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Burgos Cãogrino

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Cientistas brasileiros enviam carta aberta à Dilma

9 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda




Carta aberta


Por Husc no Blog do Ambientalismo

Mudanças climáticas: cientistas enviam carta aberta à Dilma


Um grupo de destacados cientistas brasileiros enviou uma carta aberta à presidente Dilma Rousseff, alertando-a sobre os equívocos que marcam a orientação dos debates e a formulação de políticas públicas referentes aos assuntos climáticos. Intitulado “Mudanças climáticas: hora de se recobrar o bom senso”, o documento enfatiza a inexistência de evidências físicas da influência humana no clima em escala global, critica o alarmismo que tem prevalecido na apreciação do tema e afirma que a “descarbonização” da economia mundial, com o proposto abandono dos combustíveis fósseis, é uma pseudo-solução para um problema inexistente.

Kenitiro Suguio - Luiz Carlos Molion - Geraldo Luís Lino
Entre os 18 signatários da carta, encontram-se: o geólogo Kenitiro Suguio, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP) e membro titular da Academia Brasileira de Ciências; o climatologista Luiz Carlos Baldicero Molion, pesquisador aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); o físico Fernando de Mello Gomide, professor titular aposentado do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA); o geólogo João Wagner Alencar Castro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e chefe do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional; e outros. O geólogo Geraldo Luís Lino, membro do conselho editorial deste boletim, também assinou o documento.

A propósito da inexistência de evidências do chamado aquecimento global antropogênico, a carta afirma, enfaticamente, que…

«…as variações observadas no período da industrialização se enquadram, com muita folga, dentro da faixa de oscilações naturais do clima e, portanto, não podem ser atribuídas ao uso dos combustíveis fósseis ou a qualquer outro tipo de atividade vinculada ao desenvolvimento humano.»

Por isso, diz o texto, “a insistência na sua preservação representa um grande desserviço à Ciência e à sua necessária colocação a serviço do progresso da Humanidade”.

Os autores advertem, também, para os riscos da ênfase na possibilidade de aquecimento do planeta, quando várias evidências apontam para um resfriamento, nas próximas décadas:

«Um exemplo dos riscos dessa simplificação é a possibilidade real de que o período até a década de 2030 experimente um considerável resfriamento, em vez de aquecimento, devido ao efeito combinado de um período de baixa atividade solar e de uma fase de resfriamento do oceano Pacífico (Oscilação Decadal do Pacífico-ODP), em um cenário semelhante ao verificado entre 1947 e 1976. Vale observar que, naquele intervalo, o Brasil experimentou uma redução de 10-30% nas chuvas, o que acarretou problemas de abastecimento de água e geração elétrica, além de um aumento das geadas fortes, que muito contribuíram para erradicar o café no Paraná. Se tais condições se repetirem, o País poderá ter sérios problemas, inclusive, nas áreas de expansão da fronteira agrícola das regiões Centro-Oeste e Norte e na geração hidrelétrica (particularmente, considerando a proliferação de reservatórios “a fio d’água”, impostos pelas restrições ambientais).»

Ao final, os signatários sugerem uma mudança de atitude e mentalidade:

«Pela primeira vez na História, a Humanidade detém um acervo de conhecimentos e recursos físicos, técnicos e humanos, para prover a virtual totalidade das necessidades materiais de uma população ainda maior que a atual. Esta perspectiva viabiliza a possibilidade de se universalizar – de uma forma inteiramente sustentável – os níveis gerais de bem-estar usufruídos pelos países mais avançados, em termos de infraestrutura de água, saneamento, energia, transportes, comunicações, serviços de saúde e educação e outras conquistas da vida civilizada moderna. A despeito dos falaciosos argumentos contrários a tal perspectiva, os principais obstáculos à sua concretização, em menos de duas gerações, são mentais e políticos, e não físicos e ambientais.»

«Para tanto, o alarmismo ambientalista, em geral, e climático, em particular, terá que ser apeado do seu atual pedestal de privilégios imerecidos e substituído por uma estratégia que privilegie os princípios científicos, o bem comum e o bom senso.»

O documento, datado de 14 de maio, está circulando em todo o País e pode ser encontrado, entre outros lugares, nos sítios Alerta em Rede e da Associação Brasileira de Estudos do Quaternário (Abequa), este, em formato PDF.
 

Movimento de Solidariedade Íbero-americana

 Créditos ➞ este post é matéria apresentada no Boletim Eletrônico MSIa INFORMA, do MSIa – Movimento de Solidariedade Íbero-americana, Vol. III, No 51, de 25 de maio de 2012.

MSIa INFORMA ➞ é uma publicação do Movimento de Solidariedade Ibero-americana (MSIa). Conselho Editorial: Angel Palacios, Geraldo Luís Lino, Lorenzo Carrasco (Presidente), Marivilia Carrasco e Silvia Palacios. Endereço: Rua México, 31 – sala 202 – Rio de Janeiro (RJ) – CEP 20031-144; Telefax: 0xx 21-2532-4086.

Para saber mais sobre o tema ➞ visitar os sites da MSIa/Capax Dei: http://www.alerta.inf.br/ e http://www.msia.org.br/.



Fonte: Blog do Ambientalismo
Imagem: Google (colocada por este blog)



José Mujica - Temos de escapar da escravidão que impõe a dependência material

8 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda




O presidente uruguaio José Mujica recebe o barbeiro na chácara onde vive, como fazia antes de ser eleito

A presidente Cristina Kirchner anunciou esta semana a decisão de transferir para pesos um depósito bancário de US$ 3 milhões, na tentativa de convencer os argentinos a pouparem em moeda nacional. Com um patrimônio estimado em US$ 15 milhões, ela é uma das mulheres mais ricas do país e integra a lista de presidentes milionários da região, como o chileno Sebastián Piñera. 

Do outro lado do Rio da Prata, o uruguaio José “Pepe” Mujica, o chefe de Estado mais pobre do continente, vive em condições de austeridade e conserva o mesmo patrimônio que possuía quando chegou ao poder, em 2010: uma humilde chácara a 20 quilômetros de Montevidéu e um fusca modelo 1987, avaliado em US$ 1.925. Mujica doa 90% dos US$ 12.500 que recebe mensalmente a programas sociais.

Quando o Uruguai recuperou sua democracia, em 1985, Mujica, um ex-guerrilheiro tupamaro, saiu da prisão e disse que todos em seu país deviam aprender a “viver como pobres”. E foi o que ele fez. Junto com sua companheira, a senadora e também ex-tupamara LuciaTopolansky — que, ao contrário do presidente, pertencia a uma família de classe alta — mudou-se para a chácara e construiu uma vida simples.

 Na semana passada, Mujica, de 77 anos, foi notícia no Uruguai por ter saído sozinho para comprar uma tampa de privada. Na volta para casa, o presidente foi visto pelos jogadores do Huracán del Paso de la Arena, um time local, que o chamaram para comer um churrasco e conversar. E lá foi Mujica, com a tampa de privada debaixo do braço.
 
 — A simplicidade do presidente não é pose — contou o jornalista do “El País” Eduardo Delgado. — Participei de várias viagens presidenciais, e todos fomos com Mujica em aviões de companhias comerciais e em classe econômica.

Em entrevista ao semanário “Búsqueda”, realizada em 2009, o presidente explicou sua teoria. Para ele, viver como pobre é a única maneira de libertar-se das pressões da sociedade de consumo.

 “Temos de escapar da escravidão que impõe a dependência material, que é uma das coisas que mais roubam tempo na sociedade contemporânea”, filosofou então Mujica. “Se você se deixa arrastar pelas pressões da sociedade de consumo, não existe dinheiro que alcance, não tem fim, é infinito”.
 
 Além de doar seu salário, Mujica destina parte do dinheiro restante a pagar tratamentos de saúde para uma de suas irmãs, que sofre de esquizofrenia, segundo confirmaram pessoas que há muitos anos convivem com o presidente. Em sua chácara, a única mudança desde que se tornou presidente foi a construção de uma casinha para os seguranças. 

Com certa aversão ao protocolo, Mujica teve de aceitar, também, roupas novas. Mas sempre preservando seu estilo informal, que não inclui, até hoje, o uso de gravata.

 — Já jantei na casa do presidente, e até a comida é muito simples: é uma típica família de classe média baixa — contou um jornalista uruguaio, que pediu para não ser identificado.
 
O jeito Mujica de ser é bem visto por muitos uruguaios, mas questionado pelas classes mais altas, que têm certa dificuldade em aceitar um presidente que fala e vive como um homem do campo. Ainda com dois anos e meio de governo pela frente, Mujica tem 52% de aprovação popular, segundo pesquisa do instituto Data Medida. Já seu vice, Danilo Astori, um economista moderado e com um estilo bem mais sofisticado, obteve 60% de avaliação positiva.





Fonte: blogdopedrosa



Começa a assembleia da Paz e da solidariedade entre os povos

8 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

 

 A 3ª Assembleia Nacional do Cebrapaz foi instalada nesta sexta-feira (8) em São Paulo com um representativo ato político. Compareceram centenas de pessoas, provenientes de todo o país, e uma numerosa delegação da própria capital paulistana. O ato contou com ilustres presenças de representantes diplomáticos, dirigentes políticos e do movimento social.

A mesa foi constituída pela presidenta da entidade, Socorro Gomes, o cônsul de Cuba em São Paulo, Lázaro Mendez, da Venezuela, Robert Torrealba, e da Síria, Gassam Obeid; o representante da Frente Polisário de Libertação Nacional (Saara Ocidental), Karin Lagdaf, da Federação Palestina, Emir Mourad, do MST, Joaquim Pinheira, da CTB, Rogério Nunes, da UBM, Simony Mascarenhas, do PCdoB, Ricardo Abreu. Também compuseram a mesa o vereador por São Paulo Jamil Murad, que foi homenageado pelos serviços prestados à luta pela paz, e o senador cearense Inácio Arruda.

Na plenária destacavam-se, entre outras, personalidades da solidariedade internacional e da luta popular: Claude Hajjar, da Fearab, Hassan Awali do PC Libanês, Hassan Abbas, do Partido Baath Sírio, Abdo Hamid, do Centro Cultural Árabe Sírio, Carmelo Munhoz, da Associação dos Bolivianos, Leo Ramirez, da Associação dos Paraguaios Japayke, Pedro Bocca, da Consulta Popular, Nádia Campeão, presidente estadual do PCdoB (SP), Vander Geraldo, presidente municipal do PCdoB na capital paulistana, Orlando Silva, ex-ministro do Esporte.

A assembleia recebeu mensagens de congratulações de Ruy Falcão, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Márcia Campos, presidenta da Federação Mundial Democrática de Mulheres, do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, do Conselho pela Paz do Vietnã, do Movimento Mexicano pela Paz e o Desenvolvimento, do Conselho da Paz dos Estados Unidos, do deputado estadual (SP) Pedro Bigardi, da Associação de Pós-graduandos (ANPG), do Centro Barão de Itararé, de Michel Collon, jornalista internacional e ativista pela paz na Bélgica, e da senadora colombiana Piedad Córdoba, coordenadora do Movimento Colombianos e Colombianas pela Paz

“O imperialismo será derrotado”

“Esta é uma luta difícil, mas que tem muito de humanismo”, disse Socorro Gomes, presidenta da entidade, ao saudar os participantes. “Cuba, baluarte da luta pela soberania nacional e da luta pela paz, tem enfrentado o ódio, o preconceito e o bloqueio criminoso do imperialismo estadunidense e tem mantido bem alto a luta pela edificação do socialismo. A República Bolivariana da Venezuela, irmã na luta anti-imperialista, e seu líder Hugo Chávez sofrem ameaças, tentativas de golpe e de magnicídio, mas mantêm a solidariedade e a construção da integração independentista, soberana e solidária com os povos da América Latina. Ganha relevo nos dias de hoje a luta pela construção do Estado da Palestina Já, povo heroico, combatendo o sionismo e o imperialismo estadunidense. Este povo tem nossa solidariedade irrestrita”, disse Socorro ao mencionar os países que têm recebido o apoio do Cebrapaz.

Socorro expôs os objetivos da assembleia: “Aqui estamos unidos com um só objetivo – lutar contra as guerras, forjar uma grande união pela paz. Reunimo-nos na 3ª Assembleia Nacional do Cebrapaz no mesmo momento em que a maior potência imperialista do planeta, os Estados Unidos, e seus cúmplices, as potências europeias da Otan, fazem rufar os tambores de guerra contra a nação síria. As potências imperialistas alargam seu poder militar e reforçam a Otan que há poucos dias, em sua cúpula realizada em Chicago, consolidou sua concepção de ser uma máquina de guerra para atacar os povos em todo o mundo”, acentuou.

Socorro destacou ainda que esta assembleia expressa a determinação dos ativistas do Cebrapaz de cumprir um importante dever: fortalecer a corrente dos lutadores pela paz e denunciar os promotores da guerra, os quais em uma ofensiva belicista inaudita avançam contra os povos.

“Não somos indiferentes aos crimes de lesa-humanidade que o imperialismo norte-americano e seus aliados têm cometido, estamos determinados a intensificar e aprofundar nossa organização e nossa luta”, disse Socorro.

Poém, a visão do Cebrapaz não é pessimista, na opinião de sua presidenta: “Também se intensifica a luta dos povos, a resistência e a unidade. O Cebrapaz tem se somado a outras organizações do Brasil, da América Latina e do mundo na denúncia aos promotores da guerra e na construção da solidariedade aos povos em luta e no fortalecimento da paz. Juntos somos fortes, juntos seremos ainda mais . Apesar de o imperialismo e seus aliados, com suas máquinas de guerra, esparramarem o terror pelo mundo, ele não é invencível. Será derrotado pela luta dos povos”.

A presidenta do Cebrapaz deteve-se especialmente na ofensiva do imperialismo contra a Síria. Ela contou a viagem que fez a essa nação árabe em abril último, integrando uma comitiva conjunta do Conselho Mundial da Paz com a Federação Mundial da Juventude Democrática.

“Este país está sob cerco e agressão há mais de um ano por parte das potências imperialistas. Mentiras, falsidades e infâmias fazem parte da estratégia de agressão. O povo sírio causou-me grande admiração. É um povo afável, com muitas religiões convivendo pacificamente entre si. 

O imperialismo está querendo passar a mentira por verdade, financia hordas de assassinos, pistoleiros, mercenários pagos para matar, querem cercar o governo legítimo de Bashar Assad para destruir um Estado nacional que resiste e não aceita que Israel destrua os povos e nações árabes. Nosso maior dever agora é a solidariedade à Síria e a denúncia dos bandidos que a querem atacar, pois há um comando internacional criminoso determinado a destruir o país. Por isso, neste momento nosso coração bate com o povo sírio, encerrou, arrancando o entusiasmado aplauso da plenária.
 

Uma só luta

 
”Entendemos que a luta dos povos está entrelaçada com a luta da classe trabalhadora, almejamos uma sociedade solidária com direitos iguais para os que trabalham e todos os povos. A CTB participa de várias iniciativas de solidariedade internacional e participou recentemente da Marcha Patriótica na Colômbia”, afirmou o representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Rogério Nunes.

Por sua vez, Joaquim Pinheira, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), disse que o movimento está ao lado do Cebrapaz há bastante tempo, construindo importantes atividades de denúncia e solidariedade. “Trazemos o abraço amigo do MST ao Cebrapaz, este instrumento fundamental de luta”. Joaquim lembrou que em Porto Alegre, durante as atividades do Fórum Social Mundial, foi importante a denúncia que o Cebrapaz fez em relação ao que ocorre na América Latina, principalmente o massacre e a chacina na Colômbia, a denúncia contra as bases militares dos Estados Unidos, sobretudo a base de Guantânamo em Cuba.

Finalizou destacando o papel da entidade: “Desde o nascimento do Cebrapaz temos percebido quão importante é esse instrumento e esse espaço para buscarmos conjuntamente saídas construindo ações de solidariedade com os povos em luta. É enorme a contribuição do Cebrapaz na luta por uma sociedade solidária. Para o MST é uma honra estar aqui”.

Simony Mascarenhas, da União Brasileira de Mulheres (UBM) disse que Socorro Gomes é “a nossa maior referência na luta em defesa dos povos e por sua libertação”. A militante feminista informou que a UBM desde sua fundação luta pela emancipação dos povos, pela solidariedade internacional. Nesse sentido – destacou – “temos grande identidade com o Cebrapaz”. Segundo Simony, a UBM apoia a luta para fazer da América Latina e o Caribe uma região de paz, contra as bases militares estrangeiras. Ela lembrou que um dos lemas do 15º Congresso da FDIM, realizado no mês de abril em Brasília, foi “Mulheres de todo o mundo construindo a paz”.

Emir Mourad, da Fepal, declarou que o Cebrapaz foi recebido com muito entusiasmo na Palestina e agradeceu o apoio que a entidade dá à luta desse heroico povo. Também a Frente Polisário, através de seu representante do Brasil, Karin Lagdaf, testemunhou a solidariedade do Cebrapaz com a luta do povo saarauí.

Sem paz não há desenvolvimento

O vereador Jamil Murad, um dos fundadores do Cebrapaz, homenageado durante a solenidade, disse que a mesa do ato de abertura da Assembleia do Cebrapaz por si só diz o que é a entidade – representativa e internacionalista. “O Cebrapaz é uma entidade extraordinária porque dá sequência ao sentimento do povo brasileiro em favor da paz.”

Nesse mesmo sentido opinou o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu. Ele lembrou que o partido tem uma enorme tradição na luta pela paz e na solidariedade aos povos, como destacamento integrante do Movimento Comunista Internacional, que sempre teve uma grande identidade com a causa internacionalista e a causa da paz mundial, desde o Manifesto Comunista de Marx e Engels.

Roberto Torrealba, cônsul da Venezuela, destacou que em 13 anos de Revolução Bolivariana, “conhecemos o valor da paz e da luta pela paz, temos conhecido as agressões, a calúnia e a violência”. O cônsul lembrou a importância da batalha política das eleições presidenciais de 7 de outubro próximo. Segundo informou, o presidente Hugo Chávez lançará sua candidatura à reeleição na próxima segunda-feira (11). “Reafirmamos a solidariedade com os povos em luta”, finalizou Torrealba.

Lázaro Mendez, cônsul de Cuba, afirmou que sentia-se honrado por representar seu país na assembleia do Cebrapaz. “Maio foi um mês que testemunhou o trabalho do Cebrapaz na solidariedade a Cuba, se realizou a maioria das convenções de solidariedade a Cuba e a nacional, em Salvador, Bahia, nas quais o papel do Cebrapaz foi enorme”. Para Lázaro Mendez, a luta pela paz não é só a luta contra a guerra mas é também a luta contra a fome, contra o analfabetismo, contra a ignorância, por mais saúde para o povo. Mendez lembrou que Cuba é solidária com todos os povos em luta e também depositária da solidariedade destes e reafirmou que no processo de atualização do modelo econômico cubano o objetivo é aperfeiçoar o socialismo. “O Cebrapaz tem em Cuba um aliado sempre presente”, disse Mendez ao desejar sucesso ao encontro.

“Esta assembleia é uma conquista, um grande acerto de nossa politica para que possamos no nosso país continental compreender bem a luta dos povos pela autodeterminação, para denunciar e impedir a ação do imperialismo, disse o senador comunista Inácio Arruda. Para ele, “sem paz não haverá desenvolvimento”. Inácio destacou a contribuição do Cebrapaz para a luta dos povos a fim de que se libertem das amarras do imperialismo.
  

 Síria: “A paz esteja convosco”

 

O último orador foi o cônsul da Síria, Gassam Odeid, que recebeu a calorosa solidariedade dos presentes à luta de seu país e seu povo contra as agressões de que têm sido vítima. Emocionado, disse que não tinha palavras para retribuir “as lindas palavras de Socorro Gomes sobre a Síria e o sofrimento do povo sírio, sob ataque do imperialismo e o terrorismo internacional , do terrorismo de Estado praticado pelo imperialismo norte-americano e seus aliados da Europa e alguns países árabes”. Odeid denunciou a “falsificação dos acontecimentos que ocorrem na Síria”, referindo-se ao papel da mídia, principalmente a Al Jazeera, do Catar, e a Al Arabiya, da Arábia Saudita. O cônsul sírio disse que seu povo está enfrentando grupos armados apoiados de fora com armas americans e israelenses. “Esses grupos cometem crimes e querem derrubar o governo, para impor o modelo político deles à Síria”, asseverou. Enérgico no tratamento dos inimigos da Síria, Odeid afirmou categoricamente: “A Otan é uma organização terrorista”. Encerrou dizendo que a primeira saudação em árabe é “A Paz esteja convosco”. “É o que desejo para o povo brasileiro assim como para o povo sírio, agradecendo a ajuda do Cebrapaz e do povo brasileiro para que a paz volte à Síria”, finalizou.

“A terra nos é estreita”

Os versos do maior poeta palestino, Mahmud Darwich, recitados por Paulo, do Bibliaspa, fizeram os presentes refletirem na estreita opressão imposta pelo imperialismo aos povos e nos amplos caminhos que estes têm a percorrer.

Em sete anos de existência, o Cebrapaz tem se consolidado como um polo da luta anti-imperialista no Brasil e América Latina, protagonizando a luta contra as bases militares estrangeiras na região e atuando destacadamente no Conselho Mundial da Paz.

O Cebrapaz tem sido intérprete de um sentimento difuso na sociedade brasileira em favor da paz, contra as guerras de agressão perpetradas pelo imperialismo estadunidense e a Otan, em defesa da soberania nacional e autodeterminação dos povos. Desde a sua última assembleia nacional, realizada em julho de 2009 no Rio de Janeiro, foram inúmeras as atividades nessa direção. Durante o sábado os representantes dos núcleos estaduais e os membros da direção nacional que cumpriu o mandato de 2009 a 2012 farão o balanço desta atividade e projetarão o futuro.




Fonte: Vermelho 

 



Os 40 anos da imagem histórica da Guerra do Vietnã e a destruição de Pyongyang

7 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda











A Destruição de Pyongyang - O terror vindo dos céus

 
Por: Alcione Costa
 
Durante todo o transcurso da Guerra (1950-1953), Pyongyang a capital da República Democrática Popular da Coréia, foi pesadamente atacada com todos os tipos de bombas daquela época de forma implacável e impiedosa pela Força Aérea dos Estados Unidos, principalmente com bombas Napalm.  


Foram mais de 1000 bombas por quilômetro quadrado, e a destruição foi total e aniquiladora. Toda a estrutura e infra-estrutura da cidade foram destruídas, energia elétrica, água potável, hospitais, escolas, transporte, comunicações, pontes, indústrias, estradas, farmácias e todo o comércio. A cidade foi praticamente riscada do mapa.
 

Quando o armistício foi assinado em 27-07-1953 havia somente 2 prédios na cidade, na qual 400.000 pessoas haviam residido, uma foto aérea tirada em meados de 1953 sobre esta capital, mostrou que as condições da cidade estavam semelhantes as cidades de Hiroshima e Nagasaki logo após terem sido bombardeadas com armas nucleares pelos Estados Unidos em 06.08.1945 e 09.08.1945 respectivamente. 

(É bom que fique aqui registrado que os EUA foi o único país na história da humanidade a lançar armas nucleares sobre seres humanos).


A destruição, o flagelo, a desgraça, a fome e a miséria sem paralelos que se abateu sobre a população e de forma tão aguda se perpetuou nos anos seguintes pela estagnação da economia e instabilidade política, como conseqüência de tão arrasadora experiência.




Foram centenas de milhares de crianças, mulheres e idosos mortos despedaçados e carbonizados. Além dos órfãos e sobreviventes, desfigurados pelas queimaduras, mutilados pelas bombas de fragmentação e por outras armas. E ainda milhares de famílias separadas e casas destruídas, entre outras barbaridades.

As terríveis bombas de Napalm


Durante todo o conflito (1950-1953), os Estados unidos mantiveram uma política de pesados e constantes bombardeios em larga escala sobre a população da Coréia do Norte, especialmente utilizando bombas incendiárias contra todas as cidades e instalações civis e militares da parte norte da península coreana. Mesmo que esses tipos de atrocidades fossem tristemente lembrados no mundo pelo horror das imagens de vítimas civis, justamente na Guerra do Vietnã, pois naquele período programas de TV mostravam freqüentemente para todo o mundo, cenas horripilantes de crianças, idosos, mulheres sendo queimadas vivas.


A bomba Napalm possui uma substância gelatinosa que cola na pele, causando queimaduras de 3º grau, pois as pessoas mesmo entrando na água, ainda continuavam queimando e significativamente muito mais napalm foram lançadas no norte da península (1950-1953) apesar do relativo pouco tempo de guerra em relação à Guerra do Vietnã.


Para se ter uma idéia, durante o final da 2ª metade do ano de 1950, somente neste período foi lançado o equivalente a mais de 1 milhão de galões de Napalm sobre a população civil coreana na parte norte.


Em Maio e Junho de 1953, reforçando ordens do General Douglas MacArthur (1880-1964), o então 33º Presidente dos Estados Unidos Harry Truman (1884-1972), autorizou o General Curtis E. LeMay (1906-1990), líder do Comando Estratégico Aéreo (líder daquele comando desde 19 de Outubro de 1949), a bombardear usando bombas de fragmentação e também bombas incendiárias.

Em suma, a ordem era de destruir todas as barragens, hidroelétricas, agricultura, indústria, plantações de arroz e incendiar todas as cidade e aldeias de camponeses da Coréia do Norte, matando também milhares de pessoas afogadas devido à destruição das barragens e posteriormente outros milhares morreram de fome.
 


Curtis Emerson LeMay, o mais jovem general da Força Aérea dos Estados Unidos ao receber a 4ª estrela, desde Ulysses S. Grant (1822-1885), do Exército, declarou: ´Nós matamos 30% da população da Coréia do Norte, (...) na verdade nós matamos 40% da população da Coréia do Norte, talvez o maior percentual de população civil morta, na história de todas as guerras.`

O mesmo LeMay, durante sua aposentadoria declarou:


'Nós consumimos pelo fogo cada cidade da Coréia do Norte, e algumas poucas do Sul por engano, mas de qualquer maneira nós as queimamos.'

 







Fonte:Youtube, tkdlivre
Imagem: Google



EUA usam tráfico de drogas como fonte para financiar guerras

7 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

 

 Após várias décadas da "guerra contra as drogas", acompanhada por um custo colossal em vidas humanas e recursos materiais, os narcotraficantes hoje são mais fortes do que nunca e controlam um território maior do que em qualquer época.

Por Salvador Capote


Nos últimos seis anos, ocorreram no México mais de 47 mil assassinatos relacionados ao tráfico de drogas. O número de mortes foi de 2.119, em 2006, para cerca de 17 mil, em 2011.

Em 2008, o Departamento de Justiça estadunidense advertiu que as OTDs (Organizações de Tráfico de Drogas), vinculadas a cartéis mexicanos, estavam ativas em todas as regiões dos Estados Unidos. Na Flórida atuam máfias associadas ao cartel do Golfo, aos Zetas e à Federação de Sinaloa. Miami é um dos principais centros de recepção e distribuição de drogas. Além dos mencionados, outros cartéis, como o de Juárez e o de Tijuhana, operam nos Estados Unidos.

Os cartéis do México ganharam maior força depois que substituíram os colombianos de Cali e Medellín nos anos 1990 e controlam agora 90% da cocaína que entra nos Estados Unidos. O maior estímulo ao narcotráfico é o alto consumo estadunidense. Em 2010, uma pesquisa nacional do Departamento de Saúde revelou que aproximadamente 22 milhões de estadunidenses maiores de 12 anos consomem algum tipo de droga.

Esses, que são apenas alguns dos mais inquietantes dados estatísticos, permitem questionar a eficácia da chamada "guerra contra as drogas". É impossível crer que exista realmente uma vontade política para por fim a este flagelo universal quando observamos o papel desempenho o narcotráfico a serviço da contra-revolução, para a expansão das transnacionais e para as ambições geopolíticas dos Estados Unidos e outras potências.

Tráfico da CIA


Repassemos, em síntese, a história recente. A administração de Richard Nixon, ao iniciar a "guerra contra as drogas" (1971), desenvolve ao mesmo tempo o tráfico de heroína no Sudeste Asiático com o propósito de financiar suas operações militares nessa região.

A heroína produzida no Triângulo de Ouro (de onde se unem as zonas montanhosas do Vietnã, Laos, Tailândia e Myanmar) era transportada em aviões da “Air America”, propriedade da CIA (Agência Central de Inteligência). Em uma conferência de imprensa televisionada em primeiro de junho de 1971, um jornalista perguntou a Nixon: "Senhor presidente, o que você fará com as dezenas de milhares de soldados estadunidenses que regressam viciados em heroína?"

As operações do "Air America" continuaram até a queda de Saigon em 1975. Enquanto a CIA transportava ópio e heroína do Sudeste Asiático, o tráfico e consumo de drogas nos Estados Unidos se convertia em tragédia nacional. O presidente Gerald Ford solicitou ao Congresso, em 1976, a aprovação de leis que substituíssem a liberdade condicional com a prisão, estabelecessem condenações mínimas obrigatórias e negassem as fianças para determinados delitos envolvendo drogas.

O resultado foi um aumento exponencial do número de condenados por delitos relacionados com o tráfico e consumo de drogas e, por conseguinte, conversão de Estados Unidos no país com maior população prisional do mundo. O peso principal desta política punitiva caiu sobre a população negra e outras minorias.

As administrações estadunidenses durante os anos 1980 e 1990 apoiaram a governos sul-americanos envolvidos diretamente no tráfico de cocaína. Durante a administração Carter, a CIA interveio para evitar que dois dos chefes do cartel de Roberto Suárez (rei da cocaína) fossem levados a juízo nos Estados Unidos. Ao ficar livres, puderam regressar à Bolívia e atuar como protagonistas no golpe de estado de 17 de julho de 1980, financiado pelos barões da droga. A sangrenta tirania do general Luis García Meza foi apoiada pela administração de Ronald Reagan.


A participação mais conspícua da administração Reagan no narcotráfico foi o escândalo conhecido como "Irã-Contras" cujo eixo mais propagandeado foi a obtenção de fundos para financiar o conflito nicaragüense mediante a venda ilegal de armas ao Irã, mas está bem documentado, ademais, o apoio de Reagan, com este mesmo propósito, ao tráfico de cocaína dentro e fora dos Estados Unidos.


O jornalista William Blum explica essas conexões em seu livro "Rogue State". Na Costa Rica, que servia como Frente Sul dos "contras" (Honduras era a Frente Norte) operavam várias redes "CIA-contras" envolvidas com o tráfico de drogas.


Estas redes estavam associadas com Jorge Morales, colombiano residente em Miami. Os aviões de Morales eram carregados com armas na Flórida, voavam à América Central e regressavam carregados de cocaína. Outra rede com base na Costa Rica era operada por cubanos anti-castristas contratados pela CIA como instrutores militares. Esta rede utilizava aviões dos "contras" e de uma companhia de venda de camarões que lavava dinheiro da CIA, no translado da droga aos Estados Unidos.


Em Honduras, a CIA contratou a Alan Hyde, o principal traficante nesse país ("o padrinho de todas as atividades criminais" de acordo com informações do governo dos Estados Unidos), para transportar em suas embarcações abastecimento aos "contras". A CIA, de volta, impediria qualquer ação contra Hyde de agências anti-narcóticos.


Os caminhos da cocaína tinham importantes estações, como a base aérea de Ilopango, em El Salvador. Um ex-oficial da CIA, Celerino Castillo, descreveu como os aviões carregados de cocaína voavam em direção ao norte, aterrizavam impunemente em vários lugares dos Estados Unidos, incluindo a base da Força Aérea no Texas, e regressavam com dinheiro abundante para financiar a guerra.


"Tudo sob o guarda-chuva protetor do governo dos Estados Unidos". A operação de Ilopango se realizava sob a direção de Félix Rodríguez (aliás, Max Gómez) em conexão com o então vice- presidente George H. W. Bush e com Oliver North, quem formava parte da equipe do Conselho de Segurança Nacional de Reagan.


Em 1982, o diretor da CIA, William Casey, negociou um "memorando de entendimento" com o fiscal geral, William French Smith, que exonerava a CIA de qualquer responsabilidade relacionada às operações de tráfico de drogas realizadas por seus agentes. Este acordo esteve em vigor até 1995.


Reagan e seu sucessor, George H. W. Bush, patrocinaram o "homem da CIA no Panamá", Manuel Noriega, vinculado ao cartel de Medellín e à lavagem de grandes quantidades de dinheiro procedentes da venda da droga. Quando Noriega deixou de ser útil e se converteu em estorvo, os Estados Unidos invadiram o Panamá (20 de dezembro de 1989) em um bárbaro ato sem precedentes contra o direito internacional e a soberania de um país pequeno.


Michael Ruppert, jornalista e ex-oficial do setor de narcóticos, apresentou em 1997 uma larga declaração, acompanhada de provas documentais aos comitês de inteligência ("Select Intelligence Committees") de ambas Câmaras do Congresso. Em um dos parágrafos afirma: "A CIA traficou drogas não só durante a época dos "Irã-contras", mas o tem feito durante todos os cinqüenta anos de sua história. Hoje lhes apresentarei evidências que demonstrarão que a CIA, e muitas figuras que se fizeram célebres durante o 'Irã-contras', como Richard Secord, Ted Shackley, Tom Clines, Félix Rodríguez e George H. W.Bush, venderam drogas aos estadunidenses desde a época do Vietnã."


Em 1999, sob a administração de Bill Clinton, os Estados Unidos bombardearam impiedosamente o povo iugoslavo durante 78 dias. De novo aqui aparece o narcotráfico no fundo das motivações. Os serviços de inteligência dos Estados Unidos e seus homólogos da Alemanha e Grã-Bretanha utilizaram o tráfico de heroína para financiar a criação e o equipamento do Exército de Libertação de Kosovo.


A heroína proveniente da Turquia e da Ásia Central passava pelo Mar Negro, Bulgária , Macedônia e Albânia (Rota dos Balcãs) com destino a Itália. Com a destruição da Sérvia e o fortalecimento – desejado ou não – da máfia albanesa, a administração Clinton deixava livre o caminho da droga desde o Afeganistão até a Europa Ocidental. De acordo com informes da DEA e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, cerca de 80 % da heroína que se introduz na Europa passa através de Kosovo.


"Planos" Colômbia

Várias administrações estadunidenses, e em particular a de George W. Bush, foram cúmplices do genocídio na Colômbia. A "guerra contra as drogas" sustentada pelos Estados Unidos com recursos financeiros multimilionários, assistência técnica e volumosa ajuda militar, não conseguiu deter o fluxo de cocaína e, pelo contrário, tem sido determinante no surgimento e desenvolvimento dos grupos paramilitares a serviço dos proprietários de terras com plantações de drogas, e também como pretexto para manter o domínio sobre os trabalhadores e a população camponesa.


O Plano Colômbia resultou num completo fracasso, mas serviu como tela de fundo para a ingerência dos Estados Unidos no país e mostrou claramente seu verdadeiro objetivo, a contra-revolução.


Muitas vezes se esquece que o narcotráfico é provavelmente o negócio mais lucrativo dos capitalistas. Com a guerra na Colômbia lucram as empresas químicas que produzem os herbicidas, a indústria aeroespacial que abastece helicópteros e aviões, os fabricantes de armas e, em geral, todo o complexo militar-industrial. Os bilhões de dólares que gera o tráfico ilegal de drogas, também incrementam o poder financeiro das corporações transnacionais e da oligarquia local.


A recente declaração do Secretariado de Estado Maior Central das FARC-EP, em vista do quadragésimo oitavo aniversário do início da luta armada rebelde, denuncia este vínculo drogas-capital: "os dinheiros do narcotráfico se convertem em terras, inundam a banca, as finanças, os investimentos produtivos e especulativos, a hotelaria, a construção e a contratação pública, resultando funcionais e necessários no jogo de captação e circulação de grandes capitais que caracteriza a capitalismo neoliberal de hoje. Igualmente ocorre na América Central e no México."


O Tratado de Livre Comércio Estados Unidos-México (Nafta) obrigou numerosos camponeses, ante a competitividade de produtos agrícolas estadunidenses, a cultivar em suas terras papoula e maconha. Outros, frente à alternativa de trabalho escravo nas indústrias "maquiladoras", preferem ingressar nas redes mafiosas da droga.


O grande aumento do tráfico de mercadorias através da fronteira e dos controles bancários para combater o terrorismo, provocou a lavagem de dinheiro dos bancos até as corporações comerciais. A complexidade e o volume das operações financeiras, e o fluxo instantâneo e constante de capitais "on line", tornam extremamente difícil seguir o rastro das transações ilícitas.


Uma das conseqüências do Nafta é a impunidade quase total que acompanha o fluxo de narcodólares em ambos os lados da fronteira. Igualmente como no México, o Tratado de Livre Comércio recentemente em vigor na Colômbia estimulará a violência, o narcotráfico e a repressão sobre os trabalhadores e camponeses. A "Iniciativa Mérida", por sua vez, é somente a versão 'México-Centroamericana' do Plano Colômbia.


Devemos meditar sobre o fato de que em todos os cenários de onde os Estados Unidos têm intervido militarmente, principalmente naqueles onde tem ocupado a sangue e fogo o território, o narcotráfico, sem diminuir, como seria de esperar, está multiplicado e fortalecido. No Afeganistão, o cultivo de papoula se reduziu drasticamente durante o governo dos talibãs para alcançar logo, sob a ocupação estadunidense, um crescimento acelerado.


O Afeganistão é atualmente o primeiro produtor de ópio do mundo, mas, ademais, já não exporta somente em forma de pasta para seu processamento em outros países, mas fabrica a heroína e a morfina em seu próprio território.


Se nos atemos aos fatos históricos, poderíamos afirmar que a política dos Estados Unidos não tem sido a de "guerra contra as drogas", senão a de "drogas para a guerra".




Tradução: Eduardo Sales de Lima
Fonte:Vermelhobrasildefato
Imagem: Google

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 A CIA controla o tráfico de droga no Afeganistão... 

 Do Blog Octopus


A recente revelação, de que o irmão (implicado no tráfico de droga) do actual presidente do Afganistão, Hamid Karzai, era pago desde há 8 anos pela CIA, vem confirmar o que muitos vinham denunciando: a CIA é quem controla o trafico de ópio afegão.


Para além dos interesses geoestratégicos, do controle do petróleo e do gás, a invasão do Afganistão, teve também como objectivo o controle da produção de ópio.

A CIA e a Droga...


Um artigo do "The New York Times" de 27 de outubro de 2009, revela que Ahmed Wali Karzai, irmão do presidente do Afganistão, é pago desde há 8 anos pela CIA para desempenhar vários serviços, entre os quais, a formação de um grupo paramilitar incombido de realizar ataques contra oponentes talibans na região de Kandahar. Este é suspeito desde há muito de tráfico de droga.

http://www.nytimes.com/2009/10/28/world/asia/28intel.html?_r=1&ref=world


Afeganistão, o maior produtor mundial de ópio. 

Antes da guerra entre a URSS e o Afganistão (1979-1989), a produção de ópio era quase nula no Afganistão, assim como aliás no Paquistão. Mas no início de 1979, as operações clandestinas da CIA estimularam a sua produção, sobretudo junta da fronteira entre o Paquistão e o Afganistão, tornando-se a primeira fonte mundial de heroína, fornecendo 60% do consumo americano.

Com a chegada ao poder dos talibans, a produção de ópio tinha caido 90% em 2001, em grande parte por causa dos seus vários planos de irradicação do tráfico de droga. Esta proibição, desencadeou "o inicio de uma penúria de heroina na Europa nos finais de 2001" como admitiu então a ONU.


Com a invasão do Afeganistão pela NATO, a produção não mais parou de subir, até atingir níveis nunca antes alcançados e fazendo do Afganistão o fornecedor de 94% do ópio mundial. Isto só foi possível porque a CIA passou a controlar a sua produção e exportação.


Veja o post completo em: http://octopedia.blogspot.pt/2009/11/cia-controla-o-trafico-de-droga-no.html











Cristina Kirchner defende restrição ao dólar em meio à crise

6 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

 

A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, questionou nesta quarta (6) os que buscam pela via judicial a permissão para adquirir moeda estrangeira e anunciou que passará sua renda fixa de dólares para peso.


A mandatária disse que "se a dolarização tivesse vencido, os argentinos estariam todos mortos. O que me chama a atenção é que tenha comunicadores que pedem para dolarizar a economia".

"Se esquecem de tudo o que passou em 2001?", disse a presidenta, em rede nacional, em referência a uma das piores crises econômicas do país, em momento em que havia paridade do peso e do dólar.


"Se esquecem que apenas neste mês de agosto vão cobrar o último vencimento dos títulos 2012 com os quais se engancharam porque não podiam pagá-los?", afirmou Cristina.


Além disso, ela antecipou que passará suas economias em dólares para pesos e convidou seus funcionários para seguirem esse exemplo. O governo adotou medidas para restringir a compra de dólares com o fim de acumular moeda estrangeira no marco da crise econômica internacional.


 




Fonte: Ansa, Vermelho
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Irã reivindica seu direito a um programa nuclear civil

6 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

 

Autoridades iranianas pediram nesta quinta-feira (7) que os países do Grupo 5+1 reconheçam seu direito de desenvolver um programa nuclear civil e pacífico, para assegurar o êxito da próxima reunião sobre o tema prevista para acontecer em Moscou, nos dias 18 e 19 de junho, indicou a imprensa iraniana.

Ali Akbar Velayati


  "Esperamos que os países do Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) participem com realismo da reunião de Moscou e tomem suas decisões respeitando os direitos justos do Irã de desenvolver um programa nuclear civil", disse Ali Akbar Velayati, conselheiro para assuntos internacionais do aiatolá Ali Khamenei.

"O Irã também se compromete a manter atividades nucleares pacíficas dentro das normas internacionais", acrescentou. O Irã e o Grupo 5+1 se reunirão em Moscou para dar prosseguimento às negociações sobre o programa nuclear que começaram em abril em Istambul e foram mantidas depois em Bagdá nos dias 23 e 24 de maio.


"As pressões da frente da arrogância (ocidentais) nos impedem de negociar com base em um plano em que todos nós possamos ganhar", disse o ex-presidente Akbar Hachemi Rafsandjani, que dirige o Conselho do Discernimento, uma entidade encarregada de aconselhar o aiatolá.


"O ocidente deve saber que o caminho do êxito nas negociações passa pelo reconhecimento dos direitos justos do Irã e do abandono de uma política miserável de pressão, ameaças e sanções", acrescentou.


 







Fonte: AFP, Vermelho
Imagem: Google



Domenico Losurdo - Líbia 50.000 mortos

5 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

*Como diz o ditado palestino: "Quem despoja os demais, vive sempre em terror".
E os norte americanos só fazem isso porque no mundo há alienados o suficiente para acreditar que na Líbia havia um regime totalitário e que eles (OTAN) levariam aos líbios, a "Democracia e a Liberdade".










*(MariaLeite)


Fonte: CHEbola



NO IRÃ, NEM TUDO É O QUE PARECE

5 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Economia do país segue e ritmo forte mesmo após sanções; país é envolto por estereótipos que pouco refletem a realidade.
Agência Efe
 
Opera Mundi  Pedro Chadarevian | São Paulo
O Irã pensa grande. Apesar dos boicotes e pressões internacionais, o país segue o curso de uma ousada estratégia de desenvolvimento. A meta é estar entre as 15 maiores economias do planeta antes de 2020. A valorização do preço do petróleo explica apenas em parte este sucesso. A economia iraniana vem se diversificando e passou praticamente incólume pela crise global.
Por trás desta expansão impressionante está um modelo que combina elementos socialistas, herdados da Revolução de 1979, com as reformas de mercado promovidas pelo atual presidente logo em seu primeiro mandato. Um processo amplo de privatizações reduziu a presença do Estado na economia, abrindo espaço para investidores externos, mantendo, contudo, uma participação importante para o capital nacional, estatal e privado. O setor automobilístico do país, por exemplo, tem tecnologia predominantemente nacional, é o quinto mais pujante do planeta.
Como nenhum processo de desenvolvimento se dá sem o apoio fundamental na evolução da qualidade de vida da população, vale a pena uma rápida incursão sobre este tema. Não há dúvidas que a alta qualificação da mão-de-obra contribui diretamente para a situação econômica recente. O país, desde a ruptura com o regime dos xás, investiu pesadamente em educação. A ponto de liderar em 2011 o ranking dos países com maior crescimento na produção científica no mundo. O estado de bem-estar social é também um dos mais evoluídos da região, capaz de reduzir o nível de pobreza a míseros, com o perdão do trocadilho, 12% (no Brasil, o índice atualmente se situa em torno dos 20%).
A repercussão política destas condições materiais excepcionais é evidente. No Irã, que mantém, apesar das pressões externas, a estabilidade democrática, não parece haver hoje qualquer sinal de contaminação do ambiente revolucionário do norte da África.
O modelo atual de desenvolvimento se embasa em uma retórica antiimperialista, buscando ultimamente aliados inclusive na América Latina, como Hugo Chávez (Venezuela) e Rafael Correa (Equador). Mas se a política externa ajuda a legitimar o regime, a enorme influência que mantêm os aiatolás – com status de verdadeiro poder moderador no interior do Estado – produz uma massa crescente de descontentes, em especial entre segmentos da intelectualidade.
Para entender melhor a realidade complexa desta sociedade em frenética transformação, oOutra Economia escutou o filósofo cearense Daniel Marcolino, que acaba de defender uma tese de mestrado na Universidade de São Paulo sobre a estética do cinema iraniano. Para realizar a sua pesquisa, passou dois meses imerso no país persa, e conta agora com exclusividade para os leitores do Opera Mundi esta experiência, esclarecendo aspectos da vivência dos iranianos que vão muito além da imagem estereotipada difundida pela grande imprensa.

* * * * *
NO BRASIL, A INFORMAÇÃO QUE NOS CHEGA SOBRE O IRÃ PASSA, EM GERAL, PELO OBSCURO FILTRO DA MÍDIA OCIDENTAL, QUE QUER NOS FAZER ACREDITAR NOS RISCOS DE UM REGIME TIRANO, TOTALITÁRIO, ATRASADO E COM INTENÇÕES ESTRITAMENTE BÉLICAS E EXPANSIONISTAS. LENDO O SEU TRABALHO DE MESTRADO [“A DILUIÇÃO DO AUTOR NA TRILOGIA DE KOKER DE ABBAS KIAROSTAMI”], NOS DAMOS CONTA QUE A INTENSA VIDA CULTURAL NA CAPITAL DO PAÍS, TEERÃ, APRESENTA UMA REALIDADE QUE VAI MUITO ALÉM DESSE ESTEREÓTIPO, E MUITAS VEZES CONTRARIANDO TOTALMENTE ESSA VISÃO PRECONCEITUOSA.

Não só no Brasil, mas em todo o Ocidente (exceção feita a alguns países na América do Sul e Central) e mesmo no Oriente, em parte dele, a informação é fabricada, não só pela mídia, mas por todo um conjunto de canais que elaboram formas de reconstrução do ser-Outro Oriente. Disso já nos falava muito bem Edward Said.

O que é novo nessa construção a partir de 1979 é que o Irã é elevado à categoria de inimigo número 1 do mundo. O Irã passa a representar o atraso determinante para o mundo. Essa posição liderada pelo Irã ameaçaria a paz mundial, porque tem a ideia beligerante dos persas. Ora, os EUA e seus aliados provocaram as maiores guerras do final do século XX, invadiram o Iraque, apoiando-o antes quando era de seu interesse em uma guerra contra o Irã, o que fortaleceu o poder religioso local.

Antes disso, já havia reforçado esse mesmo poder quando do golpe promovido por eles junto aos ingleses em 1953, ocasião em que o primeiro ministro Mohamed Mossadegh estatizou a empresa de petróleo que estava nas mãos de britânicos, passando às aos iranianos. Isso se deu em 1951 e já em 1953 acontecia o golpe.

Foi uma interferência criminosa em assuntos nacionais por parte dos EUA e Reino Unido, países que hoje lideram sérias sanções econômicas que afixiam as forças produtivas do país. Como então agora se surpreender e atribuir ao próprio Irã a “invenção” de um governo teocrático? Não estamos dizendo que esse golpe tenha diretamente gerado o governo que aí está, mas certamente o inconformismo da população com a situação de sua extrema pobreza na era Pahlevi encontrou na religião suporte para reivindicar mudanças.

FALA-SE ABERTAMENTE EM POLÍTICA NAS RUAS DE TEERÃ HOJE? OS TEMAS DA ATUALIDADE REGIONAL, COMO AS REVOLUÇÕES DA PRIMAVERA ÁRABE, OS EXERCÍCIOS MILITARES DE ISRAEL NO GOLFO PÉRSICO, OS ATENTADOS CONTRA OS CIENTISTAS IRANIANOS, SÃO COMENTADOS NOS MEIOS INTELECTUAIS?

Fala-se sobre política, e muito. É um dos tópicos recorrentes nas conversas e os iranianos não têm receio de criticar o governo. Todos esses tópicos da atualidade regional são, sim, debatidos. Mas cabe lembrar que o acesso à informação é limitado.

Há muitos sites censurados e as mídias impressa e televisiva são controladas pelo Estado. Por outro lado, é muito fácil driblar a censura. Os programas anti-filtros são populares e basta olhar os telhados de Teerã para ver uma grande quantidade de antenas parabólicas, que captam sinais de emissoras do mundo todo. Nos meios intelectuais, em geral, o acesso à informação é maior, além de ser um grupo que viaja para países estrangeiros e mantém redes de contato.

Existe no Irã uma vontade das pessoas de mostrarem-se diferentes do modo como o governo se posiciona. Muitos deles dizem que, no Irã, há uma vida pública, cuja expectativa do governo é, em certa medida, satisfeita, e outra privada, muito diferente.

Ainda dizem: o governo é uma coisa, o povo, outra. Isso na intenção de demarcar diferenças entre as declarações do presidente e o que o povo pensa e como eles vivem, em referência à vida privada que levam no Irã.


PELO SEU DISCURSO, AHMADINEJAD POSICIONA-SE, IDEOLOGICAMENTE, PRÓXIMO ÀS CORRENTES DA ESQUERDA BOLIVARIANA DA AMÉRICA LATINA. EM RECENTE PASSAGEM PELO EQUADOR, FEZ DURAS CRÍTICAS AO IMPERIALISMO NORTE-AMERICANO E AO NEOLIBERALISMO. EXISTE A PERCEPÇÃO DE UM GOVERNO AHMADINEJAD PROGRESSISTA  EM RELAÇÃO ÀS SUAS POLÍTICAS SOCIAIS E ECONÔMICAS?


Essa aproximação não é ideológica, mas estratégica. O discurso é ideológico, pois seriam nações anti-imperialistas, anti-Estados Unidos, principalmente. Mas o contexto e a história são muito distintos. O governo de Ahmadinejad é progressista em relação às políticas sociais. Aliás, desde a Revolução há uma melhora significativa nos indicadores sociais. A expectativa de vida ao nascer, por exemplo, era inferior a 60 anos em toda a década de 1970 e hoje é de 74 anos.

A situação econômica é prejudicada pelo bloqueio econômico, que é uma questão muito séria, mas mesmo assim a situação não é ruim se comparado aos nossos índices aqui no Brasil. Na esfera cultural, o problema no Irã são as restrições às liberdades individuais, as estratégias que a população tem de ter para conseguir, por exemplo, usar a Internet livremente. Mas, fora isso, há uma efervescência cultural impressionante e as praças estão sempre cheias de pessoas, famílias, jovens, crianças. Isso é espetacular como as ruas são tomadas pelas pessoas.


OUTRO ESTEREÓTIPO EM VOGA NA MÍDIA OCIDENTAL É EM RELAÇÃO À POSIÇÃO DA MULHER NA SOCIEDADE IRANIANA ATUAL. LENDO O SEU TRABALHO, PERCEBEMOS QUE A REALIDADE IRANIANA MAIS UMA VEZ CONTRARIA ESTA CONCEPÇÃO DE DOMINÂNCIA MASCULINA ABSOLUTA NO PAÍS. PODE-SE CONSIDERAR QUE AS MINORIAS SEXUAIS NO IRÃ CONSEGUIRAM TAMBÉM CONQUISTAS APÓS A REVOLUÇÃO?

Se você considerar as mulheres como minoria sexual, sim. Mas cabe lembrar que antes da Revolução elas já eram tratadas de maneira diferente no Irã, em comparação, por exemplo, com muitos países árabes. No ano passado, uma mulher foi presa na Arábia Saudita por dirigir. No Irã, elas não só dirigem, como podem abrir seu próprio negócio, trabalhar, pedir divórcio.


Cerca de 65% dos estudantes universitários são mulheres. Até mesmo na controversa questão do uso do véu em público o Irã se diferencia. A obrigação é cobrir a cabeça, mas não se obriga o uso do chador (manto preto que cobre todo o corpo) ou da burca.

Há casos em que a polícia se incomoda com mulheres que deixam muito cabelo à mostra, mas comparado com países árabes, o Irã é, sem dúvida, mais liberal. Agora, se em minorias sexuais você incluir os homossexuais, a situação é diferente, pois há mais medo de se expor.

Mesmo assim, são conhecidos os lugares de “pegação”, inclusive com informação constando em guia internacional, e as festas particulares.

 Fábrica de produção de aço em Isfahan: sanções não diminuíram produtividade em diversos setores da economia persa


 Irán produziu 600 mil veiculos de passeio em apenas 4 meses de 2012


 O desenvolvimento da industria eletroeletronica do Irã é o maior da região


Grupo de flamenco iraniano "Andaluzia" se apresenta em Teerã e derruba alguns mitos sobre a condição da mulher no país


 Mulher iraniana e sua forma própria de se vestir



Fonte: SOA-BRASIL



Pepe Mujica - "Queremos Uruguai cheio de engenheiros, filósofos e artistas"

5 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


Relembrando Pepe Mujica

2009 
Pepe Mujica, foi um dos principais dirigentes do movimento guerrilheiro tupamaro, que lhe custou anos de prisão e terríveis torturas durante a ditadura militar (1973-1985), é um dos políticos mais queridos do Uruguai,um homem de estilo simples e frontal. Foi um dos fundadores do Movimento de Libertação Nacional (MLN), os tupamaros, que surgiu como uma organização de esquerda ainda no período civil, em contraponto ao bipartidarismo blanco-colorado que dominava o país. Depois de 1973, com a implantação de uma ditadura militar, passou à luta armada. O nome tupamaro vem de Tupac Amaru, um líder inca que lutou contra a dominação espanhola.
 
Agricultor, carismático, “Pepe” Mujica é famoso por sua fala simples, direta, “campechana” , como dizem lá. Andava sempre com uma velha lambreta pelas ruas de Montevidéu, é considerado o político mais popular no Uruguai, especialmente entre os jovens e os uruguaios que migraram do país. Foi eleito deputado nas eleições de 1994 e senador em 1999. Nas eleições de 2004 foi o legislador com maior quantidade de votos, cargo a que renunciou ao ser designado ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca em março de 2005, onde ficou até de março do 2008.

Junto com outros dirigentes do Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros, passou mais de doze anos preso em quartéis uruguaios, durante a ditadura militar. Durante dois destes doze anos ficou praticamente enterrado vivo, no fundo de um poço. Ele e seus companheiros que foram submetidos a essa tragédia ficaram conhecidos como os “reféns”. Mujica sobreviveu a essa provação e hoje é um dos líderes políticos mais importantes do Uruguai. Mais do que isso, é uma voz a ser ouvida, um exemplo de vida digna e corajosa. 
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"Queremos Uruguai cheio de engenheiros, filósofos e artistas"

O presidente eleito do Uruguai, José "Pepe" Mujica, reuniu-se com um grupo de intelectuais em dezembro de 2009 e fez alguns pedidos a eles: que contagiem todo o povo uruguaio com o olhar curioso sobre o mundo, que está no DNA do trabalho intelectual, e com o inconformismo. Mujica propõe também uma revolução na educação. "Escolas de tempo completo, faculdades no interior, ensino superior massificado. E, provavelmente, inglês desde o pré-escolar no ensino público. Porque o inglês não é idioma falado pelos ianques; é o idioma com o qual os chineses conversam com o mundo. Não podemos ficar de fora".

Pepe Mujica

Discurso proferido em dezembro de 2009 pelo presidente eleito da República do Uruguai, José Alberto Mujica Cordano (El Pepe), dirigente histórico e fundador do Movimento de Libertação Tupamaros:

"A vida tem sido extraordinariamente generosa comigo. Ela me deu inúmeras satisfações, mais além do que jamais me atrevera a sonhar.

Quase todas são imerecidas. Mas nenhuma é mais que a de hoje: encontrar-me aqui agora, no coração da democracia uruguaia, rodeado de centenas de cabeças pensantes.

Cabeças pensantes! À direita e à esquerda. Cabeças pensantes a torto e a direito, cabeças pensantes para atirar para cima.

Vocês se lembram do Tio Patinhas, o tio milionário do Pato Donald que nadava em uma piscina cheia de moedas? Ele tinha uma sensualidade física pelo dinheiro.

Gosto de me ver como alguém que gosta de tomar banho em piscinas cheias de inteligência alheia, de cultura alheia, de sabedoria alheia.

Quanto mais alheia, melhor. Quanto menos coincide com meus pequenos saberes, melhor.

O semanário Búsqueda tem uma frase charmosa que usa como insígnia:

“O que digo, não o digo como homem sabedor, mas sim buscando junto com vocês”.

Por uma vez estamos de acordo. Sim, estaremos de acordo.

O que digo, não o digo como chacareiro sabichão, nem como trovador ilustrado. Digo-o buscando com vocês.

O digo, buscando, porque só os ignorantes acreditam que a verdade é definitiva e maciça, quando ela é apenas provisória e gelatinosa. 

É preciso buscá-la porque ela anda correndo brincando de esconde-esconde. E pobre daquele que empreenda essa caça sozinho. 
É preciso fazê-la com vocês, com aqueles que fizeram do trabalho intelectual a razão de sua vida. Com os que estão aqui e com os muito mais que não estão.

De todas as disciplinas
 
Se olharem para trás, seguramente encontrarão algumas caras conhecidas porque se trata de gente que trabalha em espaços de trabalho afins. Mas vão encontrar muito mais rostos desconhecidos porque a regra desta convocação foi a heterogeneidade.

Aqui estão os que se dedicam a trabalhar com átomos e moléculas e os que se dedicam a estudar as regras da produção e da troca na sociedade. Há gente das ciências básicas e de sua quase antípoda, as ciências sociais: gente da biologia e do teatro, da música, da educação, do direito e do carnaval. Há gente da economia, da macroeconomia, da microeconomia, da economia comparada e até alguns da economia doméstica. Todas cabeças pensantes, mas que pensam distintas coisas e podem contribuir desde suas distintas disciplinas para melhorar este país.

E melhorar este país significa muitas coisas, mas entre as prioridades que queremos para esta jornada, melhorar o país significa impulsionar os processos complexos que multipliquem por mil o poderio intelectual que aqui está reunido. Melhorar o país significa que, dentro de vinte anos, o Estádio Centenário não seja suficiente para abrigar um ato como este, pois o Uruguai estará cheio, até as orelhas, de engenheiros, filósofos e artistas.

Não é queiramos um país que bata os recordes mundiais pelo puro prazer de fazê-lo. É porque está demonstrado que, uma vez que a inteligência adquira um certo grau de concentração em uma sociedade, ela se torna contagiosa.

Inteligência distribuída
 
Se, um dia, lotarmos estádios de gente formada será porque, na sociedade, haverá centenas de milhares de uruguaios que cultivaram sua capacidade de pensar. A inteligência que traz riqueza para um país é a inteligência distribuída. É a que não está só guardada nos laboratórios ou na universidade, mas sim anda pela rua. A inteligência que se usa para plantar, para tornear, para manejar uma máquina, para programar um computador, para cozinhar, para atender bem um turista é a mesma inteligência. Alguns subiram mais degraus do que outros, mas se trata da mesma escada.

E os degraus de baixo são os mesmos para a física nuclear e para o manejo de um campo. Para tudo é preciso o mesmo olhar curioso, faminto de conhecimento e muito inconformista. Acabamos sabendo porque antes ficamos incomodados por não saber. Aprendemos porque temos comichão e isso se adquire por contágio cultural desde quando abrimos os olhos ao mundo.

Sonho com um país onde os pais mostrem a pastagem a seus filhos pequenos e digam: “Sabem o que é isso? É uma planta processadora da energia do sol e dos minerais da terra”. Ou que lhes mostrem o céu estrelado e façam com que pensem nos corpos celestes, na velocidade da luz e na transmissão das ondas. E não se preocupem que esses pequenos uruguaios vão seguir jogando futebol. Só que, lá pelas tantas, enquanto vêem a bola picar, podem pensar ao mesmo tempo na elasticidade dos materiais que a fazem rebotar.

Capacidade de interrogar-se
 
Havia um ditado: “Não dê peixe a uma criança, ensina-a a pescar”.

Hoje deveríamos dizer: “Não dê um dado a uma criança, ensina-a a pensar”.

Do jeito que vamos, os depósitos de conhecimento não vão estar mais situados dentro de nossas cabeças, mas sim fora, disponíveis para buscá-los na internet. Aí vai estar toda a informação, todos os dados, tudo o que se sabe. Em outras palavras, aí vão estar todas respostas. Mas não vão estar todas as perguntas. O diferencial vai estar na capacidade de se interrogar, na capacidade de formular perguntas fecundas, que provoquem novos esforços de investigação e aprendizagem.

E isso está bem no fundo, marcado quase no nosso de nossa cabeça, tão fundo que quase não temos consciência.

Simplesmente aprendemos a olhar o mundo com um sinal de interrogação e essa se torna nossa maneira natural de olhar para o mundo. Adquirimos essa capacidade muito cedo e ela nos acompanha por toda a vida. E, sobretudo, queridos amigos, ela contagia.

Em todos os tempos foram vocês, os que se dedicam à atividade intelectual, os encarregados de espalhar a semente. Ou para dizê-lo em palavras que nos são muito caras: vocês têm sido os encarregados de acender a necessária inquietação.

Por favor, vão e contagiem. Não perdoem a ninguém.

Necessitamos de um tipo de cultura que se propague no ar, entre os lugares, que se cole nas cozinhas e até nos banheiros. Quando conseguirmos isso, teremos ganho a partida quase para sempre. Porque se quebra a ignorância essencial que enfraquece muita gente, uma geração após a outra.

O conhecimento é prazer
 
Precisamos, antes de mais nada, massificar a inteligência, para nos tornarmos produtores mais potentes. Isso é quase uma questão de sobrevivência. Mas nesta vida não se trata só de produzir: também é preciso desfrutar. Vocês sabem melhor do que ninguém que, no conhecimento e na cultura, não há só esforço, mas também prazer.

Dizem que as pessoas que correm pelas ruas chegam num ponto em que entram numa espécie de êxtase onde já não existe o cansaço e só fica o prazer. Creio que ocorre o mesmo com o conhecimento e a cultura. Chega um ponto onde estudar, investigar e aprender já não é um esforço, mas um puro deleite.

Que bom seria que esses manjares estivessem a disposição de muita gente! Que bom seria se, na cesta de qualidade de vida que o Uruguai pode oferecer a sua gente, houvesse uma boa quantidade de consumos intelectuais. Não porque seja elegante, mas sim porque é prazeroso. Porque se desfruta com a mesma intensidade com a qual se pode desfrutar de um prato de talharim.

Não há uma lista obrigatória das coisas que nos tornam felizes! Alguns podem pensar que o mundo ideal é um lugar repleto de shopping centers. Nesse mundo, as pessoas são felizes porque todos podem sair cheios de sacolas com roupas novas e caixas de eletrodomésticos. Não tenho nada contra essa visão, só digo que ela não é a única possível.

Digo que também podemos pensar em um país onde a gente escolhe arrumar as coisas ao invés de jogá-las fora, onde se prefere um carro pequeno a um grande, onde decidimos nos agasalhar melhor ao invés de aumentar a calefação.

Esbanjar não é o que fazem as sociedades mais maduras. Vejam a Holanda e as cidades repletas de bicicletas. Aí as pessoas se deram conta de que o consumismo não é a escolha da verdadeira aristocracia da humanidade. É a escolha dos farsantes e dos frívolos.

Os holandeses andam de bicicleta, eles as usam para ir trabalhar, mas também para ir a concertos ou aos parques. Chegaram a um nível em que sua felicidade cotidiana se alimenta de consumos materiais como intelectuais.

De modo que, amigos, vão e contagiem todos com o prazer pelo conhecimento. Paralelamente, minha modesta contribuição será fazer com que os uruguaios andem de pedalada em pedalada.

Inconformismo
 
Eu lhes pedi antes que contagiem os outros com o olhar curioso sobre o mundo, que está no DNA do trabalho intelectual. E agora aumento o pedido e lhes rogo que contagiem também com o inconformismo. Estou convencido que este país necessita uma nova epidemia de inconformismo, como a que os intelectuais geraram décadas atrás.

No Uruguai, nós que estamos no espaço político da esquerda somos filhos ou sobrinhos daquele semanário Marcha, do grande Carlos Quijano. Aquela geração de intelectuais impôs-se a si mesma a tarefa de ser a consciência crítica da nação. Andavam com alfinetes na mão, estourando balões e desinflando mitos.

Sobretudo o mito do Uruguai multicampeão. Campeão da cultura, da educação, do desenvolvimento social e da democracia. Acabamos não sendo campeões de nada. Menos ainda nestes anos, nas décadas de 50 e 60, onde o único recorde que obtivemos foi ser o país da América Latina que menos cresceu em 20 anos. Só o Haiti nos superou neste ranking.

Esses intelectuais ajudaram a demolir aquele Uruguai da siesta conformista.

Com todos seus defeitos, preferimos esta etapa, onde estamos mais humildes e situados na real estatura que temos no mundo. Mas precisamos recuperar aquele inconformismo e colocá-lo embaixo da pele do Uruguai inteiro.

Antes eu dizia a vocês que a inteligência que serve a um país é a inteligência distribuída. Agora, digo que o inconformismo que serve a um país é o inconformismo distribuído. Aquele que invade a vida de todos os dias e nos empurra a perguntar-nos se o que estamos fazendo não pode ser feito melhor. O inconformismo está na própria natureza do trabalho de vocês. Precisamos que ele se torne uma segunda natureza de todos nós.

Uma cultura do inconformismo é aquela que não nos deixa parar até que consigamos mais quilos por hectare de trigo ou mais litros por vaca leiteira. Tudo, absolutamente tudo, pode ser feito de um modo um pouco melhor do que foi feito ontem. Desde arrumar a cama de um hotel até produzir um circuito integrado.

Necessitamos de uma epidemia de inconformismo. E isso também é cultural, também se irradia desde o centro intelectual da sociedade para sua periferia. É o inconformismo que fez com que pequenas sociedades ganhassem respeito sobre o que fazem. Aí estão os suíços, meia dúzia de gatos pintados como nós, que se dão o luxo de andar por aí vendendo qualidade suíça ou precisão suíça. Eu diria que o que vendem de verdade é inteligência e inconformismo suíços, que estão esparramados por toda a sociedade.

A educação é o caminho
 
Amigos, a ponte entre este hoje e este amanhã que queremos tem um nome e se chama educação. É uma ponte longa e difícil de cruzar. Porque uma coisa é a retórica da educação e outra coisa é nos decidirmos a fazer os sacrifícios necessários para lançar um grande esforço educativo e sustentá-lo no tempo. Os investimentos em educação são de rendimento lento, não iluminam nenhum governo, mobilizam resistências e obrigam o adiamento de outras demandas.

Mas é preciso seguir esse caminho. Devemos isso a nossos filhos e netos. E é preciso fazê-lo agora, quando ainda está fresco o milagre tecnológico da internet e se abrem oportunidades nunca antes vistas de acesso ao conhecimento.

Eu me criei com o rádio, vi nascer a televisão, depois a televisão a cores, depois as transmissões por satélite. Mais tarde, passaram a aparecer quarenta canais em minha TV, incluindo aí os que transmitiam direto dos Estados Unidos, Espanha e Itália. Depois vieram os celulares e os computadores que, no início, serviam apenas para processar números. Em cada um destes momentos, fiquei com a boca aberta. Mas agora com a internet se esgotou a minha capacidade de surpresa. Sinto-me como aqueles humanos que viram uma roda pela primeira vez. Ou que viram o fogo pela primeira vez.

Sentimos que nos tocou a sorte de viver um marco na história. Estão sendo abertas as portas de todas as bibliotecas e de todos os museus. Todas as revistas científicas e todos os livros do mundo vão estar a nossa disposição. E, provavelmente, todos os filmes e todas as músicas do mundo. É perturbador.

Por isso precisamos que todos os uruguaios e, sobretudo, todos os pequenos uruguaios saibam nadar nessa corrente. Precisamos subir essa corrente e navegar nela como um peixe na água. Conseguiremos isso se a matriz intelectual da qual falávamos antes estiver sólida. Se soubermos raciocinar em ordem e fazermos as perguntas que valem a pena.

É como uma corrida em duas vias: lá em cima no mundo o oceano de informação; aqui embaixo, nós, preparando-nos para a navegação transatlântica.

Escolas de tempo completo, faculdades no interior, ensino superior massificado. E, provavelmente, inglês desde o pré-escolar no ensino público. Porque o inglês não é idioma falado pelos ianques; é o idioma com o qual os chineses conversam com o mundo. Não podemos ficar de fora. Não podemos deixar nossas crianças de fora.

Essas são as ferramentas que nos habilitam a interagir com a explosão universal do conhecimento. Este mundo não simplifica a nossa vida: complica-a. Nos obriga a ir mais longe, a ir mais fundo na educação. Não há tarefa maior diante de nós.

O idealismo ao serviço do Estado
 
Queridos amigos, estamos em tempos eleitorais. Em benditos e malditos tempos eleitorais. Malditos, porque nos põe a brigar e a disputar corridas entre nós. Benditos, porque nos permitem a convivência civilizada. E mais uma vez benditos porque, com todas as suas imperfeições, nos fazem donos do nosso próprio destino. Aqui todos aprendemos que é preferível a pior democracia à melhor ditadura.

Nos tempos eleitorais, todos nos organizamos em grupos, frações e partidos, nos cercamos de técnicos e profissionais e desfilamos frente ao soberano. Há adrenalina e entusiasmo. Mas depois, alguém ganha e alguém perde. E isso não deveria ser um drama.

Com estes ou com aqueles, a democracia uruguaia seguirá seu caminho e irá encontrando as fórmulas rumo ao bem-estar. Seja qual for o lugar que nos toque, ali estaremos colocando a tarefa sobre os ombros. E estou seguro de que vocês também. A sociedade, o Estado e o Governo precisam de seus muitos talentos. E precisam mais ainda de sua atitude idealista. Nós que estamos aqui, entramos na política para servir, não para nos servir do Estado. A boa fé é a nossa única intransigência. Quase todo o resto é negociável. Muito obrigado por acompanharem-me."

Pepe Mujica











Fonte:Google, Portal Luiz Nassif
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