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ContextoLivre

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Um blog que trata de política, mídia, música, literatura, ciências, esportes, artes, e muitos outros assuntos, também sem nenhuma importância.


Não Vai Ter Golpe Sem Luta

10 de Dezembro de 2015, 11:07, por João Alberto Farias da Fontoura

No dia 11 de dezembro a Coordenação dos Movimentos Sociais do RS realizará 20ª Marcha dos Sem, em defesa da democracia, contra o ajuste fiscal, nenhum retrocesso, mais direitos.

A concentração será às 14 h, na rótula das cuais, no parque harmonia, Porto Alegre. A marcha segurá pela rua Aureliano Pinto, Borges de Medeiros, Jerônimo Coelho e termina com ato em frente ao Palácio Piratini.

 

faixa marcha dos sem em curvas



CMP vai as ruas para defender a democracia

10 de Dezembro de 2015, 10:41, por João Alberto Farias da Fontoura

A Central de Movimentos Populares – CMP – que agrega dezenas de entidades e milhares de lutadores e lutadoras do povo brasileiro, torna público seu repúdio à decisão do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, de acatar o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Não bastasse o caráter golpista do pedido, patrocinado pela oposição conservadora, por sua vez patrocinada por interesses econômicos e ideológicos, o ato do senhor Eduardo Cunha, baseado na chantagem e no revanchismo, envergonha o país. Ao utilizar as atribuições de presidente da Câmara para garantir sua própria defesa nos processos que já deveriam ter significado sua cassação e prisão, este senhor desmoraliza o parlamento e as instituições democráticas. Lavagem de dinheiro, contas ilegais na Suíça e nos EUA, cobrança e recebimento de propina, chantagem, coação de testemunhas, venda de emendas parlamentares, são alguns dos crimes atribuídos a Eduardo Cunha. Ao não votar a seu favor na comissão que apura a viabilidade de seu afastamento da presidência da Câmara e, consequentemente, para sua cassação, deputados deram um recado importante: não aceitarão as chantagens nem as propostas de “barganha política” com este criminoso. Apesar da certeza de que tal posicionamento geraria a atitude revanchista de Cunha, a CMP considera acertada e apoia a decisão destes parlamentares. O pedido de impeachment da presidenta, democraticamente eleita, não tem amparo jurídico. Não há fato ou ato praticado por Dilma que justifiquem a abertura de tal processo. Para além da vergonhosa atitude revanchista de um deputado manchado pela lama da corrupção e da impunidade, estão os verdadeiros interesses da apresentação do pedido. Interesses econômicos, patrocinados por aqueles que enxergam possibilidades de enriquecimento às custas das reservas naturais e do suor do povo brasileiro. Interesses ideológicos ultra-conservadores, patrocinados por aqueles que não aceitam as conquistas sociais registradas nos últimos anos. A CMP convoca sua militância às ruas, à luta contra o retrocesso e o golpe! Defender o mandato da presidenta Dilma Rousseff significa defender as conquistas e os direitos do povo pobre, dos negros e negras, dos LGBTTs, das crianças e dos adolescentes, das mulheres, da classe trabalhadora! Seremos intransigentes na defesa da democracia e do mandato popular da Presidenta Dilma, iremos para as ruas com toda a nossa força e disposição na defesa deste principio, na defesa dos direitos sociais, e por uma mudança imediata na política econômica, que garanta a retomada do rumo do crescimento.

Não vai ter golpe sem resistência popular!

A radicalização da democracia é a solução. Constituinte, já, para a Reforma do Sistema Político.

Fora Cunha!

Central de Movimentos Populares - 3 de Dezembro de 2015

Texto publicado na página da CMP



Dominio Público

10 de Novembro de 2015, 14:17, por João Alberto Farias da Fontoura

HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA



Centrais Sindicais decidem convocar GREVE GERAL e parar o Brasil no dia 15/04/2015

8 de Abril de 2015, 17:47, por Bertoni

As centrais sindicais CUT, CTB, INTERSINDICAL, CSP-CONLUTAS, o MST e MTST, reunidos em Brasília nesta quarta-feira, 08/04, decidiram convocar GREVE GERAL NACIONAL no dia 15 de abril próximo contra o Projeto de Lei 4330 que libera geral a Terceirização no Brasil e acaba com todos os direitos dos Trabalhadores brasileiros.

Esta é a primeira GREVE GERAL convocada pelas Centrais Sindicais nos últimos 25 anos!



Todos contra a Terceirização - Não ao PL 4330

8 de Abril de 2015, 13:31, por Bertoni - 0sem comentários ainda



Datas dos próximos encontros estaduais de Blogueiros e Ativistas Digitais

31 de Março de 2015, 12:43, por Bertoni

Confira abaixo as datas dos próximos Encontros Estaduais de Blogueiros e Ativistas Digitais.

Participe e nos ajude a divulgar em suas redes sociais.

Abril
10 a 12 II Encontro pelo Direito à Comunicação (ENDC), Belo Horizonte,MG
24 e 25 São Paulo

Maio
15 e 16 Rio de Janeiro
22 e 23 Piauí
29 e 30 Paraíba

Junho
05 e 06 Mato Grosso
12 e 13 Paraná
19 e 20 Amapá
26 e 27 Santa Catarina

Julho
10 e 11 Maranhão
sem data Rio Grande do Norte

Agosto
07 e 08 Tocantins
14 e 15 Sergipe
22 Goiás
28 e 29 Distrito Federal

Setembro
11 e 12 Rio Grande do Sul
18 e 19 Mato Grosso do Sul
25 e 26 Bahia

Outubro
02 e 03 Minas Gerais
11 e 12 Ceará
16 e 17 Pará



Encontro Paranaense pelo Direito à Comunicação

6 de Março de 2015, 11:24, por Bertoni

No próximo dia 14 de março de 2015 ocorrerá o Encontro Paranaense pelo Direito à Comunicação, realizado pela Frentex e com o apoio do movimento dos blogueiros progressistas do Paraná.

O evento será no Centro Universitário Internacional Uninter, na Rua Saldanha Marinho, 131, Curitiba, Paraná.

Programação

9h – Abertura

9h30 – Painel: a luta pela direito à comunicação no Paraná, no Brasil e no Mundo
Bia Barbosa, integrante do Intervozes e da coordenação nacional do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação.
João Paulo Mehl, integrante do Coletivo Soylocoporti e da Frentex-PR
Ayoub Hanna, Coordenador do Colegiado do Curso de Jornalismo da UEL e Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná.

10h30 – Debate em plenária

12h – Almoço

13h – Ação direta na rua

14h – Grupos de debate por temas:

Audiovisual e a representação das identidades regionais e locais
Mediação: Francielly Hellena Camilo e Nelson Settanni, da Associação de Vídeo e Cinema do Paraná – Avecp, e Ulisses Galetto, integrante da Frente Acorda Curitiba Cultura.

Comunicação pública no Paraná e no Brasil
Mediação: Pedro Carrano, do Sindicato de Jornalistas do Paraná – Sindijor/PR, e Daniel Mittelbach, da CUT/PR e da TV Comunitária de Curitiba.

Comunicação popular, comunitária e educomunicação
Mediação: Juliana Cordeiro e Diego Silva, integrantes do Coletivo Parafuso Educomunicação, Ednubia Ghisi, do Levante Popular da Juventude e jornalista do Cefuria.

Mídia e Direitos Humanos
Mediação: Albana Balestra, Anderson Moreira, jornalista da Plataforma de Direitos Humanos e Ana Paula Salamon, da Frentex-PR.

Marco Civil da Internet e o futuro da internet no Brasil
Mediação: Micheli Torinelli, midiativista e integrante do Coletivo Soylocoporti, e Sérgio Bertoni, integrante do Blogoosfero e ParanáBlogs.

Obs: ficará aberta a possibilidade de formação de novos grupos de debate, desde que sejam inscritos até o encerramento das atividades da manhã.

17h – Debate e encaminhamentos

19h – A melhor festa pela direito à comunicação dos últimos tempos!
Bar Brancaleone (antigo Parangolé) – Rua Benjamin Constant, 400

INSCRIÇÕES: http://migre.me/oJs1G
EVENTOh



Consumo de Mídias e Democratização da Comunicação no Brasil em debate no VI Seminário Nacional de Sociologia e Política da UFPR

6 de Março de 2015, 11:10, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Por Márcio Carlomagno

A UFPR irá realizar o VI Seminário Nacional de Sociologia e Política em maio, em Curiitba.

A mesa de abertura do evento será sobre "Consumo de Mídias e Democratização da Comunicação no Brasil", com a participação de Beto Almeida (diretor da Telesur, Presidente da TV Cidade Livre) e Venício de Lima (professor da UnB, autor de diversos livros publicados pela Fundação Perseu Abramo sobre o monopólio da mídia no Brasil), além de Mara Telles (professora da UFMG, pesquisadora sobre opinião pública).

O evento é organizado conjuntamente pelos programas de pós-graduação em ciência política e em sociologia da UFPR.

É importante debater o tema da democratização da comunicação em diversos campos (na militância, na universidade, na sociedade, etc etc).

Esta será uma boa oportunidade de debate. Por ser a mesa de abertura do evento (que contará com outros debates nos outros dias) terá destaque especial.

O evento será realizado no teatro da reitoria da UFPR, dia 20 de maio (uma quarta-feira).

A inscrição no evento só é necessária para quem deseje certificado. Como de praxe em eventos universitários, não é barrada a entrada nem participação mesmo de quem não tenha inscrição.

Seria importante contar com a participação dos blogueiros, para fazer perguntas e pautar a discussão do debate.

O link do evento é este: http://www.humanas.ufpr.br/portal/seminariosociologiapolitica/programacao/ 



Power: O poder por trás da energia...

2 de Março de 2015, 5:14, por Blogoosfero

Este especial traz a história de personagens históricos e contemporâneos que dedicaram suas vidas a encontrar novas formas de obter o bem mais precioso para o homem moderno: a energia.

Seres Humanos que usaram toda sua criatividade para desenvolver energias alternativas para continuar alimentando o progresso da humanidade, mas que enfrentaram sérios problemas com as empresas petrolíferas e similares que controlam a produção e distribuição de energia fóssil.

Chamam a atenção as farsas montadas contra Paul Pantone, que inventou um motor ecológico, movido à agua, ferindo assim os poderosos interesses das petroleiras e das montadoras norteamericanas.

Se os EUA fizeram o que fizeram com grandes cientistas de seu próprio país, porque não destruiriam um país todo para meter a mão no seu petróleo.

A Lava Jato não é uma investigação que visa acabar com a corrupção na Petrobras e no Brasil. É antes de mais nada um ataque contra a maior produtora de petroleo de capital aberto do mundo, estimulado pelos interesses imperiais dos EUA e que conta com a vassalagem de parte dos juízes e políticos do Brasil. Usa-se um tema de forte apelo popular e moralista para esconder o verdadeiro objetivo: METER a MÃO em toda a riqueza natural do Brasil, começando pelo valiosíssimo Pré-Sal até chegar à Amazônia e toda nossa capacidade de produção de energia aeólica e solar.

Que os corruptos e corruptores sejam punidos e não a Petrobras, nosso maior patrimônio, criado e desenvolvido com o esforço e com as riquezas produzidas por todos nós Brasileiros e Brasileiras, que trabalhamos, pagamos impostos e construímos efetivamente a riqueza material deste país.



Um outro olhar sobre a crise : os bilionários americanos corrompem a política

21 de Fevereiro de 2015, 11:46, por Daniel Miranda Soares

(Artigo revisado e ampliado, originalmente publicado no endereço: http://www.diariodoaco.com.br/noticia/90445-7/opiniao/um-outro-olhar-da-crise-os-bilionarios-americanos-corrompem-a-politica.     Diário do Aço, 18/02/2015. ).


       Pouca gente viu os excelentes documentários da série “Porque Pobreza?” que são exibidos em canais de TV educativos. Um deles é “Park Avenue: Dinheiro, Poder e o Sonho Americano” realizado pelo jornalista Alex Gibney, que analisa com cuidado as relações entre os novos ricos e os novos pobres nos EUA nos últimos 30 anos, tomando como modelo a rua Park Avenue. A rua passa por Manhattan onde ficam os prédios mais luxuosos de Nova York e onde moram bilionários detentores de fortunas financeiras, dos barões das falcatruas aos controladores de fundos de investimentos.  Do outro lado da rua, ao sul do Bronx, fica o distrito eleitoral mais pobre dos EUA com 700 mil pessoas - destas cerca de 40% vivem na pobreza. Aqui, os últimos 30 anos foram bem diferentes do que se viu no Park Avenue de Manhattan. As pessoas viram seus salários diminuirem e o custo de quase tudo chegar às alturas. Eles perderam seus empregos durante a recessão causada pelos banqueiros do outro lado do rio. E acabaram em situação ainda pior do que a geração passada. Neste distrito o desemprego chega a 19%  e algumas famílias tem dificuldades até para por comida na mesa.
       É muito difícil de sair da extrema pobreza nos EUA. Isto quase nunca acontece. Isto é exatamente o oposto do que as pessoas pensam sobre os EUA - a terra das oportunidades. Para Jeffrey Sachs (prof. da Columbia) quando ele era jovem os EUA se orgulhavam de serem uma nação de cidadãos de classe média, com um pequeno grupo de ricos e um pequeno grupo de pobres. Mas nos últimos 30 anos esta relação se inverteu:  a receita pública era divida igualmente entre todos no gráfico 1947-1972 (1% aos super ricos ,10% ricos e 90% destinada ao americano médio). A partir do final dos anos 70, os 90% que estavam na base viram sua pizza ser totalmente devorada pelos 1% do topo - os mais ricos estão ficando com um percentual enorme de todos os ganhos da economia : cerca de 2/3  com os super-ricos, os ricos cerca de 1/3 e a classe média ficando com a menor parte, perto de 1% - invertendo as posições.
       Michael Gross (autor do livro “740 Park Avenue...”) diz que um pequeno grupo de multibilionários, os 1% dos 1% que moram em pouquíssimos lugares em N.York. Entre os prédios mais luxuosos de NY, o nº 740 da Park Avenue moram mais bilionários do que em qualquer outro prédio do mundo. São 31 moradores e cada apartamento tem cerca de 1860m². A maior parte destes são executivos de hedge fund. Dentre os principais moradores encontramos: John Thain (CEO na época da derrocada Merril Lynch); Ezra Merkin que trabalhou para Bernie Madoff; David Koch (o mais rico do prédio) ; Steve Schwartzman (foi executivo do Lehman Brothers); entre outros.
      O prof. Jacob Hacker (cientista político da Univ. de Yale) afirma que a gigantesca acumulação de riqueza não tem a ver só com o trabalho , mas com os ricos  que usam o sistema político a favor deles. Houve um ciclo que reforçou isso. Eles investiram em políticas que os favoreceram e ainda reinvestiram esse dinheiro na política. Para entender até que ponto o dinheiro influencia Washington, Gibney contatou o símbolo máximo da corrupção - o ex-lobista Jack Abramoff (ficou 4 anos na cadeia), que diz : “.... hoje os congressistas usam os serviços dos lobistas para redigirem os projetos de lei no esboço exato do que eles querem e isso envolve pagamento em dinheiro. As campanhas políticas custam milhões e quem tem dinheiro pede algo em troca. ... Eu fazia assim e eu sei o que fazia” -  afirma o ex-lobista.
       Mas quando tudo isso começou ? Quando os ricos começaram a controlar Washington ? Segundo o prof. Hacker de Yale tudo tem a ver com a mobilização dos empresários que ocorreu nos anos 70.  Os empresários seguiram os conselhos do futuro juiz da Suprema Corte, Lewis Powell que fez um memorando muito convincente para a Câmara do Comércio determinando que os empresários se unissem, basicamente contra os reformistas e o poder político dos trabalhadores e líderes de massa como Ralph Nader. Ele pediu que as grandes corporações se esforçassem mais para moldar a política americana e as leis. E os empresários o atenderam. O poder lobista dos empresários cresceu vertiginosamente a partir dos anos 70  Eles investiram quantias enormes na política. O resultado foi o fim das políticas que beneficavam as classes médias e os pobres dando início às políticas a favor dos ricos. O lobby era uma indústria de US$400 milhões nos anos 80  e hoje é uma indústria de $4 bilhões.  
      Jeffrey Sachs (prof. da Columbia) : “Um exemplo da influência que os bilionários podem ter no governo é algo no código tributário chamado de “provisão de juros transitados”. Operadores de hedge fund e  private equity como Schwartzman pagam 15% de impostos sobre sua renda.... os empresários mais ricos são taxados em um percentual menor do que o mercadinho da esquina”. Os democratas tentaram acabar com estes juros, mas não conseguiram. Por quê ? A influência dos bilionários corromperam também os democratas: esse é o exemplo perfeito de como o dinheiro manda na política americana hoje em dia.
      E nenhum dinheiro manda tanto quanto o de David Koch e seu irmão Charles. Esse magnata de direita é o morador mais rico do Park Avenue 740. Juntos, eles influenciam a política americana mais que qualquer outra pessoa. Doaram milhões a grupos de reflexão de direita (CATO Institute, Ayn Rand Institute, Capital Research Center, Mercatus Center,  etc.)  Financiaram Universidades, programas que promovessem a desregulamentação. Para eles o modelo ideal é um mercado livre de impostos - o supra sumo do paraíso em sociedade. Ofereceram grande apoio financeiro ao movimento Tea Party. que divulga muito as idéias de Ayn Rand que disse em 1959: “eu me oponho a todas as formas de controle, sou a favor de uma economia livre e sem regulamentações”. No mundo de Rand quem precisa de ajuda é um vagabundo ou um parasita. Quem quer ajudar os outros é um vilão. Seus heróis tem orgulho de serem os mais egoístas possíveis. Perguntaram a Ayn Rand : “você não gosta do mundo altruísta em que vivemos” ? Resposta: “dizer que não gosto é pouco, eu o considero um mal”. Para eles ser ganancioso é bom, o individualismo é prioridade em relação aos interesses da coletividade. Eles não aceitam a idéia de que se você é pobre e sua educação é ruim, você não tem a mesma oportunidade de competir que os ricos. Parece que os ideais da direita americana foram copiados pela direita brasileira - vide oposição que fizeram ao Bolsa Família, às cotas para universidades e a outros programas de distribuição de renda.
       Quase todos concordam que  educação é a chave para a  ascensão social, mas a universidade está cada vez mais inalcansável. O custo subiu mais de 500% desde 1980 - sem um diploma universitário é muito mais difícil conseguir trabalho. Com 12 milhões de americanos desempregados os programas de educação e treinamento estão sendo cortados por ambos os partidos em troca do corte de impostos para os ricos. Tim Smeeding (Instituto de Pesquisa e Pobreza) :  “1 em cada 7 americanos recebem vales-alimentação. Mais da metade são crianças e idosos: 41% deles moram em abrigos”. Como não conseguem emprego eles precisam da rede de proteção. Paul Ryan, estrela do Tea Party, quer cortar em 134 bilhões o programa de vale-alimentação nos próximos 10 anos - sem estes recursos a rede de proteção seria destruída - para ele a rede de proteção é uma rede de dormir. Ou seja, bolsa de ajuda para os pobres é Bolsa Vagabundagem como diz também a direita brasileira.
       Para Jeffrey Sachs: “Os impostos são o preço que pagamos pela civilização. Sem impostos não há civilização é simples assim....Os impostos pagos pelos milionários diminuíram mais de 25% nos últimos 20 anos. E para muitas pessoas extremamente ricas os impostos caíram quase 50%.” A maior parte começou no governo Bush. O corte de impostos aumentou a dívida pública americana (o corte de Bush acrescentou 2,9 trilhões) e com a proposta de Paul Ryan a dívida aumentaria para 4,6 trilhões nos próximos 10 anos. A concentração de renda aumentou nos EUA: os CEOs (altos executivos) ganhavam 20 vezes mais que um trabalhador comum em 1965; hoje eles ganham 231 vezes mais. Então, pergunta Gibney, o que está havendo ? Eles estão ganhando mais porque merecem ? O que é difícil de entender é na insistência dos ricos em cortar mais impostos já que eles possuem bem mais do que nós.  A riqueza é criada, mas a pobreza também, sem a democracia social todos os ganhos da economia vão para quem está no topo; enquanto nossos políticos dependerem do dinheiro dos ricos para se elegerem eles farão leis para proteger os castelos de riqueza do outro lado do rio....Um rio que se tornou um fosso profundo e proibido.

Daniel Miranda Soares é economista, Msc; ex-professor universitário.



Classe Trabalhadora parananense vence uma batalha (Vídeos e Fotos)

14 de Fevereiro de 2015, 13:19, por Bertoni

No dia 09 de fevereiro de 2015 até a bandeira do Paraná, em frente ao Palácio Iguaçu, se enrola de vergonha por conta do pacotaço de maldades enviado à Assembleia Legislativa do Paraná pelo tucano Carlos Alberto Richa.

Os vídeos abaixo não foram editados. Os publicamos aqui tal qual foram produzidos no calor do momento.

A ocupação da ALEP, 09/02/2015

Alep Ocupada, 10/02/2015

Protesto na ALEP, 11/02/2015

Desocupação da Alep, Início, 12/02/2015

Desocupação da Alep, Fora Ratazanas, 12/02/2015

Desocupação da Alep, Batucada da Retirada, 12/02/2015

Desocupação da Alep, É só o começo, 12/02/2015

O Monumento aos medrosos e fujões

Esta parte da grade da Assembleia Legislativa do Paraná foi serrada a mando dos aliados do governador tucano,  Carlos Alberto Richa, para que os medrosos deputados estaduais do Paraná, apoiadores dos desmandos de Richam, pudessem entrar na ALEP literalmente pela porta dos fundos.

Esta grade serrada é o monumento à burrice, ao medo e ao total descompromisso com o povo.

Clique aqui e veja a Galeria de Fotos dos Principais Momentos desta Luta!



Para o bem das elites dos tucanos “Foda-se o Brasil”

7 de Fevereiro de 2015, 19:29, por Bertoni

Por Silvio Prado, professor

No país dos escândalos, para a mídia bandida e canalha só existe o escândalo da Petrobras. Nada mais existe debaixo do céu azul varonil dessa terra de bandidos engravatados e da vinheta indecente do plim plim global. Não existe o Trensalão onde Covas, Serra e Alckmin estão comprometidos até o fiofó.

Não existe o Complexo Cantareira, sem uma gota de água, sequinho como uma fatia de torrada. Não existe a FDE onde três e meio bilhões de reais estão disponíveis para as máfias que mamam no dinheiro da educação paulista.

Não existe o Itau, devendo 18 bi para a Receita Federal. Não existe o extermínio da juventude negra. Não existe o crime organizado mandando nos presídios paulistas, bem debaixo do nariz pontiagudo de Alckmin. Não existe o conjunto de multinacionais remetendo seus lucros, todo ano 40 bilhões em média, para suas matrizes.

Não existe meia dúzia de ricaços vagabundos comprando jatinhos, iates, aviões de luxo sem pagar imposto algum, enquanto o cidadão miserável paga alto imposto por um pacote de fubá. Não existe a bunda do Gilmar Mendes sentada e emperrando o andamento do processo que define a questão do financiamento das campanhas eleitorais.

Não existe a questão do banqueiro Dantas, duas vezes protegido e salvo pela "estranhíssima bondade" do mesmo Gilmar, um picareta que tão bem serve ao capital. Não existe o escândalo de sonegação fiscal da Globo, onde os irmãos Marinho fingem que não foram autuados em quase 800 vezes pela Receita Federal.

Não existe o escândalo do helicóptero dos Perrela, apreendido com 450 quilos de cocaína que, se a PF quisesse, já teria alcançado seus responsáveis seguindo algumas "carreirinhas” bem conhecidas pelo país inteiro. Não existe o escândalo da PM paulista que mata mais que todas as policias dos quase 50 estados norte-americanos.

Não existe o escândalos das reformas superfaturadas que o governo Alckmin promove de baciada nas escolas públicas. Não existe o escândalo do BANESTADO, até hoje engavetado para o bem de gente que se apropriou de mais de 40 bilhões de reais através de um esquema bancário criminoso.

Não existe o escândalo que envolveu o bandido Carlinhos Cachoeira, a criminosa VEJA e um cara de pau sem limites, como Demóstenes Torres, fazendo acusações criminosas e falsas. Não existe escândalo algum envolvendo aeroportos da família Neves, em Minas, custeado com dinheiro público, nem dinheiro também publico sustentando duas ou três emissoras de rádio de um playboy inútil que se travestiu de governador e agora se fantasia de senador por aquele estado.

Enfim, nenhum desses escândalos possui existência real. O único escândalo verdadeiro é o da Petrobras, a mesma empresa que era para ser a PETROBRAX dos bandidos tucanos, aquela que FHC, nosso bandido mor, queria (e ainda quer) privatizar para a alegria das petroleiras americanas.

O único escândalo brasileiro é o dessa empresa que controla uma riqueza que pode significar a redenção econômica desse pais cujo povo, conforme um historiador brasileiro, Capistrano de Abreu, durante toda a sua história foi "capado e recapado" para o bem das criminosas elites e, agora, como se fosse um milagre, deu um passo no sentido de assumir sua própria história, o que irrita, perturba e deixa sem rumo essa riquíssima minoria branca e canalha.

Portanto, para privatizar a Petrobras e torná-la PETROBRAX vale toda e qualquer molecagem cuspida pela boca do Willian Bonner em horário sordidamente nobre. Vale promover vazamentos de informações sigilosas, vale exaltar delegados da PF que fizeram campanha para Aécio Poeira Neves, vale desmoralizar ainda mais a justiça, a imprensa,a política.

Vale produzir mentiras por atacado e jamais colocar na mídia qualquer nome criminoso que tenha ligações umbilicais com os tucanos ou qualquer setor da oposição. O importante é falar desse escândalo da forma mais escandalosa possível, pela manhã, pela tarde, noite, madrugada, até que o povo resolva sair de casa e linchar o PT, incendiar seus diretórios, perseguir seus militantes e, pela revolta, criar consenso para que esse partido seja banido da vida política brasileira.

O importante para a burguesia brasileira, para os tucanos é deixar Dilma no chão, inviabilizar a campanha de Lula em 2018 e, dane-se a Petrobras, o pré-sal e, por extensão, foda-se o Brasil. Assim querem nossa elite branca e seus capachos tucanos. Assim querem os donos do petróleo. Foda-se o Brasil...

Fonte: http://www.iranilima.com/2015/02/para-o-bem-das-elites-dos-tucanos-f-se.html



O risco forte de recessão

1 de Fevereiro de 2015, 12:14, por Bertoni
O pacote fiscal do governo pressiona uma economia frágil em meio a incertezas globais
 
Por Carlos Drummond

A situação está difícil, o mundo atravessa uma crise de duração indeterminada e o Brasil vive claramente um risco seríssimo de recessão, hipótese admitida em relatórios elaborados pelos maiores bancos do País. O complicador do quadro é o ajuste fiscal baixado pelo governo em dezembro, complementado na segunda-feira 19 com o aumento de impostos sobre combustíveis, crédito ao consumidor e importações e mudanças no Imposto Sobre Produtos Industrializados para o setor de cosméticos.

Ninguém discute a necessidade de um ajuste, mas esse pacote fiscal, especificamente, pode ter consequências graves para a sociedade. Cortes pretensamente seletivos retirarão um total previsto de, aproximadamente, 80 bilhões de reais de uma economia estagnada, em meio a um ambiente internacional desfavorável e a uma concentração de renda inibidora do desenvolvimento, no mundo e no Brasil. Não se sabe como o segundo governo Dilma Rousseff imagina atingir o objetivo pretendido com restrição do crédito de longo prazo para as empresas concedido pelo BNDES, anunciado em rodada anterior, e contração simultânea do crédito ao consumidor. O aumento do investimento público seria a resposta correta, mas nisso não se fala. Todas as fichas são colocadas na esperada retomada do ânimo empresarial, a partir de iniciativas aparentemente contraditórias com esse objetivo.

Os apertos de crédito, acentuados pelo aumento da taxa de juros em meio ponto porcentual, para 12,25%, na quinta-feira 22, a terceira elevação do segundo mandato de Dilma, agravam a situação periclitante da indústria instalada no País, desfigurada em 30 anos de crises, políticas equivocadas e desconhecimento quase absoluto, pelos diversos governos do período, do papel determinante do setor na trajetória dos países avançados ao Norte e dos emergentes bem-sucedidos no Oriente.

As crises nacionais da energia e da água, geradoras de incertezas adicionais e da postergação de investimentos, agravam a situação do País e o tornam mais vulnerável a um ajuste fiscal que atinge em cheio as parcelas mais frágeis da sociedade. As restrições ao crédito afetam negativamente investimentos e empregos, e as reduções de direitos trabalhistas e sociais diminuirão o socorro às camadas desprotegidas da população e aos desempregados, um contingente que já começa a aumentar, como mostram as mais de 12 mil demissões nas empresas fornecedoras da Petrobras, esta em crise profunda, e as centenas de dispensas no setor automobilístico.

Na busca de explicações para a guinada do segundo governo Dilma em relação à política econômica dos três mandatos anteriores, além da hipótese de capitulação pura e simples, surgem pistas em alguns pronunciamentos da presidenta e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em seu discurso de posse, no dia 5 deste mês, por cinco vezes ele condenou “o Estado patrimonialista”. Em duas das menções remeteu à alusão ao tema feita pela presidenta Dilma Rousseff, no seu discurso de diplomação, em 18 de dezembro. “O sistema patrimonialista de poder, que atravessou séculos e séculos da nossa história, nos deixa uma herança nefasta, cujo traço mais marcante é, ainda, a não dissolução plena dos laços nocivos entre o que é público e o que é privado”, verberou Dilma.

A referência, pelo ministro, ao patrimonialismo e à “análise formidável” da questão por Raymundo Faoro foi entendida como uma tentativa de atenuar a marca neoliberal do seu currículo e justificar a sua presença em um governo do PT.  Aparentemente, fez uma apropriação indevida, porque direcionada à condenação do “Estado centralizador” criador de incentivos, subsídios e favorecimentos a determinados setores da economia. Tal reprovação, sabe-se, é a outra face da apologia ao mercado e às suas virtudes, as existentes e as imaginárias também.

Faoro percebia uma convergência entre o patrimonialismo e o capitalismo. “A realidade econômica, com o advento da economia monetária e a ascendência do mercado nas relações de troca, dará a expressão completa” ao fenômeno do Estado patrimonialista, analisa Faoro em Os Donos do Poder. Essa convergência inclui necessariamente o papel centralizador do Estado no capitalismo. Não há, mostra sobejamente a história econômica, nenhum país industrializado ou emergente bem-sucedido que tenha prescindido, na sua ascensão, de um Estado forte, coordenador da economia e pródigo em subsídios e protecionismo à indústria, à agricultura e ao comércio.

Faoro baseou sua análise sobre os Estados português e brasileiro nos estudos acerca do patrimonialismo feitos por Max Weber. As interpretações posteriores, no País, do grande sociólogo alemão, em regra são problemáticas. “No Brasil, a influência do pensamento weberiano é dominada pela leitura liberal apologética. É de Weber que se retira a autoridade para a legitimação da noção de patrimonialismo, para indicar uma suposta ação parasitária do Estado e de sua elite sobre a sociedade”, aponta o professor de sociologia da Universidade Federal de Juiz de Fora Jessé de Souza, organizador do livro A Atualidade de Max Weber. A quem interessa, pergunta Souza, “demonizar o Estado, pleitear o Estado mínimo, criticar a incipiente assistência social estatal e, em suma, reduzir os interesses da sociedade aos interesses da reprodução do mercado? O que dizer do empresariado brasileiro, especialmente o paulista, principal beneficiário do processo de industrialização nacional financiado pelo Estado interventor desde Vargas? Ele foi o que mais ganhou com o suposto Estado patrimonial brasileiro”.

As distorções apontadas pelo professor comprometem as falas do ministro e da presidenta. A questão patrimonial mais importante para o País é outra. Apesar dos avanços notórios na diminuição da desigualdade no País desde 2002, a concentração no topo da sociedade piorou, como mostra o trabalho pioneiro “O topo da distribuição de renda no Brasil: primeiras estimativas com dados tributários e comparação com pesquisas domiciliares, 2006-2012”, publicado em agosto do ano passado por Marcelo Medeiros, Pedro H. G. Ferreira de Souza e Fábio Avila de Castro, professores da Universidade de Brasília.

Trata-se da primeira estimativa da concentração de renda entre os mais ricos no Brasil, calculada a partir das declarações de Imposto de Renda Pessoa Física para os anos de 2006 a 2012. “Nossa conclusão é de que os dados tributários revelam uma concentração no topo substancialmente maior do que as outras fontes, e ela permanece estável”, dizem os autores. No período analisado, o 0,1% mais rico recebeu quase 11% da renda total e isso significa que a sua renda média foi quase 110 vezes maior do que a média nacional. O 1% mais rico, incluindo esse 0,1%, apropriou-se de 25%, e os 5% mais ricos receberam 44%, quase a metade da renda total. Na Colômbia e nos Estados Unidos, a parcela do 1% mais rico na renda total situa-se em torno de 20%. Os resultados para outros países desenvolvidos indicam porcentuais entre 10% e 15%, caindo abaixo disso no resto do mundo.

Um exemplo de concentração é a transferência, entre 1995 e 2014, pelo Estado brasileiro dito patrimonialista, de renda e riqueza para os detentores da dívida pública, na forma de pagamento de juros reais, no total acumulado de 125% do PIB. Segundo a organização Auditoria Cidadã da Dívida, mais de 90% da bolada foi entregue pelo governo ao sistema financeiro, principal credor da dívida pública.

A criação, pelos pesquisadores da UnB, de uma série de indicadores com base nas declarações de Imposto de Renda Pessoa Física é pioneira no Brasil e dialoga com a literatura sobre o assunto que, em outros países, existe há décadas e inclui, a partir de 2010, os trabalhos famosos do economista francês Thomas Piketty sobre o aumento da concentração de renda no mundo, apontada como uma das causas das crises econômicas e financeiras recorrentes.

Os resultados da pesquisa da UnB acentuam a importância da criação de um imposto sobre grandes fortunas, alternativa não contemplada no pacote do governo. “O imposto sobre grandes fortunas deveria ter sido incluído no Orçamento Fiscal”, explica a professora Lena Lavinas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no estudo referencial “Um longo caminho para a justiça tributária: o caso do Brasil”, apoiado em uma consolidação de pesquisas de diversos autores.

Criado pela Constituição de 1988, o imposto nunca foi regulamentado pelo Congresso e isso impede a sua implementação. Com base em estudos da Receita Federal, o economista Amir Khair afirma que esse imposto pode ser um dos mais efetivos mecanismos para reverter a regressividade tributária, “dada a concentração de riqueza extraordinariamente alta nos setores mais ricos da sociedade brasileira”. De acordo com o trabalho “Imposto sobre grandes fortunas”, publicado por Khair em 2003, uma taxa de 1% sobre a riqueza declarada à Receita Federal por pessoas físicas e jurídicas nesse ano teria proporcionado uma receita fiscal de 1,89% do PIB, no mínimo. A estimativa torna mais chocante ainda submeter o País a um esforço fiscal de 1,20% do PIB em 2015, estabelecido por um governo que se diz ultrajado com o suposto patrimonialismo do Estado, não com o patrimônio detido efetivamente pelos ricos, beneficiados por uma das legislações tributárias mais injustas do mundo.

Enquanto o governo foge da tributação das grandes fortunas, a ameaça aos beneficiados com a melhora da distribuição de renda nos últimos 12 anos é mais grave do que se imagina. É o que mostra o trabalho recém-concluído “Paralisia econômica, retrocesso social e eleições”, do economista Waldir Quadros, professor da Facamp, de Campinas, publicado pelo site Plataforma Política Social. Com base nos dados de 2012 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, ele constatara que, apesar dos baixos índices de crescimento econômico, a mobilidade social avançou nos dois primeiros anos do governo Dilma.

De 2012 para 2013, entretanto, há uma piora significativa e a interrupção do ciclo de melhoras iniciado em 2004, alerta o pesquisador. A participação das classes médias (alta e média) encolhe e incha a da classe média baixa. Uma parte da última regride para a classe pobre ou dos trabalhadores e uma fração desta cai para a faixa dos miseráveis. Nos seus cálculos, Quadros buscou eliminar as distorções decorrentes do aumento da população entre os dois anos considerados e simulou a inexistência de mudanças nas participações das diversas camadas, como se não houvesse mobilidade social ascendente ou descendente no período. Com esses ajustes, foi possível atribuir as variações observadas exclusivamente às mudanças nas posições sociais.

Os achados são chocantes. Em apenas um ano, 780 mil pessoas deixaram de integrar a alta classe média e 2,6 milhões abandonaram a média classe média (leia o quadro). “Como a baixa classe média, que potencialmente recebeu essa queda de 3,4 milhões de pessoas, cresceu em 2,4 milhões, sugere-se que 1 milhão desceu desta camada para posições inferiores”, conclui Quadros. Com o descenso de 330 mil pessoas da massa trabalhadora, a camada de miseráveis cresceu em 1,3 milhão de pessoas, em uma evidência da profundidade do processo. “Diante da estagnação na economia, é possível que o mau desempenho tenha se mantido em 2014. Nesse caso, parece-nos bastante plausível admitir que o cenário de retrocesso social tenha contribuído com as dificuldades que a candidata Dilma enfrentou nas últimas eleições”, conclui o professor.

O levantamento mostra “uma impressionante melhora para as camadas populares” na estrutura social existente na eleição de Lula em 2002 e por ocasião também da sua reeleição em 2006 e isso “ajuda a compreender a sua recondução, apesar das insistentes denúncias do chamado ‘mensalão’”. O avanço social durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff concentra-se nos dois primeiros anos e é interrompido pela mudança drástica da conjuntura, em especial a partir de 2013.

Quadros considera “inteiramente procedentes as preocupações com os desdobramentos dos ajustes de corte recessivo anunciados pelo governo federal para 2015. Se a estagnação prolongada provocou um retrocesso dessa magnitude, um recuo maior na economia pode causar estrago ainda mais sério na estrutura social, afetando em grande medida aqueles beneficiados recentemente. E nada garante que esses enormes contingentes aceitarão passivamente a piora em suas condições de vida”.

As dificuldades das camadas de menor renda são acentuadas por uma das estruturas tributárias mais injustas do mundo, aponta Lena Lavinas. Os impostos e tributos indiretos sobre mercadorias e serviços, os mais regressivos, totalizaram 49,22% da receita tributária de 2011, enquanto a média dos países integrantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico é 34%. Em contrapartida, a tributação da renda perfaz apenas 19,02% da carga total. A alíquota sobre imóveis é de ínfimos 3,7%, segundo dados de 2012 da Secretaria da Receita Federal. A transmissão hereditária é tributada entre 2% e 4%. Além disso, heranças e doações são isentas de Imposto de Renda no Brasil.

Há amplo consenso quanto à melhora da distribuição de renda a partir de 2002. O salário mínimo teve um crescimento real de 93% entre janeiro de 2001 e dezembro de 2012 e a seguridade social criada pela Constituição de 1988 ganhou força institucional. As transferências monetárias aos grupos mais vulneráveis aumentaram, com programas como o Bolsa Família e a garantia de renda contínua a idosos, deficientes e famílias abaixo da linha de pobreza. O sistema de seguridade padronizou também uma pensão mínima para trabalhadores urbanos e rurais baseada nos salários mínimos e estendeu o direito de receber pensões a grupos com pequena contribuição.

Grande parte do esforço para aumentar a justiça social sucumbe, entretanto, à injustiça tributária. As famílias mais pobres, com renda familiar até dois mínimos por mês, têm 53,9% da sua renda absorvida pela tributação. A renda líquida dessas famílias é menor do que os impostos que elas pagam. O pacote fiscal do governo lhes impôs a extinção do abono de um salário mínimo anual, medida a ser revista, espera-se, após solicitação nesse sentido apresentada pelas centrais sindicais. As famílias que recebem entre dois e três salários mínimos têm 41,9% da sua renda encaminhada para o pagamento de impostos. Entre os produtos tributados com maior efeito regressivo estão alimentos básicos, gás de cozinha, eletricidade, vestuário e tabaco.

Um trabalho do Sindicato Nacional de Auditores da Receita Federal mostra que “a ausência ou insuficiência da correção das faixas de renda nos últimos anos absorve um número crescente de trabalhadores de baixa renda e sobrecarrega os que recebem salários médios. O volume de contribuições para o Imposto de Renda cresce através da inclusão dessa camada, cuja carga tributária aumenta constantemente”. Um exemplo de distorção é o pagamento de 27,5% de Imposto de Renda tanto por quem recebe um salário mensal de 4,08 mil reais quanto por aqueles remunerados com 408 mil reais por mês, segundo a tabela de faixas de rendimentos em vigor. Na segunda-feira 19, a presidenta rejeitou a proposta do Congresso de correção da tabela de faixas do Imposto de Renda em 6% e optou por um ajuste de 4,5%, que em nada melhora a situação do contribuinte.

Em contrapartida às injustiças para as pessoas físicas, a concessão de benefícios tributários às corporações expandiu-se consideravelmente de 1988 a 2009, com a criação de “pelo menos 52 mecanismos legais favoráveis ao capital, a exemplo de isenções fiscais para segmentos produtivos e outros, muitos deles de iniciativa do Executivo”, afirmam os cientistas políticos Wagner Pralon Mancuso e Davi Cordeiro Moreira, no artigo “Benefícios tributários valem a pena? Um estudo de formulação de políticas públicas”. Os benefícios referem-se a três tributos que financiam a ação social da União, a Contribuição para o Plano de Integração Social (PIS), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). O projeto de reforma tributária encaminhado pelo governo ao Congresso em 2008 não corrige as distorções apontadas e ameaça desmantelar o sistema de financiamento da seguridade social, baseado nas três contribuições acima mencionadas. A medida prevê uma redução dos aportes feitos pelos empresários equivalentes a 40% da receita da seguridade social e deverá resultar em déficit, um encorajamento à privatização do sistema, prevê Lena Lavinas.

As perspectivas gerais são desanimadoras. Só 37% dos 1.322 executivos de 77 países entrevistados na abertura do Fórum Mundial, em Davos, acreditam que o crescimento global aumentará, 44% acham que permanecerá como está e 17% temem a sua redução. No mesmo dia, o FMI reUm estudo divulgado na segunda-feira 19 pela ONG britânica Oxfam prevê que, em 2016, o 1% mais rico do mundo terá, pela primeira vez, mais riqueza do que os outros 99%. duziu a previsão de crescimento da economia brasileira, de 1,4% para 0,3% em 2015. No Brasil, o pessimismo empresarial identificado em levantamentos recentes supera todos os recordes anteriores.

Ao lado de semelhanças com os pacotes dos anos 1990, o ajuste fiscal de dezembro e a forma de implementá-lo guardam algumas diferenças em relação ao período de Fernando Henrique Cardoso e do ministro da Fazenda Pedro Malan, conhecidos pela aplicação inflexível de decisões absolutas de alcance eventualmente devastador, a começar pela privatização, da qual empresas como a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica só escaparam porque houve uma reação da sociedade. O governo Dilma, depois de anunciar as medidas provisórias com restrições de direitos trabalhistas e sociais, destacou quatro ministros para ouvir as centrais sindicais e prometeu rever o endurecimento das normas para obter o seguro desemprego e a extinção do abono anual para as famílias com renda até dois salários mínimos. Os trabalhadores não escaparão, no entanto, das consequências da redução dos investimentos e do emprego provocadas pelo pacote.

O ajuste fiscal baseia-se em duas premissas arriscadas, a possibilidade de delimitar os seus efeitos e a viabilidade de revertê-los a médio prazo. “Essa ideia de que se vão fazer dois anos de ajuste parece que não tem dado certo no mundo. Vamos fazer uma ‘austeridadezinha’, e aí a gente sai dela em dois ou três anos. Mas ninguém menciona o fato de que enquanto dura uma recessão vai se devastando a vida das pessoas”, alerta o professor Luiz Gonzaga Belluzzo.

Para resgatar o País da recessão, é preciso desenvolver algumas das conquistas mais importantes dos últimos 12 anos, em especial a ampliação do mercado consumidor e o início de implantação do Plano de Investimento em Logística no primeiro governo Dilma. A tarefa passa também por uma “limpeza” e uma recuperação da Petrobras, responsável por 15% do investimento e 10% do PIB, em uma escala muito mais ampla e profunda do que se imagina. Há dúvida quanto à possibilidade de realização da tarefa pela presidenta Maria das Graças Silva Foster, aparentemente acuada e quase aniquilada por uma empreitada superior às suas forças.

No Palácio do Planalto, a nomeação de Joaquim Levy continua à espera de explicações satisfatórias. Inicialmente, Dilma Rousseff convidou o presidente-executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, para uma permanência de dois anos à frente do Ministério da Fazenda. Depois disso, ele poderia assumir a condução do banco conforme o plano de Lázaro Brandão, presidente do Conselho de Administração. Não se sabe ao certo por que a proposta de permanência por dois anos não vingou, apenas que a sugestão de Joaquim Levy partiu da própria organização, como moeda de troca. Trabuco e Brandão, comenta-se em círculos próximos de ambos, não teriam aceitado algumas das condições de Dilma. Nessa história toda, houve um figurante muito ativo, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.

Os desdobramentos do ajuste fiscal prometem uma sucessão numerosa e eventualmente tumultuada de capítulos econômicos e políticos, de consequências insondáveis, com desfecho marcado para novembro de 2018.

Fonte: CartaCapital, № 834

* Destaques nossos



Ele resistirá?

27 de Janeiro de 2015, 13:04, por Bertoni

As teles não perdem tempo!

Leia mais em:

http://convergecom.com.br/portal/eventos/seminario-politicas-de-telecomunicacoes/



Armaram o circo e o mundo agora espera o "pão"?

12 de Janeiro de 2015, 0:55, por Bertoni

Atentado na França não tem nada a ver comigo?

Mataram uns boyzinhos de classe média, que provocavam com varas curtas?

Onde está o povo? Você pensou que os poderosos do mundo tinham se misturado à ralé?

Pois, o atentado tem tudo a ver conosco. SIM!

Ao propor controle da Internet, a Europa mostra que o pacote era completo, terra-ar-mar e internet, que a Direita Internacional não está mais dispota a brincar de Democracia quando ela perde só um pouquinho, mas só um pouquinho mesmo, de seu poder.

Não é o Charlie Hebdo! Não é o Islã! Não é Religião! Não é Liberdade de Expressão! que os incomoda.

Pobres, Trabalhador@s, querendo Direitos, Participação, Liberdade, Democracia, é o que os incomoda.

O atentado em Paris foi cometido pela extrema direita contra os povos do mundo.

É o fundamentalismo de mercado neoliberal em ação, tomando as ruas, corações e mentes em todo o planeta!

Será que o mundo ainda tem esperanças de conseguir o pão?

Já o circo... está armado!

Leia mais:

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1573593-contra-o-terrorismo-ue-propoe-controle-das-fronteiras-e-da-internet.shtml