A ironia é que, em agosto, deputados da extrema-direita ocuparam a mesma mesa diretora por dois dias consecutivos e não sofreram qualquer tipo de repressão. Hugo Motta, que naquele momento se calou diante da afronta, agora mostra que sua mão de ferro só se aplica quando o alvo é da esquerda. Glauber, que já havia feito greve de fome contra a cassação, denunciou o tratamento desigual e acusou a presidência da Casa de tentar silenciá-lo por meio da força bruta e da censura institucional.
Durante a confusão, uma produtora da TV Record foi agredida pelos seguranças da Câmara, o que adiciona mais um elemento de violência à cena. A ação de Motta não apenas revela parcialidade, mas também expõe o uso da estrutura legislativa como ferramenta de intimidação política. Glauber foi arrancado da cadeira como se fosse um invasor, quando na verdade estava exercendo seu direito de protesto contra um processo que muitos consideram arbitrário.
A democracia brasileira, já fragilizada pelos recentes episódios de anistia a golpistas, agora assiste à criminalização da oposição dentro do próprio Parlamento. Hugo Motta, ao autorizar o uso de força contra um deputado eleito, ultrapassa os limites da legalidade e da ética institucional. Glauber Braga não foi apenas retirado do cargo simbólico que ocupava por minutos, foi arrancado da narrativa democrática que o Congresso deveria proteger.
