Petrobras. A reeleição de Dilma é tudo que os especuladores não querem
23 de Março de 2014, 7:45 - sem comentários aindaNaquela rádio que toca terror (disfarçado de "notícia"), o pequenino comentarista defende os interesses do grande capital e confessa candidamente: "os especuladores ansiosos pelo anúncio de uma queda de Dilma nas pesquisas fizeram subir as ações da Petrobras. Eles preferem Áecio ou Eduardo Campos. Mas, infelizmente, a pesquisa divulgada mostra Dilma firme e forte nas intenções de voto".
"Foi sintomático perceber que investidores e também especuladores torcem por sua queda", diz o artigo "Petróleo e eleições", de Leonardo Attuch, publicado no 247. http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/134052/Petr%C3%B3leo-e-elei%C3%A7%C3%B5es.htm Em resumo, a empresa, hoje o carro-chefe da economia brasileira, é sim um dos pontos centrais das discussões (pelo menos, das sérias) sobre a próxima eleição presidencial.
Afinal, o que queremos? A Petrobraxx dos tucanos, da privatização, das importações de plataformas, da Chevron e multinacionais, do entreguismo... (tudo que o tal "mercado" tanto deseja) ou a Petrobras do Pré-Sal, da tecnologia nacional de ponta, do fortalecimento da indústria naval brasileira, dos investimentos pesados em Educação e do desenvolvimento do país?
Só para comparar, em 2002 a Petrobras tinha 46,6 mil trabalhadores, faturou R$ 69,2 bilhões e valia 15,5 bilhões de dólares. Em 2012, contava com 84,7 mil trabalhadores, faturou R$ 281,3 bilhões e seu valor de mercado subiu para 126 bilhões de dólares. (Confira aqui http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/um-comparativo-entre-a-petrobras-em-2001-e-em-2012 )
Traduzindo em 10 anos, desde a Eleição de Lula: a Petrobras aumentou 81,75% os empregos diretos; o faturamento anual cresceu 306% e o valor de mercado subiu 712%. É muita cara de pau afirmar que a empresa está no "rumo errado". Errado, para quem, cara pálida? Só se for para "os gringos".
A escolha é sua, eleitor. Os especuladores e as multinacionais tem a grande mídia para defender seus interesses. Nós temos o que eles mais temem: os votos para derrotá-los nas urnas.
Burro é quem menospreza inteligência do eleitor
11 de Março de 2014, 8:30 - sem comentários ainda
Atuo(há tempos) em comunicação e marketing, gosto de análises políticas e procuro "tentar entender" as pesquisas de opinião. Assim, gostei muito de um artigo publicado por Lisa França na Revista Comunicação e Espaço Público (Ano VI, nº1 e 2, 2003): "Focus Group como Antecipador de Tendências Eleitorais" -Uma pesquisa de recepção HGPE nas Eleições de 2002.
Ela acompanhou a recepção da propaganda eleitoral gratuita, veiculada na TV, na disputa pelo governo do Estado (Goiás) nas eleições de 2002. O interesse era conhecer como o eleitor avaliava os programas, que impacto a campanha pela TV causava em grupos específicos, que mensagens funcionavam ou não...Decidiu-se ouvir preferencialmente eleitores com renda de até 3 salários mínimos, que representavam 85% dos eleitores do Estado.
Conclusões:
- A audiência aos programas era baixa. Atingia mais o público masculino e adulto.
- Mesmo tratando-se de eleitores de baixa renda e baixa escolaridade, eles demonstraram grande capacidade crítica.
- A sensação era de que os programas eram todos iguais, por tratarem dos mesmos temas: saúde, segurança e emprego, principalmente.
- "Entendiam que colocar candidato beijando criancinha não causa emoção", mas desaprovação e rejeição.
- "Os políticos acham que com estas musiquinhas enjoadas vão conquistar a gente. Ninguém quer saber de musiquinha mais não. Nem de promessa de campanha. Queria ver eles nas filas dos postos de saúde. Ralando que nem a gente. Não aparece um político para visitar o posto fora de eleição".
- Identificou-se que os grupos de mulheres foram mais críticos que os grupos de homens. Elas eram também melhor informadas quanto aos programas básicos de governo que lhes afeta diretamente (valor do Bolsa Escola, do Salário Escola -Estadual- e Cartão de Renda Cidadã.
- Os partidos mais criticados pelos grupos foram os que obtiveram menor votação nas urnas. Ex.: PSTU. A grande "bandeira" do partido na eleição (luta contra a ALCA) não era compreendida pelos grupos
- As imagens de miséria usadas pelo PSTU desagradavam. "A gente sabe que existe isso aí, mas é horrível"; "Horário político é para incentivo, para melhorar, não deveria passar isto, tem outras coisas".
- Os eleitores eram pouco críticos sobre temas que não dominam como taxa de juros, política externa, mercado comum e reformas legislativas.
- Tendiam a opinar e criticar quando tinham experiência direta com os temas: transporte público, investimentos em saúde, salário escola, bolsa universitária, etc.