Não é apenas um caso isolado, é mais uma vitima na cultura do estupro e violência contra as mulheres.
Estupro coletivo não é exclusividade da Índia, esta tão perto e faz parte da rotina desse pais.
Não eram homens doentes, eram homens normais e saudáveis na mais perfeita condições físicas e mentais a cometerem crime.
A mídia não esta abafando o caso por acaso ou para garantir lisura de investigação e evitar expor os envolvidos. Não é notícia por que a mídia hegemônica é parte importante que legitima e sustenta essa cultura de violência que todos os dia vítima milhares de mulheres pelo feminicidio e estupro.
Uma revista de ampla circulação nacional estampa na capa o título "bela, recatada e do lar" com a imagem estereotipada da mulher ideal, casada com um homem 40 anos mais velho, as novelas e BBB's que prendem a atenção de milhares de espectadores, comprova e evidência esse papel da mídia e se faz perceptível nos comentários do vídeo que expõe a mulher adolescente vitima de estupro, que não tive o desprazer de ver. São comentários que culpa a vítima, a mulher.
Armou-se uma guerra contra a educação de gênero nas escolas, conduzida pelos bispos e pastores das igrejas, que na maior das hipocrisias os mesmo bispos e pastores se calam quando um ator de filme pornô vai ao MEC levar propostas para a educação. O mesmo ator que já confessou em rede nacional sobre o aplauso da plateia em programa de publico predominantemente jovem ter cometido crime de estupro e continuou livre e impune.
Pois é, esse estupro coletivo e um golpe de estado que levou ao poder homens velhos, religiosos, machistas, corruptos e ricos não são coisas distintas mas estão interligados e fazem parte de uma escalada do fascismo no Brasil que tem por objetivo muito além de abafar os crimes dos corruptos, criminalizar as lutas populares dos oprimidos, mulheres, negros periféricos, indígenas, gays, sem tetos e tantos outros.
O primeiro ato do governo golpista foi por fim no Ministério das Mulheres, igualdade racial e direitos humanos. Esse ministério não eram qualquer coisa, foi criado a partir de amplos debates com os movimentos sociais e sociedade civil organizada e tinha por objetivo colocar a questão da violência contra a mulher uma política publica do estado e era fundamental para combater ao genocídio, feminicidio e toda violência de gênero. A extinção do ministério não tem nenhum efeito para a econômica do país mas representa uma grande perda para a efetivação de politicas publicas democratizantes e praticas modernas da presença do estado brasileiro a combater as opressões históricas.
Mais do que nunca a bandeira vermelha do feminismo, contra todo genocídio, contra a homofobia, das lutas populares se faz necessária e urgente e em todos os lugares.