisas de outro ângulo. Então é só a maneira de enxergar que mudou. Mas o espírito de luta para a conquista de liberdade, justiça e igualdade existe ainda. Só que hoje tem-se muito mais consciência sobre o fato de que não pode existir igualdade sem liberdade, que era uma coisa que nos nossos anos não estava muito claro”.

Hoje, Battisti faz oficinas de escrita pelo Brasil. Seu método é: “de um lado, onde tem dinheiro eu cobro, e devolvo [dá aula de graça] quando ninguém pode pagar. Na verdade, eu faço isso desde 1986, no México. Eu não preciso de muito dinheiro para viver. Não sou uma pessoa que vive no luxo. Preciso de poucas coisas. Não tenho e não quero carro. Então isso para mim é suficiente. Ter uma renda para ter uma vida digna. Nada mais”.




Fonte: Vermelho
Imagem: Google



Sarkozy: da cadeira presidencial para a cela

15 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda







Alexandra Dibizheva, Polina Tchernitsa





O ex-chefe de Estado de França, Nicolas Sarkozy, corre o risco de ser alvo de vários processos judiciais, podendo ser declarado culpado de receber muitos milhões de euros em subornos para contratos militares e de a sua campanha eleitoral ter sido financiada ilegalmente. Sarkozy pode ser condenado até 5 anos de prisão. 

O próprio Sarkozy nega todas as acusações e, entretanto, a sua imunidade presidencial expira hoje, dia 15 de junho.

Liliane Bettencourt
O principal processo que o ex-presidente terá de enfrentar será o financiamento ilegal da sua campanha eleitoral por Liliane Bettencourt. Alegadamente, em 2007, a herdeira do gigante cosmético L’Oréal e a mulher mais rica de França mandou transferir para a Suíça somas avultadas para fugir aos impostos, das quais parte, segundo a versão da acusação, ficaram nas contas bancárias da campanha de Sarkozy.

Outro processo é o chamado carachigate. Em meados dos anos 90, a França forneceu ao Paquistão submarinos Agosta e por isso, segundo a prática então em vigor, funcionários paquistaneses receberam comissões.


Nicolas Sarkozy e Edouard Balladur
A seguir, no entanto, aconteceu outro pagamento, este ilegal, segundo a acusação. Alegadamente, parte dessa contribuição foi para o financiamento da campanha eleitoral do então primeiro-ministro Edouard Balladur. A campanha era chefiada por Nicolas Sarkozy, que na altura ocupava o posto de ministro do Orçamento. Balladur perdeu para Chirac, que depois da chegada ao poder proibiu a prática de pagamento de comissões nos contratos militares. Depois disso, em Carachi, em uma explosão morreram 11 engenheiros franceses que trabalhavam na construção dos ditos submarinos. Assim, Sarkozy pode vir a ser acusado não só de participação em esquemas de corrupção, mas também de envolvimento na morte de 11 cidadãos franceses.

As probabilidades de isso ocorrer são bastante grandes, apesar de não haver quase indícios diretos contra Sarkozy, esclarece Iuri Rubinski, diretor do Centro de Estudos Franceses do Instituto da Europa da Academia das Ciências da Rússia:

"Tal como no primeiro caso, não há provas substanciais. Por enquanto, o ex-presidente é chamado a depôr como testemunha e não como acusado, mas se encontrarem alguma coisa, então haverá processo. O exemplo de Chirac, que foi condenado a dois anos, já diz muito. Um chefe de Estado está na mira da Justiça e, se depois de terminado o mandato, a sua imunidade termina, ele torna-se num cidadão comum. Quanto a Sarkozy, aqui não haverá lugar a vinganças ou a tentativas de impedir o seu regresso à vida política, eu acho que as acusações terão em vista apenas o esclarecimento dos fatos."

O exemplo de Chirac, que o tribunal reconheceu como culpado da prática de corrupção, não foi totalmente correto, na opinião de outros peritos. Ele acabou por ter a pena suspensa. A prática política em França demonstra que Sarkozy, provavelmente, conseguirá evitar os processos judiciais, na opinião de Kira Zueva, especialista senior do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais:

"A prática desse tipo de acusações resume-se principalmente à acusação. É pouco provável que Sarkozy seja condenado a uma pena de prisão, apesar da gravidade das acusações. Trata-se de um político bastante astuto que conseguirá de alguma maneira justificar-se nesta situação. Parece-me que o caso não irá para além de conversas e críticas."





Fonte: Voz da Rússia
Imagem: Google