Rússia e Turquia renunciam ao dólar
22 de Julho de 2014, 19:12 - sem comentários aindaMoscou e Ancara decidiram passar para rublos e liras turcas nos pagamentos recíprocos, comunicaram os chefes dos departamentos econômicos da Rússia e Turquia, Alexei Ulyukaev e Nihat Zeybekci, após o “encontro empresarial” dos G20 na Austrália.
Na opinião de peritos, uma das razões do afastamento do dólar é a posição da administração dos EUA, ou seja suas decisões imprevisíveis de introduzir sanções unilaterais contra participantes do mercado internacional.
O chefe da cátedra de relações internacionais da Universidade de Ufuk em Ancara, doutor em ciências políticas e professor Oya Akgonenc Mugisuddin compartilhou com a Voz da Rússia sua opinião sobre a influência de tais sanções unilaterais na situação no mundo:
Mugisuddin: As sanções são um instrumento jurídico internacional teoricamente admissível nas relações entre os Estados. Mas sua aplicação é admitida por uma série de condições. É necessário argumentá-las nitidamente. Por quem, contra quem e que sanções serão declaradas? À base de que e com que objetivo?
Em outras palavras, devemos falar em cada caso concreto não apenas das próprias sanções, mas também da competência do árbitro que autorizou sua aplicação. A tensão em todo o sistema das relações internacionais está crescendo imediatamente no caso da declaração arbitrária unilateral das sanções. A ordem mundial torna-se mais vulnerável, estruturas econômicas são sujeitas à pressão. O ambiente negativo universal não pode deixar de atingir em resultado os interesses do autor das sanções.
Voz da Rússia: Pelo visto, muitos países europeus recusaram-se por esta causa de aplicar sanções contra a Rússia?
Mugisuddin: Sem dúvida! No processo de tomada de resoluções na área da política externa, cada país considera em primeiro lugar seus próprios interesses. Inicialmente, Bruxelas havia apoiado as sanções americanas contra a Rússia, mas, posteriormente, renunciou a elas, porque essas sanções contrariaram abertamente os interesses dos países da UE.
Os europeus são ligados à Rússia por relações econômicas, políticas e históricas profundas. Destaque-se que não teve o último papel nisso a crescente desconfiança em relação aos americanos que estão vigiando constantemente seus parceiros europeus. Além disso, a América exige que os europeus lhe sejam subordinados incondicionalmente, inclusive em relação às sanções. Tal atitude irrita os países da União Europeia.
Voz da Rússia: No contexto da política de sanções imprevisível dos EUA, cada vez mais países preferem utilizar moedas nacionais em seus pagamentos recíprocos. A Turquia não é uma exceção. Isso foi declarado pelo ministro da Economia, Nihat Zeybekci, que propôs usar rublos e liras turcas em pagamentos russo-turcos. Como o Sr. avalia tal perspetiva?
Mugisuddin: Ultimamente, o mundo sobreviveu a uma série de crises financeiro-econômicas que atingiram tanto os EUA, como os países europeus. Esses acontecimentos tornaram-se possíveis inclusive em resultado da ineficiência das existentes instituições financeiras internacionais e da utilização da divisa única no comércio externo. Não todos os países têm uma economia igualmente potente e dispõem de sua própria moeda forte. A ligação à única divisa encerra consequências nefastas. Bastaria mencionar os problemas com que periodicamente deparavam vários países europeus só porque eles se juntaram da zona do euro.
A crise, contudo, contornou a Turquia em primeiro lugar porque o nosso país não faz parte da UE e não utiliza o euro no comércio externo. A Turquia ganhou em resultado da utilização da moeda nacional nas suas transações econômico-comerciais com vizinhos, inclusive com a Rússia, e agora tenta fixar esse mecanismo de pagamentos recíprocos. Não pode haver nada de mais natural. Hoje, para nós é vantajoso utilizar as divisas nacionais e não depender do dólar ou do euro.
Fonte: Voz da Rússia
A condenação de ISRAEL...
21 de Julho de 2014, 22:57 - sem comentários aindaPor Crimes de guerra
Por Crimes contra a paz
Por Crimes contra a humanidade
Eduardo Galeano: Já pouca Palestina resta. Pouco a pouco, Israel está a apagá-la do mapa
21 de Julho de 2014, 11:40 - sem comentários aindaDesde 1948, os palestinianos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem sequer respirar sem autorização. Têm perdido a sua pátria, as suas terras, a sua água, a sua liberdade, tudo. Nem sequer têm direito a eleger os seus governantes.
Para justificar-se, o terrorismo de Estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe álibis. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo os seus autores quer acabar com os terroristas, conseguirá multiplicá-los.
Desde 1948, os palestinianos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem sequer respirar sem autorização. Têm perdido a sua pátria, as suas terras, a sua água, a sua liberdade, tudo. Nem sequer têm direito a eleger os seus governantes. Quando votam em quem não devem votar, são castigados. Gaza está a ser castigada. Converteu-se numa ratoeira sem saída, desde que o Hamas ganhou legitimamente as eleições em 2006. Algo parecido tinha ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador.
Banhados em sangue, os habitantes de El Salvador expiaram a sua má conduta e desde então viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem. São filhos da impotência os rockets caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desleixada pontaria sobre as terras que tinham sido palestinianas e que a ocupação israelita usurpou. E o desespero, à orla da loucura suicida, é a mãe das ameaças que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está a negar, desde há muitos anos, o direito à existência da Palestiniana. Já pouca Palestiniana resta. Pouco a pouco, Israel está a apagá-la do mapa.
Os colonos invadem, e, depois deles, os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam o despojo, em legítima defesa. Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polónia para evitar que a Polónia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma das suas guerras defensivas, Israel engoliu outro pedaço da Palestiniana, e os almoços continuam. O repasto justifica-se pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinianos à espreita. Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, o que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, o que escarnece das leis internacionais, e é também o único país que tem legalizado a tortura de prisioneiros. Quem lhe presenteou o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está a executar a matança em Gaza? O governo espanhol não pôde bombardear impunemente o País Basco para acabar com a ETA, nem o governo britânico pôde arrasar Irlanda para liquidar a IRA. Talvez a tragédia do Holocausto implique uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde vem da potência 'manda chuva' que tem em Israel o mais incondicional dos seus vassalos? O exército israelita, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe quem mata. Não mata por erro. Mata por horror. As vítimas civis chamam-se danos colaterais, segundo o dicionário de outras guerras imperiais.
Em Gaza, de cada dez danos colaterais, três são meninos. E somam milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está a ensaiar com êxito nesta operação de limpeza étnica. E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Por cada cem palestinianos mortos, um israelita. Gente perigosa, adverte o outro bombardeamento, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a achar que uma vida israelita vale tanto como cem vidas palestinianas. E esses meios também nos convidam a achar que são humanitárias as duzentas bombas atómicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irão foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.
A chamada comunidade internacional, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos assumem quando fazem teatro? Ante a tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial destaca-se uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade. Ante a tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos.
A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama uma ou outra lágrima enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caça aos judeus foi sempre um costume europeu, mas desde há meio século essa dívida histórica está a ser cobrada aos palestinianos, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antissemitas. Eles estão a pagar, em sangue, na pele, uma conta alheia.
(Este artigo é dedicado aos meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latino americanas que Israel assessorou)
Artigo publicado no Sin Permiso.
Tradução de Mariana Carneiro para o Esquerda.net.
Fonte: Esquerda.Net
Imagem: Google
Putin é culpado?
20 de Julho de 2014, 20:55 - sem comentários aindaDo site O Cafezinho
Enquanto os brasileiros são bombardeados por nossa mídia com a informação de que o presidente russo, Vladimir Putin, tem culpa na queda do avião da Malasya Airlines, Pepe Escobar, um dos maiores especialistas mundiais em geopolítica e seu jogo na mídia, traz informações muito diferentes.
Nunca é demais cumprimentar o blog Redecastorpohoto, pela contribuição inestimável de traduzir os artigos de Escobar, o qual, apesar de brasileiro, escreve em inglês para jornais da Ásia e da Rússia.
*
Pepe Escobar: Míssil de Putin?
19/7/2014, [*] Pepe Escobar, RT – Russia Today
“It was Putin’s missile?”
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Eis o veredicto da boataria de guerra: a mais recente tragédia da Malaysia Airlines (a segunda em quatro meses) é “terrorismo” perpetrado por “separatistas pró-Rússia” armados pela Rússia, e Putin é o principal culpado. Acabou-se a história. Quem tenha ideia diferente dessa, que cale a boca.
Por quê? Porque sim. Porque a CIA disse. Porque a Hilária “Nós viemos, nós vimos, ele morreu” Clinton disse. Porque a doida Samantha ‘’Responsabilidade de Bombardear para Proteger’’ Power disse – trovejando na ONU, tudo devidamente impresso pelo Washington Post infestado de neoconservadores.
Porque a empresa-imprensa anglo-americana – da CNN à Fox (que tentou comprar a Time Warner, que pertence à CNN) – disse. Porque o Presidente dos EUA (PEUA) disse. E principalmente, sobretudo, porque Kiev vociferou, em primeiro lugar.
E lá estavam todos eles, em fila – as resmas de invariavelmente histéricos “especialistas” da “comunidade de inteligência dos EUA” literalmente espumando pela boca contra a maléfica Rússia, o ainda mais maléfico Putin; os “especialistas” de inteligência, aqueles, que não viram um comboio de coruscantes picapes Toyota brancas atravessando o deserto iraquiano para tomar Mosul. Esses, aliás, já sentenciaram: ninguém mais precisa examinar prova alguma. Nada e nada. O mistério do voo MH17 está resolvido.
Destroços do MH17 – Malaysia Airlines |
Boeing 777-200 – Malaysia Airlines |
E sobre Carlos?!
Pesquisa rápida já mostra que o voo MH17 estava deslocado, 200km para o norte, distante da rota habitual da Malaysian Airlines nos dias anteriores – dirigido bem para o centro de uma zona de guerra. Por quê? Que tipo de comunicação o MH17 recebeu da torre de controle aéreo de Kiev?
Kiev não disse uma palavra sobre isso. Mas a resposta seria simples, se Kiev tivesse distribuído as gravações dos contatos entre a torre e o vôo MH17; aMalaysia distribuiu exatamente essas gravações, depois que o vôo MH370 desapareceu para sempre.
Essas gravações nunca aparecerão. O serviço secreto da Ucrânia (SBU) confiscou essas gravações. Sem elas, não há como saber por que o vôo MH17estava fora da rota e o que os pilotos disseram antes da explosão.
Buk 9K37 do exército da Ucrânia |
O ministro da Defesa da Rússia, por sua vez, confirmou que havia uma bateria Buk antiaérea controlada por Kiev e operacional, próxima da área onde caiu o MH17. Kiev havia distribuído vários sistemas de mísseis Buk terra-ar, com pelo menos 27 lançadores; todos perfeitamente capazes de derrubar jatos a 33 mil pés (10.000 m aprox.) de altura.
Militares russos detectaram radiação de um radar Kupol, como parte de uma bateria Buk-M1 perto de Styla [vila ao sul, a cerca de 30 km de Donetsk].Segundo o ministério, o radar poderia estar transmitindo informações de rastreamento para outra bateria que estava a distância de tiro da rota do vooMH17.
O radar de um sistema Buk rastreia um máximo de 80km. O MH17 voava à velocidade de 500 mph. Assim, assumindo-se que os “rebeldes” teriam um Buk operacional e o usaram, não teriam mais de cinco minutos para rastrear todo o céu acima deles, todas as altitudes possíveis, e fazer a mira. Naquele momento, saberiam que nenhum cargueiro poderia voar naquela altitude.
Em FINAL – Part II: Evidence Continues to Emerge #MH17 Is a False Flag Operation encontram-se muitas evidências que apoiam a hipótese de que tenha sido atentado forjado sob falsa bandeira.
E há também a história, mais estranha a cada minuto que passa, de Carlos, espanhol, controlador de tráfego aéreo de serviço na torre de Kiev, que estava acompanhando o vôo MH17 em tempo real. Para muitos, Carlos é personagem real e autêntico, não é forjado; para outros, nunca nem trabalhou na Ucrânia. Fato é que tuitou feito doido. Sua conta na empresa Tweeter foi apagada – não por acaso –, e ele sumiu. Seus amigos estão agora desesperadamente à sua procura. Ainda consegui ler todos os tuítos dele, em espanhol, enquanto a conta ainda estava ativa. Agora, já se encontram cópias das mensagens que distribuiu e traduções para o inglês.
Presidente Vladimir Putin (Foto: Alexei Nikolsky) |
Aqui, reproduzo alguns dos tuítos mais importantes:
“O B777 estava escoltado por dois jatos ucranianos de combate minutos antes de desaparecer do radar (5.48pm)”
“Se as autoridades em Kiev querem admitir a verdade, dois jatos de combate voavam muito perto minutos antes do incidente, mas não derrubaram a aeronave (5.54)”
“Imediatamente depois de o B777 da Malaysia Airlines desaparecer, autoridades militares de Kiev nos informaram sobre o avião derrubado. Como sabiam? (6.00)”
“Tudo foi gravado no radar. Para os que não acreditem: foi derrubado por Kiev; nós sabemos aqui [na torre de controle] e o controle militar do tráfego aéreo também sabe (7.14)”
“O Ministério do Interior sabia que havia aviões de combate na área, mas o Ministério da Defesa não (7.15)”
“Os militares confirmaram que foi a Ucrânia, mas não se sabe de onde veio a ordem (7.31)”
A avaliação de Carlos (lê-se compilação parcial de seus tuítos em: FINAL – Spanish Air Controller @ Kiev Borispol Airport: Ukraine Military Shot Down Boeing #MH17) é bem clara: o míssil foi lançado por militares ucranianos por ordem do ministério do Interior – NÃO do Ministério da Defesa.
Assuntos de segurança, no ministério do Interior estão sob comando de Andrey Paruby, que trabalhava bem perto dos neoconservadores dos EUA e dos neonazistas do Banderastão na Praça Maidan.
Assumindo-se que Carlos exista e seja quem diz ser, sua avaliação faz perfeito sentido.Os militares ucranianos estão divididos entre o rei do chocolate [presidente Petro] Poroshenko – que quer uma détente com a Rússia, essencialmente para promover os interesses sombrios dos próprios negócios – e Santa Yulia Tymoshenko, que é bem conhecida por pregar o genocício dos russos étnicos no leste da Ucrânia.
Neoconservadores e “conselheiros militares” dos EUA em campo na Ucrânia, como já se sabe, estão subindo as apostas, apoiando simultaneamente os grupos de Poroshenko e de Tymoshenko.
Yulia Timoshenko e Petro Poroshenko |
Assim sendo… a quem interessa?
A questão chave permanece, é claro: cui bono? Só descerebrados terminais acreditariam que derrubar um avião de passageiros beneficiaria os federalistas no leste da Ucrânia, para nem pensar no Kremlin, que absolutamente nada teria a ganhar.
Quanto a Kiev, teriam os meios, o motivo e a janela de oportunidade – especialmente depois que os neofascistas de Kiev foram efetivamente derrotados e já estavam em retirada no Donbass. E isso depois que Kiev insistiu em bombardear a população do leste da Ucrânia, mesmo de longe e de cima. Não surpreende que os federalistas tivessem de se defender.
E há também o timing, muito muito suspeito. A tragédia do MH17 acontece dois dias depois de os BRICS anunciarem o antídoto contra o FMI e o Banco Mundial, deixando ao largo, longe, o dólar norte-americano. E exatamente quando Israel avança “cautelosamente” em sua nova invasão/limpeza étnica em câmera lenta, em Gaza. A Malásia, por falar nisso, é sede da Comissão de Crimes de Guerra Kuala Lumpur – comissão que condenou Israel por crimes contra a humanidade.
Washington, é claro, sim, se beneficia. O que o Império do Caos consegue, nesse caso, é um cessar-fogo (e as gangues neonazistas de Kiev, que estão sendo fragorosamente derrotadas, poderão ser reabastecidas); ganham novo alento para a campanha de demonizar os ucranianos do leste como “m terroristas” (como Kiev, ao estilo Dick Cheney, sempre quis); e passam a lançar quantidades ilimitadas de lama sobre a Rússia e, especialmente, sobre Putin, até se acabar o mundo. Não é pouco ganho, para servicinho de minutos. Quanto à OTAN… É Natal em julho.
Daqui em diante, tudo depende da inteligência russa. Já estavam vigiando e rastreando tudo que acontecia na Ucrânia, 24 horas por dia, sete dias por semana. Nas próximas 72 horas, depois de examinar os muitos dados de rastreamento, com telemetria, radar e rastreamento por satélite, os russos saberão exatamente que tipo de míssil foi lançado, de onde, e terão também as comunicações da bateria que lançou o míssil. E terão acesso a todas as provas recolhidas na cena do crime.
Diferente de Washington – que sempre já sabe tudo antes, mesmo sem investigar nada (lembram-se do 11/9?) – Moscou precisa de tempo para obter os fatos jornalísticos básicos (o quê, onde, quem?) e começar a trabalhar para provar a verdade e/ou desmentir a boataria distribuída por Washington.
Os registros históricos mostram que Washington simplesmente ocultará todas as informações, se comprovarem que seus vassalos em Kiev lançaram um míssil contra avião de passageiros. Os dados de realidade podem apontar para bomba plantada no MH17, ou falha mecânica – embora pareça hoje explicação improvável. Se foi erro terrível cometido pelos rebeldes da Novorrússia, Moscou terá de admitir, relutantemente, que seja. Se foi Kiev, Moscou divulgará e comprovará imediatamente.
Aconteça o que acontecer, só há, de garantida, a resposta ocidental histérica de sempre. Foi a Rússia.
A culpa é da Rússia.
Putin está mais que certo ao dizer que essa tragédia não teria acontecido se Poroshenko tivesse aceito uma extensão do cessar-fogo, como Merkel, Hollande e Putin tentaram convencê-lo a aceitar, no final de junho. No mínimo, para começar, Kiev já é culpada pelas mortes, porque o governo de Kiev é responsável pela segurança dos voos no espaço aéreo sob seu (teórico, que seja) controle.
Mas tudo se vai esquecendo nas brumas da guerra, tragédia e boataria. Sobre as declarações histéricas de Washington, e sua autoproclamada credibilidade, deixo aqui apenas um número: Iran Air 655. [1]
*
Nota dos tradutores
[1] 2/7/2012, Samy Adghirni, Folha de S.Paulo em: “Iran Air 655. O dia em que os EUA mataram 290 civis inocentes”:
Um dos mais polêmicos ataques americanos contra civis inocentes ocorreu há exatos 24 anos, no calor da guerra entre o Irã do então aiatolá Khomeini e o Iraque do ditador Saddam Hussein, aliado de Washington. Na manhã de 3/7/1988, um navio de guerra dos EUA disparou dois mísseis contra um Airbus A300 da Iran Air, matando na hora as 290 pessoas a bordo, incluindo 66 crianças. Entre as vítimas havia cidadãos de Irã, Índia e Itália, dentre outros países (…)
[*] Pepe Escobar (1954) é jornalista, brasileiro, vive em São Paulo, Hong Kong e Paris, mas publica exclusivamente em inglês. Mantém coluna (The Roving Eye) no Asia Times Online; é também analista de política de blogs e sites como: Tom Dispatch, Information Clearing House, Red Voltaire, Counterpunch e outros; é correspondente/ articulista das redesRussia Today,The Real News Network Televison e Al-Jazeera. Seus artigos podem ser lidos, traduzidos para o português pelo Coletivo de Tradutores da Vila Vudu e João Aroldo, no blog redecastorphoto.
Livros:
− Globalistan: How the Globalized World is Dissolving into Liquid War, Nimble Books, 2007.
− Red Zone Blues: A Snapshot of Baghdad During the Surge, Nimble Books, 2007.
− Obama Does Globalistan, Nimble Books, 2009.
Fonte: O Cafezinho
Israel-Palestina: uma solução para o conflito
20 de Julho de 2014, 19:29 - sem comentários aindaUma nova onda de violência se espalha entre Israel e Palestina, e mais crianças foram mortas. Não basta apenas pedir mais um cessar-fogo. É hora de uma ação pacífica para acabar com esse pesadelo de décadas.
Nossos governos fracassaram. Enquanto falam de paz e aprovam resoluções da ONU, eles mesmos (e grandes empresas internacionais) continuam financiando, apoiando e investindo na violência. A única maneira de interromper esse ciclo infernal no qual Israel confisca as terras palestinas, famílias palestinas inocentes são punidas colectivamente diariamente, o Hamas continua a lançar foguetes e Israel não cessa seu bombardeio à Gaza, é tornando o custo econômico desse conflito alto demais.
Sabemos que essa estratégia funciona. Quando os países-membros da União Europeia emitiram diretrizes para não financiar os assentamentos israelenses ilegais, a medida fez o chão tremer nos gabinetes. E, quando uma campanha cidadã persuadiu com sucesso um fundo de pensão holandês, o PGGM, a retirar seus recursos dos assentamentos, foi um alvoroço político.
Talvez não pareça que esse tipo de ação acabe com a matança atual, mas a história nos ensina que aumentar o custo financeiro da opressão pode abrir o caminho para a paz. Vamos pressionar os 6 principais bancos, fundos de pensão e negócios com investimentos em Israel a retirarem tais investimentos. Se cada um de nós tomar essa atitude agora e ajudar a fazer pressão, eles poderão retroceder, a economia de Israel vai sofrer um impacto e poderemos derrubar os extremistas que lucram politicamente com essa situação infernal.
Nas últimas 5 semanas, 3 adolescentes israelenses foram mortos na Cisjorndânia, um garoto palestino foi queimado vivo, e um jovem americano foi brutalmente espancado pela polícia de Israel. Mais de 40 crianças de Gaza já foram mortas em ataques aéreos feitos pelo exército de Israel. Isso não é um "conflito do Oriente Médio", mas sim uma guerra contra as crianças. E estamos nos tornando insensíveis a essa vergonha global.
A imprensa teima em dizer que este é um conflito insuperável entre duas partes de igual força, mas não é. Os ataques dos extremistas palestinos contra civis inocentes devem ser condenados e impedidos, mas a raiz do conflito está em outro lugar: o desalojamento do povo palestino. Atualmente Israel ocupa, coloniza, bombardeia, ataca, e controla a água, comércio e fronteiras de uma nação legalmente livre reconhecida pelas Nações Unidas. Em Gaza, Israel criou a maior prisão a céu aberto do mundo, e fechou as saídas. Agora, ao passo em que as bombas caem em Gaza, não há como sair de lá.
Isso é crime de guerra e não aceitaríamos se estivesse acontecendo em outro lugar. Mas porque aceitamos na Palestina? Há 50 anos, Israel e seus vizinhos árabes entraram em guerra e Israel ocupou a Cisjordânia e Gaza. A ocupação de territórios após uma guerra acontece com frequência. Mas nenhuma ocupação militar pode se transformar numa tirania de décadas, apenas alimentando e dando força aos extremistas que usam o terrorismo contra inocentes. E quem sofre? A maioria das famílias em ambos os lados que anseiam apenas por liberdade e paz.
Para muitos, principalmente na Europa e na América do Norte, pedir que empresas retirem seus investimentos, diretos ou indiretos, da ocupação de Israel sobre território palestino parece algo completamente enviesado. Mas não é -- essa é a estratégia de não-violência mais poderosa para acabar com o ciclo de violência, garantir a segurança de Israel e alcançar a libertação da Palestina. Comparados a Israel, o poder e riqueza palestinos são mínimos. Mesmo assim, Israel se nega a interromper a ocupação ilegal de territórios. O mundo precisa agir ou o custo disso será insuportável.
O fundo de pensão holandês ABP investe em bancos israelenses responsáveis por patrocinar a colonização da Palestina. Bancos de peso, como Barclays investem em fornecedores de armas israelenses e outras empresas envolvidas com a ocupação. A britânica G4S fornece amplo equipamento de segurança utilizado pelas Forças de Defesa de Israel na ocupação. A Veolia, da França, opera o transporte para os colonos israelenses que vivem ilegalmente em terras palestinas. A gigante da informática Hewlett-Packard oferece um sistema sofisticado que monitora o movimento dos palestinos. A Caterpillar fornece tratores que são usados para demolir casas e destruir fazendas palestinas. Se criarmos o maior apelo global da história para que essas empresas retirem seus investimentos em negócios ligados à ocupação, vamos mostrar claramente que o mundo não será mais cúmplice deste derramamento de sangue. O povo palestino está pedindo ao mundo que apoiemos essa solução e israelenses progressistas também a apoiam. Vamos nos juntar a eles!
Nossa comunidade tem trabalhado para trazer paz, esperança e mudanças a alguns dos conflitos mais intensos do mundo. Em muitas ocasiões, isso exige que tomemos atitudes duras para atacar a raiz do problema. Durante anos, temos procurado soluções para este pesadelo, mas com essa nova onda de horrores em Gaza chegou a hora de apelar para sanções e corte de investimentos e, finalmente, dar um fim ao conflito entre israelenses e palestinos.
Fonte: Avaaz
Faixa de Gaza... (To Kill the Child)
20 de Julho de 2014, 14:20 - sem comentários ainda(...)
Hoover, Blaupunkt, Jeepe, Nissan
Nike, Addidas, Lacoste e marcas mais baratas
Cadillac, Amtrak, gasolina, diesel
O nosso modo de vida,
talvez essa seja a razão
Pela qual escolhemos matar uma criança
Pela qual escolhemos matar uma criança
(...)
Fonte: Conversa Avinagrada
Quem era o alvo???
17 de Julho de 2014, 19:20 - sem comentários aindaO objetivo do míssil ucraniano que impactou contra o Boeing da Malaysia Airlines poderia ser o avião do presidente russo, Vladímir Putin, segundo uma fonte na Aviação da Rússia citada pela agência russa Interfax.
A fonte que falou com a Interfax sob condição de anonimato disse que há probabilidade de que o alvo do míssil ucraniano lançado desde terra ou desde um avião ucraniano poderia ter sido o avião presidencial russo.
“Posso dizer que o avião presidencial e o Boeing da Malaysia Airlines se cruzaram no mesmo ponto e no mesmo nível. Isto ocorreu cerca de Varsóvia no nível de voo 330a a uma altitude de 10.100 metros. O avião presidencial estava ali ás 12:21 GMT e o avião da Malaysia Airlines ás 11:44 GMT”, precisou a fonte.
Fonte: Caminho Alternativo
KREMLIN: UCRÂNIA PODE TER TENTADO ASSASSINAR PUTIN
17 de Julho de 2014, 17:29 - sem comentários aindaDesastre que matou 295 passageiros e tripulantes de um Boeing abatido no espaço aéreo ucraniano por um míssil pode ter outra explicação; fontes do governo russo contaram à agência Interfax que o voo MH 17 fazia praticamente a mesma rota do avião presidencial de Vladimir Putin, presidente da Rússia, que retornava da cúpula dos BRICs; caso a suspeita se confirme, o mundo estará à beira de um grande conflito envolvendo a segunda maior potência nuclear do planeta; para o Kremlin, avião presidencial russo, que fez a mesma rota menos de uma hora antes, era o verdadeiro alvo do míssil.
O site Russia Today, principal fonte de notícias sobre a Rússia sem viés pró-Ocidente, acaba de publicar uma notícia bombástica: a de que o governo ucraniano pode ter tentado assassinar o presidente russo Vladimir Putin, que regressava da cúpula dos BRICs e fazia praticamente a mesma rota do voo MH17, da Malaysia Airlines, que foi abatido por um míssil no espaço aéreo ucraniano, numa tragédia que matou 295 pessoas. Caso a suspeita se confirme, o mundo estará à beira de um grande conflito envolvendo a segunda maior potência nuclear do planeta.
A reportagem traz a declaração de uma fonte da Aviação da Rússia que pediu para não ser identificada. "Posso dizer que o avião presidencial e o Boeing de Malaysia Airlines cruzaram o mesmo ponto e o mesmo corredor. Isto ocorreu perto de Varsóvia a uma altitude de 10.100 metros. O avião presidencial estava no local às 16h21 (hora local) e o avião da Malaysia Airlines às 15h44 (hora local)", declarou. A fonte acrescentou que "as aeronaves se parecem, as dimensões também são muito similares e a cor do avião, a uma distância suficientemente grande, também é quase idêntica".
Assista vídeo publicado no The New York Times feito imediatamente após o acidente:
Amateur Video of Malaysia Airlines Crash
Leia, abaixo, a notícia que acaba de ser publicada no RT:
President Putin's plane might have been the target for Ukrainian missile - sources
Malaysian Airlines MH17 plane was travelling almost the same route as Russia’s President Vladimir Putin’s jet shortly before the crash that killed 295, Interfax news agency reports citing sources.
LIVE UPDATES:Malaysia Airlines MH17 plane crash in Ukraine
“I can say that Putin’s plane and the Malaysian Boeing intersected at the same point and the same echelon. That was close to Warsaw on 330-m echelon at the height of 10,100 meters. The presidential jet was there at 16:21 Moscow time and the Malaysian aircraft - 15:44 Moscow time,” a source told the news agency on condition of anonymity.
"The contours of the aircrafts are similar, linear dimensions are also very similar, as for the coloring, at a quite remote distance they are almost identical", the source added.
Flight MH17 crashed in Ukraine on a flight from Amsterdam to Kuala Lumpar, and was carrying 295 people.
The passenger plane was expected to enter Russian airspace at 5:20pm local time, but never did, a Russian aviation industry source was cited by Reuters.
“The plane crashed 60km away from the border, the plane had an emergency beacon,” ITAR-TASS cited its source.
Fonte: 247