É possível controlar a corrida armamentista?
2 de Julho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaSem dúvida, os conflitos armados que ocorrem ao redor do mundo precisam de um freio, já que são os civis, principalmente, que pagam a conta desses ataques com a própria vida e o imperialismo faz, assim, a sua escalada com essas mortes encomendadas. Sob essa ótica, o projeto é bem-vindo.
O que lhe tira o mérito é a sua justificativa míope e parcial. A ONU alega que o mercado fornece “a ditadores e seus opositores o que eles precisam para oprimir populações ou fazer guerras. Um exemplo atual é a Síria: o regime Assad só consegue continuar reprimindo seus opositores graças às importações de armas da Rússia”, enfatiza.
Tendo-se em conta que quem maneja essas armas contra os “ditadores” – na verdade, chefes de estado, segundo a população sob sua régia – são mercenários pagos por governos desenvolvidos para invadirem e assumirem o comando de países do seu interesse político ou econômico, por exemplo, os do Oriente e os da América Latina, quem se beneficiará com essas medidas de contenção serão os países imperialistas.
Sem dúvida, o tema que a ONU colocou na berlinda merece atenção, mas em uma abrangência de discussão muito mais ampla, afinal, nas situações bélicas os “mocinhos e bandidos” não são vistos do mesmo modo pelos diferentes tipos de governos. Principalmente, os conflitos recebem diferentes avaliações de correntes políticas imperialistas e antiimperialistas.
Critérios
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -- EUA, Rússia, China, França e Reino Unido – são todos grandes exportadores de armas. Esses pedem que os critérios para o controle sejam “humanitários”.
A China opõe-se a decisões baseadas nos “direitos humanos", explica Simone Wisotzki, da ONU. Justificável: trata-se de critérios vagos e facilmente manipulados.
Já os EUA, segundo Wisotzki, exercem "um papel ambivalente" neste contexto, principalmente no que diz respeito à submissão do controle de munições e armas de pequeno porte às Nações Unidas.
Katharina Spiess, da Anistia Internacional, acredita que os grandes exportadores de armas têm interesse em regras internacionais para o setor. "Já temos regras de controle do comércio de armas em âmbito regional. Na União Europeia, por exemplo, há desde 2008 uma 'cláusula comum' que proíbe a transferência de armas quando há violações de direitos humanos. Os EUA também conhecem tais regras", completa Spiess.
Consenso
Os 193 países-membros da ONU estão reunidos em Nova York para negociar sobre o assunto, embora o prazo de quatro semanas seja muito curto para se chegar a um acordo, observa Simone Wisotzki. Na opinião dela, é possível que o documento fique cada vez menos consistente devido à necessidade de chegar a qualquer custo a um consenso.
Para quem observa criticamente e à distância, consenso, nesse debate, assemelha-se muito mais a um horizonte inatingível do que a real possibilidade de trilhar os primeiros passos na direção da paz possível e desejada por movimentos humanitários e sociais.
Fonte: Vermelho
Imagem Google
Império Americano começa a desmoronar - Parte II
2 de Julho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA mais importante empresa de fornecimento de energia elétrica no estado de Nova York, com uma planilha de 15 mil funcionários e 3,2 milhões de clientes, ativou uma equipe profissional de emergência para atender as mais urgentes necessidades dos usuários.
O conflito chegou a seu clímax neste domingo quando a junta diretora da corporação não conseguiu um acordo com a Utility Workers Union relacionado às demandas de pagamento por horas extras e renovação de contratos semanais.
A maioria dos trabalhadores suspensos são funcionários que realizam leitura de relógios digitais e, embora não estejam formalmente demitidos, não poderão reivindicar salários adicionais nem regressar ao trabalho até que se atinja um novo acordo empresarial.
Autoridades de Maryland, Virgínia Ocidental, Ohio, Virgínia e Washington reconheceram que poderiam levar vários dias para restabelecer a eletricidade em zonas açoitadas por violentas tempestades no final da semana passado.
Os tornados, combinados com altas temperaturas extremas, mataram pelo menos 16 pessoas nos últimos seis dias e deixaram na escuridão três milhões de usuários principalmente na região nordeste do país.
Na sexta-feira passada, uma faixa de ventos de até 128 quilômetros por hora derrubou dezenas de árvores que bloquearam estradas e deixaram sem energia, serviços de Internet e telefonia celular milhares de estadunidenses nos mencionados estados.
Fonte: Prensa Latina
Militar israelense agride criança palestina
2 de Julho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
Nesta segunda-feira (2), o jornal israelense Haaretz publicou em seu site o vídeo de um policial de fronteira israelense chutando um garoto palestino em Hebron.
De acordo com o jornal, o incidente ocorreu na última sexta-feira (29) na cidade palestina, vizinha de Jerusalém. O garoto que aparece nas imagens, de nove anos, foi identificado pelo Haaretz como Abed a-Rahman. Veja o vídeo:
As imagens foram feitas pela ONG B’Tselem. De acordo com a organização, o vídeo foi feito por um voluntário em Hebron. Dois militares são vistos no local, armados e uniformizados. Eles esperam pelo garoto, que sai de um beco perto da casa dele. Em seguida, um dos homens segura o menino, o atira ao chão e pergunta: “Por que você está causando problemas?”
A criança começa a chorar. Na sequência, um segundo militar se aproxima e chuta o menino, que depois é visto saindo do local. A ONG disse, segundo o Haaretz, que vai denunciar os militares.
Fonte: Vermelho
Assassínos e agressores de um povo que se diz escolhido por DEUS???
Que DEUS é esse que permite que seu "escolhido" povo maltrate crianças???
Até quando o mundo vai permitir isso???
Império Americano começa a desmoronar
30 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaComércio de carbono e o mecanismo REDD+ ameaçam a produção alimentar e a soberania dos povos africanos
30 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaCamponeses de Moçambique “cultivam” carbono para os poluidores
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Camponês cuida de floresta em Nhambita - Foto: Africa News |
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Supervisor técnico da Envirotrade mostra área protegida Foto: Africa News |
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Apoio da Comissão Europeia ao projeto da Envirotrade Foto: Africa News |
Fonte: Brasil de Fato
Imagem: Google
Jornais paraguaios demonstram revolta pelo ingresso da Venezuela no Mercosul
30 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda![]() |
Foto: Reprodução/ABC Color |
Maior jornal do Paraguai, o ABC Color foi enfático. “Meteram pela janela a Venezuela”, decretou. Segundo o periódico, foi um “atropelo à dignidade, às instituições e aos direitos internacionais da República”. O jornal citou a Guerra do Paraguai ao lembrar que o argumento de que a decisão “não é contra o povo” foi o mesmo usado no Tratado de 1865, que pôs fim ao conflito.
No ABC Color, frequentemente têm sido citados como referências positivas alguns colunistas da revista Veja, como, por exemplo, Ricardo Setti. O jornal destaca, por exemplo, que Setti definiu como “golpe” a decisão que permitiu o ingresso da Venezuela no bloco. O maior vilão seria o chanceler argentino Hector Timermann, que, segundo os paraguaios, teria liderado o movimento para punir o país e beneficiar a Venezuela.
Fonte: Brasil247
Reino de Espanha:O rei caçador e a Aliança do Pacífico
por Mauro Santayana
Aliança do Pacífico,para quem não conhece, é uma organização patrocinada pelo México e pela Espanha, que nasce com o claro objetivo de se contrapor à ampliação da presença brasileira na América do Sul, e que reúne, além do México, o Chile, o Peru e a Colômbia.
Combalida política e economicamente, por uma crise que se aprofunda a cada dia, também do ponto de vista social – pela erosão de sua credibilidade internacional – a Espanha e sua diplomacia parecem não ter aprendido nada com as dolorosas lições dos últimos anos.
Hino em defesa da soberania Latino Americana
29 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
Neste momento em que o continente sofre mais um golpe, depois da tentativa na Venezuela, em 2002, e o último ocorrido em Honduras, 2009, agora o Paraguai, mais do que nunca é importante cantar esta obra-prima em forma de canção, uma homenagem à América Latina.
Fonte: Vermelho
Vídeo: Youtube
O mundo sobreviverá à ambição arrogante de Washington?
28 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
Por Paul Craig Roberts, Institute of Political Economy
tradução Vila Vudu
Quando o presidente Reagan nomeou-me para o cargo de vice-secretário do Tesouro para Política Econômica, disse-me que tínhamos de restaurar a economia dos EUA, resgatá-la da estagnação, para voltarmos a ter economia forte, para enfrentar os soviéticos e convencê-los a negociar o fim da Guerra Fria.
Reagan disse que não havia motivo algum para continuarmos a viver sob a ameaça de uma guerra nuclear. O governo Reagan alcançou os dois objetivos.
Mas, imediatamente depois, esses dois sucessos do governo Reagan foram descartados pelos governos que vieram depois dele. Foi o próprio vice-presidente de Reagan e seu sucessor na presidência, George Herbert Walker Bush, quem primeiro violou o acordo Reagan-Gorbachev: ao incorporar à OTAN partes do Império Soviético; e ao instalar bases militares ocidentais junto à fronteira da Rússia.
O processo de cercar a Rússia com bases militares prosseguiu sem descanso ao longo de vários governos nos EUA, com inúmeras “revoluções coloridas” pagas pelo Fundo Nacional dos EUA para a Democracia [orig. US National Endowment for Democracy, NED] que, para muitos, não passa de fachada para ações clandestinas da CIA. Washington tentou ‘mudança de regime’ na Ucrânia, para instalar ali um governo controlado por Washington; e na Georgia ex-soviética, terra natal de Joseph Stalin, conseguiu.
O presidente da Georgia, país entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, é reles fantoche de Washington. Anunciou, há pouco tempo, que a Georgia ex-soviética será incorporada à OTAN, como membro pleno, em 2014.
Os mais velhos ainda lembrarão que a Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN, é aliança criada entre a Europa Ocidental e os EUA, contra o perigo de o Exército Vermelho tomar toda a Europa Ocidental. O Atlântico Norte fica muito, muito longe do Mar Negro e do Mar Cáspio. Por quê a Georgia seria convertida em membro da OTAN... a menos que se trate de, assim, oferecer a Washington uma base militar no “baixo ventre macio da Rússia” [ing. russian soft underbelly, expressão criada por Churchill, no início do século 20]?
É absolutamente evidente, evidente demais, que os EUA – os dois principais partidos – já decidiram que Rússia e China são os inimigos ‘da hora’. Ainda não se sabe se o ‘projeto’ é destruir os dois países ou apenas incapacitá-los e torná-los impotentes, para que não se possam opor ao avanço imperial de Washington. Seja qual for o projeto, todos os caminhos levam à guerra nuclear.
A prostituída imprensa-empresa norte-americana [orig, presstitute American press] insiste em que um diabólico governo Sírio ‘do mal’ estaria assassinando civis inocentes, que só ansiariam por democracia; que se a ONU não intervier militarmente, os EUA terão de agir, em nome da defesa de direitos humanos. Rússia e China são pintadas como demônios-assessores do demônio mor sírio, até por altos funcionários do governo dos EUA, porque se opõem ativamente à ideia ensandecida de que a OTAN ‘deve’ atacar a Síria.
Os fatos são muito diferentes e absolutamente não aparecem na prostituída imprensa-empresa norte-americana e nas ‘declarações’ de altos funcionários do governo dos EUA. Os ‘rebeldes’ sírios estão armados com armamento militar. Os ‘rebeldes’ estão lutando contra o exército sírio. Os ‘rebeldes’ massacram civis. Os mesmos ‘rebeldes’, em seguida, ‘informam’ às mídias prostituídas que lhes prestam o sujo serviço de distribuir propaganda no ocidente, que os massacres seriam obra do governo sírio. E subprostitutas da subimprensa-empresa de repetição repetem para todo o ocidente a mesma propaganda.
Dado que as armas que se veem nas mãos dos ‘rebeldes’ não estão à venda nos mercados sírios nem em banca de frutas, é óbvio que alguém está armando os ‘rebeldes’. Os melhores analistas e observadores do mundo têm repetido que aquelas armas são fornecidas aos ‘rebeldes’ pelos EUA ou por subalternos aos quais os EUA atribuem a tarefa (local) de armar ‘rebeldes’ (locais), em vários pontos do mundo.
Assim sendo, já não é segredo que Washington provocou uma guerra civil na Síria, exatamente como fez na Líbia. Apenas que, dessa vez, russos e chineses perceberam a tempo e absolutamente não permitirão que se aprove, no Conselho de Segurança da ONU, resolução-golpe semelhante à que o ocidente conseguiu arrancar do CS e usou contra Gaddafi.
Para contornar esse impedimento, peguem aí um avião Phantom velho, dos anos 1960s, da Guerra do Vietnã, e mandem a Turquia mandar o Phantom voar para dentro das fronteiras sírias. Os sírios derrubarão o jato velho e, então, a Turquia apelará aos seus aliados na ONU, para que acorram em seu socorro contra a Síria. Fracassada a opção ONU, Washington poderá invocar algum neo ‘dever-de-atacar’, nos termos do tratado que criou a OTAN, para defender aliado membro da OTAN... contra a Síria já eficazmente demonizada.
A mentira neoconservadora que continua a ser usada como justificativa por trás das chamada ‘guerras de hegemonia’ de Washington é a mentira de que os EUA estariam levando democracia aos países que invade, ocupa e destrói com bombardeios. Mal parafraseando Mao, “a democracia nasce do cano do fuzil”. Contudo, pouca democracia há à disposição da Primavera Árabe; menos ainda, no Iraque e no Afeganistão, dois países que foram “libertados” na invasão-ocupação-bombardeio democráticos dos EUA.
Os EUA estão distribuindo guerras civis e países estilhaçados, pelo mundo. Exatamente o que o presidente Bill Clinton distribuiu na ex-Iugoslávia. Quanto maior o número de países desmontados, reduzidos a cacos e dilacerados por guerras entre grupos locais rivais... maior o poder de Washington.
A Rússia de Putin entende claramente que a própria Rússia está sob ameaças, não só porque Washington paga para criar uma “oposição russa”, mas, também, porque Washington trabalha para criar guerras entre facções islamistas, também em estados seculares de população muçulmana, como o Iraque e a Síria. Essas cisões respingam também sobre a Rússia e fazem despertar questões russas, como o terrorismo checheno.
Quando um estado secular é derrubado, as facções islamistas ficam liberadas para saltar, umas ao pescoço das outras. A guerra interna paralisa o país, torna-o impotente. Como já escrevi outras vezes, o ocidente sempre conseguiu controlar o oriente porque as facções islamistas odeiam-se umas as outras mais do que odeiam o conquistador ocidental. Assim, quando Washington destrói governos seculares não islamistas, como destruiu o Iraque e, agora, tenta destruir a Síria, os islamistas emergem e põem-se a disputar a supremacia entre eles mesmos. Nada melhor, do ponto de vista de Israel e Washington, que esses estados que perdem as condições de agir como adversário resistente coerente.
A Rússia é hoje vulnerável, porque Putin é demonizado pela mídia nos EUA em geral e por Washington em especial, e porque a oposição a Putin, dentro da Rússia é financiada por Washington e trabalha a favor dos interesses dos EUA, não dos russos. O inferno que Washington está construindo e espalhando pelos estados muçulmanos respinga sobre as populações muçulmanas dentro da Rússia.
Já se sabe que é mais difícil para Washington interferir nos assuntos internos da China, embora já haja sinais de que a semeadura de discórdia já começa a brotar em algumas províncias. Espera-se que, dentro de alguns anos, a economia chinesa suplante, em valores, a economia dos EUA; pela primeira vez na história, uma potência asiática aparecerá à frente das demais economias mundiais e à frente das mais poderosas economias ocidentais .
Essa possibilidade já bem real abala profundamente Washington. Washington, que se deixou derrotar e é hoje governada por Wall Street e outros grupos de negócios específicos, é absolutamente impotente para deter o continuado declínio da economia norte-americana.
Os especialistas que vivem da jogatina em Wall Street, aos quais só interessam os ganhos de curtíssimo prazo; o complexo militar/segurança, que lucra com a guerra; e as empresas que exportaram, com a produção de bens e serviços, também os postos de trabalho dos norte-americanos, e que hoje lucram com isso são as forças que elegem representantes e nomeiam autoridades em Washington. E assim, enquanto a economia norte-americana naufraga, a economia chinesa prospera.
A resposta de Washington a essa situação? Militarizar o Pacífico. A secretária de Estado Hillary Clinton “área de interesse nacional dos EUA”, o Mar do Sul da China. Os EUA estão chantageando o governo das Filipinas, usando lá a “carta chinesa” (a ameaça viria da China) e trabalhando para conseguir que a Marinha dos EUA seja convidada a voltar para a base naval que ocupou, há tempos, na Baía Subic. Recentemente, houve manobras conjuntas entre exércitos e marinhas dos EUA e das Filipinas: treinamento para enfrentar “a ameaça chinesa”.
A Marinha dos EUA está deslocando navios para o Pacífico e construindo nova base naval numa ilha da Coreia do Sul. Os Marines dos EUA já estão baseados na Austrália e estão sendo realocados, do Japão, para outros países asiáticos. Os chineses nada têm de idiotas. Sabem perfeitamente que Washington está tentando encurralar a China.
Para um país incapaz de ocupar o Iraque depois de oito anos de guerra; e incapaz de ocupar o Afeganistão depois de 11 anos de guerra... imaginar-se capaz de tomar e ocupar simultaneamente duas potências nucleares é, simplesmente, ato de insanidade.
A húbris, a arrogância enlouquecida, alimentada diariamente em Washington por doidos neoconservadores que ainda não viram, até hoje, o extraordinário fracasso dos EUA no Iraque e no Afeganistão, meteram-se, agora, a provocar duas potências gigantes – Rússia e China. A história do mundo, em todos os tempos, jamais, antes, assistiu a tamanha imbecilidade.
Psicopatas, sociopatas, doidos varridos e idiotas ‘normais’ que mandam em Washington estão arrastando os EUA e o mundo, para vastíssima desgraça. Os governos que se sucedem em Washington – tanto faz que sejam governos Democratas ou Republicanos – , e independente de quem venha a ser o próximo presidente dos EUA são, hoje, a mais grave ameaça à vida nesse planeta, que jamais houve, em todos os tempos. Como se não bastasse, os criminosos de Washington contam com a cumplicidade incondicional da empresa-imprensa.
Em próxima coluna, examinarei a chance que talvez ainda haja de os criminosos de guerra que comandam Washington e sua empresa-imprensa de repetição conseguirem levar a termo o total colapso da economia dos EUA, antes de que os mesmos criminosos de guerra consigam por fogo no mundo.
Fonte: Vermelho
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América do Sul pode sofrer com era de instabilidade
27 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaÀ medida que a queda de Fernando Lugo vai ficando para trás, os presidentes que permanecem em seus cargos na América do Sul passam a botar em questão o próprio futuro. Ou o de seus sucessores. Embasada pela lei paraguaia, a deposição do presidente tem potencial para contaminar toda a região, na avaliação do Palácio do Planalto. Bastaria que os mandatários fossem encurralados pela maioria de seus Congressos, como ocorreu com Lugo, e conseguissem um pretexto para a deposição -- no caso paraguaio, foi a morte de 17 pessoas em conflito agrário.
É a partir desse raciocínio que os membros do Mercosul e da Unasul trabalham para dar uma resposta dura à decisão dos parlamentares do Paraguai, já que, instalado o clima de instabilidade, ninguém estaria seguro, independente da posição política. No curto prazo, quem estaria em posição mais vulnerável é o boliviano Evo Morales, que, a exemplo de Lugo, é mais atencioso em seu governo com uma parte específica da população – assim como Evo, Lugo era próximo dos movimentos sociais do campo e foi acusado de não reprimir corretamente seus abusos.
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"Embasada pela lei paraguaia, a deposição do presidente tem potencial para contaminar toda a região"
Será isso um aviso?
O golpe no Paraguai mostra a facilidade que foi deposto um governo que foi eleito pelo povo.
Começará a famosa "Primavera" na América do Sul?
Burgos Cãogrino
O Golpe no Paraguai e a tríplice fronteira
25 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaEsta razão os leva a deixar o assunto, neste momento, nas mãos da OEA. Na verdade, se as autoridades de Washington não ordenaram a operação relâmpago contra Lugo, não há dúvida de que o Parlamento paraguaio vem sendo, e há muito, movido pelo controle remoto do Norte.
E é quase certo que, ao agir como agiram, os inimigos de Lugo contavam com o aval norte-americano. E ainda contam. Conforme o Wikileaks revelou, a embaixada norte-americana informava a Washington, em março de 2009, que a direita preparava um “golpe democrático” contra Lugo, mediante o Parlamento. Infelizmente, não sabemos o que a embaixada dos Estados Unidos em Assunção comunicou ao seu governo depois e durante toda a maturação do golpe: Assange e Meaning estão fora de ação.
Não é segredo que os falcões ianques sonham com o controle da Tríplice Fronteira. Não há, no sul do Hemisfério, ponto mais estratégico do que o que une o Brasil ao Paraguai e à Argentina. É o ponto central da região mais populosa e mais industrializada da América do Sul, a pouco mais de duas horas de voo de Buenos Aires, de São Paulo e de Brasília. Isso sem falar nas cataratas do Iguaçu, no Aquífero Guarani e na Usina de Itaipu. Por isso mesmo, qualquer coisa que ocorra em Assunção e em Buenos Aires nos interessa, e de muito perto.
Não procede a afirmação de Julio Sanguinetti, o ex-presidente uruguaio, de que estamos intervindo em assuntos internos do Paraguai. É provável que o ex-presidente — que teve um desempenho neoliberal durante seu mandato — esteja, além de ao Brasil e à Argentina, dirigindo suas críticas também a José Mujica, lutador contra a ditadura militar, que o manteve durante 14 anos prisioneiro, e que vem exercendo um governo exemplar de esquerda no Uruguai.
Não houve intervenção nos assuntos internos do Paraguai, mas a reação normal de dois organismos internacionais que se regem por tratados de defesa do estado de direito no continente, o Mercosul e a Unasul — isso sem se falar na OEA, cujo presidente condenou, ad referendum da assembleia, o golpe parlamentar de Assunção.
É da norma das relações internacionais a manifestação de desagrado contra decisões de outros países, mediante medidas diplomáticas. Essas medidas podem evoluir, conforme a situação, até a ruptura de relações, sem que haja intervenção nos assuntos internos, nem violação aos princípios da autodeterminação dos povos.
A prudência — mesmo quando os atos internos não ameacem os países vizinhos — manda não reconhecer, de afogadilho, um governo que surge ex-abrupto, em manobra parlamentar de poucas horas. E se trata de sadia providência expressar, de imediato, o desconforto pelo processo de deposição, sem que tenha havido investigação minuciosa dos fatos alegados, e amplo direito de defesa do presidente.
Registre-se o açodamento nada cristão do núncio apostólico em hipotecar solidariedade ao sucessor de Lugo, a ponto de celebrar missa de regozijo no dia de sua posse. O Vaticano, ao ser o primeiro a reconhecer o novo governo, não agiu como Estado, mas, sim, como sede de uma seita religiosa como outra qualquer.
O bispo é um pecador, é verdade, mas menos pecador do que muitos outros prelados da Igreja. Ele, ao gerar filhos, agiu como um homem comum. Outros foram muito mais adiante nos pecados da carne — sem falar em outros deslizes, da mesma gravidade — e têm sido “compreendidos” e protegidos pela alta hierarquia da Igreja. O maior pecado de Lugo é o de defender os pobres, de retornar aos postulados da Teologia da Libertação.
Lugo parece decidido a recuperar o seu mandato — que duraria, constitucionalmente, até agosto do próximo ano. Não parece que isso seja fácil, embora não seja improvável. Na realidade, Lugo não conta com a maior parcela da classe média paraguaia, e possivelmente enfrente a hostilidade das forças militares. Os chamados poderes de fato — a começar pela Igreja Católica, que tem um estatuto de privilégios no Paraguai — não assimilaram o bispo e as suas ideias. Em política, no entanto, não convém subestimar os imprevistos.
Os fazendeiros brasileiros que se aproveitaram dos preços relativamente baixos das terras paraguaias, e lá se fixaram, não podem colocar os seus interesses econômicos acima dos interesses permanentes da nação. É natural que aspirem a boas relações entre os dois países e que, até mesmo, peçam a Dilma que reconheça o governo. Mas o governo brasileiro não parece disposto a curvar-se diante dessa demanda corporativa dos “brasiguaios”.
No Paraguai se repete uma endemia política continental, sob o regime presidencialista. O povo vota em quem se dispõe a lutar contra as desigualdades e em assegurar a todos a educação, a saúde e a segurança, mediante a força do Estado. Os parlamentos são eleitos por feudos eleitorais dominados por oligarcas, que pretendem, isso sim, manter seus privilégios de fortuna, de classe, de relações familiares.
Nós sofremos isso com a rebelião parlamentar, empresarial e militar (com apoio estrangeiro) contra Getulio, em 1954, que o levou ao suicídio; contra Juscelino, mesmo antes de sua posse, e, em duas ocasiões, durante seu mandato. Todas foram debeladas. A conspiração se repetiu com Jânio, e com Jango — deposto pela aliança golpista civil e militar, patrocinada por Washington, em 1964.
A decisão dos países do Mercosul de suspender o Paraguai de sua filiação ao tratado, e a da Unasul de só reconhecer o governo paraguaio que nasça das novas eleições marcadas para abril, não ferem a soberania do Paraguai, mas expressam um direito de evitar que as duas alianças continentais sejam cúmplices de um golpe contra o estado democrático de direito no país vizinho.
Fonte: JB Online, Vermelho
Imagem: Google