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Este Não É Um País Que Vai Pra Frente!

10 de Setembro de 2020, 14:41 , por AntonioCarlosMeloSilva - | No one following this article yet.
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O (des) governo Bolsonaro cada vez mais assume sua condição de cópia fiel do governo militar. Adaptou duas das propagandas da ditadura militar: "Este é um país que vai pra frente" e "Pátria Amada Brasil".

Nos anos 70, me vêm na memória meu velho pai enfrentando horas na fila do mercado do bairro em Belém (Marambaia), onde vivenciamos nossa infãncia e juventude, buscando comprar uma quota de carne e visceras bovinas, pois o país enfrentava a chamada crise da CARESTIA.

No período 1986/88, época de transição da "nova república" nos deparamos com crise de desabastecimento, inflação no governo Sarney. No entanto, a progapaganda governamental era os chamados "fiscais do Sarney".

Estamos em 2020, rádios, TVs, jornais e redes sociais não falam outro assunto: a falta dos dois principais produtos da cêsta básica (feijão, arroz). Imagens reportam prataleiras fazias nos supermercados, além de especulação nos preços do feijão e arroz no mercado consumidor.

Como não costumo dá crédito aos pseudos economistas da imprensa corporativa, e, diante de tantas lives coincidiu com uma apresentação de meu professor de economia política que abordou essa problemática da "carestia" do feijão e arroz. Sendo assim, de forma resumida ELE nos explicou:

1-A política agrícola brasileira está seguindo um caminho tortuoso (optou prioritariamente pela exportação), degrada o sólo, polui os rios com venenos pulverizados, incentiva queimadas no cerrado brasileiro e amazônia. Tudo isso promoverá acréscimo no exército de famintos indistintamente no páis pela opção do lucro fácil combinado com o dólar nas alturas para venda no mercado externo (exportação);

2-A política agricóla brasileira com seu vetor principal (Agronegócio) como opção de exportar soja ocupa o espaço de plantação no território brasileiro em 59%. Inserindo a plantação de milho, os 2 produtos em destaques ocupam o espaço de plantação no território brasileiro em 90%. Já produtos da cêsta básica o espaço de plantação é apenas de 6,7%. Óbvio que estamos falando do feijão e arroz.

3-Segundo o professor, há vários fatores sobre o desabastecimento com a tendência de agravar a crise, desde a implantação do governo golpista - TEMER e o atual governo Bolsonaro através da política econômica em total combinação com a pasta da agricultura e meio ambiente, a política agricóla brasileira entrou em rota de ladeira abaixo. Os fatores são a desativação do conselho de segurança alimentar e nutricional, extinção do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), fim do do PRONAF (programa que permitia aquisição de equipamentos  e tratores), MAIS ALIMENTOS/PPA (programas que agregavam valor para comercialização e produção de alimentos). Todos esses programas voltados para a agricultura familiar.

4-O atual governo Bolsonaro paralisou políticas agrícolas de abastecimento do principal órgão de gestão e governança - CONAB. Ou seja, a pedido da bancada do agronegóco no congresso extingiu a política de abastecimentos de feijão e arroz deixando o país praticamente sem ESTOQUES REGULADORES nos armazens, isso é reflexo de destruir inteiramente qualquer política de abastecer nosso mercado interno em caso da falta de produtos, principalmente da cêsta básica. Vai além o professor, representa total ilegalidade do governo em não respeitar a propria lei agrícola de abastecimento (Lei 8171/1991), asfixiou por completo a EMBRAPA retirando-lhe 156 milhões de investimentos em pesquisas de alimentos.

5-Por último, os dados informados peo professor: em 2013 o estoque regulador do Brasil de arroz e feijão era de quase 1 milhão de toneladas, em 2015, 1milhao e 600 mil toneladas. Hoje, nosso estoque dispõe de apenas 22 toneladas, e, provavelmente, só abastece o mercado no máximo por 10 dias.

O presidente atleta e "mito", lembremo-nos, afirmou que não entende nada de economia, confiou num "mercador de ilusões" com suas fanfarronices GUEDISTAS nos direcionando ao "caminho da servidão". É o mesmo receituário sem volta na economia brasieira que destruiu a indústria, comércio, sérviços e de rondão atinge um dos principais pilares na balança de exportação brasileira com a quebradeira da política agrícola do país.

Quem diria que o sologan adaptado da ditadura "Este é um país que vai pra frente", dos tempos da carestia e desabastecimento" que se extendeu até o governo Sarney (1988), em 2020, faríamos uma volta tão regressiva ao passado sombrio da fome, inflação, desabastecimento, desemprego. Não foi essa pauta que prometeram na campanha, ao contrário, o capitão e "mito" seria tudo diferente. Não vale colocar a culpa na PANDEMIA ou como um "BUNDÃO" pedir patriotismo aos latifundiários e donos de supermercados. Isso eu entendi muito bem nas explicações do meu professor.