Monsanto: o "Gigante" acordou??? Onde???
17 de Julho de 2013, 12:44 - sem comentários aindaEsse brócolis tem dono! É da Monsanto!
Há quem acredite que os principais problemas da humanidade estejam concentrados no setor público, cuja “ineficiência e lentidão” seriam entraves para o desenvolvimento e o progresso das sociedades. A corrupção seria outra marca desse setor, conforme o bombardeio midiático diário que acompanha nosso dia a dia. Enquanto isso, o grande capital “produtivo e empreendedor” segue estendendo seus braços por todas dimensões da vida em busca de novas mercadorias e fontes de lucro. Uma das últimas conquistas desses desbravadores é o brócolis. Isso mesmo, o brócolis, que agora tem dono, a saber, a gigante transnacional Monsanto.
O Escritório Europeu de Patentes, sediado em Munique, concedeu agora em junho uma patente sobre o cultivo convencional de brócolis para a Seminis, uma empresa de propriedade da Monsanto. A patente EP 1597965 contempla o “brócolis derivado do melhoramento convencional” e abrange “as plantas, as sementes e a cabeça de brócolis cortada”. Além disso, abrange uma “pluralidade de plantas de brócolis”.
Segundo um documento de trabalho publicado pela Organização Mundial de Agricultura e Alimentação (FAO), a indústria da transgenia e das sementes está planejando explorar as patentes sobre o cultivo convencional. Conforme a FAO, as vendas globais de plantas patenteadas, derivadas da reprodução convencional, devem aumenta de cerca de 700 milhões de dólares para 3 bilhões de dólares.
Considerando essa nova “conquista da Monsanto”, cabe lembrar aqui e ampliar a divulgação da carta entregue dia 25 de maio deste ano (dia em que ocorreu a Marcha Mundial contra a Monsanto) por um conjunto de entidades ambientalistas do Rio Grande do Sul ao governo do Estado.
Marcha Mundial contra a Monsanto: carta ao governador
Neste sábado, 25 de maio, milhões de cidadãos ao redor do planeta protestam na Marcha Mundial Contra a Monsanto, respondendo unificada e ativamente aos problemas sociais, econômicos e de saúde relacionados ao consumo e ao cultivo de alimentos transgênicos. Seguido ao protesto, o movimento no Rio Grande do Sul traz duas propostas de desenvolvimento sustentável para o estado: o investimento estatal maciço em Bancos de Sementes Crioulas e a retirada imediata das sementes transgênicas do Programa Troca-Troca de Sementes da EMATER.
Por estes motivos encaminhamos hoje o presente documento, fruto de organização democrática e popular, ao Governador do RS, Tarso Genro, por intermédio do chefe do Gabinete do Governador, Ricardo Zamora; da coordenadora de educação ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Gislaine Pacheco; e do responsável pelo Plano de Sustentabilidade do Estado, Francisco Milanez.
A Monsanto é uma empresa de agricultura e biotecnologia que lucra vendendo organismos geneticamente modificados (OGM) e agrotóxicos e cobrando royalties sobre o uso de seus produtos patenteados. Entre as principais sementes produzidas e comercializadas ao redor do mundo estão milho, soja, trigo e algodão – commodities indispensáveis para a produção de alimentos em larga escala. Além da participação no agronegócio em latifúndios, a companhia também é fornecedora de insumos para a pecuária (respondendo pela criação do hormônio de crescimento bovino recombinante) e para a fabricação de comida industrializada (inventando o adoçante artificial sacarina e posteriormente comprando a criadora do aditivo alimentar aspartame).
Posto que fornece subsídios para a produção do que hoje se tornou a base alimentar do planeta,a implantação de campos de sementes transgênicas concentra para a Monsanto os benefícios da produção agrícola ao redor do mundo. Hoje, a transnacional está atrelada a 90% da produção de transgênicos no planeta e líder no mercado de sementes. Esse patamar foi adquirido com a práticas ilegais (ou legais em países com legislações frágeis) e política monopolista no fornecimento de alimentos em todo o mundo, conforme detalhado a seguir.
As sementes a que hoje temos acesso são fruto da biodiversidade de frutas, verduras, legumes e grãos criados espontaneamente pelo desenvolvimento milenar e natural dos organismos vivos. Retirando genes de outros organismos animais ou vegetais e implantando-os em sementes alimentícias, a Monsanto registra a patente deste novo gênero alimentício. Com a ajuda da monocultura, os campos substituíram espécies alimentícias locais pela lista de produtos aceitos pela indústria alimentícia internacional – e a frondosa variedade da qual goza o território brasileiro sucumbe pouco a pouco.
Os agricultores de todo o mundo que adquirem sementes transgênicas assinam um contrato em que se comprometem a repassar para a companhia uma porcentagem do lucro de sua lavoura. O comprometimento está justificado pelo controle exclusivo sobre as sementes feito pela Monsanto, que produz e adquire as patentes das sementes geneticamente modificadas. Há suspeitas de que o suicídio de centenas de agricultores na Índia esteja relacionado à impossibilidade de saírem do endividamento com a companhia, causado pelos altos custos das sementes e dos insumos químicos necessários à plantação.
Recentemente, a empresa foi processada por centenas de produtores rurais brasileiros que requisitaram a nulidade da cobrança de porcentagem no lucro sobre a plantação de OGM. No entanto, o término do pagamento de royalties não é o único problema em questão. Pois, independente do repasse financeiro, a Monsanto se beneficia contínua e crescentemente das produções agrícolas locais por dois motivos: a dependência do campo e o enfraquecimento do solo.
Para resguardar sua fatia de mercado, a Monsanto tem adquirido recentemente bancos de sementes nativas numa estratégia preventiva frente às constantes investidas populares contrárias à cobrança de royalties pela empresa.Um movimento mundial organiza ativistas para pressionarem os representantes do governo a adicionarem dispositivos às constituições federais, visando preencher “buracos na legislação” que permitem a essas grandes empresas patentearem as variedades de plantas e os métodos tradicionais de produção de alimentos. Proteção legislativa é o método democrático para garantir a segurança da saúde de consumidores e produtores e da economia da produção agrícola local.
A Monsanto iniciou estudos de sementes terminator (não-germináveis), isto é, que não podem se reproduzir espontaneamente – o que deixaria o produtor rural dependente da encomenda de uma nova leva de sementes a cada nova safra. Segundo Carta Aberta do CEO da Monsanto Robert B. Shapiro, a companhia não pretende e nunca comercializou sementes estéreis. Mas o depoimento de agricultores de todo o país aos movimentos sociais e a contínua encomenda de novas remessas de sementes denuncia que alguma parte desta tecnologia pode ter chegado aos campos brasileiros.
Ainda há que se dizer que a transgenia ameaças as espécies nativas. Algumas espécies de plantas têm cruzamento polinizado, o que significa que o pólen fértil de OGMs pode fecundar outras plantas distantes, transformando plantações próximas também em áreas transgênicas.
Adicionalmente, os agricultores que utilizam suas sementes e se negam a repassar parte de seus lucros, além de serem criminalizados pelos prejuízos financeiros causados à transnacional, contaminam a terra com o cultivo. Isso porque o cultivo de transgênicos está ligado ao uso intensivo de agrotóxicos. O uso de agrotóxicos – que está incluído no “pacote” da plantação de OGM – altera os ciclos naturais do solo e impacta negativamente na retroalimentação mantida pela própria produção de matéria orgânica, responsável pela fertilidade do solo. Mesmo assim, o Brasil é o campeão mundial na importação e no uso de agrotóxicos para o cultivo de alimentos. 85% da soja produzida no país é geneticamente modificada. Hoje, a soja transgênica está presente em 17 estados do Brasil, e a maior produção está no Mato Grosso do Sul, no Paraná e no Rio Grande do Sul.
São dezenas as pesquisas que indicam que consumo de OGM causa doenças. Essa combinação, segundo pesquisas científicas,provoca, em longo prazo (por isso dificilmente mapeáveis), infecções, tumores, câncer, infertilidade, destruição do sistema imunológico, resistência a antibióticos e mutação da flora intestinal.
A informação é pouca divulgada devido à intensa produção de testes patrocinados pela própria Monsanto e à imposição de barreiras a estudos que revelem os impactos dos transgênicos. As pesquisas, em geral, são de curta duração, não registrado impactos negativos nos organismos e influenciando os critérios de biossegurança dos países importadores de sementes OGM. Faltam pesquisas independentes que acompanhem os efeitos a longo prazo dos transgênicos nos organismos vivos. Os poucos estudos que conseguem ser publicados desvencilhando-se da opressão contínua da companhia de biotecnologia sobre os laboratórios de pesquisa ganham pouca visibilidade pela falta de discussão pública sobre o assunto.
Em setembro de 2012, uma pesquisa do francês Gilles-Eric Séralini foi publicada na revista científica Food and Chemical Toxicology, Este foi o estudo mais prolongado até o momento sobre os efeitos da ingestão de milho transgênico da Monsanto NK603, com e sem glifosato (um dos herbicidas mais utilizados no mundo). Os ratos de laboratório alimentados com OGM indicaram propensão radicalmente maior a mortalidade, infertilidade, desenvolvimento de tumores mamários e problemas hipofisários e renais em comparação aos outros animais. O estudo foi fortemente combatido pela companhia com forte resposta à imprensa acerca da falta de credibilidade na equipe de Séralini. Pouco tempo depois, foi admitido no comitê editorial da revista para um cargo recém criado Richard E. Goodman, que trabalhou para a empresa entre 1997 e 2004.
A empresa ainda trabalha contra a rotulagem de alimentos transgênicos. O direito de informação aos consumidores na exigência de discriminação na embalagem de produtos contendo OGM, segundo texto publicado no site da Monsanto no Brasil, “pode prejudicar a confiança dos consumidores” e adicionar um grande ônus às agências regulatórias. Uma série de estudos já revela que o problema da fome está relacionado à má distribuição de alimentos ao redor do mundo – uma consequência da especulação sobre terras e do paradigma econômico sobrepor-se ao bem-estar da população de países com menos condições financeiras. A maior prova de que a biotecnologia não diminuiu o problema, pelo contrário, só dificultou ainda mais o acesso às condições nutritivas mínimas é de que o número de famintos no mundo aumentou. Segundo a FAO, hoje mais de 1 bilhão de pessoas não têm garantido o mínimo de carboidratos necessários à boa nutrição diariamente. Desses, 65% estavam em na Índia, China, República Democrática do Congo, Bangladesh, Indonésia, Paquistão e Etiópia – países localizados em regiões produtoras de grandes estoques de alimentos transgênicos, destinados, principalmente para a engorda de rebanhos bovinos.
O uso de alimentos transgênicos atende um modelo agrícola da monocultura levando, por consequência, ao desmatamento e à contaminação das águas por agrotóxicos. Os latifúndios produtores de um único gênero alimentício têm o solo empobrecimento por desvincularem-no de outras espécies companheiras que poderiam suprir suas necessidades nutritivas. A intensificação da mecanização no campo (forte argumento do agronegócio de grande escala) tem sido uma das principais responsáveis pela fuga da mão-de-obra do campo no país.
Ao redor do mundo, Alemanha, França, Hungria, Rússia, República Tcheca e outros países já se posicionaram contrários à Monsanto e à exploração econômica dos campos por parte de outras multinacionais da biotecnologia. O movimento campesino no Haiti recusou a doação de sementes da Monsanto, depois do terremoto que abalou o país.Frente à forte oposição ativista em países da Europa, a estratégica da companhia norte-americana foi transferir o investimento em países, frágeis financeira e legislativamente, deficitários em qualificação técnica no campo e com abundância de água e de terra para desenvolvimento de latifúndios, tais como China, Índia e os latino-americanos Argentina e Brasil.
Enquanto o estado permanece calado, deixando de promover educação ambiental, melhoria da vida no campo e formação agroecológica, as grandes companhias de biotecnologia investem pesados recursos em meios de comunicação brasileiros, que são demandados para produzirem conteúdo publicitário e favorável ao uso de sementes transgênicas. Os argumentos da Monsanto são de que as sementes de OGM são mais duradouras e independentes de insumos – o que faria da transgenia uma opção sustentável – e que o lucro da propriedade rural é intensificado e o problema da fome diminuído pelo aumento da produção. Como já visto, os argumentos são falsos: os campos ficam dependentes; os seres humanos e animais, contaminados pela ingestão de alimentos geneticamente modificados; a riqueza e biodiversidade, comprometida; e os produtores rurais, reféns da empresa que fornece sementes.
Lutando contra a Monsanto, estamos lutando pela nossa comida. Ao lado dessa, outras empresas compartilham a estratégia antes descrita: Cargill, Syngenta, Bayer e suas filiais no Brasil e no mundo. Muitos agricultores, consumidores e políticos já são contra a lógica econômica dessas organizações. Uma mudança política pode reverter o quadro e colocar novamente a soberania alimentar e a garantia de um meio ambiente sadio, direitos inalienáveis dos cidadãos, acima dos interesses econômicos de uma empresa de fins privados.
PROPOSTAS
Como sabido, a inclusão de sementes no programa Troca-Troca da EMATER foi uma medida proposta pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG-RS) e aprovada pelo conselho do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (FEAPER). Conforme alertado anteriormente, variados problemas estão relacionados à introdução dos transgênicos nos campos. Os movimentos sociais aqui presentes requerem um posicionamento do estado que possa emitir nova sugestão e retirar as sementes dos campos da agricultura familiar – e, possivelmente, da agricultura de todo o estado.
Para alimentar a população de maneira independente, manter a produção agrícola diversificada e a mão-de-obra no campo,a reposta é investir na soberania alimentar.Nesse sentido, pedimos que o estado adote em seu Plano Estatal de Sustentabilidade o investimento em Bancos de Sementes Crioulas, que valorizem e protejam a biodiversidade local e as alternativas naturais de alimentação.
Neste sábado nos concentramos contra a Monsanto, contra o desnecessário investimento em biotecnologia frente à riqueza nutritiva e econômica natural que nossas sementes crioulas já nos oferecem. No entanto, o desejo e a implantação da transição agroecológica radical acontece todos os dias. Na confiança de um posicionamento firme e pioneiro de nosso governo e no aguardo de respostas imediatas às duas pautas previamente apresentadas, assinam este documento.
Fonte: Sul 21
Imagem: Google
Medicalização: troca de carinho e atenção por remédios e tratamentos
15 de Julho de 2013, 9:08 - sem comentários aindaDa RBA
Fenômeno crescente preocupa especialistas porque reduz questões complexas a doenças tratáveis com remédios e terapias
Diante de uma suposta dificuldade no processo de aprendizagem é cada vez mais comum profissionais de educação logo aventarem a possibilidade de um problema orgânico. E sem sequer refletir sobre outros aspectos relacionados à própria prática pedagógica, à escola ou mesmo a outros fatores, inclusive familiares, recomendam que os pais procurem ajuda de especialistas, como fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos e psiquiatras, entre tantos outros. Não demora e a criança é submetida a exames e mais exames – isso quando já não sai da primeira consulta com um diagnóstico de um distúrbio qualquer e nas mãos uma receita de medicamentos capazes de ajudá-la a manter sob controle distúrbios que estariam dificultando o aprendizado.
Assim é o chamado fenômeno da medicalização da educação e da sociedade, processo que transforma em distúrbios a serem tratados com terapias e medicamentos questões inerentes à vida social, como emoções, sentimentos e comportamentos que não são aceitos socialmente. Ou seja, comportamentos diferentes do padrão imposto pela sociedade acabam transformados indiscriminadamente em doença passível de medicação e de acompanhamento excessivo com psicólogos, fonoaudiólogos e outros profissionais. É o caso do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), que tem sido cada vez mais diagnosticado no Brasil. Ao mesmo tempo em que aumentaram os diagnósticos, cresceu a prescrição de medicamentos como o metilfenidato, com o nome comercial de Ritalina, ainda sem estudos suficientes sobre os efeitos nocivos de seu uso prolongado.
Preocupados com o crescente fenômeno, especialistas brasileiros, argentinos, chilenos, cubanos e espanhóis, entre outras nacionalidades, reúnem-se no 3º Seminário Internacional A Educação Medicalizada: Reconhecer e acolher as diferenças. Organizado pelo Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, o evento que começou na noite da última quarta-feira (10) e terminou ontem (13), na capital paulista, contesta a criação de pretensos transtornos que justificariam diferentes comportamentos, questionamentos e ritmos de aprendizagem, além de discutir a crescente judicialização e criminalização das relações sociais.
Fenômeno crescente preocupa especialistas porque reduz questões complexas a doenças tratáveis com remédios e terapias
Diante de uma suposta dificuldade no processo de aprendizagem é cada vez mais comum profissionais de educação logo aventarem a possibilidade de um problema orgânico. E sem sequer refletir sobre outros aspectos relacionados à própria prática pedagógica, à escola ou mesmo a outros fatores, inclusive familiares, recomendam que os pais procurem ajuda de especialistas, como fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos e psiquiatras, entre tantos outros. Não demora e a criança é submetida a exames e mais exames – isso quando já não sai da primeira consulta com um diagnóstico de um distúrbio qualquer e nas mãos uma receita de medicamentos capazes de ajudá-la a manter sob controle distúrbios que estariam dificultando o aprendizado.
Assim é o chamado fenômeno da medicalização da educação e da sociedade, processo que transforma em distúrbios a serem tratados com terapias e medicamentos questões inerentes à vida social, como emoções, sentimentos e comportamentos que não são aceitos socialmente. Ou seja, comportamentos diferentes do padrão imposto pela sociedade acabam transformados indiscriminadamente em doença passível de medicação e de acompanhamento excessivo com psicólogos, fonoaudiólogos e outros profissionais. É o caso do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), que tem sido cada vez mais diagnosticado no Brasil. Ao mesmo tempo em que aumentaram os diagnósticos, cresceu a prescrição de medicamentos como o metilfenidato, com o nome comercial de Ritalina, ainda sem estudos suficientes sobre os efeitos nocivos de seu uso prolongado.
Preocupados com o crescente fenômeno, especialistas brasileiros, argentinos, chilenos, cubanos e espanhóis, entre outras nacionalidades, reúnem-se no 3º Seminário Internacional A Educação Medicalizada: Reconhecer e acolher as diferenças. Organizado pelo Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, o evento que começou na noite da última quarta-feira (10) e terminou ontem (13), na capital paulista, contesta a criação de pretensos transtornos que justificariam diferentes comportamentos, questionamentos e ritmos de aprendizagem, além de discutir a crescente judicialização e criminalização das relações sociais.
“Esse fenômeno social é importante porque atinge a sociedade como um todo, de maneira contundente. Leva ao uso excessivo de remédios e terapias, transforma sofrimentos e dificuldades em doenças e a vida das pessoas em produtos; é uma máquina de consumo, de controle”, disse o presidente do Sindicato dos Psicólogos de São Paulo (Sinpsi), Rogério Giannini, que participou da organização do seminário.
Em sua participação no debate sobre patologização, judicialização e criminalização da vida e da política, a juíza Dora Martins, da Vara da Infância e Juventude do Fórum Central João Mendes, em São Paulo, criticou a falta de um olhar individualizado e reabilitador às crianças moradoras de abrigos, que geralmente recebem medicamentos para controlar comportamentos agressivos quando deveriam receber tratamento adequado para as angústias e sofrimentos que provocam tais comportamentos.
“Quem nunca ficou em abrigos não pode imaginar o que é morar com mais de vinte pessoas no mesmo espaço, sem pai nem mãe. Algumas crianças até se conformam, outras se rebelam, reclamam, berram, choram, brigam e são medicadas para se comportarem. Estigmatizadas, dificilmente conseguem ser adotadas porque tomam um monte de medicamento”, disse a juíza. Ela lembrou de um menino que cresceu em abrigos. Considerado o terror dos abrigos por onde passava, recebia muitos remédios para controlar seu comportamento agressivo. Aos 7 anos, teve a sorte de ser adotado por uma médica que o levou para morar no exterior e aos poucos foi retirando a medicação. “Hoje o menino está ótimo, tranquilo, extremamente sociável, normal. É o que acontece quando em vez de medicamentos desnecessários a criança recebe afeto e atenção”.
A presidente do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro e psicóloga Cecília Coimbra destacou que a medicalização é uma das técnicas praticadas pelos estados modernos para subjugar e controlar as populações, o chamado biopoder. “A escola, a família, o trabalho impõem determinadas ideias e modos de estar no mundo e de viver como se fossem únicos e verdadeiros, mas que na verdade interessam ao sistema econômico capitalista no qual vivemos. E acabamos vendo isso como natural.”
A médica Mariana Arantes Nasser, do Centro de Saúde Samuel Barnsley Pessoa, ligado à USP, a psicóloga Lúcia Masini, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, e Marilda Nogueira de Almeida, do Instituto Sedes Sapientiae, apresentaram conceitos e práticas não medicalizantes na educação e na saúde. Elas integram o grupo de trabalho Educação e Saúde do Fórum, que lançou a primeira edição revista de suas recomendações de práticas não medicalizantes para profissionais e serviços de educação e saúde.
Em sua participação no debate sobre patologização, judicialização e criminalização da vida e da política, a juíza Dora Martins, da Vara da Infância e Juventude do Fórum Central João Mendes, em São Paulo, criticou a falta de um olhar individualizado e reabilitador às crianças moradoras de abrigos, que geralmente recebem medicamentos para controlar comportamentos agressivos quando deveriam receber tratamento adequado para as angústias e sofrimentos que provocam tais comportamentos.
“Quem nunca ficou em abrigos não pode imaginar o que é morar com mais de vinte pessoas no mesmo espaço, sem pai nem mãe. Algumas crianças até se conformam, outras se rebelam, reclamam, berram, choram, brigam e são medicadas para se comportarem. Estigmatizadas, dificilmente conseguem ser adotadas porque tomam um monte de medicamento”, disse a juíza. Ela lembrou de um menino que cresceu em abrigos. Considerado o terror dos abrigos por onde passava, recebia muitos remédios para controlar seu comportamento agressivo. Aos 7 anos, teve a sorte de ser adotado por uma médica que o levou para morar no exterior e aos poucos foi retirando a medicação. “Hoje o menino está ótimo, tranquilo, extremamente sociável, normal. É o que acontece quando em vez de medicamentos desnecessários a criança recebe afeto e atenção”.
A presidente do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro e psicóloga Cecília Coimbra destacou que a medicalização é uma das técnicas praticadas pelos estados modernos para subjugar e controlar as populações, o chamado biopoder. “A escola, a família, o trabalho impõem determinadas ideias e modos de estar no mundo e de viver como se fossem únicos e verdadeiros, mas que na verdade interessam ao sistema econômico capitalista no qual vivemos. E acabamos vendo isso como natural.”
A médica Mariana Arantes Nasser, do Centro de Saúde Samuel Barnsley Pessoa, ligado à USP, a psicóloga Lúcia Masini, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, e Marilda Nogueira de Almeida, do Instituto Sedes Sapientiae, apresentaram conceitos e práticas não medicalizantes na educação e na saúde. Elas integram o grupo de trabalho Educação e Saúde do Fórum, que lançou a primeira edição revista de suas recomendações de práticas não medicalizantes para profissionais e serviços de educação e saúde.
Entre as recomendações estão a inclusão de toda a comunidade no projeto pedagógico da escola, a discussão de iniciativas e estratégias que deram certo e levantamento de temas sobre os quais os alunos querem aprender e a investigação apurada das queixas relativas ao mau comportamento e dificuldades de concentração.
“A medicalização na educação é importante porque é lá que a sociedade se reproduz. E ao se responsabilizar o aluno, e não o sistema pelas dificuldades, a questão acaba nos serviços de saúde”, disse Mariana Nasser.
Apesar do título, o documento escrito em linguagem simples e acessível por educadores, psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, médicos e antropólogos é útil também para orientar pais e demais pessoas interessadas no assunto. O documento pode ser acessado no site do Fórum sobre medicalização da educação e da sociedade.
Participam ainda do grupo de trabalho representantes do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de Psicologia Clínica da Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho (Unesp), Grupo Interinstitucional Queixa Escolar, Associação Palavra Criativa e Rede HumanizaSUS, entre outras entidades.
Participam ainda do grupo de trabalho representantes do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de Psicologia Clínica da Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho (Unesp), Grupo Interinstitucional Queixa Escolar, Associação Palavra Criativa e Rede HumanizaSUS, entre outras entidades.
Fonte: Sul21
Foto: João Correia Filho / RBA
Imagem: medicalizacao.org.br
Soldados israelenses detêm palestino de 5 anos
14 de Julho de 2013, 9:06 - sem comentários ainda![]() |
Imagem feita pela B'Tselem mostra o garoto Wadi ao lado do pai, vendado, em posto militar israelense |
Garoto palestino teria jogado pedras contra um carro. Pai foi interrogado em público, algemado e vendado
Uma sequência de vídeos divulgada nesta quinta-feira 11 pela ONG israelense B’Tselem serve como mais uma prova da brutalidade empregada por Israel na ocupação que mantém nos territórios palestinos. Como mostram os vídeos, um garoto palestino de cinco anos foi detido por soldados por arremessar uma pedra, e solto apenas depois que seu pai foi interrogado, de olhos vendados, em um posto de controle militar.
De acordo com a B’Tselem, os fatos ocorreram na terça-feira 9, na cidade de Hebron, na Cisjordânia. Wadi Maswadeh, de 5 anos e nove meses, foi detido por sete soldados israelenses após jogar uma pedra em um carro de um assentado israelense. Após alguns cidadãos palestinos tentarem impedir a detenção, afirma a B’Tselem, o garoto foi colocado, chorando, dentro de um veículo militar, junto com um adulto palestino, e levado para casa. Ao chegar em casa, os soldados informaram que o garoto seria entregue para a polícia palestina, mas sua mãe não autorizou a saída até que o pai da criança, Karam Maswadeh, voltasse para casa.
Ao chegar em casa, Karam encontrou o filho chorando atrás de uma pilha de colchões, e foi levado até um posto de controle militar após ser ameaçado de prisão. Karam ficou algemado e vendado durante uma hora, até a chegada de um oficial militar israelense. Segundo a B’Tselem o oficial reclamou com os soldados, não por terem detido o garoto, mas por terem feito isso em frente às câmeras da ONG. O oficial afirmou, diz a B’Tselem, que prisioneiros devem ser bem tratados quando presos diante das câmeras, para não “prejudicar a imagem pública” de Israel. Em seguida, um soldado tirou as algemas e a venda de Karam e deu água para ele, antes de encaminhar a soltura.
A prisão de uma criança de cinco anos seria um descalabro em qualquer lugar do mundo, mas nos territórios palestinos ganha proporções ainda maiores. Isso porque a arbitrariedade deste episódio escancara a violência diária à qual são submetidos os palestinos ocupados militarmente por Israel, um processo condenado em bloco e de forma veemente pela comunidade internacional.
De acordo com a B’Tselem, os fatos ocorreram na terça-feira 9, na cidade de Hebron, na Cisjordânia. Wadi Maswadeh, de 5 anos e nove meses, foi detido por sete soldados israelenses após jogar uma pedra em um carro de um assentado israelense. Após alguns cidadãos palestinos tentarem impedir a detenção, afirma a B’Tselem, o garoto foi colocado, chorando, dentro de um veículo militar, junto com um adulto palestino, e levado para casa. Ao chegar em casa, os soldados informaram que o garoto seria entregue para a polícia palestina, mas sua mãe não autorizou a saída até que o pai da criança, Karam Maswadeh, voltasse para casa.
Ao chegar em casa, Karam encontrou o filho chorando atrás de uma pilha de colchões, e foi levado até um posto de controle militar após ser ameaçado de prisão. Karam ficou algemado e vendado durante uma hora, até a chegada de um oficial militar israelense. Segundo a B’Tselem o oficial reclamou com os soldados, não por terem detido o garoto, mas por terem feito isso em frente às câmeras da ONG. O oficial afirmou, diz a B’Tselem, que prisioneiros devem ser bem tratados quando presos diante das câmeras, para não “prejudicar a imagem pública” de Israel. Em seguida, um soldado tirou as algemas e a venda de Karam e deu água para ele, antes de encaminhar a soltura.
A prisão de uma criança de cinco anos seria um descalabro em qualquer lugar do mundo, mas nos territórios palestinos ganha proporções ainda maiores. Isso porque a arbitrariedade deste episódio escancara a violência diária à qual são submetidos os palestinos ocupados militarmente por Israel, um processo condenado em bloco e de forma veemente pela comunidade internacional.
Ainda que a questão palestina seja fruto de erros históricos dos dois lados, hoje está nas mãos de Israel encontrar uma resolução a ela. Nesta quinta-feira, em sua coluna no jornal Haaretz, o ex-diplomata israelense Ilan Baruch deu um conselho útil ao governo de Israel. Para Baruch, o momento mais crítico no desmantelamento do Apartheid se deu quando o governo branco da África do Sul internalizou o entendimento de que o regime segregacionista não tinha futuro. “Este, então, é o primeiro imperativo que abre o caminho para as negociações: o reconhecimento de que a ocupação, como o Apartheid, é uma experiência política, diplomática e de segurança nacional sem futuro.”
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Ilan Baruch |
Baruch fala com propriedade. Em 2011, ele abandonou o governo de Israel alegando que a política externa israelense é “errada”, e que identificar a condenação internacional a Israel com o antissemitismo é “simplista, provinciano e artificial”.
Atualmente, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, está tentando mediar uma nova rodada de diálogos entre israelenses e palestinos. Por enquanto, não há sinal de avanço, muito menos de que o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, tenha aprendido com o exemplo de Baruch.
Abaixo, os vídeos da B'Tselem, em que o garoto é preso:
Atualmente, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, está tentando mediar uma nova rodada de diálogos entre israelenses e palestinos. Por enquanto, não há sinal de avanço, muito menos de que o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, tenha aprendido com o exemplo de Baruch.
Abaixo, os vídeos da B'Tselem, em que o garoto é preso:
Imagem: Google
O presidente do Conselho Federal de Medicina diz que vetos da Dilma são agressão e traição aos médicos
13 de Julho de 2013, 12:46 - sem comentários aindaOs brasileiros que se preparem, a maioria da classe médica (corporativista) partirá para a vingança, vão boicotar (como sempre fizeram) cada vez mais o sistema de saúde, basta ver o que a auditora-médica do plano de saúde Unimed postou em sua rede social, onde diz:
"SUGESTÃO AOS COLEGAS MÉDICOS: em seus atendimentos em hospitais públicos peçam MUITOS EXAMES! em especial quem trabalha em emergência e ambulatórios. Vamos fazer a população perceber que não são médicos que estão faltando. Vamos lotar as filas de espera de tomografias, radiologias, laboratórios e aumentar ao extremo os gastos públicos com a saúde. MELHOR QUE GREVE e MELHOR QUE PASSEATA."
Estas são as palavras de uma "médica" brasileira, e é assim que pensam a maioria desta classe que de humanista já não tem mais nada.
O Sistema de Saúde brasileiro esta sendo a muito tempo boicotado por estes médicos (fantoches) da Indústria Farmacêutica.
E agora, depois dos vetos da Presidente Dilma, temos que nos preparar, pois a "artilharia" que os "doutores" usarão será ainda mais pesada.
A máscara da maioria dos integrantes desta classe (totalmente elitizada) já está caindo, e nos próximos anos veremos o verdadeiro poder que existe por trás deles.
Para compreender o que se passa por trás desta classe médica basta lerem o livro “A Máfia Médica”, este livro que custou à doutora Ghislaine Lanctot a sua expulsão do colégio de médicos e a retirada da sua licença para exercer medicina. Trata-se provavelmente da denuncia, publicada, mais completa, integral, explícita e clara do papel que forma, a nível mundial, o complô formado pelo Sistema Sanitário e pela Indústria Farmacêutica.
(Burgos Cãogrino)
Imagens: Google, Tijolaço
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Conselho Federal de Medicina diz que vetos são agressão e traição aos médicos
Roberto d’Ávila, Presidente do Conselho Federal de Medicina |
Da Agência Brasil
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d’Ávila, considera que o veto parcial da lei que regulamenta o exercício da medicina, conhecida como Ato Médico, foi uma agressão aos médicos. Segundo ele, a presidenta Dilma Rousseff, que vetou partes da lei, foi mal assessorada e criticou a atuação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Fomos traídos pelo ministro da saúde”, disse d’Ávila.
“Nós [médicos] estamos sendo agredidos, o Congresso desautorizado e a população está desprotegida”, acrescentou.
A presidenta vetou trecho da lei que estabelecia ser exclusivo dos médicos o diagnóstico e tratamento de doenças. Ao justificar o veto, o governo alegou que a medida iria afetar programas da rede pública de saúde, que funcionam com atuação de diversos profissionais de saúde. O Ato Médico sempre foi defendido pela categoria médica, mas contestado pelos demais profissionais de saúde, como fisioterapeutas, enfermeiros e psicólogos.
“Na nossa visão [o Ato Médico] não significa mais nada. O veto fere de morte o projeto”, avaliou o presidente do CFM. Ele defende que os médicos são os profissionais preparados para fazer diagnósticos e indicar tratamento, e cada profissão deve ter uma relação de atividades.
Com o veto, d’Ávila avalia que o atendimento aos usuários da rede pública será prejudicado, pois parte da população que tem condições de pagar por uma consulta vai continuar a procurar um médico para ter um diganóstico. “Para o povo do SUS pode ser qualquer profissional”, disse.
Segundo o presidente, a classe médica vive uma crise com o governo e “é a segunda agressão da semana”, se referindo ao lançamento do Programa Mais Médicos, que prevê a contratação de médicos estrangeiros para atuarem nas periferias e no interior do país e trabalho obrigatório de dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para estudantes de medicina. Medidas contestadas pelo CFM.
O presidente disse que vai sugerir ao plenário do CFM que retire todas as suas representações nas câmaras técnicas do governo. Para d’Ávila, ao vetar parcialmente o Ato Médico, o governo desprezou 12 anos de discussão, 27 audiências e três votações nas quais o projeto foi aprovado no Parlamento. Em nota publicada em seu site, o Ministério da Saúde alega que em todo o processo de debate foi levado em consideração as manifestações do Congresso Nacional, de secretarias municipais de saúde e das entidades nacionais municipalistas.
Os vetos presidenciais serão apreciados pelo Congresso Nacional. Roberto d’Ávila disse que a cateogira vai se mobilizar para derrubá-los.“Vamos lutar para derrubar esses vetos”, destacou. O CFM é contra uma greve, mas não descarta a possibilidade de protestos.
As categorias de profissionais da saúde, que não são médicos, comemoraram a decisão da presidenta de vetar trechos do projeto. Para eles, os vetos foram uma vitória para o SUS e os brasileiros.
O governo informou que vai consultar as entidades representativas de profissionais da saúde para depois apresentar novo projeto de lei que assegure as competências de cada profissão.
Fonte: Sul21
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CIA, FBI, DEA, NSA, pintam e bordam no Brasil
11 de Julho de 2013, 18:57 - sem comentários ainda
Fonte: Contexto Livre
CIA, FBI, DEA, NSA, pintam e bordam no Brasil
11 de Julho de 2013, 18:57 - sem comentários ainda
Fonte: Contexto Livre
Avaaz liberou manifestos por intervenção militar no Brasil
9 de Julho de 2013, 23:04 - sem comentários aindaAvaaz libera manifestos por intervenção militar
A comunidade de petições online Avaaz, que tem entre seus membros no Brasil o ex-secretário Nacional de Justiça Pedro Abramovay, abrigava até esta segunda-feira mais de um manifesto que clamava por ação das Forças Armadas no país; "Declaro que é de minha vontade a intervenção das forças armadas na atual crise nacional com fins de restaurar a ordem", diz um dos textos, que quer até declaração de guerra a Cuba; o Avaaz informa que retirou as petições do ar.
A expectativa é alta, mas, até a noite desta segunda-feira, das 150 milhões assinaturas esperadas, a proposta por uma intervenção das Forças Armadas "já" no Brasil reunia menos de 200 pessoas. O manifesto publicado pelo site Avaaz menciona o Clube Militar, mas não deixa claro sua origem. Em outro manifesto, que mira apenas 100 mil assinaturas, o número de apoiadores chega perto de 500.
Entre as nove propostas de uma das petições estão a "intervenção no Supremo Tribunal Federal, cuja presença de ministros simpáticos aos conspiradores é clara e evidente", a "suspensão provisória do direito de manifestações coletivas de cunho político com repressão às que desobedecerem entendendo-se como crime de desobediência" e até uma declaração de guerra a Cuba, "cujo regime é a raiz de todos os problemas que o Brasil atravessa hoje".
Após a publicação matéria, o Avaaz entrou em contato com o 247 para dizer que retirou as petições do ar e esclarecer que:
"Qualquer pessoa pode usar nossa ferramenta para criar uma petição. A esmagadora maioria delas está de acordo com nossos termos de uso e permite que cidadãos tenham voz em assuntos importantes e vitais. Porém, é claro que existem exceções. Quando somos avisados sobre uma petição controversa, normalmente nossa equipe faz uma pesquisa com uma amostra aleatória dos membros da comunidade e deixa que eles decidam se devemos manter ou tirar a petição do ar. Em alguns casos, quando as petições vão claramente contra nossos termos de uso (como conteúdo racista, de ódio etc), nós as tiramos do ar imediatamente. Nós fizemos isso ontem com as petições a que vocês se referem, já que elas visavam incitar uma revolta violenta, claramente contrariando nossas regras sobre material violento".
Leia uma das convocações:
Por que isto é importante
AS FORÇAS ARMADAS ESTÃO ESPERANDO A ORDEM DIRETA DO POVO PARA AGIR, E ENQUANTO NAO FIZERMOS ISSO, ELAS ESTARÃO SUBORDINADAS A DILMA, MESMO SEM CONTAR MAIS COM LEGITIMIDADE. ENTÃO VAMOS FAZER ISSO PARA ELES AGIREM LEGALMENTE.
Enviem para o clube militar a seguinte declaração, e peçam a todos em sua rede para fazer o mesmo, enviem por mensagem e pelo seu mural, copie e imprima fazendo copias colhendo assinaturas para levar ao clube militar pessoalmente. Os esquerdopatas irão sinalizar como spamm para retirar do ar, mas se todos insistirem eles ficarão ocupados demais e os enlouqueceremos. Eu ja enviei!
segue o texto:
Declaro que é de minha vontade a intervenção das forças armadas na atual crise nacional com fins de restaurar a ordem.
Reconheço os partidos: PT, PDT, PCdoB, PCB, PPS, PSTU, PMDB, e demais apoiadores do governo como uma conspiração contra o Brasil sendo estas forças destrutivas da nação brasileiras e traidores do povo brasileiro.
Para tal, autorizo as forças armadas a executar as seguintes missões:
1 - destituir a presidente Dilma Rousseff do cargo de presidente da republica, do vice presidente Michel Temer por estarem inaptos a ocuparem seus cargos por não mais contarem com a legitimidade emanada pelo povo brasileiro.
2 - dissolver o congresso nacional seguindo-se de eleições gerais com plebiscito prévio sobre regime de governo com escolha entre: republica presidencialista, república parlamentarista, ou restauração da monarquia constitucional parlamentarista.
3 - prisão de todos os conspiradores por alta traição, ao servirem voluntáriamente a interesses estrangeiros contra o Brasil através do foro de São Paulo, que é uma invasão sigilosa do território nacional executada por países estrangeiros liderados pelo regime de Cuba através de agentes infiltrados, também por associação aos narcotraficantes das FARC e pelo desvio das riquezas nacionais para beneficiar países inimigos.
4 - dissolução de todos os partidos integrantes ou apoiadores do Foro de São Paulo.
5 - Intervenção em todos os governos estaduais e municipais e seus respectivos legislativos sob a mesma forma dos ítens 1 e 2.
6 - combate à subversão.
7 - intervenção no supremo tribunal federal, cuja presença de ministros simpáticos aos conspiradores é clara e evidente.
8 - Suspensão provisória do direito de manifestações coletivas de cunho político com repressão às que desobedecerem entendendo-se como crime de desobediência.
9 - Declaração de guerra à Cuba, cujo regime é a raiz de todos os problemas que o Brasil atravessa hoje.
Ficam o Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, Marinha do Brasil, Policias Militares, autorizados por mim a executar todos os itens aqui descritos através de seus comandantes.
Brasil acima de tudo!
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Por Wm! Estúdio - www.wmestudio.com.br|clubemilitar.com.br
Fonte: 247
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A sentença que condena a ladra da Globo condena o país do medo
9 de Julho de 2013, 20:28 - sem comentários aindaPor Fernando Brito
O jornalismo independente fez, com méritos e sacrifícios, a sua parte.
Desde que, há duas semanas, O Cafezinho, blog de Miguel do Rosário, levantou o caso da sonegação de impostos da Rede Globo, estamos trabalhando sozinhos para descerrar o véu de silêncio e cumplicidade que se formou em torno de um escândalo que, em qualquer país do mundo, teria repercussão semelhante à que teve o caso Murdoch na Inglaterra.
Qualquer país do mundo, menos o Brasil, onde todos se vergam ao poder imperial da Rede Globo.
Onde estão os senhores deputados, os senhores senadores, a Polícia Federal, o Ministério Público do Dr. Roberto Gurgel, com todos os seus poderes garantidos pela derrota da PEC 37, pela qual fizeram tanto alarde?
Onde está a imprensa brasileira, os profissionais que enchem a boca para falar que é o Estado e não o interesse patronal quem os quer censurar?
Desapareceram, como o processo da Globo?
Aí está o caso, nu e cru: uma funcionária da Receita Federal condenada por furtar um processo de sonegação de mais de R$ 600 milhões da mais importante empresa de comunicação do país.
Agora estão explicados os sete anos no limbo do “em trânsito” com que o processo constava no protocolo da Receita.
Aí está a resposta do “onde está o Darf?” que a Globo se negava a mostrar.
Aí está a vergonha de um país onde o poder do Império é maior do que o da República e torna legítimo que uma empresa concessionária de serviços públicos corrompa com uns trocados uma servidora desonesta e, assim, faça sumir R$ 600 milhões de dinheiro que deveria estar nos cofres públicos, pagando a saúde, a educação, o transporte que este câncer da comunicação alardeia defender e mostra mocinhas de rosto sorridente a exibir o pedido, nos estádios de futebol.
Todos têm medo.
Quase todos.
Nós, os blogueiros ditos “sujos”, não.
E estamos entregando ao país os documentos que provam o que todos sabiam e só nós dissemos.
Aí está, abaixo, a sentença.
A esta altura, numa democracia, dezenas de jornais e emissoras de televisão estariam postadas à porta da casa da corrupta condenada e à porta da corruptora que a fez delinquir, com câmera e microfones ávidos por desvendar o caso até o fim.
Aqui, não.
Porque o Brasil será sempre uma subdemocracia enquanto a coluna de nossas instituições e de nossos homens públicos estiverem vergadas ao poder do Império.
Enquanto frequentarem os seus camarotes em lugar de faze-los frequentar os tribunais, pelos crimes que cometem.
Derrubamos a Ditadura, é certo. Mas não o Império.
Ainda não somos uma República, portanto, onde todos somos iguais perante a lei.
Fonte: Tijolaço
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Cristina Maris Meinick Ribeiro, roubou e sumiu com o Processo de Sonegação Fiscal contra a Rede Globo
9 de Julho de 2013, 12:34 - sem comentários aindaCorrupta da Receita condenada por sumir com processo da Rede Globo
Por Fernando Brito
Apareceu quem desapareceu com o processo de sonegação fiscal da Rede Globo na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002.
É Cristina Maris Meinick Ribeiro, “brasileira, agente administrativo da Receita Federal, matrícula n.º 16.553, inscrita no CPF sob o n.º 507.264.717-04, ” que a Justiça considerou ” incursa nas sanções do art. 305 e 313-A, por 3 (três) vezes, na forma do art. 69, todos do Código Penal Brasileiro”.
Trechos da sentença prolatada em janeiro deste ano pelo Juiz Fabrício Antonio Soares, no processo 0806856-31.2007.4.02.5101, da 3a. Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro.
“Narra ainda a peça acusatória que a ré, na qualidade de servidora pública federal, de forma livre e consciente, no dia 02.01.2007, ocultou documentos públicos oriundos do processo administrativo nº 18471.000858/2006/97 (com dois volumes) e seu apenso nº 18471.001126/2006-14, que versava sobre ação fiscal em face da GLOBOPAR cujos valores ultrapassam R$ 600.000.000,00 (seiscentos milhões de reais).
Desse modo, a denunciada Cristina Maris Meinick Ribeiro estaria incursa nas sanções do art. 313-A do Código Penal, por 3 (três) vezes e nas do art. 305 do Código Penal uma vez.
Termo de acautelamento do CD e DVD relativos às imagens de vídeo mencionadas na denúncia (fls. 51).
A denunciada Cristina Maris Meinick Ribeiro foi notificada para o oferecimento de defesa, na forma do art. 514 do CPP (fls. 36), ocasião em que foi decretada sua prisão preventiva requerida pelo MPF às fls. 22/29.
Às fls. 143 termo de entrega de cópia do CD e do DVD acautelado em juízo à defesa da acusada em cumprimento ao despacho de fls. 141.
A defesa preliminar veio aos autos às fls. 145/169.
A Defensoria Pública da União requereu a liberdade provisória da denunciada (fls. 53) sobre o que se manifestou contrariamente o MPF às fls. 57/62, tendo este juízo decidido pela manutenção da prisão (fls. 109 e 232/233).
Nada obstante, a ré logrou a concessão de habeas corpus (HC nº 92.069), conforme ofício de fls. 363, tendo sido o respectivo alvará de soltura cumprido em 19.09.2007 (fls. 345 verso).
Diante da investigação criminal para apurar as possíveis irregularidades praticadas pela servidora da Receita Federal, ora ré, consta às fls.84/94 relatório da Receita Federal.
A denúncia, instruída pelo Procedimento Investigatório Criminal (PIC) n.º 1.30.011.002202/2007-52, foi recebida em 07.08.2007 (fls. 181).
Resposta à acusação às fls. 225, ocasião em que negou os fatos narrados na denúncia e requereu a produção de prova pericial técnica no sistema de informática.
FAC da acusada às fls. 208/210.
A denunciada foi interrogada conforme termo de fls. 222/223, oportunidade em que negou todos os fatos que lhe foram imputados na denúncia e reiterou o pedido de revogação da prisão preventiva.
Por carta precatória, foram colhidos os depoimentos das testemunhas arroladas pela acusação, conforme termos de fls. 385/386; 387 e 421.
As testemunhas indicadas pela defesa foram ouvidas por este Juízo às fls. 504, 505, 511/512, 513/514, 515/516, 517/518, exceto Luiz Fernando Meinick Ribeiro, que foi ouvido por carta precatória às fls. 563.
Em diligências, foram expedidos ofícios à Receita Federal, determinando a apresentação das 5 últimas movimentações dos procedimentos fiscais referidos na denúncia (fls. 618), do livro de ponto e de relatório de utilização das senhas da acusada, assim como a apresentação de informações acerca da possibilidade de um mesmo usuário locar-se em mais de um terminal simultaneamente.
A Receita Federal apresentou os documentos de fls. 638/650, 723/724, 725/762, 770/791 e 796.
Às fls. 804/808, a ré insistiu na realização das diligências anteriormente indeferidas. Não obstante, foi mantida a decisão de fls. 716.
Em memoriais, o Ministério Público Federal aduz que os ilícitos penais perpetrados pela ré restaram cabalmente comprovados pela farta prova documental adunada aos autos. Em síntese, aduz que, em relação ao processo fiscal nº 18741.000858/2006/97 e seu apenso nº 18471.001126/2006-14, instaurado em desfavor da GLOBOPAR, restou claro que a ré os ocultou, com o evidente propósito de obstar o desdobramento da ação fiscal que nele se desenvolvia, cujo montante ultrapassava 600 milhões de reais.
Aduz, ainda, que a servidora compareceu no setor processual da Receita Federal no dia 02.01.2007, a despeito de estar em período de férias, oportunidade em que foi capturada pelas câmeras de segurança da Receita Federal, restando inconteste que a servidora adentrara o prédio com uma bolsa e voltara portando os processos acima referidos (fls. 301/316), o que foi corroborado pelo depoimento das testemunhas Elcio Luiz Pedroza, Célia Regina Andrade Ribeiro, Neuza Vasconcellos Ramos e Simone de Bem Barbosa Torres, todos auditores fiscais da Receita Federal, os quais confirmaram que foi a acusada quem apareceu no vídeo de fls. 301/16, carregando uma bolsa com volume considerável, no mesmo dia em que sumiram os autos físicos do processo administrativo em questão, qual seja, 02.01.2007.
Ou seja, o processo da Globo “sumiu” apenas três dias depois de ter entrado “em trânsito”, segundo atesta a documentação obtida por Miguel do Rosário, de O Cafezinho.
A dona Cristina Maris certamente não surrupiou o processo de “mais de 600 milhões” porque gosta das novelas da Globo.
O Juiz foi inapelável:
“Consoante a denúncia, a ré Cristina Maris Meinick Ribeiro, de forma livre e consciente, valendo-se da qualidade de servidora da Receita Federal, no dia 02 de janeiro de 2007, ocultou, em prejuízo da Administração Pública Federal, documentos públicos constantes do processo administrativo nº 18471.000858/2006/97 (com dois volumes) e seu apenso nº 18471.001126/2006-14, que versavam sobre ação fiscal em face da GLOBOPAR cujos valores ultrapassam R$ 600.000.000,00 (seiscentos milhões de reais).
A acusada nega a autoria e afirma não haver prova de ter sido ela quem retirou os processos da Receita Federal no dia 02.01.2007, havendo uma suposição. Afirmou, ainda, a possibilidade de restauração dos referidos autos.
A materialidade se encontra comprovada nos autos e no procedimento investigatório criminal (anexo 1, volume 1), onde se verifica a supressão de documento público em prejuízo da Administração Pública, consubstanciada no extravio dos processos nº 18471.000858/2006/97 e nº 18471.001126/2006-14, embora constem dos sistema de controle de processos ¿ COMPROT – como localizados no Centro de Atendimento ao Contribuinte de Ipanema ¿ CAC- Ipanema.
A última movimentação do processo em tela se deu no dia 29.12.2006, onde foi informado o julgamento procedente e o respectivo lançamento em face da empresa GLOBOPAR, tendo sido feita a emissão da RM (Relação de Movimentação) em 02.01.2007 para entrega aos diversos setores de destino, sendo que os processos são entregues na DIPOL. A RM de fls. 27 onde consta a relação dos referidos processos extraviados contém carimbo do setor com a respectiva rubrica a qual não foi reconhecida por nenhum servidor daquele setor.”
D. Cristina está solta, porque o ministro Gilmar Mendes, do Supremo – logo ele! – deu-lhe um habeas corpus.
A Polícia e o Ministério Público tem de averiguar quem pagou para ela fazer isso.
Uma funcionária da Receita, com um bom emprego e experiência, só pode ter feito isso em troca de uma bela recompensa.
E quem teria interesse em fazer um processo contra a Globo, de centenas de milhões de reais, desaparecer?
A Rede TV? O SBT? A Record?
É óbvio que a própria Globo.
Que, além de sonegadora, é também corruptora.
A gente estava certo. É caso de polícia e de cadeia.
E não é só para a D. Cristina Maris, a corrupta.
É para quem corrompeu-a, a Globo!
E corrupção – viva as ruas! – agora é crime hediondo, inafiançável.
Fonte: Tijolaço
Imagens: Google
Mensalão da Globo chega à TV aberta
7 de Julho de 2013, 12:37 - sem comentários aindaPor Miguel do Rosário
O jornal da Record apresentou na edição desta sexta-feira reportagem sobre o “mensalão” da Globo. Este é o nome fantasia que este blog criou para se referir ao caso da sonegação milionária do poderoso grupo de mídia, num furo que poderíamos chamar de Globogate e pelo qual O Cafezinho teve a honra de ser o responsável. Diferentemente da Folha, que deu a matéria sem dar o devido crédito, a Record informou que o furo foi publicado no blog O Cafezinho, e exibiu a imagem do post.
Na introdução da matéria, Vianna lembra que as manifestações populares vistas no país também questionaram a Globo. E traz cenas dos manifestantes diante da sede da emissora, no protesto que realizamos na última quarta-feira (3 de julho). A reportagem mostra os documentos da Receita Federal que comprovam a tentativa da Globo de lesar o fisco. As frases são pinçadas e ampliadas, para explicar visualmente às pessoas o que aconteceu. A reportagem ajudará a pressionar o Ministério Público a investigar o caso. O deputado federal Protógenes Queiroz aparece segurando os documentos vazados, declarando que irá consultar o MP e a Polícia Federal sobre o assunto. Ele vê gravidade suficiente para pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Fonte: O Cafezinho
Imagens: Google (colocadas por este blog)