História do grupo Mujahedin e Khalq (MEK) do Irã
15 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaOwen Bennett-Jones, London Review of Books, vol. 34, n. 11, p. 10-12
http://www.lrb.co.uk/v34/n11/owen-bennett-jones/terrorists-us
Tradução: Vila Vudu
“Mas a verdade é outra. Os apoiadores norte-americanos dos MEKs creem que a organização ainda tenha potencial ‘de combate’, precisamente por sua longa história de violência e terrorismo. Por isso creem que esses terroristas sejam úteis para arrancar do poder os mulás iranianos. Por isso a secretária Clinton acabará por excluir os MEKs, da lista de organizações terroristas.”
Essa história dos ‘Mujahedin do Povo’ (Mujahedin e Khalq, MEK), também conhecidos como ‘Mujahedin do Irã’, é o relato de como gerenciamento competente e insistente de marketing & imagem pode fazer, de um inimigo mortal, um muito prezado aliado.
Os MEKs estão hoje em campanha massiva para serem excluídos da lista dos EUA de organizações terroristas. Tão logo sejam tirados da lista, estarão livres para usar o apoio que sempre deram aos EUA, e tornarem-se o grupo mais bem amado, mais favorecido e, sem dúvida, o que mais fundos receberá, dentre outros grupos da oposição iraniana.
Outro artifício, também usado para conseguir resultado bem semelhante a esse, foi o Congresso Nacional Iraquiano (CNIq) – grupo de lobby liderado por Ahmed Chalabi que falou de democracia e pavimentou o caminho para a invasão do Iraque, presenteando Washington com ‘provas’ altamente questionáveis da existência de inexistentes armas de destruição em massa e de laços entre Saddam Hussein e a al-Qaeda. Em seguida, quando George Bush levou os EUA à guerra, o CNIq e seus líderes só tiveram de descansar um pouco e preparar-se para governar.
Muitos em Washington acreditam que, para o bem ou para o mal, os EUA irão à guerra contra o Irã, e que os MEK terão papel a desempenhar. Mas, antes, eles terão de convencer Hillary Clinton a retirar o grupo de sua lista oficial de terroristas. Alguns funcionários de Clinton têm insistido para que ela deixe os MEK exatamente na lista onde estão; mas há cachorros grandes em Washington que exigem furiosamente que ela converta os MEK em organização oficialmente declarada não terrorista. Depois de exaustiva caminhada entre várias agências, o processo dos MEK está agora sobre a mesa de Clinton. Declarações recentes do Departamento de Estado indicam que a ‘desterrorificação’ dos militantes MEK já é agora bem provável.
Organizados nos anos 1960s como grupo islamista anti-imperialista, com tendências socialistas e dedicado à luta para derrubar o xá, os MEK originalmente defenderam não só a revolução islâmica, mas, também, muitos direitos para as mulheres – combinação que atraiu muitas simpatias nos campi das universidades iranianas. Conseguiram construir genuína base popular e tiveram papel destacado na derrubada do Xá em 1979. Tornaram-se tão populares, que o Aiatolá Khomeini sentiu que precisava destruí-los; ao longo dos anos 1980s, Khomeini fomentou julgamentos e execuções públicas de membros do grupo. Os MEK retaliaram, com atentados contra clérigos influentes no Irã.
Temendo pela vida, membros dos MEK fugiram, primeiro para Paris, depois para o Iraque, onde Saddam Hussein, desesperado para encontrar aliados para a guerra contra o Irã, ofereceu-lhes milhões de dólares, além de tanques, peças de artilharia e armas de vários tipos. Também deu-lhes terras. Camp Ashraf tornou-se lar dos MEK, uma fortaleza no deserto, 80 km ao norte de Bagdá, a uma hora de viagem por terra até a fronteira do Irã.
A partir dos anos 1970s, a retórica dos MEK mudou, de islamista para secular; de socialista para capitalista; de pró-revolução para anti-revolução.
E desde a queda de Saddam o grupo apresenta-se como pró-EUA, ‘da paz’, dedicado a promover a democracia e os direitos humanos. Mas essa incansável ‘reinvenção’ pode ser perigosa, e o novo governo iraquiano, favorável ao Irã, está sendo pressionado por Teerã para fechar definitivamente a fortaleza de Camp Ashraf, que cresceu ao longo das décadas e abriga hoje população equivalente à de qualquer das pequenas cidades da região. E não só o Irã. Muitos iraquianos também não veem com bons olhos os MEK, não só por terem-se aliado a Saddam Hussein, mas porque os MEK também participaram da violenta supressão de curdos e xiitas.
Forças de segurança do Iraque já, por duas vezes, atacaram Camp Ashraf, em 2009 e 2011, ataques que deixaram mais de 40 mortos. Vídeos de tanques blindados lançados contra moradores desarmados de Ashraf podem ser vistos em YouTube. Agora, o Iraque decidiu que Camp Ashraf tem de ser fechado; e os moradores, relutantemente, começaram a mudar-se para Camp Liberty, ex-base do exército dos EUA próxima do aeroporto de Bagdá, atualmente sob supervisão da ONU e protegida por forças da segurança iraquiana. O Alto Comissariado da ONU para Refugiados [orig. UNHCR] está cadastrando os residentes, com vistas a distribuí-los por outros países, como refugiados; mas poucos países deram sinais de interesse em receber pessoas que, do ponto de vista oficial dos EUA, são terroristas, e que, segundo outros, não passariam de fiéis adoradores de uma espécie de culto satânico.
Os MEK passaram a viver sob regras típicas de grupos de fanáticos religiosos – os fiéis foram separados das respectivas famílias e amigos; e toda a informação que chegava até eles era controlada – depois de 1989, ano em que o casal que lidera o movimento, Massoud e Maryam Rajavi, lançou a Operação Luz Eterna [orig. Operation Eternal Light]. Depois que Saddan fracassou no golpe para ‘mudar o regime’ no Irã, a Operação Luz Eterna foi a alavanca escolhida para, afinal, levar o grupo a controlar o país. O sucesso, disse Rajavi aos seus guerreiros-fiéis, era garantido, porque o povo iraniano, civis e militares, desertaria em massa e seguiria os MEK na marcha sobre Teerã. Seria fácil, disse ele. Mas, à parte ninguém ter desertado, as forças iranianas resistiram ferozmente e contra-atacaram. Morreram mais de mil seguidores dos MEK de Massoud e Maryam Rajavi, e muitos outros foram feridos. Os MEK perderam cerca de 1/3 de seus quadros.
Rajavi tinha de encontrar alguma explicação para a derrota. A ideia ortodoxa que lhe ocorreu foi dizer aos seus seguidores, que haviam perdido a guerra porque se deixaram distrair por amor&sexo. Ordenou que os seguidores se divorciassem, abraçassem o celibato e passassem a viver numa habitação comunitária, só de homens, como soldados de exércitos regulares. Tomados de ideias de autossacrifício e martírio, os combatentes MEK obedeceram. (Até hoje a regra do celibato é tão rígida que há turnos no posto de combustível de Camp Ashraf, para que mulheres e homens abasteçam os carros sem se encontrarem.) Os combatentes MEK foram treinados para transferir a paixão pelas antigas esposas, para os líderes. Conscientes de que a frustração sexual já gerava novas dificuldades, os Rajavis passaram a organizar reuniões nas quais os MEK deveriam confessar, em público, suas fantasias sexuais. E os que confessavam eram espancados por outros fiéis. Não se estimulavam nem amizades, nem filhos em Camp Ashraf.
A partir de meados dos anos 1980s, sob alegação de que a segurança ali seria precária, os líderes ordenaram que várias crianças que viviam em Camp Ashraf fossem entregues para adoção a famílias pró-MEK na Europa e no Canadá. Alguns pais passaram mais de 20 anos sem ver os filhos.
Essas práticas, e as frequentes sessões de doutrinação, além do bloqueio total de qualquer informação vinda do mundo exterior (os MEK são proibidos também de usar telefones), ajudaram a firmar o controle sobre os membros. Mas os MEK que viviam fora do Iraque também manifestaram extraordinária devoção à causa. Em 2003, quando autoridades francesas prenderam Maryam Rajavi e a acusaram de terrorismo (adiante, ela foi libertada), 10 militantes dos MEK, em diferentes pontos do mundo, puseram fogo ao corpo, em sinal de protesto: dois deles morreram.
O grupo MEK nega, evidentemente, que tenha organização de culto religioso. Mas vários observadores externos – militares norte-americanos de alto escalão, agentes do FBI, jornalistas e a Rand Corporation (financiada pelo Pentágono) – que estiveram em Camp Ashraf insistem em repetir que, sim, são organizados como seita. Um alto funcionário do Departamento de Estado (hoje aposentado), que foi enviado ao Iraque para entrevistar milhares de membros dos MEK, concluiu que, sim, se tratava de seita e culto religiosos; que a fortaleza de Camp Ashraf, praticamente uma cidade, mas não qual não se via uma única criança, era “completa tragédia, em termos humanos”; que os membros eram “mal atendidos e mal dirigidos” pelos líderes; e que muitos haviam sido subornados ou, no geral, “enganados”, para que se unissem ao grupo.
Os MEK usavam vários métodos de recrutamento. A elite do grupo reuniu-se no Irã, antes da revolução popular islâmica. Outros eram prisioneiros iranianos, capturados durante a guerra Irã-Iraque. A esses, Saddam ofereceu uma barganha: se se alistassem no grupo dos MEK, poderiam trocar os campos de prisioneiros de guerra e mudar-se para o complexo de Camp Ashraf, muito mais confortável. Outros membros foram recrutados em campi de universidades dos EUA, com promessas de emprego, dinheiro, novos passaporte e a oportunidade de lutar contra os exércitos dos mulás. Outros, mais simplesmente, foram enganados.
A um ativista dos MEK que vivia no Irã e que estava em visita a Camp Ashraf contaram que sua mulher e filho haviam sido mortos; e que ele, se quisesse poderia ficar vivendo ali. Só depois de dez anos, afinal, o homem voltou a encontrar um telefone; ligou para o número de sua casa no Irã e, afinal, soube que estavam todos vivos. Outros ex-membros dos MEK contam que, na chegada ao Iraque, eram passados clandestinamente pelos controles de imigração, de modo que seus passaportes não registravam qualquer carimbo de entrada. Depois, quando decidiam deixar o país, eram informados que corriam o risco de ser presos por ter entrado ilegalmente no país.
Ouvi horas de depoimentos desse tipo, de ex-membros. O grupo insiste que todos os que contam essas histórias são agentes iranianos; que não separou famílias nem expulsou crianças. Mas as lágrimas de pais, mães, esposas e filhos me pareceram mais convincentes.
Mas, apesar de tudo isso, alguns oficiais militares norte-americanos que trabalharam em Camp Ashraf depois da invasão do Iraque saíram de lá convencidos de que os MEK poderiam ser aliados muito úteis.
O general David Phillips, policial-militar que serviu lá em 2004, argumenta que, se os MEK são organizados como culto e facção religiosa, o mesmo se pode(ria) dizer dos Marines dos EUA: os Marines e os MEK são obrigados a usar uniformes, obedecem ordens e seguem rituais que, para os não iniciados, parecem bizarros.
Esse tipo de simpatia pelos MEK e a avaliação positiva que se ouve de vários militares dos EUA são fáceis de explicar. Em 2003, foram informados de que os EUA encontrariam pesada resistência, de um exército de terroristas uniformizados e pesadamente armados, que combateriam a favor de Saddam e contra as forças dos EUA. Mas aconteceu que, entre o momento em que a informação foi recolhida e a chegada dos americanos, os líderes dos MEK rapidamente entenderam que não havia futuro para Saddam; e, numa pirueta política, trocaram de lado.
Quando os soldados dos EUA chegaram a Camp Ashraf, foram recebidos por anfitriões cordiais, que falavam inglês e logo manifestaram integral apoio à ‘causa’ dos EUA. Para muitos soldados dos EUA, Camp Ashraf tornou-se refúgio e abrigo, onde encontravam segurança, num país massivamente hostil.
Mas nada disso explica a popularidade de que gozam os MEK entre políticos em Londres, Bruxelas e Washington, hoje. Boa parte dessa popularidade é comprada. Cerca de três dúzias de ex-altos comandantes militares e políticos norte-americanos são conferencistas regulares nos eventos dos MEK e de amigos dos MEK: Rudy Giuliani; Howard Dean; o ex-conselheiro para segurança nacional do governo Obama, general James Jones; e o ex-senador Lee Hamilton. O pagamento, por dez minutos de fala, com pose para fotografias, está entre $20 mil e $40 mil dólares. O tema dessas ‘palestras’ pode ser qualquer um: muitos dos palestrantes sequer mencionam a sigla MEK.
Em meses recentes, o governo Obama sinalizou que poderá proibir a realização dessas ‘palestras’ e eventos. O Tesouro investiga denúncias de que os ‘palestrantes’ norte-americanos estariam recebendo dinheiro de organização terrorista ‘listada’. O que querem de fato saber, em outras palavras, é se os exilados iranianos que pagam o ‘soldo’ dos ‘palestrantes’ são membros dos MEK; os que fazem campanha a favor do grupo, sem receber pagamento, não serão afetados. A maioria dos apoiadores apóiam os MEK porque apoiariam qualquer coisa que ajude ou pareça ajudar a derrubar o governo em Teerã. Parecem não se dar conta de que a organização tem sido definida como culto de fanáticos e não tomam conhecimento do que dizem os ex-membros.
Grande número dos mais conhecidos lobbyistas pró-MEK dizem que aceitam fazer as tais ‘palestras’ porque outros intelectuais e políticos que também participam das atividades dos MEK são prova da respeitabilidade do grupo.
Mas os MEK também têm lobbyistas contratados em Washington, que se dedicam a escrever longas respostas às críticas. As 105 páginas do relatório da Rand Corporation sobre os MEK foram escritas por quatro desses lobbyistas, que trabalharam durante 15 meses nos EUA e no Iraque, para produzir a mais aprofundada análise que há, dos aspectos considerados ‘de culto’ do movimento. A resposta veio de um grupo dito “de Ação Executiva”, que se autodescreve como “uma CIA e Departamento de Defesa privados, disponíveis para cuidar dos seus mais complexos problemas e desafios mais difíceis’. O relatório da “Ação Executiva” levava o título de Courting Disaster: How a Biased, Inaccurate Rand Corporation Report Imperils Lives, Flouts International Law and Betrays Its Own Standards.[1] O autor que assina pela “Ação Executiva”, Neil Livingstone, hoje candidato dos Republicanos ao governo do estado de Montana, contou que fora contratado por um ‘cidadão norte-americano’ para avaliar a objetividade do Relatório Rand.
Concluiu que, dentre outros problemas, os autores do Relatório Rand eram demasiadamente inexperientes para tratar de tema tão complexo como os MEK. Até hoje, os que apoiam o trabalho publicado por Neil Livingston, publicado há três anos, desqualificam o relatório Rand como “serviço de alunos calouros”. A Rand diz que a crítica visa aos assistentes do autor principal, que foram apenas coadjuvantes e cujos nomes só foram incluídos como autores para oferecer-lhes algo para engordar-lhes os currículos. Todo esse lobby custa quantias astronômicas de dinheiro.
Parte do dinheiro é reunido pelos militantes encarregados de levantar fundos para os MEK, na Grã-Bretanha e em outros pontos, que trabalham de porta em porta. Funcionários dos EUA também creem que os MEK tenham à sua disposição os ganhos auferidos do (muito) dinheiro que receberam de Saddam Hussein e aplicaram bem.
Muitos dos que militam pró-MEK não respondem diretamente às acusações de que não passariam de grupo dedicado a cultos satânicos: os lobbyistas falam insistentemente da questão de os MEK serem excluídos da lista de grupos terroristas.
Em 1996, resolução da Assembleia Geral da ONU criou comissão encarregada de redigir versão inicial de uma Convenção sobre Terrorismo Internacional. Desde então, funcionários reúnem-se anualmente para discutir a questão. Mas, até o momento, ainda não encontraram definição do que seja “terrorismo” que satisfaça todos. Dois pontos parecem emperrar sempre.
Primeiro, a Organização da Conferência Islâmica insiste que movimentos de resistência contra forças de ocupação e que lutem em nome da libertação nacional – por exemplo, na Caxemira –, não podem ser considerados movimentos terroristas. Segundo, os governos temem que estejam, eles próprios, incluídos em toda e qualquer definição de terrorismo que apareça à discussão naquela comissão.
Assim, com cada um tentando construir definições de “terrorismo” que mais claramente excluam as próprias práticas, não parece haver qualquer resultado à vista, no plano internacional.
Evidentemente, decidir quais grupos são terroristas e quais não são é sempre ato político: o IRA nunca foi considerado grupo terrorista, nas listas norte-americanas; e Nelson Mandela, ainda em 2008, permanecia listado como terrorista aos olhos dos EUA.
O histórico de ataques terroristas organizados pelos MEK remonta aos anos 1970s, quando fizeram oposição ao Xá e lutaram contra os EUA que apoiavam o Xá. Para o Departamento de Estado, os MEK, em 1973, assassinaram um soldado do exército dos EUA que servia em Teerã; e, em 1975, assassinaram dois membros do US Military Assistance Advisory Group. Além de três executivos da Rockwell International e um da Texaco, também assassinados. A hostilidade dos MEK contra os EUA continuou depois da Revolução Popular Iraniana.
Dia 4/11/1979, estudantes iranianos ocuparam a Embaixada dos EUA em Teerã e sequestraram 52 diplomatas norte-americanos, que foram mantidos presos por 444 dias. Um dos diplomatas sequestrados contou que não estaria na embaixada naquele dia, se não tivesse sido atraído para lá por seus contatos com os MEK. Outro relatou que não tinha qualquer dúvida de que os MEK haviam apoiado o sequestro e, de fato, não defendiam qualquer negociação diplomática. Muito tempo depois de Khomeini ter decidido que era mais que hora de acertar aquela questão, os MEK ainda insistiam que seu apoio aos sequestros não passaria de boatos, uma farsa ardilosamente concebida; hoje já negam peremptoriamente qualquer participação. Sobre os assassinatos, dizem que, naquela época, seu principal líder era prisioneiro nas prisões do Xá; e que, com isso, uma facção marxista havia invadido a organização e assumido o comando. Essa facção, de fato, um grupo dissidente, teria sido responsável pelos ataques e assassinatos; e os ataques cessaram quando os líderes legítimos foram libertados e reassumiram o comando. São discussões que, em todos os casos, estão ultrapassadas. Os anos 1970s já vão longe. As organizações mudam.
É possível que os MEK tenham parado de assassinar norte-americanos, mas continuam comprometidos com a luta armada no Iraque e no Irã. Os esforços que empenharam a favor de Saddam Hussein contra os curdos e os xiitas nada são, se comparados às bombas, assassinatos e vastas ofensivas que organizaram e executaram dentro do Irã do final dos anos 1980s aos anos 1990s. A história de violência dos MEK está bem documentada, mas a organização insiste que a violência é coisa do passado.
Essa ideia tem recebido considerável estímulo nas cortes europeias. Em 2007, a Comissão de Apelação para Organizações Proscritas, um organismo britânico especializado oficial, declarou que os MEK teriam renunciado ao uso da força e acolheu recurso impetrado pelo grupo e contra decisão do Foreign Office britânico, que preferia manter o grupo na lista de organizações terroristas. Em 2009, a União Europeia tirou os MEK da lista europeia de organizações terroristas, amparada numa tecnicalidade que beira o absurdo: antes de qualquer outra ação, o grupo deveria ter sido formalmente informado dos motivos pelos quais seria listado como “organização terrorista”.
Para manter os MEK na lista dos EUA, Hillary Clinton terá de demonstrar que o grupo ainda tem capacidade para ou projeto de cometer atos terroristas. Os apoiadores dos MEK lembram que, no processo para convencer a corte britânica de que são grupo pacífico, em julho de 2004, todos os que vivem em Camp Ashraf assinaram documento no qual rejeitam o terrorismo e todos os tipos de violência. Há quem não tenha sido plenamente convencido.
Dado o que se viu acontecer em Guantánamo e na base aérea de Bagram, dizem eles, surpresa seria se alguém se recusasse a assinar o tal documento de renúncia ao terror. Em novembro de 2004, o FBI relatou atividades do grupo em Los Angeles; o relatório fala de telefonemas gravados, nos quais líderes dos MEK na França discutiam “específicos atos de terrorismo, inclusive bombas”. Segundo o FBI, a inteligência francesa e a política em Colônia também têm informações semelhantes e gravações. O relatório FBI-2004 foi divulgado há mais de um ano, mas praticamente todo o material no qual a secretária Clinton fundamentará sua decisão é sigiloso. Em 2010, a Corte de Apelação do Distrito de Columbia julgou acusação contra os MEK, e um dos três juízes, Karen LeCraft Henderson, observou que material sigiloso ao qual a corte teria tido acesso oferecia “apoio substancial” à acusação de que os MEK continuam engajados na prática de ações terroristas ou, no mínimo, que não desmontaram a infraestrutura terrorista básica, não perderam capacidade de ataque e têm planos para empreender novas ações terroristas. Matéria apresentada em fevereiro pelo canal NBC News citava funcionários não identificados do governo dos EUA, que teriam dito que os MEK seriam responsável pelo assassinato, em tempos recentes, de vários cientistas nucleares iranianos. Apesar de alguns apoiadores dos MEK já terem sugerido que essas ações não desmereciam os MEK, a própria organização negou qualquer envolvimento naqueles atentados.
O livro de Raymond Tanter aqui resenhado é parte da campanha de marketing-publicidade-Relações Públicas para mudança de imagem dos MEK – espécie de briefing dos que pregam que o grupo seja excluído da lista norte-americana de organizações terroristas. Tanter, que é apoiador ativo do grupo já há muito tempo, produziu um guia compacto, completo, com fotos e ilustrações em cores do grupo e transcrições de discursos feitos por defensores pagos para defender os MEK. O livro nada diz sobre ataques perpetrados nos anos 1970s ou a ajuda que o grupo deu a Saddam Hussein. Também ignora outros ataques no Irã, nos anos 1990s. Tanter crê que, nos termos da legislação nos EUA, só as leis aprovadas nos EUA nos últimos anos seriam aplicáveis à questão de excluir ou manter o grupo na lista de organizações terroristas; o que nos leva à questão de excluir ou não excluir o grupo, daquela lista; e só considera o período pós- 2001.
O autor diz que os MEK seriam a melhor esperança disponível para a chamada ‘terceira alternativa’: um modo pelo qual os EUA consigam provocar mudança de regime da Síria, sem ter de depender de sanções ou de guerra.
É onde mais claramente se vê o vício que há no argumento dos lobbyistas pro-MEKs: de um lado, dizem que os MEK teriam renunciado à violência, o que lhes daria condições para pleitear que o grupo seja excluído da lista de organizações terroristas. Mas, mesmo que tenham realmente desistido da violência, ainda assim não se entende por que os EUA se aliariam a eles.
Mas a verdade é outra. Os apoiadores norte-americanos dos MEKs creem que a organização ainda tenha potencial ‘de combate’, precisamente por sua longa história de violência e terrorismo. Por isso creem que esses terroristas sejam úteis para arrancar do poder os mulás iranianos. Por isso a secretária Clinton talvez exclua o grupo, da lista de organizações terroristas.
Os apoiadores dos MEKs dizem que ainda são rede poderosa no interior do Irã e que não perderam as bases populares. Os que se opõem ao grupo dizem que o regime usa os terroristas MEKs para divulgar teorias conspiracionais sobre ‘complôs’ armados fora do país. Dizem também que, ao apoiar o Iraque de Saddan, na guerra Irã-Iraque, os MEKs perderam a considerável base de apoio popular que chegaram a ter.
A secretária Clinton não poderá ignorar as considerações políticas. O lobby a favor dos MEKs insiste que seus ativistas correm risco de serem massacrados no Iraque. Se o Iraque decidir lançar novo ataque aos MEKs que vivem em Camp Ashraf, seja porque o grupo provoque demais, seja porque o grupo monte a encenação de algum ataque no qual surjam como vítimas indefesas, a resposta do lobby pró-MEKs será violenta.
Atualmente, a prioridade do Departamento de Defesa é garantir que os que ainda vivem em Camp Ashraf sejam transferidos em segurança para [o campo de refugiados] Liberty. Em fevereiro, Clinton disse que uma “transferência bem-sucedida teria peso decisivo em qualquer posição dos EUA sobre o status da organização terrorista estrangeira dos MEKs”. Em termos legais, nada significa e não faz qualquer sentido.
O que diz o acordo segundo o qual os MEKs aceitam deixar Camp Ashraf, sobre o grupo desejar ou ser capaz de organizar e executar atentados terroristas? Nada. O acordo não toca nesses temas.
De fato, as declarações da secretária Clinton revelam qual é o verdadeiro medo de Clinton e de seu departamento de Estado: temem que, deliberadamente ou como efeito de alguma provocação lançada pelos MEKs, os iraquianos ataquem os MEKs pela terceira vez, e que os EU sejam denunciados por ignorarem os sinais de alerta. Em maio, o Departamento de Estado avançou alguns passos, e chegou a dizer que já considerava a possibilidade de excluir os MEKs da lista de suspeitos de associação, desde que continue a evacuação de Ashraf.
A declaração de Clinton sugere que ela já decidiu tirar os MEKs da lista de grupos terroristas. Sinal de que o lobby pró MEKs nos EUA trabalhou bem. Mas há mais uma coisa que se deve ter em mente.
Como disse recentemente um experiente observador em Washington: “Hillary Clinton é homem-político. Nesse momento, muitos de seus parceiros e associados estão ganhando bom dinheiro com a ajuda dos MEKs e eles absolutamente não apreciariam perder essa galinha de ovos de ouro, o que fatalmente acontecerá se o grupo continuar listado como organização terrorista.” Se, porém, os MEKs forem excluídos da lista de organizações terroristas – como, antes, aconteceu ao INC [Congresso Nacional Iraquiano (CNIq)] de Chalabi –, os MEKs passam a poder receber ‘incentivos’ pagos pelo Congresso dos EUA, e os Rajavis serão automaticamente convertidos a candidatos prováveis à presidência, depois da ‘mudança de regime’ no Irã, com que sonham os EUA.
Há dez anos, Donald Rumsfeld e os neocons estavam de tal modo irmanados com Ahmed Chalabi, do Congresso Nacional Iraquiano (CNIq), que lhe forneceu um helicóptero para que Chalabi e um punhado de apoiadores viajassem até Nasiriya, de modo a aparecerem nas fotografias oficiais da ‘libertação do Iraque’. Mas bastou o helicóptero pousar, para que o mundo soubesse que ninguém, no Iraque, algum dia ouvira falar de Chalabi. E Chalabi foi derrotado nas eleições por outro ex-exilado, Nouri al-Maliki; e teve de contentar-se com o ministério do Petróleo. Até hoje, Al-Maliki lá continua, no Iraque, como sempre foi, dedicado apoiador do governo do Irã. Nada mais distante dos objetivos do golpe dos EUA no Iraque, tão longamente planejado.
Mas os lobbyistas incansáveis que operam em Washington a favor de outros grupos terroristas amigos dos EUA, preferem o lado alegre das histórias. Chalabi, eles concedem, jamais fora o que se supunha que fosse. Mas com os MEKs a coisa agora é diferente. Um coronel aposentado do exército dos EUA, que trabalha em lobbys a favor de grupos terroristas amigos dos EUA, como os MEKs iranianos, costuma escrever que Maryam Rajavi “é um George Washington”.
Os EUA estão a um passo de comprovar, mais uma vez, que não são capazes de aprender com os próprios erros.
Fonte: IrãNews
Fonte: IrãNews
Hugo Chávez anuncia reforço nas Forças Armadas
13 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou, em rede nacional de TV e rádio, que o país desenvolve um sistema de aviões não tripulados para trabalhos de supervisão e proteção do território. Ele fez questão de destacar que os equipamentos servirão apenas à defesa do país.
O presidente citou o desenvolvimento e reforço das Forças Armadas, mencionando também o progresso da construção da fábrica de montagem de fuzis AK103, com o apoio da Rússia, que deve produzir 25 mil armas e até 70 milhões de balas ao ano.
"Estamos dando passos muito firmes em direção a esse grande objetivo proposto que é converter a Venezuela em um país potência", disse Chávez, da sede do Ministério da Defesa, onde se reuniu com o Alto Comando Militar, membros das Forças Armadas Nacionais (FAN) e representantes da Milícia Nacional Bolivariana.
O mandatário, por meio de um contato com o general Julio César Morales Prieto, presidente da Companhia Anônima Venezuela de Indústrias Militares (Cavim), mostrou a série de armamentos e munições que estão se fabricando na instalação de Fuzis AK-43AK-43, no estado de Aragua, no centro do país.
Chávez também falou sobre os aviões não tripulados e explicou que eles têm apenas câmeras e servirão para "a defesa de nosso país, para a paz". "Não temos planos para atacar ninguém, mas que ninguém se equivoque conosco. Estamos obrigados a defender com nossa vida a independência de nosso país", afirmou.
Segundo ele, os drones servirão ainda para supervisionar a produção petroleira, as estradas, diques e bosques, por exemplo.
A ABC da Espanha informou nesta semana que promotores americanos em Nova York investigavam a construção de aviões teleguiados da Venezuela e a compra dessas aeronaves do Irã, citando fontes familiarizadas com a investigação."É claro que estamos fazendo isso, e temos direito. Somos um país livre e independente", disse Chávez sobre a construção dos drones.
O presidente disse também que é capaz que, agora, os Estados Unidos digam que é preciso vigiar a Venezuela, porque o país está trabalhando nesse projeto. "É possível, é provável, que dentro de pouco seja divulgado [nos Estados Unidos] que esses aviões têm uma bomba atômica na ponta", completou, falando sobre a política belicista norte-americana.
A construção das aeronaves faz parte da cooperação militar com o Irã, China e Rússia.
Fonte: Vermelho
Hugo Chávez e os cinco objetivos históricos
12 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO discurso do presidente Chávez no ato de inscrição de sua candidatura para as eleições do dia sete de outubro deste ano assinala várias diferenças com seu rival, o candidato da oposição Henrique Capriles Radonski. Há um primeiro conjunto de diferenças, assinaladas pela estrutura discursiva e pela capacidade de reunir um conjunto de ideias em um lapso bastante prolongado (mais de três horas).
Por Juan Eduardo Romero*
Nesse conjunto de expressões, observou-se um indivíduo que desmente as versões de uma enfermidade terminal. Fisicamente, é inaudito pensar que uma pessoa que esteja –como divulgam os meios nacionais e internacionais- em uma etapa iminente à sua morte possa não somente manter-se de pé discursando, como também que esse discurso tenha unidade temática, coerência e significado.
Ao comparar as inscrições de candidaturas, observa-se não somente uma diferença –evidente- quanto à extensão do discurso (Capriles, uns 22 minutos, incluindo as longas pausas; e Chávez, 180 minutos, sem pausas), há uma diferença mais profunda: a capacidade de transmitir e de conectar-se com a emotividade das pessoas.
No domingo, 10 de junho, observamos um Capriles duvidando na estrutura sintática e gramatical de seu discurso, além dos evidentes vazios conceituais e a suas infrutíferas tentativas de mostrar emoção (Te quero, Venezuela!). Na segunda, 11 de junho, se viu um Chávez conectado, sensibilizado com os coletivos, com seus seguidores. Assistimos a um discurso que demonstra o que expressou o grande pensador francês Michel Foucault: um discurso que é dito, ou seja, um discurso que se reproduz por aceitação ou por rejeição.
Essa reprodução está relacionada a diversos elementos. Um deles é a capacidade de vincular o mundo pessoal – o do ser humano, não o do presidente - com outros mundos pessoais dos grupos de pessoas que o rodeiam. Corresponde a uma capacidade de leitura de certos temas que são considerados essenciais à própria condição humana. Outro elemento evidenciado é a insistência em colocar no campo da discussão cidadã tópicos (lexias) que se relacionam com a vida cotidiana de todos (segurança, emprego, meio ambiente, prosperidade).
Nesse primeiro conjunto de elementos, o balanço é claro: um candidato que dá mostras de coerência enunciativa, paradigmática, com capacidade para manter atento a um público que marchou, que se mobilizou. Nesse conjunto de elementos, ambos candidatos usaram manifestações de natureza física. Capriles, caminhando cerca de 10 quilômetros com o objetivo de mostrar-se tal como é: jovem e dinâmico. Chávez, mantendo-se parado por mais de 180 minutos contínuos. Essas manifestações físicas têm sentidos simbólicos diferentes: para Capriles, trata-se de mostrar que ele é um candidato dinâmico, que dá demonstrações de força em contraste com um candidato –supostamente- enfermo. Por seu lado, Chávez mostrou uma presença física que ridiculariza os rumores, as especulações tecidas pela agenda midiática. Sua presença física gera um efeito tranquilizador nos bolivarianos, que tinham uma dúvida razoável sobre suas condições de saúde.
Há um segundo conjunto de diferenças próprias da própria significação das ideias apresentadas. O candidato Capriles mostrou-se dinâmico –isso ninguém duvida-, porém, carente de profundidade e convencimento em sua estrutura discursiva. Os constantes vazios na articulação do discurso fazem ver um homem que não é capaz de manter uma lógica de significados e significantes em temas que podem sensibilizar aos cidadãos. Ao abordar áreas como segurança, emprego não conseguiu convencer com uma proposta que fosse sentida como conexão aos profundos sentimentos da população. Observamos um discurso que passava de umas ideias –desconectadas, sem sentido- a outras, sem conseguir defini-las com profundidade. Por seu lado, o discurso de Chávez –além de sua extensão temporal- mostrou manter intactas as vantagens de uma liderança carismática e emotiva. Esses elementos permitiram que se conectasse com coletivos que se mostraram preocupados com seu estado de saúde. No entanto, além disso, nesse segundo conjunto de elementos, vimos uma clara definição ideológica. Capriles, por seu lado, mesmo tentando estabelecer comparações, não o fez sobre a base da construção de um "eles” e um "nós” que os colocasse no espectro direita-esquerda, no qual se situam tradicionalmente os cidadãos.
O discurso de Chávez foi emotivo ao mesmo tempo em que se posicionou como um discurso de esquerda, nacionalista e anti-imperialista. A proposta que esboçou sob a ideia de objetivos históricos nos mostra uma perspectiva –ou melhor, prospectiva, por sua visão de futuro- que coloca o processo venezuelano com um amplo sentido histórico; porém, também como uma resposta ante a crise de acumulação –e depredação do sistema capitalista.
Quando Chávez assinala como prioridade a independência, ou propõe como uma resposta à articulação em rede sob a ditadura do capital, que leva aos Estados nacionais a adaptar-se e acoplar-se às necessidades de acumulação de riqueza do sistema-mundo e que são a base das diferenças na distribuição da riqueza. Da mesma forma acontece com a ideia de construir um modelo de socialismo que se distancie das perversões do socialismo real soviético ou cubano, e outro tanto com a necessidade de transformar o país em uma potência que canalize –e encabece- iniciativas de articulação de esforços grã-nacionais que construam alternativas às formas de controle e espoliação capitalista. Para isso, a contribuição a elaborar alternativas pluripolares, como Unasul, Celac, Alba e Banco do Sul, são uma necessidade histórica.
Para Chávez, um processo como o venezuelano não pode sobreviver sem conseguir levar além de suas fronteiras a proposta de transubstanciação social e cultural. Finalmente, tudo isso conduz à prioridade de conseguir sobreviver às próprias dinâmicas destrutivas da vida, propiciadas a partir da lógica espoliativa do capitalismo. Como conclusão, fomos testemunhas de uma confrontação de ideias que deixou claro quem é quem no campo ideológico.
*Juan Eduardo Romero é professor e pesquisador da Universidade do Zulia, Venezuela. Historiador especialista em processos políticos Contemporâneos
Fonte: Adital, VermelhoImagem: Google (colocadas por este blog)
Vídeos: Youtube (colocados por este blog)
Quem Precisa de Forças Armadas?
12 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaMídia: Carta Capital
Política: Roberto Amaral
Defesa Nacional
Desgastadas política e socialmente com a ditadura (1964-1985), nossas Forças Armadas, desde o governo Fernando Collor, vêm sendo objeto de crescente (e burra) marginalização, que se aprofundou no governo Fernando Henrique Cardoso.
Solícito no atendimento às diretrizes norte-americanas, o segundo Fernando foi diligente na política de tentar confinar nossas Forças em atividades típicas de polícia, como o combate ao contrabando e ao narcotráfico.
Mas , justiça lhe seja feita, deu o pontapé inicial para a criação do Ministério da Defesa, boa ideia que ainda poderá vingar.
Já o governo Luiz Inácio Lula da Silva teve o grande mérito de aprovar a primeira Estratégia Nacional de Defesa com visão própria da inserção do Brasil no cenário geopolítico mundial.
Finalmente, a presidente Dilma Rousseff (embora as Forças Armadas permaneçam cumprindo papel de polícia nos morros cariocas) avança na definição de programa de investimentos em ciência e tecnologia, de especial em tecnologias duais, e na articulação com a indústria aqui instalada, indústria que, em crise, precisa ser encarada como parceira indispensável do programa de nacionalização de armamentos, sem a qual não teremos Forças Armadas dignas do nome.
Afinal, defesa nacional é defesa de que e de quem? Da nacionalidade? De nossos valores? Quais são esses valores, aqueles que unificam o que se pode chamar de povo e nação? Defesa de nosso território? Ou defesa de nossa soberania?
O que é soberania, e qual soberania é possível, num mundo dito globalizado, o qual, embora multipolar, uma multipolaridade de polos assimétricos, conhece a hegemonia econômica, científica e militar do mais forte entre os mais fortes, e os mais fortes são potências nucleares?
No Brasil , o interesse nacional, após a Segunda Guerra Mundial, era ditado pela nossa inserção dependente na Guerra Fria, resolvida pela renúncia da União Soviética, caso único de suicídio de um Estado.
Aquela inserção qualificava nossa política externa e determinava o caráter de nossas Forças Armadas. A saber, simplesmente não precisávamos delas, senão para cuidar da fronteira com o suposto inimigo potencial, a Argentina, pois, do ‘perigo soviético’ nos defenderiam os ‘marines’.
Por consequência, recebendo armamento de segunda linha, prescindíamos do desenvolvimento de tecnologias e produção de armamentos próprios, vedada às nossas forças e à nossa incipiente indústria militar qualquer sorte de transferência de tecnologia.
Para o seu papel subalterno de guardas pretorianos do status quo, ou para intervir no processo democrático, fraturado-o, não careciam de modernidade.
A visão subalterna conheceu o clímax no governo do marechal Castello Branco, quando foi cunhado o infeliz bordão ‘o que é bom para os EUA é bom para o Brasil’.
Os demais governos militares, todavia, incentivaram o desenvolvimento da indústria nacional de defesa, de que são símbolos a Embraer e seu AM-X, estenderam a soberania marítima para 200 milhas, romperam com o acordo militar Brasil-EUA e deram impulso à pesquisa nuclear.
A disparidade entre o poder econômico do Brasil e o dos seus vizinhos elimina do horizonte hoje visível qualquer hipótese de guerra regional, a não ser por procuração, de potência externa, como aliás, no Império sob a hegemonia britânica, foi a imoral guerra contra o Paraguai, e, na ditadura, a intervenção na República Dominicana, atendendo aos interesses dos EUA.
Resta a hipótese de enfrentar inimigo muito mais poderoso, caso em que não caberá a ilusão de enfrentá-lo de igual para igual, senão adotar uma política de dissuasão ao máximo do invasor, desanimando qualquer intento atentatório à nossa soberania.
Em país com as características brasileiras, amante ativo da paz e da boa convivência internacional, o papel de suas Forças Armadas é o de serem capazes de inibir qualquer desrespeito às regras da convivência internacional, de soberania e de autodeterminação.
Dito de outra forma, sabemos que a inexistência de capacidade de defesa, isto é, de força dissuasória, é eficiente estímulo à aventura militar.
Qualquer que seja a política nacional de defesa, ela depende de nosso desenvolvimento econômico, gerador de nosso desenvolvimento científico-tecnológico, gerador de nosso desenvolvimento industrial e não tem e não pode ter política de defesa o Estado que não possui indústria bélica. Quem não produz sua própria tecnologia militar não tem tecnologia alguma.
Está certo e é coerente com nossa história de povo e civilização que o Brasil não seja nem queira ser uma potência militar, mas é pelo menos estranho que renuncie a um sistema de defesa – ainda que
constitucionalmente limitado à dissuasão –, compatível com sua presença continental.
Não há a menor relação, do ponto de vista militar, entre nossas Forças Armadas e as necessidades de nosso país, considerada sua dimensão continental, seu litoral, suas fronteiras, a riqueza de seu mar erritorial, a Amazônia, seus recursos minerais, sua população e a exigência de projeção do poder nacional.
É dramática a fragilidade de nossas Forças Armadas, mas este, lamentavelmente, não é o cerne da questão, porque é impossível pensar em política de defesa, cingindo-se ao ponto-de-vista estritamente militar.
A política de defesa fundamenta-se em elementos culturais e ideológicos, e depende da adesão da cidadania, porque assim como a economia e a diplomacia, guerra é, ao fim e o cabo, uma questão política.
Deserdados da sociedade e da cidadania não formam exércitos de defesa e resistência. Estes carecem da força da população que pretendem defender, e da identificação dessa mesma população com seus objetivos.
As Forças Armadas aptas do ponto de vista tecnológico deverão ser concebidas a partir da vontade nacional e de sua missão no projeto estratégico coletivo; os valores nacionais são oferecidos pela sua
formação de povo, nação e país, pela sua cultura, pela sua história.
Segurança nacional, como tem demonstrado a democracia, é antes de tudo desenvolvimento econômico-social auto-sustentado.
Nosso projeto fundamental, assim o entendo, é ultrapassar a condição periférica, e a estratégia é o aprofundamento da relação Sul-Sul, tendo como ponto-de-partida a América do Sul, onde já desfrutamos de posição destacada.
A partir daí, utilizando esse ponto de apoio, aprofundar seu relacionamento com os países africanos, a começar pelos países da lusofonia, mas a eles não se limitando.
Nosso objetivo estratégico deve ser abreviar o parto da história.
O projeto nacional é tributário e servidor do papel que estamos dispostos a desempenhar na America do Sul e no hemisfério e sua articulação considera a consciência do que somos e a decisão do que
queremos ser.
Queremos ser um modelo alternativo de desenvolvimento auto-sustentável, democrático, solidário, progressista; uma sociedade harmônica e igualitária, aberta ao convívio amistoso de todas as crenças e etnias, amante da paz e da liberdade.
No plano continental, o projeto desse novo Brasil está comprometido com:
- a democracia e os regimes representativos;
- a desnuclearização de nosso continente de par com a exigência do fim de todos os estoques de armas nucleares e de destruição em massa;
- a proteção e fortalecimento de nossas culturas nacionais;
- a articulação econômica, cultural e política entre nossos povos;
- a proteção de nossas economias, a promoção do desenvolvimento e a distribuição de renda como ponto de partida para a superação das desigualdades sociais e construção futura de uma sociedade sem classes;
- a proteção de nossas matérias primas, de nossos recursos naturais e de nossas fronteiras;
- o desenvolvimento em comum polos de ciência e tecnologia; e
- a latinidade como valor estratégico.
Finalmente, nosso compromisso é o de assegurar a paz e a não-intervenção nos assuntos internos de outros países, e, em particular, a intervenção estrangeira no hemisfério.
Ao fim e ao cabo: é preciso virar a página. Não podemos sacrificar nossas necessidades atuais em razão de traumas de há 30-40 anos.
É preciso serviço de inteligência, e é preciso política de defesa. Sob a égide da Constituição de1988, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nada tem a ver com o Serviço Nacional de Informações (SNI), e o papel das Forças Armadas é e deve ser distinto daquele da longa noite da ditadura.
Essa é a exigência do Estado democrático que, aos trancos e barrancos, conseguimos construir e buscamos fortalecer.
*Comentário:* Defesabr
De acordo com o Wikipedia, Roberto Átila Amaral Vieira nasceu em Fortaleza, em 24 de dezembro de 1939, é jornalista, professor e político, tendo sido ministro da Ciência e Tecnologia no início do
governo Lula.
Ele resume a história recente das Forças Armadas até os sacrificados dias atuais, em que são colocadas de lado por um grupo político rancoroso e ainda tem um deles como ministro da Defesa para tratar de certas comissões.
Que as Forças Armadas não atendam mais a um dado aspecto político da nação é compreensível, mas vê-las fragilizadas ao ponto de não poderem responder às necessidades mínimas que a Constituição lhes outorga é um grave problema, que o Executivo tem que ser chamado pela sociedade a responder por que e até quando.
É preciso tentar compreender e analisar o que Roberto Amaral vê como projeto fundamental da Nação ser “ultrapassar a condição periférica” e a estratégia ser “aprofundar a relação Sul-Sul”, porém compartimentado no globo a um limite entre a América do Sul e a África. Ter como objetivo estratégico “abreviar o parto da história” parece ainda mais um enigma político.
Entendo que, qualquer que seja o projeto nacional escolhido pela sociedade, precisamos sim saber o que somos hoje e decidir o que queremos ser amanhã.
Mais que isso, precisamos também olhar com preocupação e prevenção um mundo perigoso, temeroso, instável e em época de enorme mutação. O mundo é simplesmente imprevisível.
Vejamos, então:
No Brasil, estamos no limiar de um Pré-Sal que já está refém dos mais escusos sonhos da classe política, enquanto o honesto seria haver um planejamento de agregação de valor desse rico petróleo para o país poder aplicar um grande projeto de educação, o que terá que acontecer de um modo ou de outro.
Queremos ser um povo rico, educado, inovador, avançado, e sempre alerta ao mundo.
No exterior, temos o hemisfério norte em via de duas crises, vindo primeiro a econômica e, em seguida, a política, que deverão ressuscitar radicalismos que o mundo pensava estarem extintos.
A Europa, os EUA e parte da Ásia, principalmente, enfrentarão épocas absolutamente caóticas pouco à nossa frente, talvez mesmo a partir desse ano de 2012.
A China, por outro lado, também sofrerá grandes perdas em seu modelo exportador, por ausência de demanda dos atores acima. O problema é saber o que isso causará ao ânimo de sua classe dirigente e para onde ela fará o país se expandir, militarmente, o que é certo que irá acontecer.
Portanto, se quisermos mesmo ser um povo alerta ao que acontecerá ao mundo, será preciso começar por entender que mesmo os melhores paradigmas atuais em termos de Defesa ainda são muito humildes frente a inimigos que poderão vir de várias fontes em busca de dominação das melhores riquezas do planeta, aqui abundantes.
Então, queremos ser um povo rico, educado, inovador, avançado, e sempre alerta ao mundo. Para defender nossa soberania, queremos por prevenção dispor de Forças Armadas ampliadas, equipadas, treinadas, eficazes, motivadas e com capacidade dissuasória absoluta em toda parte.
Se você quiser saber como se faz isso, comece por aqui: DEFESA BR –ABERTURA
No discurso de posse que não houve, o presidente Tancredo Neves resumia o seu pensamento sobre Defesa e nossas Forças Armadas :
“Sua responsabilidade será cada vez maior, com o esperado crescimento da cobiça internacional sobre os nossos recursos naturais, e considerando-se a extensão das nossas lindes.
Ao heroísmo, e à abnegação de nossos soldados, devemos acrescentar os indispensáveis meios de combate.
O adestramento militar possibilita a eficiência da bravura, e os equipamentos modernos de luta são necessários ao bom desempenho dos exércitos.
Ao heroísmo, e à abnegação de nossos soldados, devemos acrescentar os indispensáveis meios de combate.
O adestramento militar possibilita a eficiência da bravura, e os equipamentos modernos de luta são necessários ao bom desempenho dos exércitos.
*Roberto Silva* do Blog DefesaBr
Fonte: DefesaBr
A verdade sobre a censura em Cuba
11 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaCuba denunciou em dezembro que o Facebook censurou sua página na rede social, que possui mais de 70 mil seguidores, porque ela protestava contra o fechamento do canal do portal Cubadebate no Youtube.
Por Mariana Mendes*
Tudo aconteceu porque o canal de vídeos do sítio estatal Cubadebate.cu publicou um vídeo sobre Luis Posada Carriles, que é acusado por vários crimes na Venezuela, incluindo a derrubada de um avião civil cubano que matou 73 pessoas, cumpriu pena no Panamá por tentar assassinar Fidel Castro e recentemente propôs a via armada para derrubar o governo cubano. O ex-agente da CIA está sendo julgado nos Estados Unidos apenas por fraude migratória, embora a Venezuela exija que o terrorista seja extraditado para ser julgado em seu país natal.
Segundo o Youtube, o vídeo possui "infração de copyright"; contudo, o sítio cubano afirma que as imagens do vídeo, que mostram Luis Posada Carriles dizendo que queria o pagamento por seus serviços como terrorista internacional, são utilizadas sem autoria em vários outros sítios.Em nota, o sítio cubano afirma a existência de vários vídeos no Youtube com informações manipuladas e tendenciosas sobre Cuba com imagens roubadas do site estatal sem que o Google as tenha tirado da rede social, ainda que haja denúncias.
O acesso ao canal e à página cubanos foram restabelecidos, o vídeo de Carriles continua censurado. Outro canal já publicou o vídeo em protesto à censura do Google.
O embargo midiático
Além do embargo econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos, que dura mais de 50 anos, a ilha também sofre com o bloqueio midiático. A grande mídia filtra as informações reais sobre o país e divulga informações falsas.
Em seu livro Cuba, apesar do bloqueio, atualizado em 2011, Mario Augusto Jakobskind, que morou um ano em Cuba, afirma que o bloqueio midiático é a "desinformação externa, que cria no mundo um senso comum que demoniza Cuba. A imprensa mundial não se cansa de dizer que lá é 'uma ditadura', chega ao absurdo de chamar de 'ditadura dos irmãos Castro'. Isso não reflete a realidade".
Segundo o sítio do Cubadebate, o microblog Twitter censura os TT (temas do momento) quando eles não são do interesse da empresa. Isso aconteceu com o "hashtag" #DerechosCuba, que foi bloqueado na Espanha. Contas da rede social também são fechadas arbitrariamente por motivos políticos em todo o mundo, ou seja, os direitos tão proclamados de liberdade de expressão são simplesmente negados todos os dias para manipular opiniões.
Embora seja intensamente propagandeado que presenciamos a "era da informação", a realidade é que poucos possuem acesso à rede, e ela é controlada por uma minoria interessada em lucrar com a propagandaonline e bloquear o que foge de seus interesses. A sociedade cubana, ao contrário desta tendência, utiliza seus escassos recursos cibernéticos, diminutos por conta do embargo econômico e comercial, para divulgar a verdade sobre sua história. Falsas informações são propagadas com o argumento de que o governo cubano teme liberar o acesso total à internet, quando se trata, na verdade, da falta de recursos tecnológicos no país, devido ao implacável bloqueio.
O "cybermercenarismo"
Outra faceta da propaganda falsa contra Cuba se manifesta por meio do "cybermercenarismo". O jornal The New York Times publicou, em junho de 2010, que os Estados Unidos lideram um grupo de países que utilizam a tecnologia da informação mediante utilização de plataformas portáteis, viagens, consultorias,hardwares e apoio à criação de páginas virtuais e sistemas de telefonia móveis, para beneficiar os "dissidentes" em suas mensagens contrarrevolucionárias. Sob o falso título de "independentes", esses mercenários divulgam informações que incitam à desobediência civil, fazem propaganda ilusória sobre o capitalismo e mentem sobre a revolução cubana.
A propaganda pró-capitalismo é o resultado menos perigoso destas ações, já que tais blogueiros não gozam de popularidade entre os cubanos. Tais "cybermercenários" podem trabalhar como espiões e até promover interferências em sistemas estatais e danos nos sistemas de serviços à população, além de acidentes graves.
"La Polémica Digital"
Apesar de todos os gastos e dos imensos esforços da máfia capitalista para manter contrarrevolucionários em ação, a cada dia surgem novos blogueiros cubanos que acreditam na revolução cubana e escrevem sobre o sistema em que vivem.
O blog "La Polémica Digital", da jornalista cubana Elaine Diaz, é um destes blogs que escreve sobre o dia a dia de Cuba: "É sobre isso que gosto de escrever: o dia a dia, o que vejo na rua, no transporte público, o que ocorre com meu avô - que é camponês e não tem a menor ideia do que seja a internet, e, além disso, ela não lhe faz falta porque não a considera algo necessário para ser feliz. Por isso, eu acho muito engraçado que os indicadores para medir o grau de satisfação da população cubana sejam baseados em termos de internet, uma vez que a maioria da população do mundo nem sequer tem o que comer ou onde dormir esta noite".
*Mariana Mendes é professora de geografia na UFSCar, Sorocaba
Fonte: Pravda, Vermelho
Imagem: Google
Países membros da OTAN e do Conselho de Segurança do Golfo (CCG) estão preparando um golpe de Estado e um genocídio sectário na Siria
10 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
OTAN prepara golpe midiático na Síria
Por Thierry Meyssan
Países membros da OTAN e do Conselho de Segurança do Golfo (CCG) estão preparando um golpe de Estado e um genocídio sectário na Síria. Se você deseja opor-se a esses crimes, atue de imediato. Faça circular este artigo através da Internet e ponha-se em contato com seus representantes democráticamente eleitos.
Dentro de alguns dias, talvez a partir do meio-dia da sexta-feira 15 de junho, os sírios que assistem aos canais nacionais somente captarão em seus televisores outros canais criados pela CIA. Imagens filmadas em estudio mostrarão massacres imputados ao governo, manifestações populares, ministros e generais renunciando, presidente Al-Assad fugiu, os rebeldes reunindo-se no centro das grandes cidades assim como a chegada de um novo governo ao palácio presidencial.
O objetivo dessa operação, dirigida directamente desde Washington por Ben Rhodes, conselheiro adjunto de seguridade nacional dos Estados Unidos, é desmoralizar os sirios e permitir assim um golpe de Estado. A OTAN, após chocar-se com o veto duplo pela Rússia e pela China no Conselho de Seguridade da ONU, alcançaria assim conquistar a Siria sem ter que atacar ilegalmente. Seja qual for a opinião de cada um sobre o que está sucedendo na Siria, o certo á que um golpe de Estado colocaria fim a toda esperança de democratização.
De forma totalmente oficial, a Liga Árabe tem solicitado aos operadores dos satélites Arabsat e Nilesat que ponham fim a retransmissão dos medios sirios, tanto públicos como privados (Syria TV, Al-Ekbariya, Ad-Dounia, Cham TV, etc.). Ja existe um precedente dado que a Liga Árabe impostou anteriormente a censura contra a televisión Líbia para impedir que os dirigentes de la Yamahiria puderam comunicar-se com seu própio povo. No existe na Síria nenhuma rede hertziana em que os canais de televisão se captem exclusivamente vía satélite. Mas este corte no deixará as telas em branco.
Na realidade, esta decisão somente é a parte visível do iceberg. Segundo nossas informações, várias reuniões internacionais tiveram lugar esta semana para coordenar a operação de intoxicação. As duas primeiras reuniões, de natureza técnica, se aconteceu em Doha (Qatar). a terceira, de caráter político, teve lugar em Riad, (Arábia Saudita).
Na primeira reunião participaram os oficiais de guerra psicológica «incrustados» em várias televisões via satélites, como Al-Arabiya, Al-Jazeera, BBC, CNN, Fox, France24, Future TV e MTV – Já é sabido que desde 1998 oficiais da United States Army’s Psychological Operations Unit (PSYOP) tem sido incorporados na redação da CNN, prática que a OTAN extendeu depois a outras estações televisivas de importância estratégica. Estes oficiais elaboraram de antemão uma série de notícias falsas, em função de uma história falsa concebida pela equipe de Ben Rhodes, na Casa Branca. Se estabeleceu um procedimento de validação recíproca no que cada mídia deve citar nas mentiras dos demais para dar-lhes credibilidade aos olhos dos telespectadores. Os participantes decidiram a não limitar-se a requisição unicamente dos canais da CIA para Síria e o Líbano (Barada, Future TV, MTV, Orient News, Syria Chaab, Syria Alghad), mas também uns 40 canais religiosos wahabitas para desatar massacres e exortar a fé sob o lema «¡Los cristianos a Beirut, los alauitas a la tumba!»
Na segunda reunião participaram engenheiros e realizadores encarregados de planificar a fabricação de imagens de ficção, em que se mesclan sequências rodadas em estudios a céu aberto com imagens computadorizadas. Nestas últimas semanas se tem montado, na Arabia Saudita, vários estudios que imitan os dos palácios presidenciais sírios e as principais praças de Damasco, de Alepo e de Homs. Ja existia esse tipo de estudios en Doha, mas eram insuficientes, dada a escala da operação proposta.
Na terceira reunião participaram o general James B. Smith, embaixador dos Estados Unidos; um representante do Reino Unido e o príncipe saudita Bandar Bin Sultan, o mesmo a quem o presidente George Bush (pai) designava como seu filho adotivo, quando a imprensa americana começou a chamá-lo «Bandar Bush». O objetivo desta reunião foi coordenar a ação dos meios de comunicação com a ação do «Ejército Sirio Libre», essencialmente composto por mercenários a mando do príncipe Bandar.
A operação já vinha sendo planejada havia meses, mas o Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos decidiu acelerar depois que o presidente russo Vladimir Putin notificou a Casa Branca de que a Russia iria se opor pela força a todo intento ilegal de intervenção da OTAN contra a Síria.
Esta operação compreende duas etapas simultâneas: por um lado, inundar os meios de comunicação com notícias falsas, e por outro, censurar e bloquear toda possibilidade de resposta.
O fato de proibir as televisões via satélites para desencadear e dirigir uma guerra não é nada novo. Sob a pressão de Israel, Estados Unidos e a União Européia tem proibido sucessivamente canais de televisão libaneses, palestinos, iraques, libios e até iranianos. Nenhum tipo de censura foi imposta em canais por satélite de outras regiões.
A difusão de noticias falsas tampouco é novidade. Quatro avanços significativos na arte de propaganda ter sido dada pela primeira vez durante a última década.
- Em 1994, uma estação de música pop, a Radio Libre de Mille Collines (RTML) deu o sinal que desencadeou o genocídio de Ruanda para encorajar a «¡Matar a las cucarachas!».
- Em 2001, a OTAN utilizou os meios de imprensa para impor uma interpretação dos atentados do 11 de setembro e justificar os ataques contra Afeganistão e Iraque. Já naquela época foi Ben Rhodes o encarregado de redatar, por ordem da administração Bush, Kean Hamilton o informe da Comissão sobre os atentados.
- Em 2002, a CIA utilizou 5 canais (Televen, Globovisión, Meridiano, ValeTV e CMT, para fazer crer que enormes manifestações haviam obrigado o presidente democraticamente eleito da Venezuela, Hugo Chávez, a renunciar a seu cargo, quando na realidade estava sendo vítima de um golpe de Estado militar.
- Em 2011, France desempenhava de fato o papel de ministerio de Información de Consejo Nacional Libio, ao que estava vinculada por contrato. Durante a batalha de Trípoli, a OTAN fez filmar em estudios e difundir através da Al-Jazeera y de Al-Arabiya imagens que mostravam os rebeldes líbios entrando na praça principal da capital quando na realidade se encontravam longe da cidade, de maneira que os habitantes, convencidos de que a guerra estava perdida, cessaram toda resistência.
Os meios de imprensa já não se conformam com apoiar a guerra. Agora eles fazem a guerra.
Este dispositivo viola os princípios básicos do direito internacional, começando com o artigo 19 da Declaração Universal de Direitos Humanos que estipula o direito a «receber informações e opiniões, e o de difundi-las, sem limitação de fronteiras, por qualquer meio de expressão». E o mais importante é que viola as resoluções da Assembéia Geral da ONU, adotadas ao término da Segunda Guerra Mundial para prevenir as guerras. As resoluções 110, 381 e 819 proíbem «os obstáculos ao livre intercâmbio de informações e idéias» (neste caso, o bloqueio dos canais sírios) e «a propaganda tendenciosa a provocar ou estimular qualquer tipo de ameaça contra a paz, de ruptura da paz ou ato de agressão ». Na luz do direito, a propaganda a favor da guerra é um crime contra a paz. É crime ainda mais grave porque torna possíveis crimes de guerra e genocídio.
Fonte: SOA-BRASIL
Tradução: Google
Imagem: Google
Palestina: OLP condena ocupação israelense, que completa 45 anos
10 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda![]() |
Soldados sírios admitem a derrota e se rendem ao avistarem tanques israelenses nas Colinas de Golã no final da Guerra dos Seis Dias. |
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Na Cisjordânia - que, assim como Jerusalém Oriental, era controlada pela Jordânia antes da guerra -, soldados árabes se rendem às forças israelenses. |
A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) condenou "o fortalecimento de uma ocupação que ameaça ser irreversível", na véspera do 45º aniversário da Guerra dos Seis Dias, na qual Israel conquistou Jerusalém Oriental, Gaza, Cisjordânia, as Colinas do Golã e o Sinai egípcio. Enquanto isso, a Faixa de Gaza vive o quarto dia consecutivo de bombardeios israelense.
"Quarenta e cinco anos depois do começo da ocupação, Israel continua violando deliberadamente a lei internacional através de políticas que minam e ameaçam anular as perspectivas de uma solução de dois Estados", disse nesta segunda-feira em comunicado Hanan Ashrawi, membro do Comitê Executivo da OLP.
Na nota, a dirigente palestina pede ao mundo que "examine o legado da ocupação israelense: um legado de impunidade e atrozes violações da legislação internacional". Além disso, acusa Israel "como potência ocupante" de violar as obrigações estabelecidas na Convenção de Genebra e outros tratados internacionais.
Ashrawi condena a expansão das colônias e do que classifica de "políticas extremistas adotadas pelo governo israelense e legisladas pela Knesset (Parlamento) que enviam uma mensagem sinistra: em vez de investir na paz, Israel investe em avançar a ocupação com a construção de assentamentos, a demolição de casas e o deslocamento de milhares de palestinos".
Bombardeio
Aviões militares israelenses bombardearam nesta segunda (4) pelo terceiro dia consecutivo, áreas civis de Gaza. Duas pessoas morreram e sete ficaram feridas. Uma leiteria situada na Cidade de Gaza foi destruída pelos projéteis lançados pelas forças militares.
De acordo com fontes médicas e o movimento de Resistência Islâmica (Hamas), outro ataque com projéteis de grosso calibre foi registrado em uma área descampada. A ação tem por objetivo vingar a morte de um soldado israelense em um tiroteio na região da fronteira.
Vários presos palestinos em cárceres israelenses ameaçaram retomar a greve de fome massiva devido ao não cumprimento por parte do governo de Benjamín Netanyahu do acordo que colocou fim à greve de cerca de mil reclusos, realizada em 17 de abril.
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45 anos se passaram... e o Povo Palestino continua sofrendo
Fonte: AFP - Prensa Latina - Vermelho
Imagem: Terra
Vídeo: Youtube
Há 20 anos na ECO-92 Fidel Castro mostrava o caminho para salvar o Planeta
10 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaRetirado do Solidários
Discurso de Fidel Castro na Conferência da ONU para Meio Ambiente - ECO-92
Sr. Presidente do Brasil, Fernando Collor de Mello;
Sr. Secretário Geral das Nações Unidas, Butros Ghali;
Excelências:
Uma importante espécie biológica está em perigo de desaparecer devido à rápida, progressiva liquidação de suas condições naturais de vida: o homem. Agora estamos cientes deste problema, quando quase é tarde para impedi-lo.
É preciso salientar que as sociedades de consumo são as principais responsáveis pela atroz destruição do meio ambiente. Elas nasceram das antigas metrópoles coloniais e de políticas imperiais que, pela sua vez, engendraram o atraso e a pobreza que hoje açoitam a imensa maioria da humanidade. Com apenas 20% da população mundial, elas consomem as duas terceiras partes dos metais e as três quartas partes da energia que é produzida no mundo. Envenenaram mares e rios, contaminaram o ar, enfraqueceram e perfuraram a camada de ozônio, saturaram a atmosfera de gases que alteram as condições climáticas com efeitos catastróficos que já começamos a padecer.
As florestas desaparecem, os desertos estendem-se, bilhões de toneladas de terra fértil vão parar ao mar cada ano. Numerosas espécies se extinguem. A pressão populacional e a pobreza conduzem a esforços desesperados para ainda sobreviver à custa da natureza. É impossível culpar disto os países do Terceiro Mundo, colônias ontem, nações exploradas e saqueadas hoje, por uma ordem econômica mundial injusta.
A solução não pode ser impedir o desenvolvimento aos que mais o necessitam. O real é que todo o que contribua atualmente para o subdesenvolvimento e a pobreza constitui uma violação flagrante da ecologia. Dezenas de milhões de homens, mulheres e crianças morrem todos os anos no Terceiro Mundo a conseqüência disto, mais do que em cada uma das duas guerras mundiais. O intercâmbio desigual, o protecionismo e a dívida externa agridem a ecologia e propiciam a destruição do meio ambiente.
Se quisermos salvar a humanidade dessa autodestruição, teremos que fazer uma melhor distribuição das riquezas e das tecnologias disponíveis no planeta. Menos luxo e menos esbanjamento nuns poucos países para que haja menos pobreza e menos fome em grande parte da Terra. Não mais transferências ao Terceiro Mundo de estilos de vida e de hábitos de consumo que arruínam o meio ambiente. Faça-se mais racional a vida humana. Aplique-se uma ordem econômica internacional justa. Utilize-se toda a ciência necessária para um desenvolvimento sustentável sem contaminação. Pague-se a dívida ecológica e não a dívida externa. Desapareça a fome e não o homem.
Quando as supostas ameaças do comunismo têm desaparecido e já não há pretextos para guerras frias, corridas armamentistas e gastos
militares, o que é o que impede dedicar de imediato esses recursos na promoção do desenvolvimento do Terceiro Mundo e combater a ameaça de destruição ecológica do planeta?
Cessem os egoísmos, cessem as hegemonias, cessem a insensibilidade, a irresponsabilidade e o engano. Amanhã será tarde demais para fazer aquilo que devimos ter feito há muito tempo.
Obrigado, Fidel Castro.
Reportagem da TV cubana sobre a participação de Fidel Castro no Eco-92
Fonte: Solidários
Declaração final da 3ª Assembleia Nacional do Cebrapaz
9 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) aprovou na Assembleia Nacional encerrada sábado (9), uma Declaração em que renova as convicções dos ativistas brasileiros pela paz de que sua luta está ligada ao combate ao imperialismo estadunidense e seus aliados da Otan. Ao encerrar o evento, a presidenta do Cebrapaz, Socorro Gomes, declarou que a missão da entidade é denunciar os crimes do imperialismo e mobilizar o povo na luta pela paz.
Leia a íntegra da declaração:
Nós, militantes da paz, da solidariedade aos povos e da luta anti-imperialista, reunidos na 3ª Assembleia Nacional do Cebrapaz, realizada na cidade de São Paulo, nos dias 08 e 09 de julho de 2012, nos somamos às vozes que ao redor do mundo clamam pela paz, soberania e justiça.
Homenageamos nesta ocasião um dos grandes brasileiros, o humanista e pintor Candido Portinari, que com o seu pincel e cores expressou com contundência as dores da guerra, e a alegria dos povos de viver em paz. O exemplo deste grande brasileiro, como de tantos outros, nos inspira para tansformar nossa indignação em ação organizada e consciente.
O Cebrapaz é uma expressão organizada do sentimento da sociedade brasileira contra as guerras e em solidariedade aos povos em luta no mundo.
Esta assembleia realizou uma abrangente análise sobre as ameaças à paz, provocadas pelo imperialismo; debateu sobre como fortalecer a solidariedade aos povos agredidos, que lutam para defender sua soberania e o direito à autodeterminação.
Vivemos uma mudança de época. Estão em curso profundas mudanças e transformações no mundo.
A crise atual do capitalismo é estrutural e sistêmica. As políticas empregadas para enfrentar a crise atacam os direitos dos trabalhadores e dos povos e suas repercussões vão muito além dos aspectos econômicos.
De igual modo, está em curso um processo histórico de declínio relativo da hegemonia do imperialismo estadunidense. Paralelamente a isto emergem grandes nações que reafirmam seu direito de defesa da paz, à autodeterminação e ao desenvolvimento com justiça social.
Contudo os EUA ainda são a força predominante nas dimensões militar, cientifico-tecnológica e na esfera econômica em relação a outros países do mundo. Atuam de forma consciente para se manter no centro do sistema, utilizando para isto a militarização, a guerra e a instrumentalização das Nações Unidas.
Vivemos uma nova ofensiva imperialista que visa saquear os recursos naturais, tais como as fontes de energia, a biodiversidade, a água, os minérios, entre outros. O imperialismo recrudesce a sua agressividade contra os povos do mundo, fazendo-a acompanhar de uma sistemática e orquestrada campanha ideológica e de desinformação, destinada a “legitimar” e suavizar a barbárie causada por suas aventuras bélicas.
Novos e antigos argumentos são utilizados para ameaçar a soberania e a paz das nações. Neste sentido, surgem novos conceitos e justificativas, como “guerra preventiva” e “direito de proteger” para realizar os graves crimes contra a humanidade, como os ocorridos na Líbia no último período. Trata-se de uma época em que a violação do direito internacional e da carta das Nações Unidas, como também a instrumentalização da ONU são parte da estratégia do imperialismo.
É com este intuito que foi reformulada a estratégia de ação da Otan, com a expansão de sua área de atuação, tornando-se uma das principais inimigas da paz e dos povos do mundo.
A rede de bases militares estrangeiras e as esquadras navais dos EUA constituem na atualidade uma ampla rede de apoio às suas operações em todas as latitudes.
Neste sentido, regiões como Oriente Médio, África e a América Latina, abundantes em recurso naturais estratégicos, são alvo da cobiça do imperialismo. Prosseguem as guerras de ingerência, agressão e ocupação, com ações nos Bálcãs, no Oriente Médio, na Ásia Central e na África. Agora, a Otan volta a manifestar a sua intenção de ter presença militar no Atlântico Sul.
No Oriente Médio, Israel continua sendo a ponta de lança do imperialismo, com uma política de hostilidade e agressão aos povos da região, mantém ocupadas as colinas de Golan, da Síria, e as Fazendas de Sheeba, no Líbano.
Com respeito à Palestina, o sionismo israelense continua com a política de expansão das colônias, construção de postos de controle e do muro de separação, perpetrando crimes, como prisões arbitrárias e assassinatos seletivos. Reafirmamos a defesa da constituição do Estado da Palestina já. Não há como esperar mais tempo, as Nações Unidas têm esta responsabilidade perante o martirizado povo palestino.
Os sionistas e o imperialismo estadunidense fazem constantes ameaças e provocações contra o Irã, pretextando que este país pretende fabricar armas nucleares.
Na Ásia Central, os EUA tentam construir uma saída para sua desastrosa presença no Afeganistão, além de continuar violando a soberania do Paquistão, realizando os criminosos e covardes bombardeios com aviões não tripulados.
Na África, a partir da reativação do Comando Africano (Africom), o imperialismo estadunidense busca expandir sua presença. Comandou, com países da União Europeia e da Otan, a recente agressão contra a Líbia, com claros objetivos neocolonialistas.
No momento em que realizamos nossa assembleia, o alvo imediato do imperialismo e sua maquinaria de guerra e propaganda é a Síria. Isto dá um sentido de urgência à nossa ação de solidariedade com este país. A defesa da soberania nacional torna-se a principal expressão da defesa da paz e da oposição ao jugo imperialista. Querem derrubar o governo do presidente Bashar Al-Assad não pelos seus eventuais problemas, mas por suas qualidades, por não ser submisso aos interesses do imperialismo na região. Desde nossa assembleia, conclamamos todas as forças progressistas e defensoras da paz a se solidarizarem com a Síria e seu povo.
Na América Latina, o “Continente Rebelde”, vivemos uma nova realidade política, econômica e social, fruto de décadas de luta política e social dos nossos povos. Os governos da região têm privilegiado a construção da democracia, fazem esforços pelo progresso social, promovem a integração solidária, reforçam posições de defesa da soberania nacional e da paz. Por isso mesmo, o imperialismo estadunidense, em conluio com as classes dominantes retrógradas, fazem pressões e ameaças contra os governos anti-imperialistas, principalmente Cuba e Venezuela.
Prosseguem seus intentos de instalar novas bases militares estadunidenses na Colômbia e em outras localidades, além dos esforços de fazer com que a Otan atue nas águas do Atlântico Sul. A Quarta Frota continua ameaçadoramente singrando as águas do Atlântico e do Mar do Caribe.
Reiteramos que não é concebível que em pleno século 21 tenhamos que conviver com o flagelo do colonialismo. Em nossa região são 22 os enclaves coloniais de distintas formas, que servem em muitos casos como base para operações militares das grandes potências, como a ilha de Ascensão e as Ilhas Malvinas. Nesta oportunidade repudiamos uma vez mais o colonialismo britânico e afirmamos que as Malvinas são Argentinas.
Hoje, mais do que em qualquer outra época, torna-se necessário um movimento forte e organizado em defesa da paz. A denúncia dos crimes do imperialismo e seu combate é uma tarefa que está na ordem do dia.
Nosso desafio é ser a expressão organizada do sentimento de solidariedade aos povos em luta e na denúncia dos crimes do imperialismo. Fortalecer o Cebrapaz como uma organização de ação de massas e unidade, com núcleos atuantes nos diferentes Estados e amplas relações com outras entidades, buscando desenvolver ações unitárias, é um dos nossos principais desafios.
A tarefa principal do Cebrapaz é contribuir para a construção de uma ampla frente de luta contra o imperialismo e pela paz. Para realizá-la é necessário fortalecer sua estrutura e organização, ampliar alianças, construir frentes, atuar em conjunto com outros movimentos.
A exemplo de Portinari e de tantos outros homens e mulheres que no seu dia a dia lutam para construir um mundo de paz, justiça e solidariedade, estaremos nas ruas, locais de trabalho e estudo buscando fortalecer e construir este movimento, que é de defesa da própria humanidade.
Estamos certos de que o século que se inicia será o século dos povos, da paz e da solidariedade entre os homens e mulheres ao redor do mundo. A essência de nossa época é o anti-imperialismo.
Na ocasião em que realizamos nossa 3ª Assembleia Nacional, reafirmamos a convicção de que o imperialismo não é invencível. Com a força do povo, será derrotado.
Viva a luta dos povos!
Viva a paz e a solidariedade!
São Paulo, 9 de junho de 2012
A 3ª Assembleia Nacional do Cebrapaz
Fonte: Cebrapaz
Imagem: Google (colocadas por este blog)