A pesquisa entrevistou 1,2 mil pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 21 e 24 de setembro. O resultado indica que a alta do preço da cesta básica somada à redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, foram essenciais na reprovação de Bolsonaro.
Por Redação – de Brasília
A aprovação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a desabar, após um breve período de melhoria. Dessa vez, saiu de de 40% para 35%, nas últimas semanas, segundo pesquisa publicada pela revista Exame/Ideia, nesta sexta-feira. O estudo também indica que 42% da população reprova as ações do Governo Federal.
Mais brasileiros querem ver Bolsonaro de saída do governo federalA pesquisa entrevistou 1,2 mil pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 21 e 24 de setembro. O resultado indica que a alta do preço da cesta básica somada à redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, foram essenciais na reprovação de Bolsonaro.
Segundo reportagem publicada pela revista, a maior rejeição a Bolsonaro encontra-se nos grupos mais vulneráveis. No grupo dos mais insatisfeitos estão aqueles que não conseguiram completar o ensino fundamental (41%) e ganham até um salário mínimo (54%). Já entre os brasileiros que seguem apoiando o governo, a maioria é formada por pessoas com renda superior a cinco salários mínimos (49%), com diploma universitário (40%) e é moradora da região centro-oeste (42%).
Ainda segundo o levantamento, atualmente 34% dos brasileiros consideram o governo ótimo ou bom. Outros 26% avaliam a gestão do presidente como regular e 39% classificam sua administração como ruim ou péssima. Na véspera, uma pesquisa do Ibope indicava que 40% dos eleitores consideravam o governo ótimo ou bom; regular, 29% e ruim ou péssimo, 29%.
Luz amarela
Os números do Ibope refletiram os níveis de popularidade que o presidente experimentou, no início deste mês, quando atingiu seu melhor nível desde fevereiro. A aprovação ao governo vinha crescendo desde meados de agosto, quando os efeitos positivos do auxílio emergencial de 600 reais ainda eram sentidos por boa parte da população.
— Já havia, no entanto, uma indicação de alta do viés negativo em relação ao presidente em função do aumento de preços, o que se confirmou nesta última pesquisa — disse Maurício Moura, fundador do Instituto Idea. Para 32% dos moradores da região norte, o governo é apenas regular. No Sul, 29% das pessoas consideram a gestão de Bolsonaro como boa. Entre aqueles que avaliam o governo como ruim, um terço mora no Norte ou Nordeste.
A luz amarela já tinha acendido na pesquisa anterior, do dia 10 de setembro, quando havia aumentado o número de brasileiros (30%) que avaliam o governo como regular.
— Boa parte da população estava em compasso de espera. Uma das principais questões girava ao redor da inflação de itens essenciais, como os alimentos, e do programa de auxílio emergencial. A manutenção do aumento de preços exerceu um impacto importante na avaliação do presidente, já que trata-se de algo pesa diretamente no bolso das famílias — concluiu Moura.