Há 30 anos comecei a trabalhar em publicidade, ainda cursando a UnB. Fiz um estágio na MPM Propaganda, fui contratado e lá trabalhei por 2 anos como redator publicitário. Costumo dizer que foi a "minha grande escola", em termos profissionais.
A MPM foi, nas décadas de 70 e 80, a maior agência de publicidade do país. Excelentes profissionais e grandes contas. Atendia Banco do Brasil, divisão de loterias da Caixa, Walitta, Fiat, Banco Nacional, Ypiranga combustíveis, etc. (Sim, aqueles anúncios memoráveis do Banco Nacional para o Ayrton Senna eram todos da MPM)
Soube, quando já não trabalhava mais lá, que a MPM tinha fechado. Me disseram que um de seus donos tinha se recusado a fazer qualquer material de campanha para o então candidato à presidente Fernando Collor. Eleito, a agência perdeu as grandes contas de Governo que tinha (CEF e BB, principalmente) e seus donos, preferiram encerrar as atividades da empresa.
A marca, com as 3 letrinhas mais famosas da publicidade brasileira (o M de Macedo, o P de Petrônio e o M de Mahfuz) foi, anos mais tarde, vendida por 1 milhão de dólares. Nizan Guanaes reconhecia o valor desta marca para a publicidade brasileira e para os anunciantes. Achou justo pagar tal valor.
Recentemente, assistimos uma disputa eleitoral onde toda a grande mídia apostou suas fichas em um candidato a presidência da República. O presidente dos Diários Associados chegou a subir no palanque de Aécio. Foram derrotados nas urnas. Agora vemos O Globo demitir 100 funcionários de uma só vez. O Estadão há tempos sinaliza que quer vender o grupo OESP. O Folha de São Paulo também demite e fecha sucursais. A Veja passa por graves dificuldades financeiras.
Sobre a tal "crise" do PIG não vou me alongar. Quem quiser ver mais, olhe o que saiu no 247: http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/166050/Venderam-o-caos-e-quem-paga-s%C3%A3o-os-jornalistas.htm
A dúvida que me resta: Será que alguém no mercado estará disposto a pagar 1 milhão de dólares por alguma destas marcas? Ou não deixarão saudades? O tempo dirá...