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"Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar.

 Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo.

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Burgos Cãogrino

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

O prêmio Nobel da Guerra fez seu discurso

12 de Setembro de 2013, 11:45, por Desconhecido - 0sem comentários ainda






Alles Schall und Rauch, 11/09/2013.

Depois que suportei o discurso ao vivo de Obama à nação, eu apenas consegui balançar a cabeça sobre aquilo que fiz meus ouvidos suportarem. A cada segunda frase vinha uma mentira. Não, todo o discurso foi um amontoado de mentiras, afirmações inventadas e falsas suposições. Eu me surpreendo como meu monitor não foi parar junto à parede. Como já sabemos desde a infância, o nariz do Pinóquio cresce bastante a cada mentira. O nariz de Obama deve medir agora pelo menos 10 km.

No caso do golem norte-americano, podemos ver que a mentira o acompanhou desde a infância. Apesar da mãe ter tentado, os puxões de orelha não adiantaram… – NR.

A mentira que permeou todo o discurso: Obama acusou o presidente Assad de ser o único culpado pela guerra interna na Síria. Mas um detalhe, quem enviou todos os terroristas para a Síria e os abasteceu com armas? Sobre isso disse Obama: “Os Estados Unidos trabalharam em conjunto com os aliados para fornecer apoio humanitário à moderada oposição, para que uma solução política fosse alcançada.”

Como é? Quer dizer que para Obama, armas aos milhares são um “apoio humanitário”, os terroristas da Al-Qaida são uma “oposição moderada” e a queda do presidente Assad, assim como a destruição do organismo estatal, são uma “solução política”?

E para que os telespectadores acreditem que o presidente Assad seja o novo Hitler (quem mais?), ele menciona o uso de gás venenoso na 1ª Guerra Mundial e o (suposto – NR) gaseamento dos judeus pelos nazistas. Como prova para a afirmação que o governo de Assad teria utilizado gás venenoso, Obama citou vídeos do Youtube, fotos de smartfones e contas do Facebook. São estas as fontes críveis para justificar uma guerra?

Naturalmente o Irã deveria ser mencionado para causar medo. “Se os Estado Unidos não confrontar Assad, então seus aliados, como o Irã, irão ignorar o Direito Internacional e construir armas atômicas, ao invés de trilharem um caminho pacífico”, disse Obama. Novamente uma suposição e mentira, que o Irã quer ou já constrói bombas atômicas. Onde está a prova para esta afirmação?

Além disso, quem ignora aqui realmente o Direito Internacional? Apenas Washington com sua ameaça em iniciar uma guerra de agressão contra a Síria sem o consentimento do Conselho de Segurança da ONU. E nesse contexto, o Irã já segue seu caminho pacífico há mais de 33 anos. Neste período, os EUA já fizeram inúmeras guerras e derrubaram governos, onde milhões de pessoas morreram.

Então Obama entrou no papel do ditador narcisista: “Eu decidi, em nome da segurança nacional dos Estados Unidos, a responder ao uso de armas químicas pelo regime de Assad com um ataque militar localizado. Esta é minha decisão como a mais alta instância militar.”

Como a Síria pode colocar em perigo a segurança nacional dos EUA? Isso é uma piada e uma mentira completa. Ambos os países estão separados por mais de 10 mil quilômetros, uma mar e um oceano. Obama já parece tratar todo o Oriente Médio como território norte-americano.

Ele se auto-bajula como ponta-de-lança da paz e disse: “Afinal, nos últimos 4 anos e meio, eu trabalhei para acabar com as guerras, não para começa-las.” Com isso ele realmente arrebentou a linha. O que dizer da Líbia com quase 100.000 mortos? Não foi ele que iniciou? Ou as incursões dos Drones no Iêmen, Afeganistão e Paquistão, que custou a vida de milhares de civis inocentes?

Obama disse: “A América não é a polícia do mundo. Mas se podemos evitar o gaseamento de crianças e com isso colocar nossas crianças em segurança, eu acredito então que devemos agir.”

Um disparate de Obama colocar numa única frase, crianças e seu gaseamento. Isso é apenas para comoção geral. Como que a segurança das crianças norte-americanas está ameaçada pela Síria? E então, os EUA não são a polícia do mundo? O que as esquadras da marinha norte-americana faz em todos os oceanos? Por que os norte-americanos mantêm mais de 800 bases militares por todo o planeta? Por que os EUA gastam 700 bilhões de dólares por ano para manter um gigantesco aparato militar? É óbvio que isso se destina à sua atuação como polícia do mundo.

Para encerrar, Obama disse: “Eu pedi ao presidente do Congresso para adiar a votação para permitir o uso da força, enquanto nós trilhamos o caminho diplomático.” Quanta generosidade por parte de Obama, poder adiar momentaneamente a guerra contra a Síria. Sem a exportação dos próprios terroristas, não haveria conflito naquela região. A paz seria simplesmente possível à medida que o ocidente não fornecesse mais armas e não enviasse mais mercenários e deixasse os sírios arrumarem seu sistema político sem intromissão estrangeira.







Imagem: Google (colocada por este blog)



A Air Force da Al-Qaeda permanece em prontidão

12 de Setembro de 2013, 11:14, por Desconhecido - 0sem comentários ainda





Por Pepe Escobar, Asia Times Online - Tradução: Vila Vudu

Foi há exatos doze anos. Os historiadores registrarão que, segundo a narrativa oficial, 19 árabes armados com abridores de latas, facas de cozinha e com mínima capacidade para pilotar aviões, a serviço de uma corporação Terror Inc., converteram grandes aviões em mísseis e atacaram a pátria norte-americana, derrotando assim o mais elaborado sistema de defesa sobre a Terra. 

Rodem a fita adiante, até 2013. Eis versão em 15 segundos do discurso do Presidente dos EUA (PEUA) sobre a Síria, exatamente um dia antes do 12º aniversário do 11/9:

Nossos ideais e princípios, além de nossa segurança nacional estão em jogo. Os EUA são “a âncora da segurança global”. Os militares dos EUA “não dão cutucadinhas”, mas carregamos o peso do dever de punir regimes que desrespeitem convenções vigentes há muito tempo e que banem o uso de armas biológicas, químicas e nucleares. 

Eis a razão pela qual decidir providenciar ataque militar limitado, de alvo definido, contra Washington DC.



Para incontáveis cidadãos globais, essa versão alternativa já soa como perfeita narrativa da versão oficial do que aconteceu há 12 anos. A neblina da guerra obscurece tudo, pelos meios mais misteriosos. Mas permanece o fato de que o atual Imperador (farsante),[1] “relutante”, insiste em apostar a própria “credibilidade” – e a de seu país – numa operação “limitada”, “cinética” para reforçar uma linha vermelha que ele mesmo inventou contra armas químicas. 

Obama quebrou a cara. Viajemos. 

Na teoria, o plano russo para que Damasco entregue seu arsenal de armas químicas funciona bem por causa da sabedoria chinesa que carrega embutida: ninguém quebra a cara – nem Obama e o Congresso dos EUA, nem a União Europeia, nem a ONU nem a ainda mais farsesca Liga Árabe que não passa, essencialmente, de colônia da Arábia Saudita. 

Apesar de Obama estar em plena guerra midiática total para roubar para ele o crédito pela iniciativa, Asia Times Online já confirmou que o plano foi construído por Damasco, Teerã e Moscou, semana passada – durante visita do presidente da Comissão de Segurança Nacional do Parlamento do Irã, Alaeddin Boroujerdi, a Damasco. A já famosa gafe do Secretário de Estado John Kerry criou a abertura. 

Em resumo, eis o “eixo” – Damasco, Teerã, Moscou – que está ajudando Obama a safar-se do fundo do poço no qual mergulhou por iniciativa sua. Desnecessário dizer, é assunto absolutamente inadmissível e intolerável para os plutocratas encarregados de despejar sobre a Síria a sua nova produção (letal). Campanha novinha em folha de propaganda-mídia para gerar uma nova histeria deve ser ativada para justificar a guerra. Nisso, precisamente, o eixo anglo-francês-norte-americano trabalha nesse momento. 

Não surpreende a proposta francesa para uma nova deliberação no Conselho de Segurança da ONU, já tenha citado o Capítulo 7 – que explicitamente permite ataque militar a Damasco no caso de não cumprir o acordo. No pé em que está, essa resolução será inevitavelmente vetada por Rússia e China. E aí estará o novo pretexto para guerra. O imperador (farsante) pode facilmente invocar dúvida razoável, destacar que envidou “todos os esforços” para evitar conflito militar e, afinal, convencer os céticos no Congresso dos EUA de que só resta o caminho da guerra. 

E pensar que há desenvolvimento perfeitamente sólido e lógico para que prossiga o plano Damasco-Teerã-Moscou. As armas químicas da Síria podem ser postas sob supervisão russa – ou europeia. A Síria integra-se à Organização para a Proibição de Armas Químicas e ratifica a Convenção das Armas Químicas. Inspetores da OPAQ começam a trabalhar em coordenação com a ONU. Todos os especialistas sabem que esse processo exigirá anos. 

Damasco já declarou que está pronta a integrar-se à OPAQ e a assinar a Convenção. Não há nenhuma necessidade de resolução do Conselho de Segurança da ONU para forçar Damasco a fazer o que já disse que quer fazer. E qualquer resolução da ONU sobre armas químicas no Oriente Médio terá necessariamente de incluir Israel. Observe-se que ninguém, absolutamente ninguém, fala sobre os vastos arsenais químicos de Israel, para nem falar das armas nucleares.[2]

Mas não se seguirá o bom caminho – porque Washington e seus poodles ladrantes, afogados em sonhos molhados com Sykes-Picot, Londres e Paris, já o estão bloqueando. 

Fly me to the (guerra) moon[3] 

Não há sinal algum de que o governo Obama esteja preparado, sequer, para reconsiderar a “doutrina Obama” ioiô para o Oriente Médio. Implicaria fritar o eixo sauditas-Israel e empenhar-se em esforço concentrado pelo sucesso da Conferência Genebra 2, a única saída diplomática possível para a tragédia síria. 

Já argumentei noutro artigo que o imperador (farsante) não passa de um amanuense – empregado subalterno e obediente. Os que estão pagando a próxima produção letal, como a Casa de Saud, ou festejando nas coxias, como o lobby israelense, simplesmente não desistirão. 




A Casa de Saud quer mudança de regime já. O lobby de Israel/AIPAC e seus patrões em Telavive querem que a guerra síria respingue massivamente e inunde o Líbano, para envolver o Hezbollah. E os Patrões Financeiros do Mundo, setores significativos do complexo industrial-militar de segurança orwelliano/Panóptico, além do ocidente governado pelas petromonarquias, querem república árabe secular integrada subalternamente ao monopólio deles, gerando lucros. 


O problema é que a tal de coisa “cinética” pode ser “limitada” demais e não satisfazer o eixo saudita-Israel nem, e sobretudo, os Patrões do Universo. Ao mesmo tempo que pode ser suficientemente ilegal para caracterizar crime de guerra. 



Mas, afinal, já há um contrapoder. Asia Times Online já confirmou que acontecerá reunião sumamente importante, ainda nessa semana, no Quirguistão, durante a reunião anual da Organização de Cooperação de Xangai. Imaginem: o presidente Xi Jinping da China, o presidente Vladimir Putin da Rússia e o recém eleito novo presidente do Irã Hassan Rouhani, juntos, na mesma sala, construindo a posição comum dos três sobre a Síria. O Irã ainda é observador na Organização de Cooperação de Xangai – e em breve pode ser admitido como membro pleno. É o que o eixo anglo-franco-norte-americano dedica-se a tentar impedir que aconteça. 

E isso nos leva de volta a 12 anos atrás – e ao mito de que jatos de alumínio conseguiriam penetrar as paredes das Torres Gêmeas, e de que bastaria querosene para derreter instantaneamente paredes de aço e revestimento de aço e converter tudo em poeira fofa. Assistam a esse vídeo e extraiam as necessárias conclusões.[4] 




Quanto àquele “mal”, a transnacional Terror Inc., nem tinha nome ainda, quando a empresa Jihad International tentava começar a recrutar, no início dos anos 1980s, através de várias instituições islamistas de caridade; em seguida os recrutados foram treinados e pagos pela CIA e pela Arábia Saudita. Até que, um dia, a coisa foi batizada – pelos EUA. – Passou a chamar “al-Qaeda”. Ou, mais corretamente, “al-CIAeda”. E foram elevados à categoria de Mal Absoluto. Essa gente fez o 11/9. E reproduziram-se como coelhos, do Mali à Indonésia. Hoje a CIA trabalha com eles, lado a lado – como fizeram na Líbia. E ansiosamente esperam que a Força Aérea dos EUA abra o caminho para eles até Damasco. Ora, é só business (da guerra). Allahu Akbar [Deus é maior].





[1] http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/MID-03-090913.html
[2] O presidente Bashar al-Assad, sim, falou sobre armas químicas de Israel, na entrevista a Charlie Rose (em português em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/09/entrevistapresidente-da-siria-bashar-al.html) [NTs].
[3] Ouve-se em http://www.youtube.com/watch?v=1COcXJgtyl4
[4] Em http://www.youtube.com/watch?v=Rml2TL5N8ds



Fonte: A Marcha Verde
Imagens: Google (colocadas por este blog)



Venezuela confirma saída da Corte Interamericana de Direitos Humanos

11 de Setembro de 2013, 11:36, por Desconhecido - 0sem comentários ainda






País sul-americano reclama que tratamento dado pelo órgão é parcial quando envolve seus casos


Por Luciana Taddeo,


Na véspera do cumprimento do prazo de um ano do pré-aviso feito pela Venezuela à Convenção Americana de Direitos Humanos, que entra em vigor nesta terça-feira (10/09), o presidente Nicolás Maduro confirmou que seu país abandonará a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (10/09) no Palácio de Miraflores, Maduro afirmou que o Sistema Interamericano de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) está “capturado” pelos interesses do Departamento de Estado dos EUA.

Segundo o presidente venezuelano, a decisão de renunciar à corte é “acertada, justa” e “defende” seu país de “qualquer tentativa de manchá-lo”. “Foi a melhor decisão que nosso comandante poderia ter tomado”, disse, em relação ao processo de renúncia da Venezuela à Corte Interamericana iniciado por Hugo Chávez, em setembro do ano passado. “A Corte e a Comissão Interamericana [CIDH] foram derivando em um instrumento de perseguição contra os governos progressistas que se iniciaram com a chegada do presidente Chávez em 1999”, expressou.

Maduro lembrou que, quando era chanceler de Chávez, promovia uma campanha pela reforma no Sistema Interamericano “que se adequasse aos novos tempos, que acabasse com a impunidade”, propondo que “investigassem casos de abuso contra a Venezuela, como no caso do golpe de Estado e nos casos de terrorismo”. “Encontramos uma muralha”, disse sobre a iniciativa de reforma, à qual “os Estados Unidos se opuseram”.


Discórdia


Um dos principais argumentos do governo chavista para a saída do Sistema Interamericano é o que consideram um reconhecimento ao governo golpista durante o golpe de Estado em abril de 2002. Na ocasião, uma ONG colombiana apresentou uma solicitação de medida cautelar para a proteção de Chávez, que havia sido sequestrado, e segundo o governo, o organismo se limitou a contatar o ministro de Relações Exteriores que seria juramentado para o gabinete "de facto", mas nunca chegou à pasta devido à curtíssima duração do golpe: três dias.

“A Comissão Interamericana foi o único organismo multilateral que reconheceu Pedro Carmona Estanga [proclamado presidente durante o sequestro de Chávez] como governo na Venezuela. Só isso já seria suficiente para que renunciássemos todos”, concluiu, citando que na comunicação formal feita com os golpistas, Chávez foi tratado como “cidadão”, embora fosse “presidente em função, constitucional, sequestrado”. “Este foi o fato mais grave público e conhecido”, exemplificou Maduro.

O presidente venezuelano afirmou ainda que o Sistema Interamericano passou a proteger terroristas condenados pela Justiça de seu país. O estopim para que Chávez formalizasse a saída da Corte foi justamente a sentença do caso do terrorista Raúl Díaz Peña, que alega ter sofrido maus tratos por parte do Estado durante seu período na prisão, antes de fugir para os EUA. Condenado pela justiça venezuelana por ataques com bombas contra sedes diplomáticas da Colômbia e da Espanha, em Caracas, em 2003, a corte internacional entendeu que Peña deveria ser indenizado para atenção médica, e por “danos imateriais”.

Na ocasião, Chávez afirmou que a corte era “indigna de levar este nome” por “se pronunciar a favor do terrorista”. “Esta inefável corte voltou a atropelar e ofender a dignidade do povo venezuelano. O mundo tem que saber, vamos sair desta corte por dignidade”, criticou. A oficialização da renúncia se deu em uma carta de pré-aviso, datada de seis de setembro do ano passado, enviada pela chancelaria venezuelana ao secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza. A mensagem fazia duras críticas à Convenção Americana de Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de San José, com a qual se criou a Corte. Por ser integrante da OEA, a Venezuela se mantém, no entanto, na CIDH.




Fonte: Brasil de Fato
Imagem: Google (colocada por este blog)



Quem está por trás do Imperialismo Francês

10 de Setembro de 2013, 8:03, por Desconhecido - 0sem comentários ainda






Cada questão, cada evento tem uma razão, e cada um desses porquês tem uma resposta apropriada. A atitude "imperial" da França socialdemocrata, suas incursões na Líbia, Costa do Marfim, Mali, o intervencionismo desenfreado em Síria, são absolutamente compreensíveis se analisados de acordo com o marxismo-leninismo, a ciência do proletariado, segundo esta concepção orgânica e científica do mundo que nos dá a dialética materialista.


Por Erman Dovis*, no site www.marx.it




A análise explica a conduta imprudente, não apenas de François Hollande, que é um simples porta-voz, mas dos verdadeiros patrões que tem por trás, aos quais ninguém elegeu. Um deles é, certamente, a Total, gigante multinacional do petróleo, gás natural, hidrocarbonetos e seus derivados (4º maior produtor do mundo, atrás apenas das também gigantes: Shell, BP e Exxon Mobil), também presente na indústria química, atuando em toda a cadeia de produção e também no varejo de todos os produtos listados acima, e como todos os outros conglomerados do ramo, empenhada na busca frenética por novas fontes de hidrocarbonetos e campos de mineração.

Quando anos atrás a chamada comunidade internacional, como sempre forjada e dirigida pelo imperialismo norte-americano, apontou seus holofotes sobre a junta militar birmanesa, a reação francesa frente ao pedido de imposição de sanções sobre aquele país foi contraditória. 

Bernard Kouchner

O então ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, procurou assegurar que a Total fosse protegida das eventuais sanções dirigidas contra o regime militar. O constrangimento deveu-se ao fato de que a Total, naquele país, possuía enormes somas de investimento e ativos financeiros, resultantes de acordos comerciais excepcionalmente favoráveis. Mas não é só: a multinacional francesa estava envolvida, entre outras coisas, em um processo liderado pela magistratura belga, que a acusava de empregar trabalho forçado sob o controle do exército birmanês, na construção de um gigantesco oleoduto. 

A Total nega, alegando ter indenizado, no passado, cerca de 400 trabalhadores, e tratou de financiar uma "contrainvestigação" conduzida pelo socialista Kouchner (assalariado, não-oficialmente, com 25 mil euros), o futuro ministro das Relações Exteriores da França, conhecido por seus esforços humanitários, e que em 2003, estava livre de compromissos políticos. O relatório Kouchner, publicado no site da Total, era uma defesa solene do monopólio transnacional, que "nunca, nunca teria se prestado a desenvolver atividades em contrariedade com os princípios dos direitos humanos."

Não pretendemos nos alongar demais falando sobre outros casos de subornos e demais atos de corrupção da Total, como no caso de Basilicata, ou mesmo de outras questões graves que envolvem outras empresas petrolíferas, com atos de violação da soberania nacional, e outros autênticos crimes contra a humanidade (como é o caso da Shell na Nigéria). 



Estas histórias demonstram como os monopólios privados estão em permanente conflito com os Estados e as instituições democráticas, que são permanentemente subordinados pela ação de grupos de pressão, que compram influência política, manipulam a opinião pública, buscando dominar todos os aspectos da vida, sempre orientados pelo princípio do lucro máximo, contra os interesses nacionais e, obviamente, das massas trabalhadoras. 

O exército birmanês, que atua como um guardião da Total nos faz lembrar a história do episódio dos Marò italianos na Índia, exemplo da imensa dificuldade que se tem de apreender a realidade quando se nega a análise científica e dialética do proletariado. Naquela ocasião os comunistas (ou a maioria deles) se perderam em um debate tolo sobre os limites das águas territoriais, sob influência direta de nossos próprios militares e, enquanto isso, ficou obscuro o fato fundamental: que os soldados das forças armadas de um Estado soberano estavam guardando o tesouro privado de um magnata.

Para esclarecer melhor esse desejo de voltar às façanhas e expedições coloniais de Napoleão, vontade que o presidente Hollande parece personificar, basta fazer duas contas, a questão é muito simples:



A brutal e violenta concorrência intermonopolista obriga as empresas a buscar o desenvolvimento científico e tecnológico, para que se sobressaiam no mercado (ver, por exemplo, como a telefonia móvel alcançou níveis impressionantes, os equipamentos de hoje são, praticamente, computadores de bolso) e da quantidade de dinheiro necessária para as inovações é enorme. 

Se nos atemos ao setor de óleo e hidrocarbonetos, as multinacionais Shell, Mobil e British Petrolium estão muito a frente das empresas no desenvolvimento de novas tecnologias de extração, em termos tanto de petróleo quanto hidrocarbonetos. São tecnologias ditas "não-convencionais" - um eufemismo para designar práticas que são altamente destrutivas e poluentes, capazes de produzir até riscos de abalos sísmicos. Tecnologias como o gás de xisto e xisto betuminoso que, esquematicamente, consistem na extração de petróleo e gás por meio do esmagamento de rochas profundas. As empresas precisam, ainda, investir no posterior processamento e transporte dos produtos, bem como na obtenção de novas fontes de extração. 

A Exxon Mobil, por exemplo, gastou US$ 31 bilhões para absorver a produtora de gás XTO Energy, liquefazer o gás e transportá-lo na forma de gás natural liquefeito. A Shell investiu US$ 4,7 bilhões para obter o gerenciamento absoluto da bacia Marcellus, logo após a modificação da disposição da Administração Obama, que havia declarado que iria bloquear a perfuração no Alasca. 



A Total faz parte, atualmente, de um consórcio chamado Gash, juntamente com as companhias Statoil, ExxonMobil, Gás de France Suez, Wintershall, Vermillion, Marathon Oil, Repsol, Schlumberger e Bayern-gás, que visa recursos de depósitos de gás de xisto do velho continente, particularmente em depósitos na Alemanha e na Dinamarca. Mas isso não tem sido o suficiente para suportar a competição e a apropriação de novas áreas de negócio. 

Para fazer frente à concorrência o colosso petrolífero francês precisa encontrar novas áreas de atuação, especialmente no âmbito da prospecção de fontes tradicionais de energia, e deve fazê-lo com agilidade. O Mali, por exemplo, é um país com grande potencial onde foram já detectadas pelo menos cinco bacias para extração de petróleo: o diretor da Total Norte da África, Jean-François Arrighi de Casanova falou explicitamente de novo "Eldorado petrolífero" sob a área Mauritânia / Mali / Niger. Na verdade, a Total também está fortemente enraizada na Mauritânia.


Sem mencionar que o Mali é o terceiro maior produtor mundial de ouro e minério de ferro, lítio e bauxita. Mas o país africano é também uma presa desejada pelos capitalistas dos EUA e do Catar, que estão tratando de inserir-se na rica área do Sahel entre a Mauritânia e o Mali. 

A impetuosidade do imperialismo francês é facilmente compreensível neste contexto em que suas multinacionais buscam impulsos corporativos de modo a evitar retrocessos em determinados setores estratégicos; este é um dos pontos que explicam essa intensificação de ações sem escrúpulos da França, como nos episódios da Líbia, Costa do Marfim, Mali e agora na Síria.

Não tínhamos aqui nenhuma pretensão de liquidar o assunto, mas somente de fazer um convite a que continuemos a investigação e pesquisa, em qualquer campo da luta de classes, pois somente por meio do estudo da realidade concreta e da análise objetiva podemos chegar à realidade dos fatos, fundamental para uma leitura acertada dos acontecimentos.

Permanece extraordinariamente relevante frase de Marx: “A história de toda sociedade existente até agora, é a história da luta de classes”. 



*Membro do Comitê Central do Partido dos Comunistas Italianos (PdCI). 

Traduzido por Rita Coitinho

Fonte: Vermelho
Imagens: Google



José Mujica sobre Síria: "Único bombardeio admissível seria de leite em pó e biscoitos"

9 de Setembro de 2013, 9:50, por Desconhecido - 0sem comentários ainda





É impossível cessar uma guerra com mais guerra, disse o presidente uruguaio sobre possibilidade de intervenção militar.

Em meio ao clima de tensão no Oriente Médio com a possibilidade de intervenção militar na Síria, José Mujica ironiza: “o único bombardeio admissível seria de leite em pó, biscoitos e comida”,disse.

O presidente uruguaio defende que uma ação militar não é o melhor caminho para solucionar o conflito civil no país. “Isso seria tentar apagar uma fogueira colocando mais combustível”, argumenta em referência ao plano norte-americano de intervenção. “A guerra não se resolve introduzindo mais guerra. Isso leva a situação para um caminho de conflitos intermináveis que promove um profundo ressentimento que vai transformar em luta e resistência “aqui e ali”, reitera em entrevista a uma emissora local do Uruguai.

Citado pela imprensa espanhola neste sábado (07/09), o presidente uruguaio fez referências na história contemporânea para argumentar os impactos negativos da guerra. “Cada uma das tentativas nos últimos 30 anos de impor a democracia ocidental - da forma como conhecemos –, na Ásia ou no mundo Árabe, teve o resultado semelhante de sacrifício e dor”, analisou ao El Pais.


Na contramão de Mujica, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu hoje (7) aos membros do Congresso que não fechem os olhos ao uso de armas químicas na Síria. "Nós somos os Estados Unidos. Não podemos ficar cegos diante das imagens da Síria. É por isso que peço aos membros do Congresso, dos dois partidos, que se unam e ajam para promover o mundo onde nós queremos viver, o mundo que queremos deixar aos nossos filhos e às futuras gerações", disse Obama, que procura o apoio do Congresso para ataques militares à Síria. O presidente falou à população em um programa semanal de rádio.

O Congresso norte-americano deve começar, na segunda-feira (9), a debater os ataques defendidos por Barack Obama como reação ao uso de armas químicas no dia 21 de agosto, nos arredores de Damasco, capital síria, pelo qual responsabiliza o regime do presidente Bashar Al Assad.




Fonte: Opera Mundi
Imagens: Google



Sem as guerras a potência não seria potência

8 de Setembro de 2013, 20:07, por Desconhecido - 0sem comentários ainda




A Síria será atacada pelos Estados Unidos? Como o país tem que esperar até segunda-feira (9) para que, no Capitólio de Washington, o Congresso dê luz verde ao gerente geral – quer dizer, ao presidente norte-americano – legitimando a verdadeiramente repudiável e ilegal intervenção militar, desde um ponto de vista jurídico internacional, e na ordem ética e moral, lhes propomos percorrer os caminhos de por que ocorreria o ataque anunciado.

Por Oscar Sánchez Serra, no Granma


Brasil, Rússia – que renasce como incômoda superpotência –, Índia e China (Bric), são economias emergentes, que já atuam como protagonistas principais do cenário geopolítico mundial. Destas duas últimas, entre as nações mais povoadas do mundo, se diz que marcarão o ritmo do desenvolvimento no futuro do século 21. Em outras palavras, os EUA teria que se preparar para a transição de poderes no planeta. Não seria o atual império o mais poderoso.

Para Víctor Burbaki, da Fundação da Cultura Estratégica, os modelos matemáticos da dinâmica geopolítica global concluem que uma vitória em grande escala, em uma guerra realizada por meios convencionais, seria a única opção de os Estado Unidos conseguirem reverter o rápido colapso de seu status geopolítico. Burbaki afirma que, se a atual dinâmica persistir, a mudança na liderança global poderia ser esperada para 2025 e a única maneira dos norte-americanos descarrilharem o processo, seria desenvolvendo uma guerra em grande escala.

A Iugoslávia em 1999, o Afeganistão em 2001 e o Iraque em 2003, já sofreram as investidas imperiais, sob a mesma rede de mentiras. A tática do gendarme nunca fez frente aos Estados que puderam disputar a supremacia global, pela qual o próprio Burbaki considera que o Irã, a Síria e os grupos xiitas, tais como o Hezbolá no Líbano, enfrentariam o perigo de serem golpeados em nome de uma nova redistribuição mundial. O especialista não disse isso ontem, senão há mais de um ano, em fevereiro de 2012.

Quer dizer, desfazer-se do Irã e da Síria, que interferem no caminho da dominação global dos Estados Unidos, deve ser o próximo passo natural de Washington.

Paul Farell, colunista e analista financeiro, declarou em abril deste ano que os Estados Unidos precisam de uma nova guerra, do contrário o capitalismo morrerá. Ele mesmo ironizou em uma nota do Russia Today: “A Segunda Guerra Mundial não nos tirou da grande depressão?”. Isso embasa a sua tese de que as guerras beneficiam sobretudo os capitalistas. A lista da Forbes de multimilionários do mundo disparou de 332, no ano 2000, para 1426, na sua última edição. Destes multimilionários, 31% são norte-americanos.


Neste sentido o intelectual argentino sentencia explicando que, hoje, o poderio se baseia nas guerras, sempre dos outros, nunca no seu próprio território. De qualquer maneira a guerra é o eixo: sua economia doméstica é alimentada, em uma alta porcentagem, pela indústria da guerra e sua hegemonia planetária (apropriação de matérias-primas e imposição de regras do jogo econômico e de políticas mundiais com o primado do dólar) também depende delas. Hoje em dia Washington necessita das guerras. Sem as guerras, a potência não seria potência.

O que vivemos agora com a Síria sitiada, o que leva o Oriente Médio a uma guerra de consequências imprevisíveis – com o verdadeiro alvo por trás, o Irã, e com Israel, que está esperando, pressionando e chantageando o amo do Norte para que acabe de cumprir com o castigo ao país persa – não é obra do acaso.

A primeira vítima de uma guerra é a verdade. Se no Iraque as falácias mais obscenas estavam relacionadas com a posse de armas de destruição em massa e seu estreito vínculo com a Al Qaeda e, no Irã, a fabricação de um poderoso armamento nuclear, agora na Síria, são as supostas armas químicas empregadas por Al-Assad contra seu próprio povo – ainda que ninguém com o mais elementar senso comum acredite nisso, porque seria inconveniente para o próprio governo criar um pretexto como esse.

Contudo, a mentira é parte do plano e este não nasceu ontem, nem foi improvisado em um bar com algumas cervejas, mas na Casa Branca, lá pelo ano de 1997, quando um grupo de mentes febris, de alienação ultradireitista, criaram o Projeto para o Novo Século Americano, com o objetivo de manter os Estados Unidos como a superpotência hegemônica do planeta a qualquer preço.

A abertura, a estabilidade, o controle e a globalização mundial dos mercados; assim como a segurança e a liberdade do comércio; o acesso irrestrito aos lugares onde se encontrem fontes energéticas e de matérias-primas necessárias para dinamizar sua economia e a de seus aliados; o monitoramento e controle em tempo real das pessoas e de todos os movimentos políticos e sociais importantes contrários a seus interesses; a expansão e consolidação do domínio do capital financeiro e industrial de suas empresas e corporações transnacionais, e a garantia do controle sobre os meios de comunicação e de informação mundial, são os objetivos do projeto.

Para isso não pouparam nem os mercenários sírios – bem pagos e armados –, nem o emprego de seu poderio militar. Tampouco deixaram de criar situações de conflito interno nas nações, como a fabricação e implantação da chamada Primavera Árabe, no norte da África, que culminou com o assassinato de Muamar Kadafi.

Quem pensou e armou esta loucura baseada na indústria da morte, o verdadeiro suporte da economia dos EUA? Pois foram os “ilustres” neoconservadores que desempenharam altos cargos nas administrações de Ronald Reagan e George Bush (pai e filho), leia-se Dick Cheney, Jeb Bush, Paúl Wolfowitz, Donald Rumsfeld, Dan Quayle, Lewis "Scooter" Libby, Eliott Abrams, John Bolton, Richard Perle, entre outros. 

Quem os amparou politicamente? O Partido Republicano, o Partido Democrata, o Comitê de Assuntos Públicos entre Estados Unidos-Israel (Aipac) – lobby pró-Israel na nação estadunidense – e muitas organizações de poder com influência em Wall Street, nos meios de comunicação e no poderoso complexo militar-industrial. Para bom entendedor, não importa quem é o presidente.

As torres gêmeas foram derrubadas, mas se ergueram as bases para a implantação do projeto, difundindo a “divina” ideia fundamentalista de que os Estados Unidos são o único capaz de combater os terríveis males do terrorismo islâmico, do narcotráfico e do crime organizado – ainda que seu próprio território seja o que abriga mais terroristas, o maior consumidor de drogas ou onde os criminosos gozam de impunidade. Desencadearam uma cruzada midiática implacável que fixou nas mentes dos cidadãos do mundo: o medo e o perigo.

Tanto que até a própria ONU, na sua investigação sobre as armas químicas na Síria – a mentira angular para a agressão –, disse que sua pesquisa é somente para comprovar se usaram ou não tal recurso, e não para apontar o responsável.

Na Síria, o Projeto já provou sua variante da “Primavera Árabe”, mas não pode desestabilizá-la. Agora lhes toca o recurso de destruí-la e deixá-la sem governo, sem ordem, porque anarquia social ali é justificar sua presença e a de seus aliados com todas as suas tropas e até de uma coalizão. É também uma porta de entrada ao Irã, além disso, com vigilância sobre o perigo do Hezbolá no Líbano, e o cumprimento de uma obrigação com Israel, que desde a sua derrota em 2006 perante essa força, não pode cicatrizar as suas feridas.


Quem pode ter duvidas de que tudo isso é um plano orquestrado, e que nem aos Estados Unidos, nem aos seus aliados, importa se houve ou não uso de armas químicas? O que interessa é a situação geoestratégica de Damasco e o poder do império, ainda que banhem de sangue esse povo heroico e a paz mundial volte a ser pisoteada pela nação e pelo governo que permanece como paradigma dos direitos humanos. Mas veja bem, quem com ferro fere, com ferro será ferido.





Tradução: Théa Rodrigues, da redação do Vermelho
Fonte: Vermelho
Imagem: Google



O Irã defenderá a Síria com todo o seu poder

8 de Setembro de 2013, 11:50, por Desconhecido - 0sem comentários ainda




Médio Oriente. A administração estado-unidense lançou o processo de obtenção da aprovação do Congresso para um ataque contra a Síria. O comité de negócios estrangeiros do Senado votou pela resolução de apoio à ação planeada. O próximo passo é levar a moção ao plenário do Senado e a seguir à Câmara dos Deputados para receber apoio bipartidário. Deste modo Washington está a tentar fazer com que a decisão de atacar a Síria pareça legítima, ainda que esteja a contornar o Conselho de Segurança das Nações Unidas.


Por Nikolai Bobkin




A previsão de que a guerra se espalhará para abarcar todo o Médio Oriente caso os Estados Unidos ataquem a Síria está a tornar-se verdadeira. Como era de supor, o primeiro ator externo a ser envolvido é o Irã. O alistamento está em curso, jovens iranianos estão desejosos de envergar o uniforme e defender a Síria. O número de voluntários é de aproximadamente 100 mil. Eles enviaram uma carta ao presidente da Síria a pedirem sua permissão para serem posicionados na área das Alturas do Golan... Eles querem que o seu governo providencie uma ponte aérea para a Síria através do espaço aéreo iraquiano. O Iraque é o país com maior população xiita; é alta a probabilidade de que milhares de xiitas venham a juntar-se aos voluntários iranianos. Se Obama queria que as brigas inter-religiosas no Oriente Médio se transformassem numa carnificina de âmbito universal, agora ele pode conseguir isso, ou, para ser mais exato, ele pode provocar o seu arranque na Síria com o lançamento dos mísseis Tomahawk contra este país.

É a Síria que está à vista, mas o alvo principal é a República Islâmica do Irã. A política do recém-eleito presidente Rouhani está voltada para a normalização das relações com o Ocidente e a travar o isolamento internacional. Isto provoca preocupação entre os círculos dirigentes dos Estados Unidos e Israel. Desde há muito os americanos têm estado a culpar o Irã por todas as perturbações no Médio Oriente, mesmo quando era claro que o Irã nada tinha a ver com o que aconteceu. Pode soar como um paradoxo, mas a disponibilidade de Teerã para começar as conversações sobre o programa nuclear foi percebida pela administração Obama como uma ameaça aos seus interesses. De acordo com a lógica da Casa Branca, os EUA podem perder o seu principal argumento na confrontação com Teerã. Portanto as sanções dos EUA não instilarão mais medo. A Europa já está a enviar sinais não ambíguos a demonstrar que espera um progresso real a ser alcançado nas conversações. Os EUA não têm laços comerciais e veem as sanções como uma alavanca eficaz no impasse ao passo que os europeus enfrentam perdas de muitos milhares de milhões.

O argumento da "ameaça nuclear iraniana" tornou-se uma obsessão para Washington após a saída de Ahmadinejad. Ele cumpre plenamente a intenção de encontrar um pretexto para a guerra. A fase síria da operação militar está para arrancar em breve.


Mohammad Javad Zarif
O Irã não precisa de guerra. Os iranianos, ao invés, querem que Obama pondere seriamente as consequências de tal ação deixando-o saber que não há nenhuma maneira para que possa ocultar-se por trás do Congresso. O ministro iraniano dos Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif said, disse: "O sr. Obama não pode interpretar e mudar o direito internacional com base na sua própria vontade". E acrescentou que "Só o Conselho de Segurança da ONU, sob circunstâncias especiais, pode autorizar uma ação coletiva, e isso será sob o Capítulo 7 da Carta da ONU, e esta questão precisa da aprovação do Conselho de Segurança". De um modo geral isso coincide com a posição da Rússia.

Teerã não vê intriga no fato de que o Congresso acabará finalmente por sancionar a guerra contra a Síria, apenas está curiosa por ver como os legisladores dos EUA farão isso sob o pretexto de "punir" a Síria por utilizar armas químicas enquanto contornam a questão iraniana. Os membros do Congresso inevitavelmente considerarão o "fator iraniano". Ao apelar pela guerra contra a Síria, o secretário de Estado John Kerry tenta convencer os legisladores de que, se nenhuma ação for tomada contra a Síria, é mais provável que o Irã avance no seu programa nuclear. Kerry não discute sobre a disponibilidade de ligação direta entre os eventos na Síria e o programa nuclear iraniano, ele simplesmente declara a posição da Casa Branca. O secretário da Defesa Chuck Hagel diz que não efetuar ação contra a Síria minará a capacidade de Washington para conter os esforços nucleares iranianos. O Congresso dos EUA está sob forte influência do lobby judeu e os argumentos funcionam porque, sendo hostil à Síria, Israel sempre teve o Irã em mente. Onde exatamente é desenhada a "linha vermelha" representa uma questão de importância menor para os políticos israelenses. Alguns republicanos no Congresso não só apoiam a ação contra a Síria como clamam por uma intervenção de maior escala dizendo que um ataque limitado não será suficiente para assustar seriamente o Irã. Um ataque contra a Síria é provável que faça Teerã incremente a sua segurança, incluindo a aquisição de armas nucleares como um dissuasor universal... Isto é uma advertência razoável à qual não se presta atenção. Tendo o Irã em vista, uma provocação militar contra a Síria destina-se também a aumentar o desacordo nas fileiras da liderança iraniana. Washington espera que políticos voltados para a guerra venham a prevalecer e o governo iraniano terá de ceder e abandonar abordagens equilibradas à questão. Na verdade, apenas há poucos meses tais ameaças abertas de Washington teriam alimentado uma tempestade de respostas, o antigo presidente Ahmadinejad costumava dar o tom. Agora o Irã parece estar extremamente contido. Falando a Obama na sua ausência, o ministro da Defesa do Irã, Brig. Gen. Hossein Dehghan, utiliza linguagem diplomática adequada e insiste em que todos os problemas deveriam ser resolvidos por meios políticos.

Contudo, a contenção pública do novo governo iraniano não deveria dar ilusões aos americanos. Não é com burocratas do governo que eles terão de tratar casos comecem ações de combate, mas sim com as forças armadas da República Iraniana - o garante da retaliação no caso de o país ser atacado.

O chefe dos assessores do Irã, Hassan Firouzabadi, foi citado a declarar que se os EUA atacarem a Síria, Israel será atacado. Não é casual que voluntários iranianos que estão a ir defender a Síria, não tenham interesse em serem posicionados nas áreas adjacentes às fronteiras com a Turquia ou Jordânia. Não, eles querem estar nas Alturas do Golan - a linha da fronteira síria-israelense disputada desde há muito. Um ataque potencial feito pelo Irã contra Israel em retaliação pelo ataque dos EUA à Síria é o pior cenário de todos; este será o caso em que é impossível evitar uma guerra em grande escala no Oriente Médio. Ao invés de tomar uma decisão para recuar de uma ação militar contra a Síria, Obama está a empurrar o Irão contra a parede ao encenar provocações incessantes. Como esta, por exemplo: o recente teste de demonstração israelense como preparação para o ataque retaliatório iraniano.

06/Setembro/2013

O original encontra-se em www.strategic-culture.org/...


Fonte: Pravda
Imagens: Google



Obama: "EUA não precisam de autorização da ONU para atacar a Síria"

6 de Setembro de 2013, 18:48, por Desconhecido - 0sem comentários ainda






Displante: EUA não precisam de autorização da ONU para atacar

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (6) que não depende de autorização da Organização das Nações Unidas (ONU) para o provável ataque que vai desferir contra a Síria. Segundo Obama, os Estados Unidos "já têm" provas de que foram usadas armas químicas em ataques na Síria e atribuiu essa responsabilidade ao governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Desprezando o papel da ONU, Obama insinua que a organização está paralisada e que o caso demanda "uma resposta internacional", que não deve vir de decisão do Conselho de Segurança. 

Segundo interpreta Obama, ele preferiria trabalhar por meio de canais multilaterais e ONU, "mas acredito que a segurança mundial e dos EUA demandam [decisões por outros meios]”, opinou o presidente durante coletiva de imprensa em São Petersburgo, na Rússia, onde ocorre a cúpula do G20.

Obama informou que fará na próxima terça-feira (10) um pronunciamento aos cidadãos norte-americanos, depois que o Congresso o autorizar a atacar a Síria, o que deve acontecer na segunda-feira (9). Indagado se o ataque pode ser feito sem a autorização do Congresso, ele disse que, um dos motivos da consulta é apenas de o Congresso dar alguma satisfação ao povo americano “de que esta é a coisa certa” a fazer.

Democracia burguesa

“Há várias decisões que tomo que são impopulares, mas é o que se há para fazer”, disse, ao reconhecer que ações desse tipo, envolvendo operações militares, são sempre impopulares, frase que cabe perfeitamente em uma democracia burguesa, já que o representante toma atitudes e decisões sem ouvir seus eleitores. 

“Fui eleito para acabar com uma guerra, e não para começar outras. Mas tenho o dever da proteção, e há tempos difíceis se quisermos defender aquilo que acreditamos”, tergiversou.

Segundo ele, o uso de armas químicas é uma "ameaça à segurança global", principalmente para países satélites dos Estados Unidos, como Turquia e Israel. "Há riscos de essas armas caírem nas mãos de terroristas", insistiu. 

Na verdade, segundo denúncias da chancelaria russa, essas armas já estão em mãos de terroristas, estes apoiados pelos Estados Unidos, e foram utilizadas em ataques anteriores, conforme denúncias feitas em maio pela ONU, por Carla del Ponte, membro da Comissão de Inquérito da ONU sobre possíveis violações dos direitos humanos na Síria.

Segundo a investigação da ONU naquela época, depoimentos de testemunhas e vítimas no distrito de Guta, na periferia de Damasco, "indicam com toda a evidência que o gás neuroparalítico sarin foi usado por militantes da oposição síria", disse Carla del Ponte em entrevista à televisão suíça.

"A comissão pericial não encontrou traços de uso de armas químicas pela parte do Exército governamental", sublinha Del Ponte. Apesar de omitir ainda se realizará ou não o ataque, Obama disse ter condições para agredir o país árabe a qualquer momento.

Brasil não apoia sem aval da ONU

Também da Rússia, a presidenta Dilma Rousseff havia informado, anteriormente, que o Brasil não reconhece qualquer ação militar na Síria sem que haja aprovação das Nações Unidas.




Fonte: Vermelho
Imagem: Google



Desabafo de americana sobre o anuncio do Obama

6 de Setembro de 2013, 12:23, por Desconhecido - 0sem comentários ainda








Lula: "O presidente dos Estados Unidos deveria pedir desculpas ao mundo"

6 de Setembro de 2013, 11:49, por Desconhecido - 0sem comentários ainda