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Burgos Cãogrino

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

O ódio aos americanos no Afeganistão bate um novo recorde

9 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


Soldados afegãos: situações extremas levam a medidas extremas

Por Paulo Nogueira


O que mais os afegãos têm que fazer para dizer que já não aguentam mais a presença de forças americanas e aliadas em seu solo? Que qualquer coisa é melhor do que soldados ocidentais por perto?

Nos últimos meses, têm-se repetido e multiplicado casos que acabaram sendo batizados pela mídia americana de “green on blue”, verde no azul. Basicamente, são ataques contra militares ocidentais feitos por soldados afegãos que, no papel, estão do mesmo lado de seus novos alvos. O inimigo comum seriam os insurgentes – aqueles que pegam em armas contra os americanos e o governo local controlado por Washington. Verde sobre azul é porque o uniforme dos afegãos é verde e o das tropas ocidentais é azul.

Agora a situação se complicou extraordinariamente. Os soldados aliados estão preparados para enfrentar inimigos conhecidos no Afeganistão. Mas têm pouco a fazer, além de devolver o fogo e contar os mortos, quando subitamente são atacados por gente que estaria do seu lado. É, acima de tudo, uma amostra do desespero cada vez mais agressivo dos afegãos diante dos americanos. Situações extremas levam a medidas extremas, na grande frase de Guy Fawkes, um dos integrantes do grupo que tentou explodir o rei e o Parlamento britânico no começo dos anos 1600.

Na história militar americana há um precedente significativo de fogo amigo. Por volta de 1900, os Estados Unidos guerrearam com as Filipinas. Foi um senhor massacre. Um soldado americano perguntou a um oficial certa vez qual era o critério para tratar os inimigos. A ordem que recebeu foi a de executar todos os filipinos acima de dez anos.

Os soldados americanos brancos chamavam entre si os filipinos de “negros”. Isso, somado à crueldade dos invasores, foi gerando entre os soldados negros tal revolta que muitos acabaram por mudar de lado e lutar contra os brancos americanos. No livro História do Povo Americano, o historiador Howard Zinn relata o caso de um soldado negro americano que ouviu de uma criança filipina o seguinte argumento: “Por que vocês estão matando pessoas como nós, que nunca fizemos nada para vocês, em vez de combater quem trata vocês como animais no seu país?”


O império americano nasceu torto. Cresceu torto. E caminha torto aceleradamente para o ocaso.





Fonte: Diário do centro do mundo



Paraguai, nova potência militar na América Latina?

9 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Para o governo de fato de Federico Franco, a Venezuela é uma ameaça regional e a Bolívia planeja um ataque militar contra o território paraguaio. No país do mundo do revés, armar-se até os dentes é a solução para todos os problemas.



Na terça-feira passada (4), a cúpula militar das três forças militares paraguaias participou de um encontro com a comissão de defesa da Câmara dos Deputados; lá expuseram seus argumentos para pedir uma liberação excepcional de dinheiro, com o qual planejam adquirir equipamento bélico com vistas a proteger o Paraguai da ameaça representada pelos países vizinhos.

Felipe Benicio Melgarejo
O comandante das Forças Militares, general Felipe Benicio Melgarejo, divulgou, através do jornal paraguaio Última Hora, o pedido de 560 milhões de dólares extras para adquirir 10 aviões caça, além de radares, armamentos e veículos militares. O projeto prevê realizar a compra a Israel e a Espanha.

O jornal coloca na boca de funcionários governamentais e militares – sem detalhar nomes - o argumento de que "hoje em dia, a Bolívia pode nos pulverizar”. Referência que não é nenhuma novidade. Desde que Federico Franco ocupou o cargo de presidente, após a ilegítima destituição de Fernando Lugo, no passado 22 de junho, são reiteradas as declarações que acusam aos países da região – especialmente a Bolívia e a Venezuela, antigos aliados do Paraguai - de estar em uma corrida armamentista contra o Paraguai.

Apenas usurpado o poder no Paraguai, o deputado do Partido Colorado, José López Chávez, presidente da Comissão de Defesa, comunicou que se estava em contato com chefes militares estadunidenses para analisar a possibilidade de instalar uma base militar. Essas declarações puseram em alerta a todos os países da região, especialmente a Bolívia, dado que tal base supostamente seria instalada próxima à sua fronteira, e, imediatamente, denunciou o caso.

María Liz García
Isso gerou uma série de problemas entre ambos governos, e se mantêm até hoje. A Ministra da Defesa do Paraguai, María Liz García, acusou a Bolívia de ter-se armado com o apoio direto da Venezuela e através de acordos comerciais e militares com o Irã e com a China.

Os militares paraguaios propuseram obter o dinheiro para futuramente comprar –dobrando o orçamento total destinado para 2012- através de um crédito com endividamento público a pagar em 10 anos. López Chávez agregou que também se cogita a ideia de financiá-lo com o excedente da central hidrelétrica de Itaipu.

Em casa, como estamos?

No contexto nacional, tudo isso acontece no marco de uma escalada de conflitos que surgiram ao calor do governo de fato. Na quarta-feira passada (5), milhares de camponeses e indígenas marcharam pelas ruas de Assunção exigindo uma reforma agrária integral e denunciando o atual governo golpista. No mesmo dia, quarenta sindicatos nucleados na Confederação da Classe Trabalhadora (CCT) também se manifestaram nas ruas reclamando um aumento geral de salários e pedindo um freio às demissões por razões políticas e ideológicas que vêm acontecendo sistematicamente desde a chegada de Franco ao poder. Enquanto isso, o governo paraguaio instou aos trabalhadores do Ministério da Fazenda a suspender a greve que haviam programado, ameaçando-os com demissões.

Parece que essas reclamações não são urgentes para o governo de Federico Franco; para este, as urgências parecem ser a necessidade de armar-se com o apoio de Israel e o recrutamento de jovens para o exército. Na semana passada, a Câmara de Deputados aprovou a Lei do Soldado Profissional, com a qual promove o regresso dos jovens que completaram o serviço militar obrigatório aos quartéis, garantindo-lhes emprego e boas condições de trabalho.

A tecla que desafina

Internacionalmente, tudo isso acontece em um contexto de isolamento do governo do Paraguai, pais que está suspenso temporariamente do Mercosul e da Unasul por considerar que, com a destituição de Lugo, a ordem democrática foi alterada. Franco minimizou e até acusou aos organismos regionais de funcionar como "clube de amigos”.

Essa situação gera uma situação incômoda no continente dado que nos últimos anos vinham acontecendo aproximações importantes em matéria de defesa e segurança entre os países, inclusive entre os que têm governos de signos opostos. Nesse processo, a Unasul tem desempenhado um papel fundamental, cerrando filas em torno a privilegiar a paz na região acima dos conflitos entre países vizinhos. Exemplo disso foi a importância desse organismo quando a Colômbia anunciou a instalação de sete bases militares estadunidenses em seu território, rechaçando esse proceder e instando ao governo colombiano a garantir a estabilidade regional.

David Choquehuanca
Por seu lado, o governo da Bolívia, através de seu chanceler David Choquehuanca, recomendou recentemente não dar curso a nenhuma convocação ou convite de seu homólogo paraguaio enquanto não for restaurada a "ordem democrática” nesse país. A tensão entre ambos países se intensificou quando a Bolívia sofreu reiterados ataques da imprensa paraguaia e dos membros do governo de Franco. Ambos países partilham uma fronteira complicada e fértil para o narcotráfico, o que sempre gera asperezas nas relações bilaterais.

Os meios da direita paraguaia celebraram a iniciativa das Forças Armadas de armar-se até os dentes, considerando que desse modo recuperarão o prestígio perdido após a longa ditadura militar. Esses mesmos meios são os que dia a dia não têm vergonha de insultar diretamente ao presidente boliviano Evo Morales, assinalando-o como um "perigo marxista”. O diário ABC Color, o de maior importância no Paraguai e fortemente ligado ao poder econômico e político do país, publicou um editorial essa semana na qual compara Evo Morales com o general argentino Leopoldo Galtieri, indicando que aquele poderia atuar como este quando iniciou a Guerra das Malvinas, em 1982.

Não é provável que as provocações do atual governo paraguaio possam ir mais longe, isolado como está e em completa falta de sintonia com as iniciativas continentais que estão acontecendo; porém, é claro que uma peça na geopolítica regional está fazendo barulho, muito barulho.




Fonte: Revista Marcha, Vermelho
Tradução: Adital
Título do Vermelho
Imagem: Google (colocadas por este blog)



E as armas nucleares de Israel?

9 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 1Um comentário



Artigo de Patrick B. Pexton, de Washington (EUA)



Com algumas variações, os leitores perguntam periodicamente a mesma questão: “Por que a imprensa acompanha qualquer nota ou título sobre o programa nuclear do Irã, mas nunca vemos matérias sobre o potencial das armas nucleares de Israel?”. É uma pergunta razoável, comenta o ombudsman do Washington Post, Patrick B. Pexton (2/9/12). Pesquisando 10 anos de jornal, ele não encontrou no Post qualquer reportagem que analisasse em profundidade a capacidade nuclear de Israel.


Pexton conversou com vários especialistas nos campos nuclear e de não-proliferação, e eles dizem que a ausência de reportagens sobre as armas nucleares de Israel é real – e frustrante. Há alguns motivos óbvios para isso, e outros não tão óbvios. Em primeiro lugar, Israel recusa-se a admitir publicamente que tenha armas nucleares. Oficialmente, o governo dos Estados Unidos também não reconhece a existência desse programa.

A posição oficial de Israel, repetida por Aaron Sagui, porta-voz da embaixada israelense em Washington, é de que “Israel não será o primeiro país a introduzir armas nucleares no Oriente Médio. Israel apoia um Oriente Médio livre de qualquer tipo de armamento de destruição em massa depois que a paz seja alcançada”. O uso do verbo “introduzir” é deliberadamente vago, mas os especialistas dizem que significa que Israel não irá fazer um teste nuclear nem irá declarar publicamente que tem tal armamento.

Segundo Avner Cohen, professor no Instituto de Estudos Internacionais em Monterrey, na Califórnia – e que escreveu dois livros sobre este assunto – essa questão nasceu em Israel, em meados da década de 60, por ocasião de um acordo entre a primeira-ministra Golda Meir e o presidente Richard Nixon, alcançado em 1969, quando os EUA passaram a ter certeza de que Israel possuía bombas nucleares.

O último vazamento

O presidente John Kennedy tentou, energicamente, impedir que Israel obtivesse a bomba; em menor escala, o presidente Lyndon Johnson fez o mesmo. Mas como se tratava de um acordo, nem Nixon nem os presidentes que o sucederam pressionaram Israel para divulgar oficialmente seu potencial nuclear ou assinar o Tratado de Não-Proliferação. Israel, por seu lado, concorda em manter suas armas nucleares não divulgadas e discretas.

Por não ter assinado o tratado, Israel não tem a obrigação legal de submeter sua principal usina nuclear, em Dimona, à inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês). O Irã, por seu lado, assinou o tratado e concorda com inspeções periódicas. Os inspetores da IAEA vão periodicamente ao Irã, mas o centro da atual disputa é que Teerã não permite acesso irrestrito às suas instalações nucleares. Além disso, embora Israel tenha uma imprensa agressiva, tem também censores militares que impedem a publicação de informações sobre as forças nucleares do país. A censura também se aplica a correspondentes estrangeiros.

Um outro problema, segundo Cohen, é que relativamente poucas pessoas têm um conhecimento abrangente do programa israelense e não há vazamentos. Os que participam do programa, obviamente nada divulgam; é considerado crime. Da última vez que ocorreu um vazamento, em 1986, o técnico nuclear Mordechai Vanunu foi sequestrado por agentes israelenses na Itália, levado de volta a Israel para julgamento e condenado a 18 anos de prisão, grande parte deles em solitária.

Alternativa dissuasiva

E, talvez o mais importante, os americanos também não deixam vazar informações sobre o programa nuclear israelense. Cohen diz que informações sobre o potencial nuclear de Israel são das mais sigilosas que o governo americano dispõe – muito mais sigilosas que as informações sobre o Irã, por exemplo. Pesquisadores americanos foram repreendidos por suas agências por falarem abertamente sobre o assunto.

George Perkovich, diretor do programa de políticas nucleares da Fundação Carnegie para a Paz Internacional, disse que há razões benignas, e não tão benignas, para as autoridades americanas serem tão fechadas. Os EUA e Israel são aliados e amigos. “Você entrega seus amigos?”, perguntou Perkovich. E não ser aberto sobre o armamento nuclear de Israel serve aos interesses de ambos os países, acrescentou.

Entre as razões menos benignas para que as fontes americanas não vazem informações está o fato de que podem afetar suas carreiras. “É como todas as coisas que digam respeito a Israel e os EUA. Se você quer seguir em frente, não fala; não criticando Israel, você protege Israel. Ninguém fala sobre os assentamentos ilegais na Margem Ocidental, mas todo mundo sabe que estão ali”, diz George Perkovich.

 
Tradução de Jô Amado



Fonte: Observatório da Imprensa


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Relembrando notícia de 2010



THE GUARDIAN REVELA QUE ISRAEL TEM ARMAS NUCLEARES - Ernesto Carmona



Enquanto a atenção está centrada na África do Sul, devido ao Mundial de Futebol, o diário britânico The Guardain, revelou, domingo, 23 de maio de 2010, como Israel ofereceu a venda de oito ogivas nucleares - em 1975 - ao regime do apartheid. O periódico tornou público um documento secreto sul-africano que tem a assinatura do então Ministro da Defesa israelense, Shimon Peres - hoje presidente do estado judeu - e de PW Botha, naquela época o seu par sul-africano, que deixaram um registro ultra-secreto de um encontro em Zurique (Suíça). A revelação foi feita por Chris Mcgreal, sob o título: "Exclusivo: papéis secretos da era apartheid revelam primeiras provas oficiais de armas nucleares israelenses".



Os documentos secretos que contem uma proposta de venda de ogivas nucleares israelenses ao estado do apartheid constituem a primeira prova oficial do estado judeu a respeito, explicou o diário britânico. Segundo a minuta de uma reunião "secretíssima" entre ambos os ministros da defesa, em 4 de junho de 1975, o sul-africano PW Botha pediu as ogivas a Shimon Peres, que ofereceu, em código, "três grandes". Os dois ministros firmaram um convênio militar em grande escala entre ambos os países, com uma cláusula que declarou secreta "a própria existência do acordo", assinalou McGreal.



Os documentos foram revelados pelo acadêmico estadunidense Sasha Polakow-Suransky, durante a pesquisa para o seu livro sobre a estreita relação entre o estado de Israel e a África do Sul racista do apartheid: "The Unspoken Alliance: Israel's secret alliance with apartheid South Africa" (Aliança desconhecida: o pacto secreto entre Israel e o apartheid da África do Sul), publicado nos Estados Unidos na semana passada. Os papéis secretos revelam que Israel possui armas nucleares, apesar de sua política de "ambigüidade", que não confirma nem nega a sua existência.
Israel tratou de impedir que o governo pós-apartheid da África do Sul revelasse os documentos, quando ficou sabendo da petição de Sasha Polakow-Suransky, cujas revelações resultam particularmente vergonhosas em meio às negociações sobre não proliferação nuclear, centralizadas no Oriente Médio e efetuadas na semana passada, em Nova Iorque. Também ficaram desacreditadas as afirmações de Israel de que não empregariam mal armas nucleares, caso as tivessem, enquanto promove a desconfiança sobre países como o Irã.


Um porta-voz de Peres, citado por The Guardian, disse que a informação é infundada e que nunca houve "negociação alguma" entre os dois países. Mas não fez nenhum comentário sobre a autenticidade dos documentos, que mostram o interesse dos militares sul-africanos da era apartheid por mísseis para eventual utilização contra os estados vizinhos, revelou o diário britânico.
Em 1975, o território da Namíbia lutava por consolidar a sua independência da África do Sul; em Angola começava a guerra civil promovida pelos Estados Unidos contra o governo progressista de Agostinho Neto, uma contenda que a África do Sul internacionalizou, mas que mais tarde foi humilhada pela tropas angolanas, reforçadas por tropas cubanas, que terminaram derrotando aos militares sul-africanos. Na vizinha Rodésia (hoje Zimbábwe) a população negra também lutava contra outro regime racista branco, e, além disso, acabavam de obter a sua independência de Portugal outras nações vizinhas, como Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Fidel Castro relatou que a África do Sul chegou a possuir cinco armas nucleares, proporcionadas por Israel, que quase utilizou quando as tropas angolanas e cubanas colocaram em xeque as suas forças militares.

JERICÓ, ARSENAL MILITAR ISRAELENSE

Os israelenses ofereceram formalmente a venda para a África do Sul alguns dos mísseis nucleares de seu arsenal de Jericó, em uma reunião acontecida em 31 de março de 1975. Entre os participantes daquele tratado esteve o chefe militar sul-africano, tenente-general RF Armstrong, que de imediato elaborou um memorando, destacando as vantagens para a África do Sul se obtivesse os mísseis nucleares de Jericó. O memorando "top secret", assinado no mesmo dia da reunião entre sul-africanos e israelenses, já era conhecido, mas não se sabia o seu contexto. Ignorava-se que estava diretamente conectado com uma oferta israelense de armas atômicas em resposta direta a um pedido sul-africano, formulado no mesmo dia do encontro. Naquele memorando, Armstrong escreveu: "em consideração aos méritos de um sistema armamentista, como o que está sendo oferecido, foram feitas algumas observações: a) Que os mísseis sejam armados com ogivas nucleares fabricadas na RSA (África do Sul) ou adquiridos em outra parte".

Chris McGreal adverte no The Guardian que, naquela época, a África do Sul estava muito longe de poder construir armas atômicas. Pouco mais de dois meses depois, em 4 de junho, Peres e Botha se encontraram em Zurique. Então, o projeto Jericó teria o nome em código "Chalet". A minuta super-secreta sobre aquele encontro assinala: "O ministro Botha manifestou interesse sobre um limitado número de unidades de Chalet, conforme a carga útil correta disponível". O documento acrescenta: "O ministro Peres disse que a carga útil estava disponível em três tamanhos. O ministro Botha manifestou a sua apreciação e disse que iria se aconselhar". Presume-se que os "três tamanhos", se referem a armas convencionais, químicas e nucleares.

O uso do eufemismo "carga útil correta" reflete a sensibilidade israelense sobre o tema nuclear e não foi utilizado para referir-se a armas convencionais, escreveu McGreal. Também significaria que somente as ogivas nucleares descritas no memorando de Armstrong despertaram o interesse da África do Sul pelos mísseis de Jericó, como condição para a entrega das armas nucleares. Além disso, as ogivas nucleares eram a única "carga útil" que os sul-africanos desejavam obter de Israel, pois eram capazes de dotar os mísseis de outro tipo de armamento, indicou o diário britânico.

Botha não seguiu adiante com o tratado, em parte devido ao seu preço. Além disso, qualquer acordo requeria a aprovação final do primeiro-ministro de Israel, o que era incerto. O periódico afirma que "a África do Sul construiu eventualmente as suas próprias armas atômicas, provavelmente com a possível ajuda israelense, porém a colaboração em tecnologia militar cresceu somente durante os anos seguintes. A África do Sul também proporcionou muito urânio enriquecido que Israel necessitou para desenvolver as suas armas".

FILTRANDO O SEGREDO

Para o diário britânico, os documentos confirmariam a história do ex-comandante naval sul-africano, Dietr Gerhardt, que foi preso em 1983 por espionar para a União Soviética. Depois que houve o colapso do apartheid, Gerhardt disse que havia um acordo entre Israel e a África do Sul chamado "Chalet", que implicou uma oferta do estado judeu para armar oito mísseis de Jericó com "ogivas especiais". Gerhardt disse que eram armas atômicas, porém até hoje não se tinha documentado a oferta.

Semanas antes que Peres fizesse a sua oferta de ogivas nucleares a Botha, os dois ministros da defesa firmaram outro acordo secreto que cobria a aliança militar conhecida como "Secment". Aquele pacto era tão secreto que incluía uma negação da sua existência: "Pelo presente fica claro que concordamos que a existência deste acordo... será secreta e não será divulgada por nenhuma das partes". O acordo também estabeleceu que nenhuma das duas partes poderia denunciá-lo de forma unilateral.

The Guardian recordou que a existência do programa de armas nucleares de Israel foi revelada em 1986 por Mordechai Vanunu ao diário britânico Sunday Times. Vanunu proporcionou fotografias feitas dentro da planta nuclear de Dimona e revelou detalhes sobre o processo de produção do material nuclear, porém não incluiu documentação escrita.

Os documentos descobertos por estudantes iranianos no interior da embaixada dos Estados Unidos, em Teerão, depois da derrota do Xá Reza Pahlevi, mostraram o interesse de Israel em desenvolver armas nucleares. Porém, somente a documentação da oferta à África do Sul confirmou que Israel estava em condições de armar os mísseis de Jericó com ogivas nucleares, revelou o diário.

Israel exerceu pressão sobre o atual governo sul-africano para que não revelasse os documentos obtidos por Sasha Polakow-Suransky. "O ministério da defesa israelense tentou bloquear o meu acesso ao acordo "Secment", argumentando que era material secreto", disse o escritor citado pelo diário londrino. "Aparentemente, os sul-africanos não fizeram caso, e me entregaram o documento". O governo da ANC (Congresso Nacional Africano) não está tão preocupado em esconder a sujeira dos velhos aliados do regime do apartheid".



Fonte: argenpress.info/
(Tradução de Fausto Brignol)
www.diogenes.jex.com.br

Imagem: Google (colocadas por este blog)















Neste mundo há mais religiões do que crianças felizes

8 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda








Ideólogo do sionismo vem ao Brasil pregar guerra contra o Irã

2 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Em visita ao Brasil, o israelense Jonathan Fine, consultor sobre diplomacia e religião do Centro Interdisciplinar Herzlyia, de Jerusalém (IDC, na sigla em inglês), e pesquisador do Instituto Internacional para a Luta contra o Terrorismo (ICT, também em inglês), afirmou que a ação israelense independe do apoio do governo norte-americano, e disse acreditar que a intervenção é apenas uma questão de tempo, embora não haja consenso sobre como agir.

Em entrevista ao Portal Terra publicada neste domingo (2), o pesquisador revelou-se menos um analista sério do que um propagandista do sionismo e pregoeiro de guerras de agressão. 

As declarações do entrevistado são reveladoras de que sua peregrinação visa a justificar perante a opinião pública brasileira a política belicista e agressiva do Estado de Israel. "A decisão [de atacar o Irã] será tomada a partir da seguinte pergunta: nós, israelenses, estamos prontos para conviver com um Irã armado com uma bomba nuclear? Quanto tempo mais nós poderemos esperar"?

Delírio

Mais delirante do que analista, Fine disse que em vários aspectos, o governo atual do Irã “é, provavelmente, o pior regime desde o nazismo alemão”. Fazendo coro com opiniões que distorcem os fatos a partir de uma ótica sionista, racista e exclusivista, segundo a qual somente Israel tem direito à existência segura no Oriente Médio, o pesquisador defende a mesma opinião dos reacionários daqui, pagos pelo lobby sionista nos meios de comunicação, a de que existe ‘‘uma profunda ideologia antissemita”. Falando a linguagem dos militares e do nacionalismo fanático, não a dos acadêmicos, o israelense afirmou que “a combinação entre a ideologia antissemita e armas nucleares é algo que nós simplesmente não vamos aceitar”.

Estado pária

Em algum momento, porém, Jonathan Fine é fiel aos fatos. É quando interpreta as posições oficiais do governo israelense e revela as verdadeiras intenções desse “rogue State” (Estado Pária), para usar a expressão com que o Pentágono, a Casa Branca e seus aliados tratam os governos de que divergem: “O debate principal que ocorre em Israel é sobre quando e como invadir o Irã”, diz sem cerimônia. Mais adiante: “Então a pergunta que fica é: quanto tempo mais nós poderemos esperar? Algumas pessoas (do governo) acham que Israel deve agir imediatamente, mas alguns acreditam que alguns meses não farão diferença. Mas a decisão terá de ser tomada por Israel. Porque o Irã não está ameaçando os Estados Unidos, está ameaçando a gente”.

A lógica do raciocínio do entrevistado é unilateral e mentirosa. Parte da premissa falsa de que o Irã ameaça Israel com a arma nuclear. O Irã não só não tem arma nuclear, como está comprometido a não possuí-la, porquanto é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear e tem dado reiteradas declarações nesse sentido. Em pronunciamento no último dia 30 de agosto na abertura da 16ª Reunião de Cúpula do Movimento de Países Não Alinhados realizada em Teerã, o líder Ali Khamenei declarou que para a República Islâmica o uso de armas nucleares “é pecado imperdoável”. Defendeu o domínio da tecnologia nuclear com fins pacíficos “para todos os países” e a posse de armas nucleares para “nenhum país”. Por seu turno, Israel possui ilegalmente armas nucleares e não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear. Já os Estados Unidos, seu principal aliado, financiadores e fornecedores de ajuda militar a Israel, já usaram armas nucleares e jamais se comprometeram a não mais fazê-lo.

Exterminador

Questionado sobre o apoio de Obama ou de Mitt Romney para o sucesso dos planos aventureiros de Israel, Fine foi enfático: “A decisão de invadir ou não o Irã não depende disso”. Admitindo que “as relações entre Obama e Netanyahu estão tensas”, ele assegura, porém, que “pouco importa quem vencer as eleições” [nos EUA]. Fine diz que a política internacional dos Estados Unidos pouco mudou entre um governo e outro (...) “Israel e os Estados Unidos têm muitos interesses em comum, apesar das divergências(...) a verdade é que a relação entre os dois países é mais profunda e não irá mudar muito independentemente de quem vencer. (...) Os EUA sempre foram amigos de Israel, e Israel depende dos Estados Unidos”. Embriagado por um espírito de exterminador, o pesquisador israelense diz em outra passagem da entrevista que “os iranianos sabem que, se tentarem alguma loucura, os Estados Unidos vão acabar com eles”.

Provocações ao Brasil

Adotando um comportamento padrão entre os porta-vozes do sionismo, Jonathan Fine fez provocações endereçadas ao governo brasileiro e às esquerdas do País. Ignora que o Brasil é pacifista e não tem interesse em se envolver nas aventuras bélicas do Estrado israelense. Critica a esquerda porque sabe que no Brasil esta é majoritariamente favorável à luta do povo palestino por sua autodeterminação e a criação do seu Estado independente com capital em Jerusalém Leste. Os sionistas não perdoam o fato de que a esquerda brasileira condena a política de extermínio de Israel contra os palestinos e sua conduta guerreira no Oriente Médio. O Brasil tem uma política externa independente e não carece dos conselhos de um país que age como força desestabilizadora do quadro mundial e se afigura como uma ameaça à paz e à segurança internacional.

Outras vozes em Israel

Felizmente, porém, para tristeza dos fanáticos que financiam as viagens dos pregoeiros da agressão militar contra países soberanos, em Israel não se escuta apenas o rufar dos tambores de guerra. Há também autoridades críticas desse rumo que põe em risco a própria população do país. São vozes mais prudentes e equilibradas. “Um ataque ao Irã poria em perigo o futuro de Israel, afirmou Eliyahu Winograd, um ex-magistrado da Corte Suprema israelense em entrevista a uma emissora de rádio neste domingo (2).

“Cairia sobre Israel uma chuva de mísseis disparados não só desde o Irã, mas do Hezbolá e não parece que o país tenha suficientes refúgios nem máscaras anti-gases para enfrentar tal contingência, disse Winograd, presidente do comitê que elaborou informe crítico sobre a guerra de 2006 contra o Líbano, aquela em que as forças agressoras israelenses foram fragorosamente derrotadas pelo Hezbolá.

“A estrutura política israelense não se consultou bem com a direção militar sobre a preparação da campanha libanesa”, afirma o informe da Comissão Winograd.

O veterano magistrado se perguntou se o primeiro-ministro israelense, Benyamín Netanyahu, e titular da defesa israelenses, Ehud Barak, têm em conta as lições aprendidas depois do que descreveu como a "segunda guerra do Líbano".

“Se não têm em conta, estamos com problemas”, disse o entrevistado, que assegurou que tanto os órgãos de segurança israelenses, o Mossad e Shin Bet, como os altos comandos militares desaconselham um ataque contra a República Islâmica iraniana.


Teerã tem reiterado que uma agressão contra si será "devastadora" para Israel, depois que circularam informações ainda não confirmadas oficialmente, segundo as quais Tel Aviv elaborou um plano baseado em um ataque cibernético prévio aos bombardeios com mísseis contra instalações nucleares iranianos.






Fonte: Da Redação do Vermelho, com informações do Portal Terra e da agência Prensa Latina
Imagem: Google (colocada por este blog)



O “poder inteligente” e os “canhões de agosto”

31 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda





Apesar das sucessivas demonstrações dos limites do poderio militar como instrumento de política externa com as quais têm se deparado, nas últimas duas décadas, os círculos supremacistas do establishment anglo-americano continuam apostando nele para a estratégia de preservação da sua crescentemente questionada hegemonia global. O pressuposto básico que continua fundamentando a sua agenda estratégica é o de que não existe alternativa à hegemonia do poder e do “excepcionalismo” estadunidense, o qual está na raiz de concepções como a do “poder inteligente” (smart power), que tem sido propagandeado pela secretária de Estado Hillary Clinton, como a nova diretriz estratégica da atuação dos EUA no cenário global.

Em um artigo publicado em 18 de julho na revista inglesa The New Statesman e reproduzido em jornais de todo o mundo (inclusive no “Estadão” de 29 de julho), Hillary dissertou sobre “A Arte do Poder Inteligente”. O texto conclui com uma categórica e arrogante advertência ao mundo:

Hillary Clinton
"Não existe na História um precedente real do papel que desempenhamos ou das responsabilidades que assumimos, e não há alternativa. Isto é o que torna tão excepcional a liderança estadunidense, e é por isso que estou confiante em que continuaremos a servir e defender uma ordem global pacífica e próspera, por muitos anos ainda."

Seguramente, existem poucos precedentes históricos de uma tamanha manifestação de arrogância imperial por parte de um representante do governo de qualquer país, desde que o Homo sapiens sapiens começou a se organizar em estados e nações e passou a dedicar-se a conquistar e submeter outros povos.

Além disso, os interesses institucionais intrínsecos do “complexo de segurança nacional” e suas interconexões com o sistema financeiro internacional, também, impoem a sua dinâmica peculiar na agenda política, contribuindo para criar um cenário de alto potencial explosivo e com situações em que qualquer incidente pode deflagrar um conflito de grandes proporções e consequências imprevisíveis.

James Stavridis
Em uma recente reunião com um alto oficial militar europeu, o comandante militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), almirante James Stavridis, sintetizou a sua percepção do cenário estratégico-político internacional com uma frase curta e agourenta:

«Nós estamos em 1914.» (De Defensa, 3/08/2012).

Para os conhecedores da História, a avaliação do líder militar da Aliança Atlântica remete à trágica combinação de erros de cálculo, imprudências e ações deliberadas, que, em agosto de 1914, se traduziu nos sucessivos ultimatos e declarações de guerra que confluíram na I Guerra Mundial. Em especial, o almirante se referia à percepção de “automatismo” assumido pelos fatos, depois que certas decisões fatais foram tomadas pelos líderes europeus da época, que deixou em numerosos historiadores do conflito a impressão de que, a partir de um certo ponto, a dinâmica de guerra se impôs às tentativas feitas à última hora para impedi-la. Embora se desconheçam os detalhes da conversa de Stavridis com seu colega europeu, ele pode ter pensado, por exemplo, no desespero do imperador alemão Guilherme II, pedindo a seu primo, o czar Nicolau II, para não ordenar a mobilização do Exército imperial russo, devido ao ultimato do Império Austro-Húngaro à Sérvia (onde um terrorista havia assassinado o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono de Viena), situação considerada casus belii para o Estado-Maior germânico. Mas também não se sabe se ele pensou no afã do primeiro lorde do Almirantado, o jovem e belicoso Winston Churchill, que ardia de desejo por um conflito armado e foi um dos principais artífices da declaração de guerra do governo britânico à Alemanha, que o premier Henry Asquith queria evitar a todo custo (não por acaso, Churchill é o grande ícone dos círculos ultrabelicistas do Establishment anglo-americano).

Tais fatos foram magistralmente descritos pela historiadora estadunidense Barbara W. Tuchman, em seu livro «Canhões de Agosto» (Objetiva, 1994), que lhe valeu um Prêmio Pulitzer e era um dos favoritos do presidente John F. Kennedy. Como se sabe, Kennedy mandou distribuir exemplares do livro entre altos funcionários do governo e oficiais militares e extraiu dele preciosos ensinamentos, que muito ajudaram a orientar a sua atitude durante a Crise dos Mísseis de Cuba, em outubro de 1962, quando foi decisivo para evitar o confronto nuclear desejado pelos “falcões” militares e civis de seu governo.


Quase um século depois, uma visão dos acontecimentos em curso no Oriente Médio deixa em qualquer observador minimamente atento a impressão de que, efetivamente, este agosto guarda sombrias semelhanças com o daquele ano fatídico em que o mundo mergulharia na mais sangrenta das guerras travadas até então. Na atmosfera carregada de vapores explosivos, resultante da combinação do conflito na Síria, a campanha de pressões contra o Irã (incluindo um bloqueio econômico e operações clandestinas equivalentes a atos de guerra, sem falar nas ostensivas ameaças de Israel) e a onipresente questão palestina, qualquer evento singular tem o potencial de deflagrar uma escalada de ações militares que, em última análise, pode resultar num conflito regional de alta intensidade.

Na Síria, a interferência externa na rebelião contra o governo do presidente Bashar al-Assad é cada vez mais ativa e visível, sendo admitida abertamente pelo presidente estadunidense Barack Obama, que determinou que o Departamento de Estado encontre formas “encobertas” de apoiar os insurgentes do chamado Exército Livre da Síria (FSA, em inglês). Por ironia, a decisão ocorre no momento em que as atrocidades do FSA contra simpatizantes do regime de Assad começam a se tornar inocultáveis para a mídia ocidental, que até agora vinha tratando o grupo como uma coligação de paladinos em luta por “democracia” no país.

A sem cerimônia dos belicistas oligárquicos chega ao ponto de justificarem a mobilização de combatentes da rede terrorista Al-Qaida (que, de resto, já operam na Síria) para injetar disposição no FSA. Em um comentário publicado em 6 de agosto, no sítio do Conselho de Relações Exteriores (CFR), o senior fellow para Assuntos do Oriente Médio, Ed Husain, afirmou, sem qualquer pudor:

Ed Husain
«Os rebeldes sírios seriam incomensuravelmente mais fracos hoje, se não contassem com a Al-Qaida em suas fileiras. De um modo geral, os batalhões do FSA estão cansados, divididos, caóticos e inefetivos. Sentindo-se abandonadas pelo Ocidente, as forças rebeldes estão se desmoralizando, crescentemente, na medida em que se defrontam com o armamento superior e o Exército profissional do regime de Assad. Porém, os combatentes da Al-Qaida podem ajudar a levantar o moral. O influxo de jihadistas traz disciplina, fervor religioso, experiência de batalha do Iraque, financiamento de simpatizantes sunitas no Golfo e, o mais importante, resultados letais. Em suma, o FSA necessita da Al-Qaida já.»

Poucas vezes, a enfermidade mental dos supremacistas da oligarquia anglo-americana ficou tão explícita em um texto tão conciso. Em um único parágrafo, o autor deixou de lado qualquer prurido de pendor “democrático” – justificativa oficial para o apoio aos rebeldes sírios -, além de admitir que a Al-Qaida é um ativo de inteligência de tais círculos de poder. Para completar, ele afirma: “O cálculo político não declarado entre os formuladores de políticas é, primeiro, livrar-se de Assad – enfraquecendo a posição do Irã na região – e, depois, lidar com a Al-Qaida.”

Ou seja, para o propósito da “mudança de regime” em Damasco, qualquer recurso é válido, mesmo recorrer aos terroristas contra os quais, oficialmene, o governo dos EUA declarou a “guerra ao terror”, em 2001.


Enquanto isso, outros fatores contribuem para aumentar a concentração de vapores explosivos na atmosfera da região:

a interferência crescente da Irmandade Muçulmana nos combates, mobilizando grupos armados sunitas para o conflito – o que, por sua vez, está levando as minorias alauítas, xiitas, drusas e cristãs, que formam o tecido social sírio, a também se armarem, aumentando as perspectivas de conflitos sectários;

a “guerra de inteligência” entre a Síria e a Arábia Saudita, que, entre outras ações ofensivas, resultou no atentado à bomba ao QG dos serviços de segurança sírios em Damasco, em 18 de julho, no qual morreram três altos funcionários do regime, inclusive o ministro da Defesa; em uma possível retaliação, quatro dias depois, uma explosão teria ocorrido na sede do serviço de inteligência saudita, em Riad, na qual teria sido morto o príncipe Bandar bin Sultan Al-Saud, ex-embaixador em Washington e recém-nomeado para o cargo – rumores reforçados pelo fato de Bandar não ter aparecido em público desde a sua nomeação;

a presença de três grupos de batalha da Marinha dos EUA na região, sendo dois no Golfo Pérsico e um terceiro a caminho, ao mesmo tempo em que uma força naval russa encontra-se ancorada no porto sírio de Tartus e dois destróieres chineses estão no Mediterrâneo, para visitas a portos “amigos”, pela primeira vez desde 2002;

o ataque de um grupo terrorista a um posto policial egípcio no deserto do Sinai, na fronteira com Israel, que deixou 16 policiais mortos; embora os atacantes não tenham sido identificados, o objetivo claro do ataque é criar mais atritos nas já conturbadas relações egípcio-israelenses;

a nova rodada de sanções contra o Irã, aprovadas pelo Congresso dos EUA em 1º. de agosto, punindo quaisquer empresas ou indivíduos que tenham relações com empresas energéticas iranianas ou vendam petroleiros ao país – que alguns observadores comparam às sanções adotadas pelo governo estadunidense contra o Japão, em 1940-1941, que muito contribuíram para levar o Império Nipônico a atacar os EUA.

Essa perigosa combinação de fatores resulta da visível frustração dos círculos belicistas estadunidenses e europeus com a inesperada resistência demonstrada até agora pelo regime de Assad. Frustração que se transforma em um virtual desespero, na medida em que a crise sistêmica global se aprofunda e leva um número crescente desses supremacistas a considerar a opção por um novo conflito regional – que, forçosamente, teria repercussões planetárias – como uma forma de preservação da sua hegemonia estratégica.



Movimento de Solidariedade Íbero-americana



Créditos ➞ este post é matéria apresentada no Boletim Eletrônico MSIa INFORMA, do MSIa – Movimento de Solidariedade Íbero-americana, Vol. IV, No 09, de 10 de agosto de 2012.

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Fonte: Blog do Ambientalismo
Imagem: Google (colocadas por este blog)