De acordo com o economista André Roncaglia, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a proposta vai contra a tendência mundial de favorecer fontes renováveis de energia. Para ele, trata-se de uma “ação desesperada” da equipe econômica do ministro Paulo Guedes.
Por Redação, com RBA – de São Paulo
O Senado aprovou, na noite passada, o texto-base do projeto que permite a privatização da Eletrobras. Com mudanças, a proposta contida no projeto de lei de conversão volta à Câmara. Os deputados têm até a próxima terça-feira para convalidar a proposta aprovada, antes que o texto perca sua validade.
Trabalhadores organizam mobilização nacional contra privatização da EletrobrasAlém da perda do controle acionário pelo Estado, a medida aprovada prevê a contratação de energia subsidiada de termelétricas movidas a gás natural no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A instalação dessas novas usinas, além da rede de gasodutos para garantir suas operações, terá custo estimado de R$ 20 bilhões.
Setor elétrico
De acordo com o economista André Roncaglia, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a proposta vai contra a tendência mundial de favorecer fontes renováveis de energia. Para ele, trata-se de uma “ação desesperada” da equipe econômica do ministro Paulo Guedes, que tenta “mostrar serviço” para o mercado financeiro, entregando a estatal estratégica ao setor privado.
— É o que os especialistas do setor elétrico vão chamando de capitalismo de rapina. É literalmente pegar um ativo que o estado brasileiro vem construindo desde os anos 1960, que já foi amortizado, repassando para as mãos de pessoas que vão explorar isso da pior maneira possível, nos levar em direção a matrizes energéticas mais sujas — resumiu Roncaglia à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).